quinta-feira, 27 de junho de 2013

Atlas


Algumas vezes, em um livro, canção ou poesia, na obra de algum autor, em determinado trecho nos encontramos tão plenamente traduzidos que se faz quase impossível não reproduzir, publicar, homenagear, mesmo com o risco de trair seu sentido quando removido de seu contexto.

Ou mesmo o risco de sermos mal compreendidos, mal interpretados, principalmente para quem não nos conhece plenamente, ou julga conhecer, e acaba por tentar contextualizar pessoa e palavras.

Nos últimos dias tenho lido "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand, já tendo passado ao segundo volume, com algumas gratas surpresas e outras tantas críticas e considerações referentes ao seu estilo e filosofia.

Apartes à parte, lá vai esta pérola cultivada com excelência e certeira nas ânsias de tantos Atlas espremidos por aí...

"- Srta. Taggart, sabe o que caracteriza o medíocre? É o ressentimento dirigido às realizações dos outros. Essas mediocridades sensíveis que vivem tremendo de medo de que o trabalho de alguém se revele mais importante que o delas - não imaginam a solidão que se sente quando se atinge o cume. A solidão por não se conhecer um igual - uma inteligência que se possa respeitar, uma realização que se possa admirar. Os medíocres, escondidos em suas tocas, rangem os dentes para a senhorita, crentes de que a senhorita sente prazer em ofuscá-los com o seu brilho, e, no entanto, a senhorita daria um ano de sua vida para ver um simples lampejo de talento entre eles. Eles invejam a capacidade, e seu sonho de grandeza é um mundo em que todos os homens sejam reconhecidamente inferiores a eles. Eles não sabem que esse sonho é a prova cabal de sua mediocridade, porque esse mundo seria insuportável para o homem capaz. Eles não sabem o que o homem capaz sente quando está cercado de seres inferiores. Ódio? Não, não é ódio, mas tédio - um tédio terrível, sem esperanças, paralisante. De que adianta receber elogios e adulações de homens por quem não se sente respeito? Já sentiu vontade de ter alguém para admirar? Algo que a obrigasse a levantar a vista?"