segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Freio

Véspera de ano novo é momento de frear.

Pode até apenas se tratar de uma convenção, o término de um período de tempo, ou início de outro, mas está marcado profundamente em nossa cultura.

No dia de véspera prefiro não fazer nada. Não começar nada. Dedico à reavaliação, à famosa retrospectiva. Não uma dessas de TV, que mais parece pretender colecionar fatos e superar a concorrência em quantidade.

A nossa deve ser um retrospectiva muito pessoal, centrada na reavaliação, no repensar de todas metas passadas, cumpridas ou não. Ao repensar, realinhamos, replanejamos os próximos passos, como iremos prosseguir.

Reavaliações desse tipo devem ser ativas. Não apenas promessas, mas sementes de mudança, de combate a estática. Acaba sendo um dia de ação, em meio ao freio. Precisamos do silêncio, da serenidade para o olhar coerente de nosso passado recente.

É importante também o agradecimento, pelo acontecido, por poder acontecer, seja como for. Acredito ser mais essencial agradecer do que pedir. O pedido é dispensável, o agradecimento não.

E em meio à ação e frenagens, agradecimentos e planejamentos, passo o dia a contemplar. É uma ótima preparação para o ano eminente, além das preparações de comidas e bebidas... Fartura não pode faltar. É tradição!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Unidade

Essencial à família humana é a unidade.

Em nossa fragilidade, ao assumirmos nossa pequenez, é inevitável compreendermos que apenas unidos continuaremos.

A cola, o cimento de nossa união é o amor. Sentimento universal, manifestado das mais diversas formas, é matéria principal de todas as religiões, correntes filosóficas, movimentos sociais. Não há quem negue o amor.

Amar é humano. Com todas as facilidades e dificuldades, com todas as certezas e incertezas, amando nos tornamos coesos, unidos, com estranhos ou conhecidos, humanos ou não humanos, com a natureza e com o sobrenatural.

A demonstração de amizade de alguém nos compromete. Ao amigo aumenta nossa responsabilidade, no apoio, na alegria, na parceria. A responsabilidade é irrecusável, vem sem pedido, sem autorização, vem apenas por amar.

Como tijolos em uma parede, vamos nos engrandecendo, mas somos parede ativa, conquistando mais componentes a cada momento de vida. Aumentamos nossa dimensão, nossa fortaleza e nosso alcance.

Rumamos sempre em construção, incansável, necessitada de constante manutenção. Os laços precisam de permanente atenção, para que nada os corroa, enfraqueça e crie fissuras nessa imensa estrutura, mas dependente de todo e qualquer célula.

Ao fim de longa jornada de resistência, e muitos e felizes dias de sol, com a vida a correr, estaremos prontos para assumir a posição de alicerces, eternamente a embasar os tijolos vindouros.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Ecológico

Agir de maneira ecologicamente correta é cada vez mais difícil.

Por um lado, a atual situação do meio ambiente é crítica, mas nosso modo de vida não proporciona meios adequados para melhorá-la. Por outro, a vigilância sobre tudo e todos e mais acirrada do que nunca, qualquer deslize é considerado pecado.

Observemos um exemplo na Inglaterra. Por lá, um certo automóvel é sucesso entre os consumidores. Movido a energia elétrica, tem pequena autonomia, sendo próprio para o trânsito urbano, é isento de certos impostos e do pedágio no centro de Londres (que custa cerca de R$ 33,00).

Mesmo com tanto incentivo e movido a energia limpa, muitos ambientalistas questionam sua viabilidade, pois a produção de energia elétrica naquele país é proveniente, em sua grande maioria, de usinas térmicas ou nucleares. Os ganhos obtidos por uma iniciativa talvez não compensem os seus custos.

Há quem avalie como mais ecológica a disponibilização de veículos elétricos no Brasil, como uma moto já existente no mercado. A scooter também possui pequena autonomia, é compacta e acessível. Como nossa matriz energética e basicamente hidrelétrica, estaríamos utilizando um energia muito mais limpa. Porém, muitos ecologistas nos lembram dos custos ambientais para a construção de uma barragem. Serão esses custos melhores?

O fiel da balança nos fica sempre meio indefinido. Há o 'eco lógico' em nossas mentes, nos inquietando. Apesar das incertezas, sabemos da impossibilidade de permanecermos como estamos.

A consciência e a atitude responsável são comportamentos insubstituíveis e necessários. Negligenciá-los é o mesmo que negligenciar a própria existência. Preocupante é a pergunta restante: será a ação humana, para seu desenvolvimento e sobrevivência, sempre incompatível com o equilíbrio?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

FIB

FIB: Felicidade Interna Bruta. Outra inusitada notícia do Butão.

A cerca de um mês, esse país oriental já foi assunto de um post neste blog. Claramente comprometido com os preceitos de muitas filosofias da região, como o budismo, seu governo nos dá mais uma mostra de sua visão transcendental.

Ao invés de metas de inflação, manutenção de políticas macroeconômicas, aumento do PIB, eles optaram por uma objetivo muito mais interessante, o aumento da Felicidade Interna Bruta.

Eles colocam a felicidade com motor do desenvolvimento social e humano. Os gregos já sabiam disso, mas parece que teimamos em esquecer os ensinamentos dos sábios da antiguidade. Precisamos ser reanimados pelas notícias vindas de terras bem mais distantes, com culturas muito mais distintas da nossa.

O assunto já rende conferências internacionais, notícias pelo mundo e muita agitação. Discretamente, com sua maneira oriental, estão conseguindo plantar sementes de mudanças importantes no seio da humanidade.

Cada vez é mais importante a percepção da irrelevância do dinheiro, sucesso profissional e aquisição de bens na aquietação de nossa alma. A qualidade de vida está presente em lugares, aspectos e itens bem mais simples de nossa existência.

Proponho a definição de metas de nosso FIB pessoal. Conseqüentemente o FIB nacional será a soma de todos os FIBs pessoais. O resultado de tão intenso aumento será sentido brevemente.

Butão, mande-nos mais notícias, boas idéias e vibrações!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Fonte

Viajar é fundamental!

Nem sempre a viagem turística, às vezes é apenas intelectual. Um boa dica é o filme "Fonte da Vida" (The Fountain), com Hugh Jackman e Rachel Weisz.

O mais básico é o enredo principal, com a busca de um médico pela cura de sua esposa, fato descoberto depois de algum tempo de filme (só revelei porque está em todas a sinopses).

A partir deste ponto, adicione ficção, épico, esoterismo e muitos mitos. Numa viagem psicológica, regada por esse caldo, se discute um dos assuntos mais difíceis para o ser humano: a morte. Ou a fuga dela.

Desconsidere facilidades quanto à discussão do assunto. Em certos momentos do filme a pergunta recorrente é: qual filme estou assistindo?

Com estética visual requintada, ocorrem diversas conexões entre espaço e personagens, sentimentos e emoções, regidas por um detalhe de enquadramento ou uma cor característica.

Relacionar três épocas distintas com a coerência necessária também nos conquista paulatinamente, nos envolvendo e familiarizando com as situações-chave do personagem principal.

O enredo intricado nos conduz pela trama com maestria. A condução atenta para todas os caminhos necessários ao bom passeio, nos momentos justos, com a quantidade de informação e o ritmo adequados.

Chegar ao fim pode ser um desafio, de atenção ou paciência. Fica à escolha do espectador.

Um bom final nos deixa cheio de questionamentos, reflexões e dúvidas. Todos da melhor qualidade e ótimos para começar uma nova discussão.

Pode não ser a melhor obra do diretor Darren Aronofsky, mas é um excelente viagem.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Knol

Passou pelo primeiro, passou pelo segundo, chutou... Knooooool!

Em breve, poderemos ter um novo e forte concorrente à Wikipedia. O desafiante é o projeto Knol, desenvolvido pela Google, a grande empreendedora da rede.

Contam a favor da empresa sua experiência em pesquisas, com mecanismos inteligentes e otimizados, além da imensa estrutura de armazenamento e rede disponível. Podemos até mesmo ignorar os milhões e milhões de dólares disponíveis para investimento.

A financeiramente combalida Wikipedia já pede socorro há algum tempo. Como organização sem fins lucrativos, gratuita, depende da boa vontade das pessoas para continuar se desenvolvendo, e até mesmo existindo.

Certamente no Knol seremos expostos aos tradicionais anúncios patrocinados, comuns em outros google-serviços. É a forma deles se patrocinarem. Havia a desconfiança da existência de um acordo de bastidores para privilegiar o conteúdo da enciclopédia gratuita, posicionando-o mo início dos resultados de pesquisa. Terá o acordo realmente existido?

Pelo surgimento da iniciativa da Google, parece que não...

Talvez fosse mais interessante a união de forças. Serem permitidos na Wikipedia os anúncios patrocinados, seria bom para ambos os lados. Quem sabe, o apoio estrutural da Google, investindo em uma iniciativa bem difundida. As restrições mais rígidas a autoria poderiam ser adotadas, assim como o mecanismo inteligente de consulta, prometidos no novo projeto.

O canibalismo de serviços, com o adensamento de opções em uma única companhia, não é saudável em nenhum aspecto. Em tempos de Web 2.0, a melhor de todas as invenções é a colaboração.

A Google resta tomar cuidado de não marcar um gol contra.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Natal

É Natal!

Muitos mais do que consumir, é época de se consumir. Reavaliar nosso ano, repensar o quanto conseguimos cumprir.

O Menino Jesus nos trouxe há muito tempo a grande lição do amor. Sua grande missão foi nos ensinar a amar.

Em cada palavra, em cada gesto, em cada aparição, Jesus Cristo nos apresentou o sentido máximo de entrega, de dedicação. O Deus feito homem, não como representação, mas com a aceitação da nossa carne e osso, nosso sofrimento, nossa situação, vivenciou nossa pequenez, por amor, para nos tocar e transformar.

Devemos nos consumir para, renascidos, nos tornarmos melhor, almejarmos chegar mais perto do exemplo cristão de homem. Homem mais compassivo, mais caridoso, muito mais fraterno, demasiadamente humano e pleno.

Sua luz é nossa força! Guiados pela estrela do Oriente encontramos o caminho para o amor e o bem. Outro ano, outro Natal, celebrado com a intensidade de todos, com todas as suas particularidades deste ano, com todos seus desejos e agradecimentos, sempre especial.

Desejo a todos os amigos e amigas, desconhecidos e desconhecidas, um santo e feliz Natal!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Passarinho

A vida sempre mostra sua força e nos dá sinais de esperança.

Em algumas épocas seus sinais ganham valor especial. Iconizam o espírito existente em nós, ou a energia universal a nos cercar, a gritar para nos chamar a atenção.

No final de novembro, foi noticiado um acontecimento inusitado: uma pequena rolinha escolheu a árvore de Natal ,de uma família de Pirituba, para fazer seu ninho.

Hoje, véspera de Natal, a boa notícia é a chegada ao mundo dos três filhotinhos da dedicada mãe passarinho. Ela os alimenta e eles, novos integrantes da família paulista, berram enquanto a comida não chega, e dormem depois de estarem com a barriga cheia.

É o incansável ritmo da vida, sobrepujando as maiores dificuldades. Derruba o óbvio, inova no modo e persiste. Persiste com sua calma e graça, constantes, sempre a nos surpreender. A mãe, na busca do abrigo para seus filhos, desafia a lógica e o perigo. Confia na bondade humana.

A bondade se concretiza, na convivência pacífica, respeitosa, contemplativa. Novos amigos são sinal de graça, são bênçãos acolhidas e cuidadas. Um laço que jamais será esquecido e marcou a todos naquela casa.

Pequenos passarinhos sobrevivendo em uma grande cidade são a fragilidade vencendo o gigante através da doçura. A doçura contamina e transforma, aos poucos, mas é a única forma segura de mudança.

Poderíamos querer melhores preceitos para o Natal?

domingo, 23 de dezembro de 2007

Livrarias

Livrarias já formam lugar de encontro.

Você conhecia o vendedor, que também te conhecia. Ele sabia de suas preferências, fazia ótimas sugestões e podia discutir, ou pelo menos informar criteriosamente, sobre determinada obra ou autor.

Foram outros tempos...

Primeiro foi o surgimento das grandes redes. Muitas se tornam verdadeiros supermercados de livros, com auto-serviço, na linha pegue e pague. Os vendedores passaram a ser conhecidos como atendentes. Vale a discussão sobre o que atendem, ou entendem. :)

Depois foi a Internet, a nos distanciar. Claro que com o atendimento impessoal, o pegar e levar, é mais prático utilizar um sistema mecanizado. De certa forma, é uma atitude mais sincera. Não tenta fingir ser humano. Com o aprimoramento tecnológico então, cada acesso revela um pouco mais do aprendido com nossos hábitos de compra e nos surpreende com suas sugestões.

Em meio às mares digitais, vieram os sites de comparação de preços. Utilizar o Buscapé, ou o Bondfaro, é quase obrigatório. As grandes perdem facilmente para a concorrência. Seus preços sempre estão dilatados, ou melhor, sempre alinhados com as listas das editoras.

Nessa semana, fiz algumas compras de Natal, em uma das grandes, pois havia recebido alguns descontos, fazendo seus preços serem competitivos. Confiança no serviço dos melhores, uma compra na quinta-feira, com entrega no dia seguinte. Triste ilusão. Depois de várias esperas, muito atraso, obtive a informação do tele-atendimento que a entrega seria feita dia 24/12!

Sem alternativas, sem atenção, sem atendimento, só me resta esperar. Triste a nossa situação, sem livrarias, sem os antigos vendedores, fadados a continuar, como um país que conta com menos unidades de livrarias do que Paris. Se é que com as existentes podemos contar...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Matemática

Aprecio a matemática como uma das linguagens mais belas.

Como eu, muitas outras pessoas opinam igualmente. Essa admiração gera controvérsias. Talvez seja bela, pois representa, descreve a natureza e a beleza provêm desta. Por outro lado, é uma criação humana, arquitetada ao longo da história e por isso tão precisa ou bela.

Deixando controvérsias de lado, gosto de encontrar publicações a respeito, para ter um pouco mais de contato, tentar conseguir mais uma lasquinha, até onde minha capacidade e formação permitam, afinal não sou um matemático.

Semanas atrás, comprei a revista ilustrada na imagem ao lado em banca de jornal. Atraiu-me o destaque dado ao assunto 'Matemática', sem até notar o detalhe da autoria, de Ian Stewart. Matemático inglês e escritor de ficção científica tem reunidas na publicação diversas contos de divulgação da matéria, procurando utilizar uma linguagem bem simples para discutir assuntos complexos da área.

O problema está justamente aí: é muito difícil tornar fácil assunto tão complexo. E não se consegue nessa publicação. Apesar da intenção, com historinhas fáceis, acabamos ficando apenas na historinha e conseguindo apenas um contato periférico com a discussão.

Fundamentos de cálculo estrutural, espaços topológicos, computação avançada e tantos outros, trazem um universo de ciência e ficção científica misturados. É difícil até distinguir um do outro. Ficamos na desconfiança.

De qualquer forma, vale a viagem, ao menos pela diversão.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Cartões

Chega o fim de ano e uma preocupação comum chega também: os cartões.

Contudo, engana-se quem pensou em cartões de crédito. Refiro-me a um item bem menos consumista, muito mais próximo do espírito natalino: os cartões de Natal.

Por mais tecnologias que surjam, essa tradição faço questão de manter. Sair para escolher as estampas do ano, o tipo de cartão, comprá-los e levá-los para casa e então passar algum tempo os escrevendo.

Muitas das pessoas mais novas talvez nem façam idéia do que se trata...

Aprendi esse costume desde muito cedo, com meu pai. Ficava o observando, ele a redigir, preparar e escolher cuidadosamente a mensagem para cada pessoa querida. Endereçava-os calmamente, com todo cuidado. Suas mensagens, como poeta que era, tinham sempre o som de uma obra de arte.

Esforço-me para fazer meu melhor, mesmo sabendo estar longe de chegar aos seus pés. Mas mantenho o espírito das mensagens vivo. Envio desejos sinceros, um momento de reflexão, uma partilha do sopro de esperança existente à época.

Escrever para alguém nos faz lembrá-lo. Passar por bons instantes resgatando sua imagem, sua personalidade, para lhe transmitir as emoções natalinas daquele momento. Recebê-los também é um prazer, complementar, de troca, de comunicação.

Duro mesmo é o esforço para escrever a mão, hábito tão pouco exigido nos dias atuais, principalmente para um engenheiro de software.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Coisas

Certas coisas já forma tão divinamente expressas, tão bem descritas que só nos resta transcrever.

É o caso da música abaixo. Ouvi-a na voz de Maria Rita. Sublime...

Sobre Todas as Coisas
Chico Buarque
Composição: Edu Lobo/Chico Buarque de Hollanda

Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus fica até zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus

Ao Nosso Senhor
Pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado - o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado para adorar o Criador

E se o Criador
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor

Não, Nosso Senhor
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno ao Criador

Ou será que Deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus

Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

MySpace

Voltas, muitas voltas, pode dar o mundo!

Desponta no cenário on-line brasuca o MySpace. Rede de relacionamento de sucesso no mercado americano (isso mesmo, nem só de Orkut vive o mundo) aporta finalmente em terras tupiniquins.

Atraído pelo sucesso de outras redes do tipo (olha o Orkut aí gente!), começa a procurar uma forma de desbancar os bem estabelecidos predecessores.

Algumas pessoas possuíam perfis cadastrados nesta rede, mas nada significativo. Em pouco tempo de operação, o MySpace ampliou sua base em 700 mil usuários, em apenas 3 meses.

Contam pontos a favor do site sua personalização diferenciada, bem distinto do estático visual do Orkut e a presença maciça de bandas de música, famosas ou anônimas, consagradas ou promessas. Para incrementar suas vantagens, o site tem promovido shows secretos, em parceria com produtoras, anunciados apenas pela rede.

Os controladores do Orkut estão esnobando o início dessa empreitada, ignorando tantos outros descasos terminados em insucesso, alguns dos quais foram eles próprios os vencedores. O descaso daquelas vezes foi do outro lado.

Crescer pode ter significado ficar do outro lado da brincadeira. Eles não demonstram não ter aprendido com o erro dos outros. Além disso, possivelmente por seu porte, deixam de acompanhar as inovações possíveis no serviço, já realizadas pela concorrência. Estão confiantes na dimensão de sua base consolidada.

O mundo sempre dará voltas, mas as voltas na rede ocorrem em tempos extremamente curtos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Clima

Estocolmo-72, ECO-92, Rio+10, Protocolo de Kioto, COP: são mais de 30 anos de discussão a respeito das mudanças no clima.

Tanto tempo de discussão e tão pouco realizado concretamente! Possivelmente o tamanho do problema e o número de pessoas envolvidas compliquem a adoção de soluções efetivas.

As conseqüências de nossa omissão climática serão tão diversas e complicadas quanto. O meio ambiente nos negará um clima mais favorável, em todos os sentidos.

Entre interesses econômicos e políticos, estamos negligenciando o cuidado a um de nossos bens mais preciosos: nosso planeta. Apesar de toda discussão, há a certeza da inexistência outro igual para habitarmos.

Os volumes financeiros são vultuosos (mais de US$ 200bi até 2030) e a grande briga fica para definir os responsáveis. Briga continental por meros 2 graus centígrados, mas que devem ser o limite máximo de aumento global.

Seria fácil enxergar o óbvio, a falta do equilíbrio termodinâmico de nossa casa natural. Assim como uma série de comportamentos (por exemplo, tabagismo, hábitos alimentares inadequados, negligência social) efeitos de longo prazo não sensibilizam as pessoas. É necessário o pior acontecer para despertar o gigante de seu sono pueril.

O mundo está míope, necessita de algo ou alguém para lhe curar a visão. As décadas passaram, o planeta pede socorro com seus verões intensos, tempestades catastróficas, a acidez de nossa atmosfera.

Ao menos o tempo trouxe melhora aos ouvidos. Mesmo os menores têm voz na última reunião, a COP do clima. Além disso, o maior de todos teve de recuar frente à pressão de todos os outros do grupo, apesar de ainda valer uma análise mais significativa deste fato.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Novo

Vivenciamos cotidianamente a 'crise do novo'. Explico-me...

Em uma conversa descompromissada, ou até mesmo em alguma situação profissional, todo mundo deseja saber as últimas novidades. Mais do que desejar, todo mundo categoricamente afirma saber.

Estar por fora de qualquer assunto é um pecado mortal. Os assuntos todos são tratados na ordem do dia, em grande parte instantaneamente, graças a Internet. Muitos deles são tão importantes que horas depois já nem são lembrados.

É nítida a reação de alguns, em uma roda de amigos, procurando demonstrar conhecimento mesmo não o tendo. Sonhos testemunhas de um verdadeiro culto a novidade. Por que ocorre essa atração, essa necessidade?

Pior quando, em algumas situações, saímos da esfera do 'saber ou não saber' para uma esfera menos polida do 'meu é melhor'. E as conversas vão ocorrendo, como uma grande competição de quem sabe mais, antes e melhor! Um esforço completamente infrutífero...

Percebo a tendência até na audiência deste blog. Se eu ficar uns poucos dias sem postar, o número de acessos diminui significativamente. Quanto mais tempo levar a pausa, mais tempo se leva para os acessos retornarem. Inexistem novidades? Ah, então não me interesso.

Podemos concluir que não mudamos muito desde a adolescência, um pouco imaturos, contenciosos, bastante acelerados por um mundo tecnológico, cheio de lançamentos e ineditismos.

A bem da verdade, em se tratando de imaturidade humana, não há nada de novo.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Advento

Terceiro domingo do advento, tempo de esperar, muito além da simples espera, do aguardo, muito mais tempo de esperança!

O ser humano é um eterno esperançoso, afinal sem esperança restará o quê?

A esperança é peça fundamental em nossa história. Por mais problemas, por mais dificuldades surgidas em nosso caminho continuamos a acreditar.

Nossa fé, principalmente em nós mesmos, alimenta as grandes mudanças. Acreditar em nós, com conjunta extrapolação ao outro, leva conseqüentemente a confiança no todo. As guerras passam, as crises terminam, as catástrofes são superadas, só o brio humano nunca é vencido.

Acreditar no grupo nos fortalece, faz de nossa pequenez um tijolinho na grandiosidade de nossa humanidade. Alguns até apostam em um componente evolutivo para tanto. Tantas ilustres e anônimas pessoas contribuíram, e continuarão contribuindo, na construção de nossa história, de nossa obra com inspiração divina.

Biológico, evolutivo, genético, tanto faz, o espírito da bondade humana prevalece, resistente, adaptável e presente.

E assim seguimos, anualmente, lembrando e marcando nossa esperança, no que há de vir, para o bem ou para nem tanto, mas sempre buscando o melhor!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Feira

Descendo de uma família de feirantes. Avós e tio passaram uma vida inteira atrás da banca, em meio a frutas.

De tempos em tempos, dou uma passada por uma feira livre e relembro os aromas da infância, das visitas ao meu tio, em sua labuta diária.

Desconheço a realidade das feiras em outros estados, mas em São Paulo, na cidade de São Paulo, são um evento de sons e cores, iniciado com pastel e caldo de cana.

A variedade de frutas e legumes maravilha todo estrangeiro levado a conhecê-la.

São várias as provas pelo caminho, para conhecer a qualidade do produto, sempre em generosas porções, oferecidas generosamente. Além das 'amostras grátis', a preferência é ganha no grito: "Moça bonita não paga!... mas não leva." :)

O perfume de frutas maduras, de vegetais frescos é inebriante. Muitas vezes este encanto é quebrado na chegada à seção de pescados. Porém esquecendo o cheiro, o visual de tantos peixes, dispostos sobre gelo, é bonito de se ver.

Muitos descendentes de feirantes não deram continuidade ao negócio. Em verdade, a impressão é de que a maioria não o faz. Vemos muitos senhores, cabelo branco, feição cansada, ainda no comando das bancas. Seus filhos foram estudar e buscar desafios mais modernos.

Mas a feira sobrevive, simples, singela, levando à nossas sacolas os sabores da natureza fresca e perene.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Amigos

Sucesso editorial, o livro "Mais Platão, menos Prozac" propõe a adoção de mais filosofia em nossas vidas para solucionar nossos dramas existenciais.

Eu proponho uma solução diferente: mais amigos, menos Prozac!

A peça faltante na vida de muitas pessoas á a amizade. Platão pode nos ajudar na reflexão, mas certamente esta nos levará à necessidade da relação humana.

Há algo melhor do que o abraço do amigo? Jogar conversa fora, contar piadas, fazer piadas entre si, dançar juntos ou, até mesmo, chorar juntos! Todos são passos da criação de laços indissolúveis e eternos.

Por mais chavão, ou papo de miss, que possa parecer, Saint-Exupéry sintetizou divinamente a beleza e a dificuldade da construção da amizade: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Cativar nos torna cativos, mas cativos em êxtase. A vivência da amizade é experiência marcante e extática, gruda na alma, marca o ser! Cultivar uma amizade pode nos proporcionar tudo, menos a estática frente à vida.
Para o amigo não há fronteiras, não há barreiras ou preconceitos. Diferenças culturais, familiares ou econômicos são insignificantes. O impossível se possibilita na união.

O laço humano traz a energia vital e a produz concomitamente. Esta energia queima em nossas veias e não há pessoa no mundo capaz de negá-la. É chama legítima dos mais sincero e divino amor.

Partilhar sabores e dissabores, alegrias e dores, nos torna mais fortes em nossa caminhada. Faz-nos satisfeitos e gratos pelo dom da existência de outrem. O encontro de almas distintas unidades em fraternidade é misteriosa e fruto de nossa natureza.

O abraço amigo um dia será solução universal para todos os povos.

Meus caros amigos, obrigado por sua amizade!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Aniversário

Celebro a vida todos os dias e como poderia ser diferente?

A vida é um dom sem igual, graça divina e presente que devemos zelar. Entre alegrias e tristezas, todos nossos respiros movimentam a energia do universo.

Os personagens de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Caroll, tinham um jeito especial de celebrar cotidianamente. Em sua sábia loucura festejavam o desaniversário. Diziam: todo mundo tem 1 aniversário e 364 desaniversários por ano.

Mas nada como um dia especial, para uma celebração específica. Dia de ver os amigos, abraçá-los, receber felicitações, ser lembrado particularmente. Um dia para reflexão, comemoração e aceitação. Como gosta de dizer minha esposa, um dia para começar um novo ano. Seu próprio ano novo!

Em algumas épocas da vida, ansiamos por completar mais alguns anos e atingir a maioridade. Em outras, já não faz tanta diferença quantos anos se passaram, o bom é saber o quanto de bom já se passou e sonhar com o outro tanto que virá.

Colhemos muitas flores durante nossa caminhada, algumas com espinhos, que aprendemos a lidar. Toda nova flor colhida, no jardim da vida, embeleza um pouco mais nosso vaso florido da experiência. Espero no final da minha caminhada ter um vaso repleto de flores, dos mais variados tipos, mas isso ainda vai demorar bastante, bastante mesmo...

Atualmente apenas aprecio meu vaso, cada vez mais colorido e perfumado, com a contribuição de todos a quem amo.

Que a colheita sempre seja farta!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

TV Digital

Vale ressaltar que no assunto TV Digital, maciçamente anunciado nos últimos tempos, há dois conceitos envolvidos.

O primeiro deles é a transmissão digital do sinal de TV. Diferentemente do sistema analógico, a tecnologia permitirá melhor aproveitamento da banda disponível e qualidade superior de sinal. Além disso, possibilitará recursos de interatividade, com o envio de informações do aparelho para a emissora do sinal.

Estes são benefícios comuns em recursos digitalizados, pois a lógica binária envolvida possibilita a utilização de mecanismos de controle eficientes, que facilmente verificam e corrigem ruídos e imperfeições na informação.

O segundo conceito envolvido é a transmissão de imagens de alta qualidade, possíveis de visualização apenas em aparelhos HDTV. Essa capacidade é conseqüência da transmissão digital, sem a qual seria impraticável.

As transmissões com essa característica possuem maior quantidade de pontos de definição e melhor qualidade de áudio. Mais definição e qualidade implicam em maior quantidade de informação, portanto sendo necessário maior quantidade de banda. Se não se pode aumentá-la, se deve utilizá-la melhor, por exemplo.

Resumindo um pouco a questão, a utilização de decodificadores para captar o sinal digital não implica em melhor qualidade de imagem. Aparelhos HDTV não necessariamente recebem o sinal digital, pois podem ser utilizados com players de HD DVD.

Com o mercado em ebulição, e com o entendimento de alguns pontos a respeito do burburinho, talvez seja melhor aguardar para embarcar na onda dos decodificadores digitais.

Possivelmente eles ficarão mais baratos e os atuais ainda não possuem capacidade de interatividade.

Fique ligado! Seja você digital ou analógico.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Carros-robôs

"Quem brinca com fogo acaba por se queimar". Às vezes brincar com o fogo é irresistível!

A previsão do filme "Exterminador do Futuro", sobre a revolta das máquinas em 1997, já foi invalidada. Mas continuamos tentando, ou elas continuam...

Em Victorville, Califórnia, ocorreu no mês passado uma corrida de carros-robôs, sem motorista. Promovida pela DARPA, pretende estimular os desenvolvimento de tecnologias automotivas robóticas para os mais diversos fins, inclusive militares.

Apesar do avanço na inteligência artificial e das condições especialíssimas da competição, apenas 6 carros, de 11 participantes, terminaram o percurso. Isso demonstra o quanto estamos longe de conseguir construir o Skynet. Notem, no entanto, que alguns terminaram...

Algumas avaliações dão como necessário não menos do que uns 80 anos para a evolução da inteligência das máquinas aproximá-la da nossa capacidade. Se pensarmos bem, esse período não é tão longo assim.

Poderemos usufruir de grandes benefícios com tecnologias desse tipo, para mudar nossa vida, transformá-la. Devemos ficar atentos! Gradativamente as três leis da robótica, criadas por Isaac Asimov, deixarão de ser ficção.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ameaça

A omissão do governo em diversas áreas de políticas públicas já é inadmissível. Sua tentativa de interferir contrariamente em movimentos sociais, destinados a atender os esquecidos, nos provoca espanto, no mínimo.

Ocorre na cidade de São Paulo, através de diversos pronunciamentos de representantes da prefeitura, movimento contra diversas ações sociais, com motivações obscuras.

Os marginalizados, os mais pobres, os esquecidos da nossa sociedade, raramente merecem atenção do poder público. As justificativas são falta de verbas, problemas demais, definição de prioridades.

Fica a cargo da sociedade organizada buscar soluções. Dois exemplos de soluções são a Comunidade São Martinho de Lima e a Toca de Assis. A primeira acolhe moradores de rua, para comida, orientação, documentos e saúde. A segunda acolhe os mais pobres para abrigo e cuidados médicos.

Em ambos os casos, são soluções emergenciais a procura de atender os mais fracos e negligenciados. Porém, diversos setores do governo municipal têm os tratado como ameaças! Basta conhecê-los para dirimir quaisquer dúvidas relativas à sua ação.

Quantos e quantas reclamam de cuidar de parentes, de trocar suas fraldas de idosos ou velá-los à noite? Os jovens vocacionados da Toca de Assis cuidam de desconhecidos, abandonados, com mais problemas e dificuldades, com muito carinho e amor. Além disso, realizam vigília permanente ao Santíssimo Sacramento. É realmente uma ameaça, não?

Na Comunidade São Martinho de Lima, há 18 anos, diariamente de 500 a 600 pessoas recebem alimentação, orientação e acolhida. Já receberam até auxílio de organizações italianas para implantação de uma panificadora, que atualmente propicia formação e renda para os da comunidade. Uma enorme ameaça também, não?

Observar esses movimentos só nos faz ver como somos pequenos, como existem pessoas muito maiores no amor a humanidade e capazes de fazer muito mais. É uma pena que nossos governantes se julguem maiores e tenham poder para ameaçar tais iniciativas.

Temos de nos mobilizar para proteger as boas ações existentes, ainda que não sejam as melhores soluções. Ninguém deseja pessoas vivendo nas ruas, mas para as que existem ao menos é uma solução paliativa para humanizá-las.

Na avaliação da resistência de uma ponte não é determinante a capacidade de sustentação do pilar mais forte, mas do mais frágil.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Concepção

Descobrimos os mistérios da concepção há muito tempo.

Ao menos biologicamente, identificamos os papéis de cada componente. Deixamos de ver o surgimento de um novo ser como algo sobrenatural, há pelo menos uns 5.000 anos.

Por outro lado, a concepção metafísica, espiritual, é mais incompreendida...

Vivenciar esse processo nos agracia com algumas pistas de onde está a gênese. Em que momento começa? Quais os fatores necessários?

O primeiro passo, e imprescindível, é mudança de foco. Uma grande mudança de visão ocorre ao deixarmos de nos ver e passarmos a ver alguém.

É necessário se disponibilizar, estar aberto para outrem, preocupado por outrem. Não realizamos algo para nós, egocêntrico, mas transcendental, além das fronteiras de nossos desejos.

Concretizar a entrega exige serenidade, tranqüilidade de espírito para receber o dom da vida. Vida entregue aos seus cuidados, mas não de sua propriedade. É uma concessão da natureza para nosso zelo!

Passamos a doar, aprendemos a nos doar e então mudar nossos objetivos.

O grande combustível desse processo de criação é o eterno amor. Amor entre pessoas, entre cônjuges, entre pais e futuros filhos. Amor incondicional, imparcial e sem fronteiras.

O embrião dessa concepção amadurece e culmina em um embrião com células, ou um embrião do coração, ambos adotados por pais apaixonados pela vida! E estaremos apenas no começo de um lindo caminho de felicidade.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Biônico

Nossos corpos são maravilhas da natureza, mas ainda assim são frágeis, se desgastam e são difíceis de recuperar.

Uma pequena parte nos faz uma falta enorme. A perda de um simples (como se pudesse sê-lo) dedo pode prejudicar seriamente a capacitação de uma pessoa. Alguém já refletiu a precisão e delicadeza do corriqueiro ato de segurar uma maçã?

Se levarmos em conta membros, ou órgãos, completos e complexos, sua perda compromete a própria vida. A natureza também se esqueceu de nos dar o dom das lagartixas ou estrelas do mar, para podermos nos regenerar quando necessário.

A ficção já sonhou muito com a construção de 'peças sobressalentes' para nossa máquina de carbono. O único porém é o ritmo da evolução de nossa ciência ser muito menor do que o ritmo da criatividade de escritores e artistas. Mas ela evolui...

Ao apresentar seu produto revolucionário, uma mão biônica, a empresa Touch Bionics acende alguma luz ao final do longo túnel da pesquisa em reabilitação.

Próteses dessa natureza tinham uma função muito mais estética do que funcional. Seu i-Limb system entrega muito mais do que beleza... Além dos inúmeros movimentos possíveis com a prótese, ela ainda desfruta de inúmeros sistemas inteligentes para adaptação ao usuário. Uma estupenda revolução tecnológica!

É um pequeno passo, mas na melhor direção possível. Esperamos ser um bom empurrão para acelerar esta e outras áreas de recuperação das pessoas. Mesmo ficando um tanto quanto eletrônicos, a luta e persistência pela sobrevivência digna enriquece nossa natureza humana.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Tráfego

Experimentar um único dia de congestionamento, em horário de pico, na cidade de São Paulo, é um árduo teste à sanidade de qualquer pessoa.

Meu dia de teste ocorreu ontem...

Estou acostumado ao transporte público paulistano, com todo seu aperto, mas andando. Sempre morei próximo a uma estação do Metrô e o utilizo desde muito cedo.

Em alguns raros dias preciso utilizar o carro, principalmente quando há necessidade de transportar algo pesado, ou ter de visitar diversos lugares distantes, após o horário de trabalho.

Pode ter sido apenas efeito da chuva, mas fico com a impressão de ser sempre um verdadeiro caos nas ruas congestionadas da cidade. Uma multidão de veículos, num espaço infinitamente menor que o necessário, com uma legião de pilotos estressados e sem educação.

Impressiona mais ainda a passividade das pessoas. O grande tráfego em metrópoles é lugar comum. Como suportar horas a fio para percorrer poucos quilômetros? Em alguns trechos levei 20 minutos para não andar 20 metros!

É bom nem pensar na ocorrência de alguma emergência. Certamente nem uma enorme bateria de sirenes conseguiria abrir espaço em meio a esse mar colossal de metal. Mar sem ondas, sem correntezas, sem vida.

Onde esta situação irá parar? Parará com certeza e como as pessoas continuarão?

Assim trafegam e se acostumam, a cada dia, com uma velocidade menor, apesar de estarem a mil por hora na cabeça. O tempo aumentará tanto que ficarão imóveis, eternamente esperando o próximo semáforo abrir, num triste e imóvel fim...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Peso

Desconfio da visão termodinâmica de nosso organismo desde muito tempo atrás.

Tal equação, onde calorias que entram, menos calorias que saem, produzem um saldo resultante em peso, destoa do observado em nosso cotidiano.

Antes dessa relação, vale a Lei de Lavoisier, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Como poderia um tigela de açaí, de 200gr, produzir mais aumento do que sua massa? Por um período, comi uma tigela diariamente, à noite, e meu peso não aumentou um grama.

Outra constatação notória é a existência de pessoas carentes, sem uma alimentação razoável, nutricionalmente empobrecida, porém obesas.

Parte dessa lógica de calorias a associação de perda de peso com a atividade física. Só que atividade aumentada gera necessidade de um consumo maior, e ficamos novamente no impasse da contabilidade de calorias. Acabamos supondo influências genéticas, comportamentais, etc.

Um boa explicação foi publicada nesta semana, em diversas revistas (Época, Galileu). O fato é que o assunto é controverso, não existe constatação científica da relação entre exercício físico e perda de peso. É difícil até determinar a origem dessa idéia...

Sua origem é aproximadamente das décadas 60 e 70, a partir de alguns estudos, causadores de impacto na época, mas contestados e inconclusivos até hoje. Um das poucas certezas é a influência da produção de insulina com o acúmulo de gordura. Dessa forma, insulina controlada implica em maior controle de gordura ou sobrepeso.

É mais importante a educação alimentar, a homeostase proporcionada pelo bom comportamento nas refeições e sua periodicidade.

Controvérsias à parte, o exercício físico tem uma série de outros benefícios, cardiovasculares e aeróbicos, por exemplo. Não devemos esquecê-los, ou negligenciá-los, mas adotá-los com serenidade.

Pelo bem-estar e disposição, vamos malhar!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Beowulf

Humanos do mundo, de carne e osso, uni-vos! Ao menos os avessos à tecnologia.

Um dos maiores temores dos 'anti-tecnologia' toma forma e mercado, e é aprimorado constantemente: a utilização de atores digitais em filmes.

Há muito se discute a questão, mas a questão final é a inevitável ocorrência de experiências mais reais e constantes. Final Fantasy foi um dos primeiros a mostrar as garras do monstro do cinema digital, lá em 2001!

A semana passada foi lançado Beowulf, uma nova empreitada na área, com o envolvimento de grandes nomes de Holywood e grande sucesso em seu lançamento no cinema americano.

Apesar de todos os recursos tecnológicos disponíveis, diversos componentes do sucesso são tradicionais e receberam apenas a máscara do mundo dos bits.

A começar pelo enredo, baseado em obra homônima. Mesmo um filme tecnológico tem como pano de fundo um poema épico, escrito em inglês antigo com o emprego de aliteração. Estamos bem longe de possuir computadores capazes de criarem sozinhos tais elementos.

Em segundo lugar, todas as expressões das personagens são obtidas através da técnica de captura de movimentos (motion capture), tornando indispensável a função de atores reais nesse trabalho. Também ainda não desenvolvemos computadores com sentimentos e expressões...

Eis um alento aos nossos caros irmãos anti-tecnológicos: o principal fator ainda é o humano, mesmo na produção de maravilhas digitais. Podemos prescindir das máquinas, mas não podemos prescindir do bom e velho homo sapiens.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Cuidado

Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, já preconizavam nossas avós.

A democracia é sustentada em pilares muito bem definidos, oriundos dos direitos das partes, mas possuir direitos implica em deveres e respeito a certos preceitos.

Representatividade é um dos pilares. Para nosso desalento, esse é um pilar abalado na sociedade brasileira. Os mandos e desmandos, motivados por interesses pessoais e políticos, sobrepuseram os interesses da população e o resultado é descrédito!

O descuido é tanto, com esse bem de toda população, que passa a vigorar como normal, como por exemplo, na negociação de cargos por motivação escusa, ao invés de objetivar a capacitação do pretendente e o benefício resultante a comunidade.

Preocupa muitas pessoas a atual postura da impressa brasileira. Como guardiã da liberdade de expressão e o direito a informação, muitos de seus representantes têm demonstrado falta de cuidado na hora de exercê-los. Direitos trazem deveres e, nesse caso, um dos princípios é a ética na lida com a notícia.

A ética nem sempre está pautando a discussão... Versões parciais, divulgação de informações sigilosas, opiniões tendenciosas disfarçadas e uma grande lista de que a situação vai mal. Quais os limites para se obter uma notícia? Qual o preço da informação bem colocada?

Precisamos cuidar e cobrar o cuidado com nossos bens preciosos, conquistados com muita luta, por muitos brasileiros, em um passado recente. A imprensa não pode cair no descrédito, controlado pelo interesse de alguns poucos.

Àqueles preocupados com esse pilar, vale a lembrança do que ocorre com a pilar da política...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Terra

Com tantas notícias sobre degradação ambiental, a perspectiva é de falta de qualquer boa perspectiva. Um planeta com natureza sem futuro.

Felizmente, nossas impressões nem sempre estão certas!

Em reportagem de ontem, do programa Globo Rural, tive a oportunidade de conhecer um pouco sobre o Instituto Terra.

Idealizado e fundado por Sebastião Salgado e sua esposa, eles transformaram a área de uma fazenda familiar herdada, em uma reserva particular do patrimônio natural.

Ao longo de menos de 10 anos, conseguiram transformar uma região de cerca de 700 ha, criada para utilização como pasto na criação pecuária, em um belo pedaço de mata atlântica. É impressionante imaginar que, em tão pouco tempo, é possível dar vida novamente a um local degradado.

O empreendimento gerou, dentre outros frutos, conhecimento técnico para o reflorestamento. Hoje esse conhecimento é um dos produtos do instituto, repassado a quem de interesse.

Com a volta da vegetação, os animais também voltaram: pássaros, jaguatiricas, tamanduás, cobras. Ao se dar uma chance a vida, ela surge com raízes fortes e viçosas, como ocorre com a semente resistente para levar em seu interior o gatilho da existência.

Tocar um projeto desse porte, lá e em muitos lugares do Brasil, tem custos consideráveis (em torno de R$ 7.000,00/ha). Talvez seja a nossa parte contribuir para tanto. Toda natureza vale a pena!

Domingo que vem a reportagem continua. Uma conferida no programa pode ajudar a entender os problemas e as soluções. Pode também nos demover, em prol dessa nobre causa.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Luz

Iluminados podemos seguir nosso caminho com segurança.

Antes de o homem controlar o fogo, estava sujeito à natureza. Muito mais do que proteger e aquecer, o fogo trouxe a possibilidade de iluminar quando fosse necessário.

A visão é um sentido intenso de informação. Com a luz os objetos tomam forma, suas cores revelam características e estados. Através das imagens expressamos pensamentos e sentimentos.

Registramos a luz em nossa arte. Fotografia, pintura, cinema, escultura: pedaços de luz imortalizados, concretizados.

Nosso espírito também carece de iluminação, para discernir, caminhar. É iluminado pelo conhecimento, pela reflexão e pela fé.

Um espírito iluminado ganha a paz. O carente de luz pode ganhar também... Basta o desejo e a contribuição de outro. Inexistente a impossibilidade de permanecer na escuridão.

"Ó luz do senhor
que vem sobre a terra,
inunda meu ser
permanece em mim"

sábado, 1 de dezembro de 2007

Bicentenário

Andrew, o robô do conto "O Homem Bicentário", de Isaac Asimov, é naturalmente humano tanto quanto sua artificialidade permite.

Bem diferente do filme baseado no conto, o texto criado por Asimov traz visões mais profundas da possível evolução dos filhos da nova era.

Essencial é independência da personagem do elemento humano. Independência para agir, para seguir seu destino e evoluir.

Sua humanidade se revela primeiramente no desejo de entender o gênero humano. Curiosidade movida pela intrigar das idiossincrasias de nossas almas conflitantes.

Em sua busca, desenvolve habilidades inimagináveis para uma máquina. Acaso será apenas o acaso? Ou haverá raízes mais profundas em sua genética, oriundas de seu progenitor?

Na busca de sua liberdade, e na eminência do fracasso em alcançá-la, cunhou a pérola de seu pensamento humanóide: "A liberdade não tem preço, patrão. Só a mera possibilidade de obtê-la já vale a pena.".

Ao término, termina sua vida para se equiparar a nós. Abdica de sua possível eternidade em troca de nossa mais completa finitude. A realização de um desejo, o respeito ao sentimento mais nobre, vale mais que a própria vida. Nada mais humano!

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sebo

Sebo é uma palavra a me intrigar faz muito tempo.

Por que motivo escolheram tal nome para a loja de livros usados? Sua denominação remete a sujeira, ou falta de cuidado.

Podemos imaginar muitos motivos para visitarmos um sebo. O mais mesquinho é a procura de livros mais baratos, algo muito valioso nos mirrados tempos de faculdade.

A grande atração é o garimpo, deixar-se levar por um safári numa selva de livros antigos, ou apenas usados. Encontrar raridades, fora de edição, publicações esquecidas, conhecimento dormente.

Os mais interessantes são os grafados, apesar de desvalorizados no mercado. Levar um deles nos faz ganhar, além da obra de um autor, a leitura de um outro leitor, a atenção de seu olhar.

Seu nome é originário de Portugal. Na Universidade de Coimbra, estudantes compilavam anotações dos pontos das matérias em estudos, as sebentas, depois trocadas ou vendidas entre acadêmicos e interessados.

Na caça de "prêmios conhecidos", essas livrarias nunca tiveram uma organização primorosa. O encontrar o título desejado necessitava da mesma aventura do caminho a esmo.

Em São Paulo, há muitos sebos tradicionais, vastos em seu acervo e muito receptivos, como o Sebo Brandão. Mesmo ele também não possuía um meio de pesquisa ao acervo. Alguns poucos começaram iniciativas de criação de um sistema de catálogo.

Com a Internet, alguns aproveitaram para aumentar seu alcance, como a Traça Virtual, situada no Rio Grande do Sul. Em seu site, há diversas formas de pesquisa e muita informação sobre cada exemplar, como seu estado de conservação.

A melhor opção dos últimos tempos é o site Estante Virtual. De uma iniciativa de estudantes, surgiu um local para concentrar a informação de centenas de sebos espalhados pelo Brasil e intermediar as negociações. Em pouco tempo, o número de pessoas e empresas presentes cresceu rapidamente.

O usuário cadastrado, além de comprar, pode oferecer até 100 livros seus para venda. Um verdadeiro facilitador do mercado livreiro. Nada melhor do que negociar conhecimento!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Contrariar

Nem o Diabo escapa do sarcasmo brasileiro. Diga-se de passagem, um sarcasmo bem elaborado e revelador de algumas facetas humanas.

Machado de Assis escreveu o conto "A Igreja do Diabo". Na história, o Diabo resolve fundar uma igreja, cansado de seu papel secundário no plano divino.

Matreiramente, institui toda sua estrutura, dogmas, templo, fiéis e consegue, com sucesso, dar início ao seu empreendimento.

Obteve a conivência de Deus e pode fazer as mais diversas reformas imaginadas, para que todo projeto ocorresse de acordo com seus desejos.

Passado algum tempo, começou a perceber divergências internas, certos desvios de conduta de seus seguidores. "... Certos glutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias;.. ".

Mais do que a jocosa visão do mal, Machado de Assis pintou uma jocosa visão da maldade humana, da tendência de agir contra a convenção, de contrariar, de burlar. O errado instiga a índole humana!
Por qual motivo há essa herança incutida em nossos genes? Quase podemos acreditar ser uma herança do pecado original... Mais ainda, a sabedoria machadiana nos mostra que nem o Diabo pode com o 'Diabo'.

Nossa sorte é o espírito humano ser maior e poder contrariar a própria contrariedade!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Kindle

Livros têm características insuperáveis.

Refiro-me a livros de papel, ferramentas tecnológicas existentes há milhares de anos, sem grandes alterações em sua concepção básica.

As tintas são melhores, o papel mais refinado, sua durabilidade é maior, são resistentes a pragas, mas continuam sendo palavras impressas em um meio físico, fáceis de transportar (na grande maioria) e relativamente acessíveis a quase todo cidadão.

Conta ainda o lado poético do mundo bibliográfico. O cheiro das páginas é diferente para cada um deles. Folhear tem seu ritmo em cada caso, possuem um tato particular. Sua imagem, sua capa, se associam a memórias e sentimentos.

Porém, para mim é inevitável ressaltar minha veia tecnológica. Prefiro documentos digitalizados a arquivos em papel. Faço anotação em documentos digitais. Desenvolvo profissionalmente objetos digitais.

Do ponto de vista de ocupação espacial, preservação e segurança, o mundo digital tem seus atributos insuperáveis. Há muito tempo aguardo uma boa alternativa ao livro tradicional. Jamais para substituí-lo, mas para ocupar as lacunas ou aprimorar o armazenamento e acesso de informações textuais.

A Amazon lançou recentemente um bom candidato: o Amazon Kindle. Com possibilidades de transporte, adequação visual e conexão a lojas digitais, ele possui uma série de inovações e tecnologias recentíssimas.

Fica a dever na questão do preço e das discussões quanto a direitos autorais. Muito mudará e o futuro é extremamente incerto. Tantos outros já tentaram, mas a maior livraria digital do mundo tem grande chances de acertar a mão...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Herança

Certa vez, eu ouvi uma bela metáfora sobre os ensinamentos paternos.

Ela dizia que nossos pais colocam uma série de valores em nossa mochila, durante a infância. Uma vez adultos, escolhemos os itens para continuarmos a carregar, fazemos nossa seleção.

O tema do filme Um Bom Ano, com Russell Crowe, gira em torno do legado passado por nossos "mais velhos".

Russell Crowe interpreta um inglês, criado por um tio radicado na França. Na infância vive e ganha momentos para sua "mochila". Na vida adulta, apresenta aqueles valores escolhidos por ele.

Sua escolha são os possíveis afastamentos de seu tio, mas tudo muda quando ocorre seu falecimento. Para resolver as burocracias da herança, o sobrinho volta à França e é obrigado a se defrontar com todos os itens de sua antiga "mochila".

Adicione à história um enredo pautado pelo vinho local e do terroir de seu tio. Além disso, a convivência de ingleses e franceses, povos de conhecida divergência cultural, mais alguma personagem americana, para mexer o caldo de vez.

Uma poesia filmográfica sobre a construção de nosso arcabouço moral, transmitido pela família e os mais próximos. A crise do crescimento e o enfrentamento do mundo externo. Diversão e emoção garantida!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Pão Integral

Após uma série de pedidos, para passar a receita de pão integral que faço, resolvi postá-la no blog, para facilitar o acesso e permitir o conhecimento da receita por mais pessoas.

Pois é, para os desavisados, este analista de sistemas que vos escreve, metido a blogueiro, envereda semanalmente na arte da panificação. Talvez seja o sangue luso correndo em minhas veias! :)

Pão Integral Caseiro

Ingredientes

. 450 gr de farinha de trigo integral
. 300 gr de farinha de trigo branca
. 30 gr de fermento biológico
. 450 ml de água
. 1 colher de sopa de sal
. 1/2 xícara de café de linhaça
. 2 colheres de sopa de óleo

Preparo

Misturar em uma vasilha as farinhas e a linhaça. Aqueça a água até ficar morna. Não pode ser muito quente! Separe uma xícara de chá da água e dissolva o fermento nela.

Abra um espaço no meio dos ingredientes secos e despeje o fermento dissolvido. Comece a misturar com um garfo e adicione o resto da água, aos poucos, para integrar todos os ingredientes.
Faça o mesmo com o óleo, em seguida.Quando ganhar consistência, comece a manipular com a mão para retirar da vasilha.

Coloque em uma superfície lisa levemente enfarinhada (mesa, pia, etc.). Adicione o sal na massa. Sove-a por cerca de 10 minutos.Se necessário, pode ser adicionada um pouco mais de farinha branca, até não grudar muito na mão. Cuidado com a farinha a mais, pois a massa deve ser ligeiramente pegajosa. O bom pão não tem sua massa extremamente seca, deve ter bastante umidade.

Faça uma bola com a massa e deixe descansar, por cerca de 15 minutos, ou até dobrar de volume. Abra a massa novamente e dobre-a em seguida, repetidas vezes, para arejar a massa. Por fim, abra-a com um rolo e enrole-a como um rocambole.

Coloque-a numa forma grande de pão e deixe descansar. Ela deve preencher a forma e passar de sua borda. Dependendo do tempo levará de 40 min. a 1,5 hr. Também pode ser feito o ‘teste da bolinha’. Em seguida, pré-aqueça o forno por 10 minutos, na temperatura máxima. Com uma faca de fio, faça um corte superficial e longitudinal em cima da massa.
Leve-a ao forno e altere a temperatura para médio (cerca de 230 oC). Asse por cerca de 45 min. Uma forma de saber se já está assado é puxar a forma e bater embaixo. Se o som for oco está assado. Retire do forno e da forma imediatamente. Deixe esfriar sobre uma grelha, coberto por um pano.

Dicas

Depois de dominado o processo básico, ou seja, acertado algumas vezes, algumas alterações podem ser feitas, de acordo com o gosto do freguês. :) Por exemplo, pode ser substituída 150 gr de farinha de trigo integral por 150 gr de fibra forte (encontrada em lojas de produtos integrais). A fibra forte deixará a massa mais granulada.

Outro alteração é adicionar uma xícara de chá de aveia em flocos grandes à massa. A aveia deixa alguns pedacinhos meio ‘crocantes’ no pão. A massa também pode ser dividida em pãezinhos menores, alterando-se então o tempo de forno (menos tempo) e assando-os sobre um grelha.

domingo, 25 de novembro de 2007

Injúria

Notável é a dificuldade de nossa sociedade em aprender com os próprios erros.

Não faz muito tempo, há alguns poucos anos, todos devem lembrar do caso da escola infantil, injustamente acusada de abuso contra os alunos.

Rapidamente noticiado o problema, em pouco tempo estava a escola falida e seus proprietários ameaçados de diversas formas. Ao final, para quem pode se informar, tudo não passava de pueril fantasia.

O desejo pelo grande furo jornalístico, associado aos direitos de informação e "de expressão", destruiu a vida e a reputação dos donos da escola, sem jamais poderem ser justiçados.

Atualmente, há pouco mais de um mês, observamos o caso do padre Júlio Lancellotti. Envolvido em um caso, vítima de extorsão, viu sua imagem e sua história estampada em diversos meios de comunicação, em meio a uma confusa apresentação de "fatos".

Com a justificativa da imparcialidade, as pessoas contrapuseram, em peso de igualdade, a palavra de um ex-interno, com diversas acusações na justiça, frente a de um padre, defensor de causas humanitárias e dos mais pobres. A imparcialidade eliminou o histórico das pessoas. A palavra deixou te ter valor algum.

É certo que muitas pessoas divergem de posições sócio-políticas do padre Júlio. Vivemos numa democracia, sendo normal a defesa de pontos de vista contrapostos. Inadmissível é utilizar um caso obscuro para denegrir a imagem de um adversário.

Precisamos urgentemente de um rei sábio, tal qual o rei Salomão. Nós necessitamos da racionalidade inspirada e sensata. No episódio em questão, qualquer pessoa tem certeza que o padre Júlio capitularia em favor da criança.

Por enquanto a notícia está esquecida, deixou de ser interessante sua destacada publicação. O tempo, sem dúvida, confirmará a verdade e espero o noticiar pelos mesmos meios de comunicação, em respeito aos verdadeiros direitos de informação e de expressão.

sábado, 24 de novembro de 2007

Pontualidade

Um alerta atrasado não chega a ser um alerta. Não cumpre sua função.

Recebi uma prestativa correspondência da empresa de TV a cabo me avisando de possíveis interrupções esporádicas de seu serviço, em determinado período de dias.

O único e pequeno detalhe foi o aviso chegar no último dia do período, o qual só recebi à noite, na volta do trabalho.

A nossa história com os prestadores de serviços não anda bem ultimamente. Deixaram de ser raros os casos de mau atendimento, descaso de atendentes, problemas no fornecimento do serviço e "mau" entendimento das condições contratadas.

Eles se limitam a dar uma solução, muitas vezes paliativa, que cumpram os protocolos obrigatórios legalmente. Em grande parte, somos vítimas da falta de opção em serviços de telefonia, Internet banda larga ou TV paga.

Receber uma correspondência atrasada, nessas condições, com a intenção de mostra de competente atenção, seria cômico se não fosse trágico. Nem quando pretendem acertar conseguem!

Isso sem levar em conta que a assinatura também se refere à Internet banda larga.

Desconheceram a função do e-mail? Não sabem onde deixaram meu cadastro, onde constam pelo menos 3 números de telefone? Se um simples contato é tão desastrado, o que esperar das demais prestações de serviço? Definitivamente não busco uma solução, apenas desabafo.

Num último fôlego de resistência, me pergunto: o que é necessário para a situação mudar?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Registros

Desde os tempos das cavernas o ser humano registra graficamente sua história, suas idéias, seu olhar do mundo.

A própria escrita não deixa de ser uma forma gráfica de solidificar as palavras, torná-las concretas.

O desejo do registro culminou na avalanche de câmeras espelhadas pelo mundo, hoje acessíveis a grande maioria das pessoas, com o advento dos equipamentos digitais.

Em alguns lugares ocorre uma verdadeira profusão, e confusão, de pessoas "armadas" com suas lentes, registrando tudo a sua frente. Parecem a velha piada estereotipada de orientais com jeito de turistas e equipamentos no pescoço.

Um dos registros mais comuns são os álbuns de família, com fotos e mais fotos de fatos de nossa história, principalmente das crianças.

Em um reunião familiar, vimos diversos filmes super-8 que registram a época da infância da minha esposa. As crianças, a família, os eventos, tudo em um carinhoso cinema mudo da família. Verdadeiro avanço com relação aos registros estáticos no papel da fotografia.

Na minha nova família, a onda é levar DVDs graváveis aos exames de ultra-sonografia, para registro das imagens captadas pelo aparelho. O mais difícil é lembrar tudo que o médico explica. Naquele momento, ele descreve um monte de manchas pretas e brancas, dizendo o que são e não são, e você acredita... :)

As imagens comporão uma versão moderna do álbum de família! Já imaginou podermos ver quando ainda éramos um feto? Nossos filhos poderão...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ficção

"Nós somos feitos do tecido de que são feitos os sonhos."

William Shakespeare cunhou a frase acima, com propriedade de grande poeta, para nos deixar um aviso.

A ficção serve de exercício de nossos sonhos, de campo fértil para cultivarmos os anseios motores de nosso destino. Sem ela somos terreno árido, onde pouco pode crescer.

Por toda nossa história, grandes sonhadores semearam em nossas cabeças viçosas raízes das plantas da criatividade. Para mim, especialmente nos dois últimos séculos, apoiados nos avanços da ciência, os principais ícones dessa seara surgiram: Isaac Asimov, Júlio Verne, H. G. Wells, para ficarmos nos mais conhecidos.

Em tempos atuais, em pleno século XXI, sinto falta dos grandes ficcionistas. Fica a sensação destes não surgirem mais, como se a semente morresse na pedra.

No passado, os sonhadores viam o futuro e, apesar de nem sempre acertarem, acabaram por nortear o desenvolvimento de grande parte de nossa ciência. Hoje parecemos viver apenas para o presente, pragmático, presos em nosso dia-a-dia conturbado, sem ouvir o passado e nem enxergar o futuro.

Precisamos resgatar nossos sonhos, semear mais sonhadores, desmontar nossos grilhões do imediatismo, para que nossa vida não acabe em sono...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Herói

O arquétipo do herói é presente em todas as sociedades humanas, independentemente de região ou época.

Criamos e cultuamos nossos heróis como fonte inspiradora de nosso modelo ideal de comportamento. Alguns até apresentam seus traços humanos, suas fraquezas, mas suas virtudes são sempre mais importantes e destacadas.

Sua importância é tanta que sua ausência pode denotar algo de errado em nosso meio.

Quem nunca sonhou em ser um super-herói?

De alguma forma, desejaríamos ter poderes sobre-humanos para superar as dificuldades e auxiliar ao próximo. Um dia, um certo professor me ensinou ser melhor ainda conseguir ajudar mesmo com nossas limitações e dificuldades.

Na semana passada, um garotinho de 5 anos salvou um bebê de um incêndio. Sua coragem, misto de inocência e fantasia, permitiu que uma vida fosse resgatada contra todas as expectativas. A sua recompensa é apenas poder ser um dia bombeiro. Aliás, hoje ele já diz ser "o filho do homem-aranha". :)

Em Sorocaba, uma senhora de 70 anos salvou toda a família, em outro incêndio, arrancando uma grade da parede da casa, com as próprias forças. Tudo que ela pode ver naquele momento foi o bem de seus filhos e netos, sua força maior.

São assim os nossos heróis do cotidiano. Sem o glamour sonhado na infância, sem os superpoderes adquiridos, seguem em nosso meio fazendo muito com pouco. Será apenas um meio de disfarçar sua divindade?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Fiscalização

Certos acontecimentos em nosso cotidiano são no mínimo difíceis de entender.

Por exemplo, o que dizer das tais "operações-padrão" executadas por fiscais como forma de protesto? Eles realizam o seu trabalho corretamente, sem omissões, para protestar!

Minha mãe viajou em uma excursão, nesse feriado, até o Rio Grande do Sul, junto com um grupo de senhoras católicas, algumas freiras e um padre.

No caminho de volta, forma paradas em um posto de fiscalização, depois de 23 horas de viagem, para averiguações. Por ser um feriadão, as fiscalizações são necessárias, devido ao grande movimento e os mais diversos tipos de ocorrências possíveis.

Foram 1 hora e meia de averiguações! Inclusive pedir o RG de todas as senhoras e do padre para constarem do relatório. Enquanto esperavam, elas apenas puderam rezar e cantar com alegria, apesar do esgotamento pela longa viagem. As mais moças estão acima dos 60...

Com um ônibus fretado, em empresa reconhecida e conhecida, com toda a documentação, por que a fiscalização foi tão demorada?

Certamente é muito suspeita uma excursão tão em ordem, nos tempos de hoje, ainda mais num feriado prolongado. No mínimo elas vinham contrabandeando alguns terços, imagens de Nossa Senhora, livrinhos de oração e um pouco de vinho de missa.

Ainda bem que o principal elas trouxeram bem guardado e apesar de não terem escondido, ninguém tirou delas: a fé!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Vila Chã

Portugal sempre está presente em minhas referências.

Meus avós, como bons representantes do povo lusitano, nunca perderam seu característico sotaque. Além deles, tios-avós, primos e outros agregados formavam, e ainda formam, uma imagem forte da origens além-mar.

Em minha viagem a Campos do Jordão, encontrei uma preciosidade para se viver um pouquinho da "santa terrinha", principalmente no terreno gastronômico.

O nome do restaurante, um simpático pedacinho de Portugal, é Vila Chã. Seu caráter começa pelo nome, que denomina diversas regiões daquele país.

A entrada da refeição foram inevitáveis bolinhos de bacalhau. Ouso dizer que são muito próximos dos caseiros preparados por minha avó. Há até a famosa sopa de pedra, que apesar de existente em outras culturas, é muito conhecida pelos lusos.

Para o prato principal, a escolha pode ser feita entre peixes, cordeiros, perdizes e toda uma sorte de pratos tipicamente portugueses. E como cozinham esses portugueses! Experimentei uma truta com alcaparras, um acompanhamento bem com mesmo aqui, mas com batatas assadas que só lá se comem.

O acompanhante não podia deixar de ser um vinho, em taça, generosamente servido. Era um Alandra, o tinto para todos. Simplesmente delicioso!

Não podemos esquecer que da chegada à saída somos acompanhados por uma suave música de fundo, com ritmos regionais. Verdadeira imersão na melodia lusitana. Além disso, vale ressaltar a simpatia de todos no atendimento.

Encerrar o almoço não podia prescindir deles, os melhores doces portugueses: pastel de Belém, de Santa Clara, etc. Para deixar com qualquer um com água na boca.

Há muito a experimentar ainda. Devo voltar, quando possível, e levar mais alguém para conhecer. Quem puder, vale a pena!

domingo, 18 de novembro de 2007

Interior

Experimente ir a qualquer cidade do interior do Brasil e participar de um missa na igreja local.

Há algum tempo, nas viagens que realizamos, fazemos essa visita, participativa e contemplativa. Ela nos permite experimentar a vivência da fé na sua forma mais sincera e pura.

Neste final de semana, mesmo Campos do Jordão estando longe de ser uma pequena cidade do interior, fomos visitar a igreja matriz. Participamos da missa matinal do domingo.

Lá estavam os violeiros, sanfoneiros e coro para embelezar a celebração. Verdade seja dita, um dos violeiros já trocou a viola por uma guitarra elétrica, simples, mas igualmente simples é sua devoção ao tocar.

As pessoas estão claramente arrumadas para a missa do domingo. Sacaram do armário a roupa reservada para o dia, dia especial, de oração e encontro, com Deus e com os amigos. A celebração faz jus a seu nome, celebração. Celebra-se a vida, as conquistas e os pesares.

Havia ações de graça de bodas de 62 anos, aniversários de 80 e 84 anos e pela pintura de igreja. A obra continua em andamento e demonstra o cuidado pela conservação do lugar de todos. Todos estão ali, de corpo e alma, participando.

Cada canto tradicional, evocado de um repertório presente na memória de todos, cada oração no mesmo tom, leva uma mensagem para bem longe, de esperança, fé e caridade. Antes, durante e depois da celebração a comunidade está em comunhão.

É inspirador encontrar mostras de uma energia tão forte no interior. Nosso "interior" fica revigorado!

sábado, 17 de novembro de 2007

Origem

Toda tartaruga sabe seu dever de voltar à praia de origem.

Hoje volto a uma praia de origem: Campos do Jordão. Aproveitarei um pouco do final de semana, uma vez que não houve feriadão na empresa onde trabalho.

Meus pais passaram a lua-de-mel naquela cidade. Na década de 60 essa era uma opção comum para os recém-casados.

Minha concepção, fisicamente falando, não ocorreu lá, pois não nasci 9 meses depois... ( :) ). Por outro lado, a concepção filosófica de nossa família, a poesia para sua amálgama, se originou lá. Foram muitas promessas trocadas, muitos sonhos iniciados, muita inspiração recebida.

Reside no imaginário da família um pouco da magia de Campos. Alguma outra viagem aconteceu na minha infância, apesar de eu não me lembrar. Lembram-se os adultos à época, do frio dos pequenos, da diversão familiar, dos bons momentos.

Há 10 anos fiz minha primeira e única viagem consciente até lá. Foi a primeira viagem por minha conta, com meu primeiro automóvel e minha namorada. Boas recordações ficaram também. Vamos atrás agora de revivê-las.

Vamos como nova família, embrionária. É embrionária biológica e filosoficamente. Um novo começo, mais um pouco de história, de uma história maior, de uma jornada.

Sinto-me um pouco tartaruga...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fax

Já fiz algumas críticas às soluções da Microsoft. Juro não ser perseguição!

Em alguns casos recentes, ela se empenhou em proporcionar uma opção adequada, dentro das tendências mais novas do mercado. Só não teve sucesso.

O fato de estar utilizando o Vista, como tantos outros novos usuários, contribui para um contato mais próximo e cheio de atritos, pois se trata de um novo sistema operacional.

A impressão inicial é desfavorável, coisa comum em lançamentos, talvez até pela falta de intimidade, um pouco de medo do novo. Analistas apontam o XP, seu irmão mais velho, como seu principal concorrente. :)

Porém, alguns detalhes se apresentam imperdoáveis.

Esses dias, precisei enviar um fax e fui procurar o serviço no Windows, que existia no XP da minha máquina antiga. Para minha surpresa, descobri que o interessante serviço 'Fax and Scanning' do Vista está disponível apenas na versão Business!

A versão em meu computador é a Home Premium, me tornando um "sem fax". Quem será o gênio que definiu a inutilidade do fax em uma residência? Está certo que muito se resolve com o e-mail, mas ainda temos as instituições, como bancos, postos de serviço público, etc., para nos solicitarem o envio de um documento, por fax...

Pesquisei as páginas de suporte, na procura de alguma alternativa oferecida pela empresa, mas eles se limitaram a instruir um usuário ler mais atentamente a especificação de um produto, antes de comprá-lo. Um bela mostra do retorno que temos ao comprar software...

Fiquei sem alternativas! Aliás, a única restante é procurar um aparelhinho esquecido em algum canto. Alguém tem um por aí?