sábado, 15 de dezembro de 2007

Feira

Descendo de uma família de feirantes. Avós e tio passaram uma vida inteira atrás da banca, em meio a frutas.

De tempos em tempos, dou uma passada por uma feira livre e relembro os aromas da infância, das visitas ao meu tio, em sua labuta diária.

Desconheço a realidade das feiras em outros estados, mas em São Paulo, na cidade de São Paulo, são um evento de sons e cores, iniciado com pastel e caldo de cana.

A variedade de frutas e legumes maravilha todo estrangeiro levado a conhecê-la.

São várias as provas pelo caminho, para conhecer a qualidade do produto, sempre em generosas porções, oferecidas generosamente. Além das 'amostras grátis', a preferência é ganha no grito: "Moça bonita não paga!... mas não leva." :)

O perfume de frutas maduras, de vegetais frescos é inebriante. Muitas vezes este encanto é quebrado na chegada à seção de pescados. Porém esquecendo o cheiro, o visual de tantos peixes, dispostos sobre gelo, é bonito de se ver.

Muitos descendentes de feirantes não deram continuidade ao negócio. Em verdade, a impressão é de que a maioria não o faz. Vemos muitos senhores, cabelo branco, feição cansada, ainda no comando das bancas. Seus filhos foram estudar e buscar desafios mais modernos.

Mas a feira sobrevive, simples, singela, levando à nossas sacolas os sabores da natureza fresca e perene.

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