tag:blogger.com,1999:blog-46869618414572113522024-03-21T17:15:36.271-07:00SPSoulReflexões, cotidiano e opiniões de uma alma paulistanaEvandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.comBlogger756125tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-53188228823209502282014-05-17T09:10:00.001-07:002014-05-17T09:10:27.597-07:00Inteligência Artificial<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI1dbxwYmNUvYlLkGYmYBTbjaBQYi5QZgTANN94ENF4eHLirjfXhJD5Guy2nrZQCOIE7cM5znYW3kMADvL1JyWZD6jEeBppE3YefjucX-ukjLOLuCUke1rdIRNnYnv9TbM0UKikWa8GQ/s1600/translate.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI1dbxwYmNUvYlLkGYmYBTbjaBQYi5QZgTANN94ENF4eHLirjfXhJD5Guy2nrZQCOIE7cM5znYW3kMADvL1JyWZD6jEeBppE3YefjucX-ukjLOLuCUke1rdIRNnYnv9TbM0UKikWa8GQ/s1600/translate.jpg" height="278" width="320" /></a>Desde de meus tempos na Ciência da Computação me encantam os meios e recursos da inteligência artificial, todos seu potencial e suas promessas, mesmo dentro de suas limitações, no mínimo nos confronta com nossas próprias limitações e capacidades.<br /><br /> O tempo passa, o futuro chega mas não com todas as promessas cumpridas, afinal sonhar sempre conta com uma fronteira além, e acabamos percebendo que melhoramos, mas nem tanto assim camarada.<br /><br /> Apesar dos progressos imensos da tecnologia, coisas e promessas simples (ao menos do ponto de vista dos palpiteiros de plantão) custam a se realizar, como, por exemplo, as referentes à comunicação, como traduções, reconhecimento de voz e afins.<br /><br /> Hoje, vagando por aí nas ideias, utilizei o Google Translate para ouvir o trecho de um texto e observar se poderia garimpar um pouco de sua sonoridade. Santa inocência, Batman! De onde você tirou a ideia que isso acabaria bem?<br /><br /> Hilário é pouco, para dizer o mínimo, do resultado da experiência de colocar um texto mais longo para locução, principalmente quando inspirado por sua "beleza" resolvi experimentar com poesia. Cometi o pecado de apresentar o "Soneto da Separação", de Vinícius de Moraes, para experimentar a locução.<br /><br />Pra quem não conhece, transcrevo o texto do soneto, para tentar colocar sua contribuição na criação.<br /><br /><span style="font-size: x-small;"><em>De tudo ao meu amor serei atento<br />Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto<br />Que mesmo em face do maior encanto<br />Dele se encante mais meu pensamento.</em></span></div>
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<span style="font-size: x-small;"><em>Quero vivê-lo em cada vão momento<br />E em seu louvor hei de espalhar meu canto<br />E rir meu riso e derramar meu pranto<br />Ao seu pesar ou seu contentamento</em></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><em>E assim, quando mais tarde me procure<br />Quem sabe a morte, angústia de quem vive<br />Quem sabe a solidão, fim de quem ama</em></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><em>Eu possa me dizer do amor (que tive):<br />Que não seja imortal, posto que é chama<br />Mas que seja infinito enquanto dure.</em></span><br /><br />É demais a graça e simpatia do gênio do Google passeando por seus versos... Ouça neste <a href="https://dl.dropboxusercontent.com/u/83905/Soneto/SonetoEmPortugues.mp3">link aqui</a>.<br /><br /> Não satisfeito com a patacoada, traduzi no "tumático" e pedi a locução na língua do Tio Sam. Consegue ser mais mecânico, mais insosso, ouça só neste outro <a href="https://dl.dropboxusercontent.com/u/83905/Soneto/SonetoEmIngles.mp3">link aqui</a>...<br /><br /> Bom, nada com as sinapses e a alma humanas para dar cor e luz às linhas do poeta, ainda mais na voz de Tom Jobim, mesmo que só neste <a href="https://dl.dropboxusercontent.com/u/83905/Soneto/SonetoEmIngles.mp3">trechinho</a>... (quem quiser pode ouvir esta e outras tantas buscando o soneto no Spotify).<br /><br /> Longe de revanchismo, mesmo porque não deixei de ser um entusiasta com a senciência das máquinas, mas o caminho a trilhar parece longo e torço pela aceleração propiciada pelos gigantes da indústria da computação.</div>
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<br /></div>
</div>
Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-70966746337539282862013-06-27T16:45:00.000-07:002013-06-27T16:45:11.445-07:00Atlas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik8PU0aK1ot7hVHbZdJuI40CdsffEsrKUNBPGbAWv117Dvq0w6dlZwr1mpjh0YWNBAwji8TphNuAj9BZc2N5YugVXq_4HomoAknWtTNVMBqPt4R8nhIkbkVBuuwF2Pg5U2eCO7RoBkjg/s527/atlas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik8PU0aK1ot7hVHbZdJuI40CdsffEsrKUNBPGbAWv117Dvq0w6dlZwr1mpjh0YWNBAwji8TphNuAj9BZc2N5YugVXq_4HomoAknWtTNVMBqPt4R8nhIkbkVBuuwF2Pg5U2eCO7RoBkjg/s320/atlas.jpg" width="272" /></a></div>
<br />
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Algumas vezes, em um livro, canção ou poesia, na obra de algum autor, em determinado trecho nos encontramos tão plenamente traduzidos que se faz quase impossível não reproduzir, publicar, homenagear, mesmo com o risco de trair seu sentido quando removido de seu contexto.<br /><br />Ou mesmo o risco de sermos mal compreendidos, mal interpretados, principalmente para quem não nos conhece plenamente, ou julga conhecer, e acaba por tentar contextualizar pessoa e palavras.</div>
<br /><div style="text-align: justify;">
Nos últimos dias tenho lido "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand, já tendo passado ao segundo volume, com algumas gratas surpresas e outras tantas críticas e considerações referentes ao seu estilo e filosofia.<br /><br />Apartes à parte, lá vai esta pérola cultivada com excelência e certeira nas ânsias de tantos Atlas espremidos por aí...<br /><br />"<i>- Srta. Taggart, sabe o que caracteriza o medíocre? É o ressentimento dirigido às realizações dos outros. Essas mediocridades sensíveis que vivem tremendo de medo de que o trabalho de alguém se revele mais importante que o delas - não imaginam a solidão que se sente quando se atinge o cume. A solidão por não se conhecer um igual - uma inteligência que se possa respeitar, uma realização que se possa admirar. Os medíocres, escondidos em suas tocas, rangem os dentes para a senhorita, crentes de que a senhorita sente prazer em ofuscá-los com o seu brilho, e, no entanto, a senhorita daria um ano de sua vida para ver um simples lampejo de talento entre eles. Eles invejam a capacidade, e seu sonho de grandeza é um mundo em que todos os homens sejam reconhecidamente inferiores a eles. Eles não sabem que esse sonho é a prova cabal de sua mediocridade, porque esse mundo seria insuportável para o homem capaz. Eles não sabem o que o homem capaz sente quando está cercado de seres inferiores. Ódio? Não, não é ódio, mas tédio - um tédio terrível, sem esperanças, paralisante. De que adianta receber elogios e adulações de homens por quem não se sente respeito? Já sentiu vontade de ter alguém para admirar? Algo que a obrigasse a levantar a vista?</i>"</div>
</div>
Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-11875060192399083402012-05-26T11:16:00.000-07:002012-05-26T11:30:19.285-07:00Desajuste<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr7srR8U1VVLpOHrTyeEN86AnQlAK1dyds4fwtvcZcrh21EKIzljtDLp4ETgfmd53suuC9__xLT7lQvEU0rufoU_Fx1K-S74YioKGNcJMrZjN9aAwF0s03wDZw0fjnQLinAGX_i5Kihw/s1600/metro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr7srR8U1VVLpOHrTyeEN86AnQlAK1dyds4fwtvcZcrh21EKIzljtDLp4ETgfmd53suuC9__xLT7lQvEU0rufoU_Fx1K-S74YioKGNcJMrZjN9aAwF0s03wDZw0fjnQLinAGX_i5Kihw/s320/metro.jpg" width="302" /></a>
Como conciliar um cotidiano atribulado e sacrificante com realização e motivação para seguir? A rotina diária de transporte público, com muito aperto e longo tempo, consome paulatinamente um pouquinho da alma por vez.<br />
<br />Nem adianta esperarmos o espírito colaborativo, do tipo “unidos na desgraça”, porque me parece utópico quando nos confrontamos com o comportamento da grande maioria. No meu caso, o desafio inexpugnável de todas as manhãs e finais de tarde atende pelo nome de Metrô de São Paulo.<br />
<br />
Num arranjo desafiador, de corpos mais do que intimamente aglutinados, temos nossa paciência e educação rotineiramente desafiada. Permanece a impressão de inexistência da contrapartida, de que apenas nós a possuímos e nos dedicamos a usá-la. Surpreende a normalidade na qual a maioria entre no barco, nesse caso no trem, se engaja e adequa às atitudes do status quo.<br />
<br />Minha reflexão termina por concluir no meu desajuste: em meio a tanto fluxo contrário, a tanto esforço para o outro lado, o problema deve ser comigo, eu devo ser o desajustado, com alguma utopia inocente e irrelevante a corromper meu senso de realidade.<br /><br />
<hr />
<br />Hoje, logo cedo, dia frio e nublado, para combinar com via crucis do caminho até o trabalho, os ares matinais insinuavam não ser um bom dia para sair da cama. Enfrentar o vento cortante e gelado, mesmo que por algumas poucas quadras, testa nossa resistência e força de vontade.<br />
<br />
Se ao entrar na estação do Metrô tudo ficasse para trás, estaria muito bom, mas essa não era a cereja do bolo... Depois de inúmeras composições passarem, consegui entrar num pequenino espaço disponível em uma, feliz por alguns centímetros quadrados de conforto.<br />
<br />
Sina das sinas, ao toque da campanhia, um intrépido e grosseiro apressadinho se enfiou porta adentro, espremendo todos e todas, fazendo minha cabeça pender de um jeito inimaginável para comportar a entrada do indivíduo no vagão.<br />
<br />
Fiquei lá, torto, contorcionista, e meu companheiro de viagem, braço estendido por sobre o povo, como se procedesse da forma mais humana e natural possível. Uma, duas, outra estação e a empáfia do passageiro me causava tamanha revolta que comecei a temer pelos meus atos.<br /><br />
<hr />
<br />Chegada a estação Sé, estava eu chegando aos meus limites. Nunca fiz, nem faria, confusão alguma, como bom paulistano prefiro seguir meu caminho, desviar dos acidentes e chegar o quanto antes aos meus compromissos.<br />
<br />
Naquele dia tudo seria diferente... Mal as portas abriram, o sujeito olhou em minha direção, mudou a expressão e esbravejou:<br />
<br />
- Qual o problema?<br />
<br />
Respondi, aos berros, sem medir muito as consequências:<br />
<br />
- O problema é sua empáfia, sua falta de qualquer indício de altruísmo!<br />
<br />
- Empáfia? Altruísmo? ‘Cê é lôco, mano?<br />
<br />Tomado por instantânea sanidade, resolvi deixar passar, mas não sem antes encerrar com alguma máxima:<br />
<br />
- A loucura é dádiva para poucos escolhidos! Ignorar é uma...<br />
<br />
- Benção? Empá... Empá... Emmn-n… A-a-alt.. Altrrrrruuuuu... A... a... a...<br /><br />
<hr />
<br />Inesperadamente o cara começou a engasgar, como uma gravação com problemas, num tom estranhíssimo, metálico, meio mecânico. Assustado, me preocupei com a situação do meu interlocutor. O estresse urbano pode causar sérios danos em qualquer um e eu não desejava ser o motivo de uma crise.<br />
<br />Estiquei o braço para acudi-lo e toquei-o no ombro, perguntando se tudo estava bem. Inesperadamente ele estava catatônico, imóvel em sua postura agressiva, com meia palavra a caminho. Ao encostar nele algo se moveu, como uma peça a se desencaixar, e caiu pelo chão com um estridente barulho.<br />
<br />
Aturdido, burburinho em volta de nós, mal percebi quando diversos seguranças do Metrô surgiram e acudiram o homem. Uma maca foi providenciada e, antes que pudesse me pronunciar, ele era removido apressadamente, enquanto o tumulto era dispersado, tudo em nome do bom funcionamento do sistema metroviário.<br />
<br />
O mais estranho foi eu ter sido completamente esquecido, nem inquirido sobre a ocorrência. Com em qualquer confusão do tipo, num piscar de olhos todos andavam no seu ritmo frenético novamente, acabou a atração e somente eu continuava pensativo, atônito com a repentina disrupção da minha realidade.<br />
<br />
Aquela imagem, a tal peça deslocada, os sons vindos da garganta daquele homem, martelavam meus pensamentos, persistiam e incomodavam, apesar da volta à normalidade de todo entorno.<br /><br />
<hr />
<br />Cheguei à empresa e não pude deixar de relatar o ocorrido. Melhor seria se tivesse ficado calado... Aparentados aos meus companheiros de viagem matutina, meus companheiros de trabalho atendiam ao perfil de incompreensão padrão das pessoas.<br />
<br />
Virei piada com minhas afirmações incontestáveis da minha visão. De suspeitas a insinuações, ouvi um pouco de tudo, levando-me a suspeitar seriamente da minha sanidade. Não fosse a palpável realidade experimentada, eu concordaria que aquela pessoa era um ser humano comum, mas algo pairava de muito estranho no ar.<br />
<br />
Revisei os fatos, avaliei meus sentimentos, porém meu incômodo só aumentava. Nada de notícias na Internet, ou no site da companhia de trens, nenhum indício de que eu vivenciara a bizarra situação. Também pudera, quem sou eu para virar notícia por algo corriqueiro e banal no tumulto diário de uma grande cidade?<br />
<br />
Encanado como sou, a pressão mental foi enorme e insistente o suficiente para me incapacitar ao trabalho naquele instante. Duas horas depois não aguentava mais, decidi voltar para casa, descansar, tentar esquecer. O estresse urbano acabara de produzir nova vítima indefesa.<br /><br />
<hr />
<br />Retornei para minha casa, meu porto seguro, mas passar o dia sozinho pode enlouquecer alguém. Remoí cada detalhe do evento, recordava o som da peça batendo no chão. Mas que peça? Como alguém tem uma peça? Qual a origem da voz estranha, da disfluência verbal? Acaso ele seria alguém com implante, com alguma deficiência?<br />
<br />
Cheguei a considerar alguma brincadeira de deuses, no estilo grego mesmo, apesar de nunca julgá-los muito verossímeis. De repente é assim, recebemos a revelação de nossa condição e encaremos nossas não crenças serem derrubadas, todas de uma vez.<br />
<br />
Preocupei-me com minhas reações e com meus instintos. E se a loucura me abatesse e eu fosse levado a tentar contra mim mesmo? Acreditava piamente no sentido de auto-preservação, mas meus dogmas estavam me servindo pouco até aquele momento.<br />
<br />
Procurei dormir, esperar nos braços de Orfeu pela chegada da minha esposa. Talvez uma conversa com ela, pessoa centrada, pudesse colocar novamente meus pés no chão, ajudar-me num rumo para o entendimento, ou ao menos para o apaziguamento da minha inconstância.<br /><br />
<hr />
<br />Horas longas se passaram, um sono inquieto, até eu poder ouvir o barulho das chaves na porta. Alívio e anseio pelo final da espera, afinal chegava a hora de encontrar alguma compreensão, no mínimo um afago consolador.<br />
<br />
Cumprimentos rápidos, um olhar de espanto pela minha presença antecipada, e comecei a desaguar um relato quase alucinado dos eventos. Estática, ela me ouviu atentamente, com algumas poucas expressões de interlocução.<br />
<br />
- Você não deveria se preocupar tanto com as coisas, encanar menos.<br />
<br />- Se fosse tão fácil, eu ainda estaria trabalhando.<br />
<br />
- Fico realmente preocupada com suas menções e questionamentos relativos à sua auto-preservação... Onde já se viu isso? Seus desajustes com o cotidiano, seu descontentamento com a realidade, acho que poderia procurar ajuda.<br />
<br />
- Sinceramente, pela primeira vez considero seriamente sua sugestão de terapia. A psicóloga, sua conhecida, será que pode me atender emergencialmente?<br />
<br />
- Não custa procurá-la, tenho liberdade para ligar e marcar alguma coisa...<br />
<br />
- O quanto antes, não sei o quanto aguento da minha ansiedade!<br /><br />
<hr />
<br />No dia seguinte, consulta marcada na noite anterior, fui ao endereço da tal profissional. Poderia ser bom, poderia valer para tantas outras angústias diárias... Tanta gente faz...<br />
<br />
Cheguei ao local, dirigi-me a recepção e estranhei a reação da secretária quando me identifiquei. Um misto de prontidão e espanto com a minha presença. Tínhamos marcado com a psicóloga diretamente, mas parecia que a auxiliar conhecia todo o histórico, todo o ocorrido, além do meu perfil. Eu devia estar meio abalado mesmo...<br />
<br />
Esperar na sala, mesmo por alguns rapidíssimos instantes, trouxe um pouco do bolo na garganta do dia anterior. Silêncio forçado, TV muda em algum programa de variedades matinal, expectativa alta além de padrões suportáveis.<br />
<br />
A porta do consultório se abriu e presenciei a cena de certo encerramento forçado. Sugeria que minha visita havia forçado seu término prematuro. Fui convidado a entrar e me sentar.<br /><br />
<hr />
<br />Decoração aconchegante, ambiente calmo e envolvente, já me senti melhor somente de entrar e sentar.<br />
<br />
- Bom dia! Sou a Marisa, psicóloga amiga de sua esposa. Dias tensos, não?<br />
<br />
- Pois é, já adiantamos algo por telefone, só que a bastante por relatar ainda...<br />
<br />
E fui destilando os detalhes daquelas pouco mais de 24 horas anteriores, com todos as nuances e reflexões anteriores. Não pude deixar de mencionar meus temores com a loucura, sentimentos de preservação, ou não, relações pessoais com a massa, etc.<br />
<br />
Ela ouviu atentamente e solenemente se pronunciou:<br />
<br />
- Bem, acho que não há muitas alternativas. Chegamos a um limite de condições.<br />
<br />
- Como? Você pretende piorar minha situação?<br />
<br />
- Calma, você logo entenderá. Acompanhe-me, por favor.<br /><br />
<hr />
<br />Ao toque de um botão na sua mesa, uma porta oculta se abriu, estava dissimulada pela estante de livros. Uma luz branca, bem fria, vazava lá de dentro. A psicóloga se encaminhou para tal passagem, me convidando a segui-la.<br />
<br />
Não imaginava o mundo oculto atrás daquela porta. Laboratórios dignos de filmes, com pessoas e mais pessoas trabalhando, todos com ares científicos. Fiquei a pensar como não percebi as dimensões do lugar quando cheguei. Na verdade, acho que era imperceptível, feito para não aparentar seu interior.<br />
<br />
Tal complexo de salas se estendia por um bom espaço. Por onde passávamos percebia o olhar de curiosidade sobre mim, um tanto similares ao da secretária lá na recepção. Alguns cochichos também podiam ser percebidos, quando o som de nossos passos permitia.<br />
<br />Paramos em um recinto ao fundo, com ares de sala de reunião. Minha anfitriã posicionou alguns aparelhos, projetores à primeira vista, e pediu que eu acompanhasse atentamente.<br /><br />
<hr />
<br />Imagem no painel, sozinho na sala, permanecia ali, pois sentia ser a única alternativa. Surge um rosto de um senhor grisalho, roupas alvíssimas, como das pessoas naquele lugar. E o mundo deu sua guinada:<br />
<br />
- Olá SH327! Bem-vindo ao Complexo Recriação!<br />
<br />
(SH327? Eu? Será isso mesmo?)<br />
<br />- Certamente você está se perguntando dos motivos, da sua identidade, dentre outras tantas questões...<br />
<br />
- Seremos breves, com o máximo de informação necessária e você terá posteriormente todo o atendimento que desejar. Há muito a humanidade sofreu o ataque de uma pandemia inexplicável. Não sabemos se consequência da ação do homem, ou ira divina, mas poucos restaram.<br />
<br />
- Aqueles poucos tentaram resgatar a espécie humana, mas também foram se extinguindo, um a um. Num último esforço, este projeto foi recriado para tentar manter a existência do ser humano.<br />
<br />
- Com toda tecnologia existente em seu tempo, criaram e programaram autômatos responsáveis por dar continuidade à suas pesquisas, na busca de um DNA imune. Sou parte destes autômatos e posso lhe garantir que tivemos sucesso nessa empreitada.<br />
<br />
- Porém, os indivíduos criados desse modo apresentaram problemas de adaptação à realidade solitária existente. Acabavam extintos ou se auto-extinguindo, fazendo-nos procurar uma alternativa.<br />
<br />
- Decidimos construir um ambiente aprazível que permitisse sua continuidade, simulado com outros tantos autômatos na mais perfeita reprodução da civilização humana. Você é o primeiro, e único, a chegar até aos 30 anos ileso neste novo ambiente, mas alguma evento deve tê-lo trazido aqui.<br />
<br />
- Havíamos preparado este último subterfúgio para tentar acudi-lo e garantir a continuidade do nosso projeto. Tentar contornar e reprojetar, se necessário...<br /><br />
<hr />
<br />Decidi não esperar o fim das explicações. Ninguém também tentou me impedir de deixar o local. As revelações até o momento foram suficientes para aplacar minhas angústias, por incrível que pareça. Em poucos instantes, reviravoltas mil, mas reinou uma paz repentina com a consciência da verdade.<br />
<br />Caminhei para casa sem muito pensar, até satisfeito e cheio de planos. O mundo parecia bem igual, apesar de eu conhecer seus meandros, um pouco mais de seus segredos. Deus definitivamente não estava apenas brincando.<br />
<br />
Estranhamente sentia-me agraciado com tanto destinado exclusivamente para mim. É bem certo que poderia ter alguns pedidos atendidos, porém resolvi não arriscar... Vai que alguém ficasse desagradado e resolvesse encerrar alguma outra coisa.<br />
<br />
Cumprimentei balconistas, atendentes, porteiros e nada havia mudado. Nem tinha a sensação de algum olhar estranho ou oculto. O céu ganhará um azul inesquecível e dormi como nunca naquela noite.<br /><br />
<hr />
<br />Outra manhã começara, os desafios estavam lá, os apertos os mesmos, a labuta a me esperar. No entanto, o inverno já nem incomodava. A curiosidade de como tudo aquilo era possível se mostrava mais incômoda, mas eu podia conviver com ela, sem precisar resolvê-la.<br />
<br />
Cheguei à estação para encontrá-la daquele jeito, abarrotada, como toda dia da semana, em pleno pico. Ao menos poderia receber um bônus, uma folguinha de vez em quando, para facilitar as coisas. Fazer o quê, né? Deve ter que ser assim, para minha continuidade.<br />
<br />
Malditos robôs!</div>
</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-77369446394044402332011-08-06T16:02:00.000-07:002011-08-06T16:17:57.938-07:00Professor<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXhamTH2u1Te8YwE3O__bQsqoQcH00h3w0cQVbVZ7YfaDVKAFP6i2JlN2A2z3cSrJSIBhKII8IgkZau2mTMh2eZVOVpCZnETeVkZFqIqrjw8tzyIa0YFr8JII8YJtYwuKvQtcmXUTZXw/s1600/hermogenes.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXhamTH2u1Te8YwE3O__bQsqoQcH00h3w0cQVbVZ7YfaDVKAFP6i2JlN2A2z3cSrJSIBhKII8IgkZau2mTMh2eZVOVpCZnETeVkZFqIqrjw8tzyIa0YFr8JII8YJtYwuKvQtcmXUTZXw/s400/hermogenes.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5637885340041008946" border="0" /></a><u>Se</u><br /><span style="font-size:78%;">Prof. Hermógenes<br />(<a href="http://www.profhermogenes.com.br/">http://www.profhermogenes.com.br</a>)</span><br /><br />Se, ao final desta existência,<br />Alguma ansiedade me restar<br />E conseguir me perturbar;<br />Se eu me debater aflito<br />No conflito, na discórdia...<br /><br />Se ainda ocultar verdades<br />Para ocultar-me,<br />Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...<br /><br />Se restar abatimento e revolta<br />Pelo que não consegui<br />Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...<br /><br />Se eu retiver um pouco mais<br />Do pouco que é necessário<br />E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...<br />Se algum ressentimento,<br /><br />Algum ferimento<br />Impedir-me do imenso alívio<br />Que é o irrestritamente perdoar,<br /><br />E, mais ainda,<br />Se ainda não souber sinceramente orar<br />Por quem me agrediu e injustiçou...<br /><br />Se continuar a mediocremente<br />Denunciar o cisco no olho do outro<br />Sem conseguir vencer a treva e a trave<br />Em meu próprio...<br /><br />Se seguir protestando<br />Reclamando, contestando,<br />Exigindo que o mundo mude<br />Sem qualquer esforço para mudar eu...<br /><br />Se, indigente da incondicional alegria interior,<br />Em queixas, ais e lamúrias,<br />Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia<br />Para a minha ainda imperiosa angústia...<br /><br />Se, ainda incapaz<br />para a beatitude das almas santas,<br />precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...<br /><br />Se insistir ainda que o mundo silencie<br />Para que possa embeber-me de silêncio,<br />Sem saber realizá-lo em mim...<br /><br />Se minha fortaleza e segurança<br />São ainda construídas com os materiais<br />Grosseiros e frágeis<br />Que o mundo empresta,<br />E eu neles ainda acredito...<br /><br />Se, imprudente e cegamente,<br />Continuar desejando<br />Adquirir,<br />Multiplicar,<br />E reter<br />Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,<br />Na ânsia de ser feliz...<br /><br />Se, ainda presa do grande embuste,<br />Insistir e persistir iludido<br />Com a importância que me dou...<br /><br />Se, ao fim de meus dias,<br />Continuar<br />Sem escutar, sem entender, sem atender,<br />Sem realizar o Cristo, que,<br />Dentro de mim,<br />Eu Sou,<br />Terei me perdido na multidão abortada<br />Dos perdulários dos divinos talentos,<br />Os talentos que a Vida<br />A todos confia,<br />E serei um fraco a mais,<br />Um traidor da própria vida,<br />Da Vida que investe em mim,<br />Que de mim espera<br />E que se vê frustrada<br />Diante de meu fim.<br /><br />Se tudo isto acontecer<br />Terei parasitado a Vida<br />E inutilmente ocupado<br />O tempo<br />E o espaço<br />De Deus.<br />Terei meramente sido vencido<br />Pelo fim,<br />Sem ter atingido a Meta.Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-3425219723586704012011-04-20T17:14:00.000-07:002011-04-20T17:14:00.225-07:00Vagas<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho3qdrDMQQyPqf-EYVnV8bHEv-3UwjoOJ0_E0TWiDSXUCzMXQ-khMSGaIiRRTOC4KnwEvZZNSdFLLOBAJG8But6ucYEOXOU0XDSKrtdH70Bg1B3nuwc52nFrpBrGkEAHipGA5k86NKuQ/s1600/ImageFetch.ashx.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 227px; height: 341px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho3qdrDMQQyPqf-EYVnV8bHEv-3UwjoOJ0_E0TWiDSXUCzMXQ-khMSGaIiRRTOC4KnwEvZZNSdFLLOBAJG8But6ucYEOXOU0XDSKrtdH70Bg1B3nuwc52nFrpBrGkEAHipGA5k86NKuQ/s400/ImageFetch.ashx.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5597607443300429410" border="0" /></a>Há vagas sobrando no mercado de TI!<br /><br />A maioria dos profissionais da área já deve estar cansada de ouvir esta frase. Periga até ela já ter caído no inconsciente coletivo, ter virado mito, tal qual piada que ninguém sabe o autor.<br /><br />Situação já há durar alguns bons anos, tenho a oportunidade de poder observá-la por dois ângulos: do contratante e do contratado (afinal ainda sou proletário ...). Devo ressaltar o foco na área de engenharia de software e projetos, onde atuo.<br /><br />Recrutar bons profissionais está bem difícil. Tarefa árdua e extenuante, demorada além da medida. O mar realmente deve estar pra peixe, mas neste caso não para o pescador.<br /><br />Devem existir inúmeras boas colocações, ao menos ofertas melhores daquelas de quem procura contratar, pois a fila de candidatos é longa, mas poucos preenchem os requisitos.<br /><br />Grande parte faria melhor procurando emprego de paraquedista. Até psicólogo pretenso a codificador já surgiu. Quem sabe ao menos conseguiríamos compreender a psique binário-computacional de nossas máquinas. Ou então, de repente, elucidaremos as motivações de tantos POGs pelas linhas afora.<br /><br />Como profissional posso dizer que certamente não há uma miríade de oportunidades maravilhosas. Muitos são os convites, mas nenhum exorbitante, irrecusável, ao menos para alguém experiente e capacitado, colocado em boa empresa. É comum desejarem pagar menos para obter muito mais.<br /><br />Muitas vezes me parece um bom momento para os iniciantes, começo de carreira e dispostos a mais esforço por menos retorno. Têm mais a ganhar em experiência e muita história pela frente, para apostar num futuro consolidado e polpudo.<br /><br />Preocupante mesmo é a indicação da falta de preparo dos mais jovens, das levas de profissionais atuando, sem tanto conhecimento ou profundidade. Nem é preciso mencionar a falácia do conhecimento em inglês, usado muitas vezes apenas como critério de filtro da qualificação, ainda que não seja usado na função ou realmente dominado pelo candidato.<br /><br />Fiquei mais pessimista com a <a href="http://info.abril.com.br/noticias/carreira/ti-tenta-driblar-falta-de-bons-profissionais-18042011-6.shl">notícia</a> na INFO, a corroborar essa falta de perspectiva. Se um dos grandes motivos é o desinteresse pela carreira técnica, caminhamos para o precipício, um ciclo vicioso de pouca motivação retroalimentada pela desvalorização do conhecimento especializado.<br /><br />Começamos por comoditizar o trabalho em TI, perdemos os horizontes profissionais e terminamos fadados a importar tecnologia e reproduzir padrões estabelecidos. Dificilmente produziremos diferencial e competitividade como nação. Devemos mesmo nos conformar apenas com a sina de celeiro do mundo?<br /><br />Enquanto não aprendermos a instigar a busca pelo conhecimento, aquela chamazinha da inventividade, continuaremos essa brincadeira improdutiva de gato e rato, uma cansativa corrida atrás do próprio rabo. E o baleiro continuará a rodar...<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-23742284760760550002011-04-09T15:24:00.000-07:002011-04-09T20:50:34.537-07:00Corrida<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFuR2ioJbyUJp-ti_exixhZpiCaoCoMFfVUmaew05IV4KEeQcMT6JyztwK_5DZr1eSXj47_l_ZF5gc4HprGlTN9yvSm9KoPR20qoY6_4d9II71vhARzbS39X_ifwazuIMjaBxVDxx-_Q/s1600/cacada.jpeg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 258px; height: 264px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFuR2ioJbyUJp-ti_exixhZpiCaoCoMFfVUmaew05IV4KEeQcMT6JyztwK_5DZr1eSXj47_l_ZF5gc4HprGlTN9yvSm9KoPR20qoY6_4d9II71vhARzbS39X_ifwazuIMjaBxVDxx-_Q/s400/cacada.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593288495403180418" border="0" /></a>"Incomodada ficava sua avó".<br /><div style="text-align: justify;"><br />Mal sabia o antigo slogan publicitário o quanto ficaria inadequado em nossa realidade contemporânea. Se há uma certeza atualmente é a necessidade de estar permanentemente incomodado.<br /><br />Sossego só pra quem já se foi ou está desatento, alheio às constantes mudanças em nosso cotidiano. Nem a obtenção de algum sucesso concede descanso num belo regato.<br /><br />Não havia muito tempo que tínhamos conversado com o <a href="http://www.jonnyken.com/">Jonny Ken</a>, do <a href="http://migre.me/">Migre.me</a>, e eu soube do anúncio do encurtador de urls do Google, o <a href="http://goo.gl/">goo.gl</a>.<br /><br />Quem poderia imaginar que alguém tão bem estabelecido, vivendo sua vidinha confortável em terras tupiniquins, iria encarar o confronto com um gigante internacional? Embate moderno, quase releitura, de Davi e Golias.<br /><br />Que interesse poderia ter o pessoal de Mountain View, em um mercado pequeno, sem grandes reflexos? Tolinho, não? Seus tentáculos, ainda que "do bem", procuram indexar todo o conhecimento virtual e transformar isso em serviços utilíssimos. Nada pode escapar...<br /><br />Aliás, realmente ninguém pode ficar sossegado com esse pessoal frenético em inventar boas soluções. Com a onda das compras em grupo, já estão encaminhando seu serviço de compras coletivas, batizado de <a href="http://www.google.com/landing/offers/index.html">Google Offers</a>, tentando usar a forçar da comunidade.<br /><br />Até em questões menos tecnológicas eles acabam se envolvendo, amenidades mesmo, ao menos para muitos de nós. Vai casar? Seu tempo está escasso para dar conta de todas as questões envolvidas? Procure ajuda no <a href="http://www.google.com/weddings/">Google Weddings</a> e aproveita todo o seu poder de indexação.<br /><br />Mundo fashion? Num piscar de olhos você consegue acesso a tendências, acompanha celebridades, escolhe looks no <a href="http://www.boutiques.com/">Boutiques.com</a>. Apesar do nome um tanto desconectado dos produtos da empresa, certamente está lá toda a tecnologia já bem conhecida por seus usuários.<br /><br />Nem só de pequenos vive essa corrida de caçador... Para tentar fazer frente no mundo das redes sociais, eles inauguraram o botão <a href="http://www.google.com/+1/button/">Google +1</a>. Atacaram na veia desse nicho, as indicações entre pessoas relacionadas. Resta agora essa nova onda pegar...<br /><br />Porém, mesmo eles precisam estar atentos e se sacudir. No seu filão mais próspero, o mercado de buscas, já ocorreram boatos do lançamento de um sistema de buscas pelo Facebook. Assunto <a href="http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI5036389-EI12884,00-Facebook+desmente+criacao+de+sistema+de+buscas.html">desmentido</a> pelo próprio pessoal da rede social, bem que poderia ser verdade e esquentar os noticiários digitais.<br /><br />A disputa nessa cadeia alimentar é intensa. Às vezes me parece que poucos têm condição de sobreviver, principalmente os menores. Ainda que achemos uma seara inexplorada, o jeito é correr e marcar território, fazer sua marca presente e permanente nas cabeças dos usuários.<br /><br />Ideia consolidada, a ameaça dos gigantes será facilmente debelada. Quem dera fosse tão fácil...<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-89312334107733244132011-01-21T00:00:00.000-08:002011-01-21T01:46:48.904-08:00Self-service<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjs64GNtTFWWaCPUbbSohPlcXzSyKmCMd178nf5eI-n10c-kuxiJ_GRzcyeM6dsO8dPIYCoIQb11b3a6jFp3tibKMP6RuFoR3nRYHeTmyDxHRwsfqln8bD8vuaWonC-9VaAVQMjz-pIg/s1600/mail_spam.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 254px; height: 319px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjs64GNtTFWWaCPUbbSohPlcXzSyKmCMd178nf5eI-n10c-kuxiJ_GRzcyeM6dsO8dPIYCoIQb11b3a6jFp3tibKMP6RuFoR3nRYHeTmyDxHRwsfqln8bD8vuaWonC-9VaAVQMjz-pIg/s400/mail_spam.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5563517329564372882" border="0" /></a><div style="text-align: justify;">Quanta falta faz a atenção...<br /><br />Todo mundo se acostumou ao ritmo self-service das lojas de departamentos e afins. Basta entrar, escolher e levar, desde que em troca de pagamento, é claro.<br /><br />Ninguém sente saudades do vendedor que colava no seu cangote e mantinha a perseguição incessante enquanto estávamos presentes na loja.<br /><br />É bem verdade que ainda existem muitos exemplos das pragas grudentas em algumas localidades, mas já não é tão comum, nem bem visto. Pega mal e afasta muitas pessoas.<br /><br />Às vezes vejo o spam como esse tipo de vendedor, tentando empurrar aquilo que não queremos e sendo insistente sem pedir licença.<br /><br />Classifico dessa forma até as polidas mensagens ditas "autorizadas", oriundas de alguma pesquisa ou cadastrado preenchidos, mencionadas em alguma minúscula linha.<br /><br />Resolvi entrar numa cruzada e descadastrar-me de toda e qualquer lista promocional, sanear minha caixa postal e para de perder mais tempo apagando a enxurrada mensagens com aquelas supostas vantagens temporárias e possivelmente imperdíveis.<br /><br />Vale a conta... São poucos segundos de visualização, multiplicados por uma infinidade de ofertas diárias! Certamente preciosos minutos do meu dia eram desperdiçados em inúteis cliques no botão apagar, sem aproveitar nenhuma daquelas "tentadoras" vantagens. Afinal de contas, nem existe dinheiro disponível em volume proporcional para suportar tamanho consumo.<br /><br />Levei pouco mais de um mês para dar cabo da empreitada e convencer alguns insistentes serviços de que eu realmente não queria mais ser informado por eles. Conheci truques marotos, como o da editora Abril, colocando um botão imenso com o texto "NÃO gostaria de excluir meu endereço", frente a um minúsculo componente para confirmação da exclusão.<br /><br />Dá para imaginar o que acontecia na reação automática...<br /><br />Empreitada terminada, sucesso total, ou quase, pois a Dell não cansa de continuar com seus envios, apesar de nas minhas solicitações insistir igualmente que meu endereço já foi excluído. Se já ocorreu a remoção, por que continuo recebendo? Dã!<br /><br />Agora minha caixa postal paira por lá, enxuta, tranquila, receptiva aos conhecidos e às mensagens de interesse real. Foi significativa a redução do tempo despendido! Porém, ficou uma sensaçãozinha de abandono, de certo vazio...<br /><br />A sinalização de novas mensagens acontece de vez em quando, não mais a toda hora. Rola certa crise de abstinência, um desejo por aqueles antigos cliques rápidos. Parece até que estou perdendo a prática. Quanta necessidade de atenção!<br /><br />Deixarei o tempo passar, afinal ele é o remédio para todos os males. Prefiro assim, mais sensato, menos insano, com muito mais tempo, com menos dependência... e sem ninguém no cangote. A atenção a gente resolve de outro jeito.<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-4502697139911302242011-01-18T02:58:00.001-08:002011-04-04T07:26:21.650-07:00Embate<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-b-pJLRD7lasywYYaQjjDaH7_xwCD6ZWHfnF_Y-p1JEtmv47Wuo_ccHMo5ieX4mQhkE8DI-sEJbTVsTZN1EVd3h4Lsa8aK63pXHtKFtx59g0ippDblWmrCsMreE6DbMeJRaEZaAlsg/s1600/robot-3.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 261px; height: 291px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-b-pJLRD7lasywYYaQjjDaH7_xwCD6ZWHfnF_Y-p1JEtmv47Wuo_ccHMo5ieX4mQhkE8DI-sEJbTVsTZN1EVd3h4Lsa8aK63pXHtKFtx59g0ippDblWmrCsMreE6DbMeJRaEZaAlsg/s400/robot-3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5563503197411647234" border="0" /></a><div style="text-align: justify;">Sempre desejamos ver o Brasil no rol dos principais países do mundo, mas provavelmente procurávamos o bônus, sem nunca pensar no ônus. E que ônus...<br /><br />Desde do começo do século XXI as guerras religiosas vêm imperando, periodicamente eclodindo, pequenos eventos de grandes proporções. Nunca mais vimos uma guerra mundial, deflagrada em todos os cantos, mas em todos os cantos o conflito ideológico é constante.<br /><br />Ao Brasil coube contribuir com a manutenção da paz mundial, seja lá o que isso significasse aos poderosos do mundo. Passamos a intervir e participar ativamente nestes conflitos, aliados que somos do grande conselho humano.<br /><br />Da minha parte eu vivia sossegado, já me considerava longe da idade de convocação. Quase cinco décadas deste século, eu já com a minha quarta década completada, estava muito distante do perfil de um cadete. Ledo engano...<br /><br />A evolução tecnológica transformou nossos combates e, sendo assim, minha senioridade em engenharia de software era de grande valia. Pior para mim, já que a melhor alternativa é levar a campo os cientistas computacionais para manter ativa a gigantesca máquina tecnológica de batalha.<br /><br />Tudo é software e rede, executado por máquinas combatentes, com mais ou menos inteligência, a subjugar exércitos de carne e osso, sem os recursos necessários para fazer frente ao dinheiro das Nações Unidas, a não ser por sua coragem e desprendimento ou, na opinião de alguns, loucura mítica.<br /><br />Meu consolo é estar voltando, após longos quatro anos no front. Normalmente somos levados por não mais que dois anos, mas sabemos como são persistentes esses ideólogos terroristas. Entre uma dificuldade e outra, entre um novo desafio a solucionar e outro, minha dispensa foi sendo adiada. Agora definitivamente acabou, ao menos para mim.<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />É estranho chegar em casa depois de tanto tempo. Sem contato com minha família, por questões de segurança. Tanta tecnologia maravilhosa e a única garantia de segurança total é a ausência dessa mesma maravilha.<br /><br />Vivi nos últimos anos um mundo com acesso aos mais recentes recursos computacionais existentes, mas não podia sequer envia um e-mail à minha mãe. Mesmo a minha volta é desconhecida por ela, afinal nada é comunicado ao mundo civil.<br /><br />Não reconheço o porteiro do prédio, deve ter sido trocado neste tempo... Por sorte algumas coisas nunca mudam, caminho como íntimo do local, avanço para o portão e ele se abre. A velha maneira de distinguir os moradores dos estranhos através do comportamento.<br /><br />Chegando à porta a expectativa é grande, mal consigo acertar a chave. Para piorar, ela não vira, parece ter tido o segredo trocado. Toco a campanhia. Que remédio, não? Antes não tivesse tocado, ou nem tivesse chegado até aqui. Quem abre é uma pessoa totalmente estranha, assim como eu também o sou para ela.<br /><br />Confiro o andar, a porta, penso até na cidade, o país, mas tudo confere. É daqueles momentos que nos fazem questionar a própria sanidade... Conferências feitas, tudo confirmado, resta-nos apenas o questionamento.<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />- Desculpe-me, mas não mora aqui a Sra. Maria Moreira?<br /><br />- Caro rapaz, sou a moradora e não conheço essa senhora.<br /><br />- Há quanto tempo a senhora reside neste apartamento?<br /><br />- Já vivo aqui há dois anos, desde que meu marido faleceu.<br /><br />- A senhora comprou ou alugou de quem?<br /><br />- Comprei-o do governo, meu filho, num programa de moradia para a terceira idade. Por sinal, quando cheguei havia uma misteriosa correspondência na portaria, endereçada a Eduardo Moreira. Seria você?<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />Desci à portaria, depois de me despedir e desculpar a tal senhora. Sentia-me como um personagem de tragédia grega, com os deuses a brincar com essa pequenina formiguinha. Quem sabe o desconhecido porteiro conhecia algo para me alentar...<br /><br />Identidades apresentadas, ele me entregou a tal carta, por sinal com marcas do tempo que já se passara. Quem diria, num mundo de mensagens digitais, instantâneas ou não, totalmente conectado, eu ainda recebo mensagens em papel e envelope.<br /><br />O fatídico objeto tinha logo do governo e era endereçado a mim. Se foram eles mesmos que me mandaram para outro canto do mundo, por que não me localizaram lá? Falta de controle, organização ou excesso de segurança?<br /><br />A carta dizia que minha mãe sofrera distúrbios mentais, não tinha mais condições de ficar sozinha. O serviço social tomou conta dela, liquidou seus bens e a instalou em uma clínica para tratamento de idosos senis. Endereço informado, imediatamente me dirigi para lá.<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />Ficava a tal clínica em São Paulo mesmo, na região de Higienópolis. Espero que o governo tenha gerido muito bem os recursos da minha mãe, afinal os custos de um internação para aqueles lados devem ser bem altos.<br /><br />Cheguei ao local angustiado, ansioso por saber o que exatamente se passava. Não bastasse o peso dos acontecimentos da guerra, eu começava a perceber que suas consequências não ficariam apenas por aquelas terras distantes.<br /><br />Encontrei o local, reluzente, um prédio suntuoso, destes das propagandas para aposentados endinheirados. Caminhei até a recepção e fui direcionado à seção de visitas de familiares.<br /><br />Aguardei alguns minutos, sentidos como a eternidade, até ser chamado por uma simpática atendente. Fui informado que eu havia sido considerado morto em guerra e minha mãe acolhida ali sob os cuidados do governo.<br /><br />Se fui considerado morto, por que diabos havia sido deixada uma correspondência endereçada a mim? Ás vezes são tantas as trapalhadas governamentais que me questiono como conseguimos chegar ao estado atual.<br /><br />Felizmente meu chip de identificação e a rápida assinatura genética não deixaram dúvidas sobre minha identidade. Só lhes restavam permitir que eu encontrasse minha progenitora. Assim foi feito. Fui levado para as áreas internas da instituição.<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />Era um jardim como dos filmes, muito bonito e aconchegante, um tanto bucólico, mas um com uma paz incontestável. Senhores e senhoras aqui e ali, em conversas calmas e felizes, um verdadeiro éden da idade avançada.<br /><br />Em meio a tantas cabecinhas brancas, pude reconhecer seus traços envelhecidos. O olhar um tanto aéreo, mas o mesmo sorriso inesquecivelmente gentil. Ao seu lado, alguém mais jovem com quem conversava. Certamente não era um paciente, mas uma visita também.<br /><br />Ao me aproximar mais, notei certa familiaridade com os traços daquele acompanhante. Essas coisas de traços da família, desenho da cabeça, contornos dos cabelos. Era comum, ao encontrarmos alguém assim, dizermos: deve ser um Moreira. Seria algum primo?<br /><br />Saudei-os ao longe e, no momento que aquele homem se virou, fiquei atônito! Era eu! Alguns poucos anos mais jovem, eu podia reconhecer, mas era como vivenciar a fábula de Scrooge, ou algo parecido. Ele me parecia um tanto surpreso também e minha falta de ação fez com que ele se dirigisse até mim.<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />- Quem, quem é você? - primeiro ato meu, como se eu tivesse algum controle.<br /><br />- Unidade de cuidados e acompanhamento EM01, senhor.<br /><br />- O que você é ou faz aqui?<br /><br />- Fui encarregado pelo governo para tomar conta de sua mãe. Posso reconhecê-lo, afinal sua pessoa foi a matriz para minha geração.<br /><br />- Como assim?<br /><br />- Quando a demência atingiu sua mãe, ela apenas parecia se referir a você. Perceberam que você seria a única pessoa capaz de conduzi-la e cuidá-la. A opção mais humana era mantê-la em contato com seu filho.<br /><br />- Mas você não sou eu, não é o filho dela. É um autômato feito minha imagem e semelhança para enganá-la.<br /><br />- Senhor, desculpe, mas no estado mental dela eu sou tudo que precisou nestes últimos anos. Posso garantir que vive feliz e atendida, como qualquer pessoa poderia desejar.<br /><br />- Você não entendeu. Eu não quero minha mãe pajeada por um monte de porcas e parafusos, sem ofensas. Minha ausência foi certamente um grande prejuízo para ela, mas tenho condições e quero recuperar tudo que puder.<br /><br />- O senhor não me ofende, mas posso garantir que fui programado e poderei garantir toda a atenção necessária até seus últimos dias.<br /><br />- Isso é um absurdo!<br /><br />- Meu filho, quem é esse rapaz com você? - era ela inquieta por nos ver em acalorada conversa.<br /><br />Sai, deixando-a com ele, mas seria por pouco tempo. A administração daria conta de resolver essa questão absurda. No caminho pelo jardim, tive a estranha sensação que ele me seguia com o olhar.<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />- Gostaria de falar com o médico responsável.<br /><br />- Pois não, senhor, chamarei o Dr. Cardoso agora mesmo.<br /><br />Não tinha dúvidas de que eu tinha meus direitos e eles eram irrevogáveis. Seja lá qual for a confusão, com essa história de morte minha, ou qualquer outra que possa surgir. É muita desinformação numa sociedade há tantas décadas dita “da informação”.<br /><br />- Pois não, o senhor é Eduardo Moreira, certo?<br /><br />- Sim, gostaria de resolver um problema, uma verdadeira confusão, que considero inadmissível.<br /><br />- Claro, entendo perfeitamente e já tenho o assunto adiantado. Fui informado da sua chegada e pretendia minimizar o transtorno, mas o senhor foi rapidamente levado ao encontro de sua mãe.<br /><br />- Esqueça os rodeios. Quero levar minha mãe para casa e quero ela distante daquela aberração.<br /><br />- Ah! A unidade de cuidados. Mas o senhor deveria ficar com ela. Essas unidades, tecnologia recentemente desenvolvida, são criadas para nunca mais serem dissociadas de seus humanos.<br /><br />- Não me interessa quando foram desenvolvidas, nem suas diretrizes, simplesmente não quero aquele fantasma a nossa volta.<br /><br />- Infelizmente a única solução é desativá-la totalmente.<br /><br />- Então o faça!<br /><br />- O senhor é quem manda, apenas será um desperdício de dinheiro e tempo. Muito do senhor foi colocado naquela unidade, de características físicas a memórias. Um desperdício...<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />Fomos em um grupo: o diretor-médico, um enfermeiro e eu. Na verdade, o enfermeiro era mais um técnico de hardware do que um profissional da saúde. Ele controlava os códigos de manutenção daqueles robôs.<br /><br />Ao nos aproximarmos dos dois, subitamente minha versão robótica se levantou de maneira tempestuosa. Olhou-nos espantado, correu em disparada pelo jardim e, num salto mais que olímpico, sobrepujou o muro da instituição.<br /><br />Corri em direção a minha mãe, para acudi-la, enquanto ouvia o diretor demandar uma série de ordens e alertas. Parecia que eles também foram surpreendidos por aquela reação, tanto quanto eu.<br /><br />O ocorrido sugeria que ele havia pressentido nosso intuito. Eu não imaginava que estes cuidados básicos, de controles e reação destas máquinas, não haviam sido tomados por seus criadores. Imagina se nossas máquinas guerreiras pudessem também se descontrolar assim. Isso estava me cheirando a mais descuidos do nosso governo...<br /><br /></div><hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;"><div style="text-align: justify;"><br />- Mãe?<br /><br />- Meu filho? Que estranho, parece que você foi numa direção e voltou noutra.<br /><br />- Está tudo bem, não sai daqui.<br /><br />- Curioso, há algo diferente em você.<br /><br />- Impressão sua, deve ser a luz de hoje.<br /><br />- Com certeza. Já não tenho mais a mesma cabeça de antes. Se não fosse você comigo...<br /><br />- Em breve, vou levá-la para casa, para cuidar melhor da senhora.<br /><br />- Casa? Outra? Você sempre me cuidou tão bem aqui. Se não fosse você...<br /><br />- Iremos para um lugar melhor ainda, então.<br /><br />- Ah, meu filho, só você mesmo para estar sempre ao meu lado, cuidando de mim durante todos esses meus anos de invalidez. É por isso que te amo.</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-71807620816547582902010-11-30T20:30:00.000-08:002010-11-30T20:30:00.685-08:00Instant<div style="text-align: justify;"><a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinefDv48lxjIO6tNVUbehj_yNKAnKsfk5kxnNcw_Al-IjwaoiHYK0Bm2vj4dHwhhhbbFe5G9DlQ6wms5S2QkEtHt4LOtinfVjm7mCUdecmKZZWXUASDTyDQvt79NtC0_wKSxgUH8CU_Q/s1600/instant.jpeg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 278px; height: 298px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinefDv48lxjIO6tNVUbehj_yNKAnKsfk5kxnNcw_Al-IjwaoiHYK0Bm2vj4dHwhhhbbFe5G9DlQ6wms5S2QkEtHt4LOtinfVjm7mCUdecmKZZWXUASDTyDQvt79NtC0_wKSxgUH8CU_Q/s400/instant.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5545288489319903362" border="0" /></a>Instantâneo é tão bom assim?<br /><br />Poucos meses se passaram desde o lançamento do <a href="http://www.google.com/instant/">Google Instant</a>, com mais ou menos evidência, mas poucos se recordam ou notaram.<br /><br />A proposta do mecanismo de buscas é ousada, afinal chega a espantar só de pensar na estrutura e tecnologia envolvidas para prover o serviço.<br /><br />Costumamos imaginar as ferramentas como se nós estivéssemos usando-as sozinhos, porém o recurso em questão é usado ao redor do mundo, simultaneamente, por incontável número de pessoas.<br /><br />Apresentar resultados parciais com velocidade incrível, quase instantânea, meio que adivinhando nossas intenções é um esforço hercúleo.<br /><br />E para quê? Agilizar nossa existência digital, já tão pragmática e veloz? Otimizar a utilização dos infraestrutura do mecanismo? Expor um diferencial frente os concorrentes, afinal de contas quem imaginaria que ainda havia o que inovar na área de buscas?<br /><br />Já devem estar se perguntando qual será o destino final do botão "Pesquisar"... Aliás, até o fatídico "Estou com sorte" fica insignificante frente a tanta instantaneidade. Não duvidem de que, em breve, o Chrome apresentará páginas antes de terminarmos a digitação da url.<br /><br />Fico a pensar se conjugássemos essa tecnologia advinha a algum mecanismo de interface cerebral, dos muitos anunciados em notícias científicas. Interface direta e instantânea com sinapses! Talvez fosse o próximo patamar de desafio à velocidade do gigante de pesquisas.<br /><br />A Skynet vai ganhando forma, se tornando um imenso e vivo organismo digital. Suspeito que começa a nos conhecer mais que nós mesmos. Apesar de embrionária, a incipiente inteligência digital ganha forma, mas quase ninguém atenta para o fato. É só ficção...<br /><br />Mas ainda resta a pergunta do "para quê"? Não nos basta a superficialidade e falta de foco em muitas das nossas interações com a grande teia universal? Encontramos frequentemente artigos sobre as mudanças em nossa formação decorrentes do convívio com a Web.<br /><br />Por sinal, esse cenário vem de encontro com a "<a href="http://spsoul.blogspot.com/2009/04/miojizacao.html">miojização</a>" cultural proposta por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mario_Sergio_Cortella">Mário Sérgio Cortella</a>. No fim, nos resta apenas conformação com esse macarrãozinho instantâneo digital. Quanto sabor!<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-82271583526028008842010-10-23T20:16:00.000-07:002010-10-24T07:02:48.076-07:00Papagalli<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWjJiM43zeS0tw-WGEYnknn1yCgmUC1i8odugFPF-iayI6qWhArmQZ37fvDLGtTJhX0e70CYkBa29rLIRWLHAvR9JE26v6f76xYZ1qqa-bAMf8odHsC3i48nRfVFPhehCwsnQ0lYMpgA/s1600/tppg.jpeg"><img style="float:right; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 243px; height: 307px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWjJiM43zeS0tw-WGEYnknn1yCgmUC1i8odugFPF-iayI6qWhArmQZ37fvDLGtTJhX0e70CYkBa29rLIRWLHAvR9JE26v6f76xYZ1qqa-bAMf8odHsC3i48nRfVFPhehCwsnQ0lYMpgA/s400/tppg.jpeg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5531446652913304002" /></a><div style="text-align: justify;">Papagaio!<br /><br />Tudo começa em um sábado bem comum, como todos os outros, não fosse pela minha esposa pedindo logo cedo minha carteirinha do SESC.<br /><br />Na volta para casa ela iria comprar ingressos para uma peça de teatro infantil, que já havíamos visto o anúncio, e gostaríamos de levar nossa pequena.<br /><br />Chegada a hora, próxima ao horário de almoço, saímos um tanto atrasados, meio na corrida, sem grandes expectativas, a não ser chegar pontualmente para não perder o espetáculo.<br /><br />A bem da verdade, havia pelo menos a expectativa de um bom espetáculo, afinal é um trabalho do Balé da Cidade de São Paulo com o grupo Pia Fraus: Terra Papagalli.<br /><br />Chegamos pontualmente, mas quem decidiu atrasar um pouco foi a trupe. Apesar de certa indignação e inquietação nossa, ao se abrirem as cortinas o mundo todo ficou do lado de fora, entramos num universo paralelo.<br /><br />Fomos absorvidos pela história da náufraga Manuela, perdida em terras tupiniquins e encontrada por um povo indígena. Fábula moderna, com cores e sons tropicais, viagem às belezas e encantos de uma terra desconhecida e rica.<br /><br />Dança harmoniosa, coreografia elaboradíssima, interpretação primorosa, bonecos maravilhosos, deleite de trilha, fica difícil enumerar, eleger ou adjetivar nossa preferências nesse mar de graça e arte. Arte da melhor qualidade e por todos os cantos!<br /><br />Deixando de lado o racionalismo, a verdade é que somos capturados pela emoção. Não há como resistir e não se perder, deixar-se inebriar, permitir aflorar as melhores sensações, capturadas por todos sentidos, por nosso ser completo.<br /><br />Sucesso entre os pequenos, sem um minuto sequer de desatenção, mesmo sem haver fala alguma. Aliás, partimos desta experiência como se houvéssemos ouvido horas de histórias, legítimo expressão do corpo traduzida pela visão.<br /><br />Saímos do teatro e mal podíamos nos falar, eu e minha esposa, com o risco de irmos às lágrimas tamanha era a comoção e o envolvimento proporcionados por esta singular vivência. Em pouco mais de 50 minutos fomos tocados profundamente em nossa existência.<br /><br />Melhor ainda poder ter compartilhado com minha família um evento inesquecível como este. Permanecerá na nossa lembrança afetiva, guardarei com carinho a imagem de felicidade e deslumbre da minha pequena, encantada com tanta surpresa e maravilha.<br /><br />Resta-me apenas agradecer, a tudo e todos que possibilitaram esta grata constatação. Também me resta torcer para que outros tantos sabadões possam se tornar, tão plenamente, celebrações da vida.</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-38934847685141364342010-09-30T07:08:00.000-07:002010-09-30T11:31:11.087-07:00Espelhos<a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeoekhSv8L9xjTT08jiKE0es-Tcrp8IkAR0U1H69AWQdbDr9lau8cMS_tnrvI1H0ixuJenAbUbFJ319F0VucFUMwMZwT0ApPYOdanXWCcMwDLSiQD9qPKJOViU6mkBaxPPVzMuUdsYkQ/s1600/mirror.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 220px; height: 289px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeoekhSv8L9xjTT08jiKE0es-Tcrp8IkAR0U1H69AWQdbDr9lau8cMS_tnrvI1H0ixuJenAbUbFJ319F0VucFUMwMZwT0ApPYOdanXWCcMwDLSiQD9qPKJOViU6mkBaxPPVzMuUdsYkQ/s400/mirror.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5522709765863011410" border="0" /></a>Filhos, filhos, espelhos de nossa existência...<br /><br /><div style="text-align: justify;">Por mais óbvia e manjada que tal frase possa parecer, é muito duro quando somos confrontados a ela em nosso cotidiano paterno.<br /><br />Frequentemente, vinculamos essa ideia aos possíveis defeitos que tenhamos e certamente desejamos suprimi-los, além de jamais transmiti-los.<br /><br />Porém, mesmo em nossas qualidades, podemos ser surpreendidos por nossos pequeninos e reveladores rebentos, com seus reflexos diários.<br /><br />Todo pai anseia proteger, prover, encaminhar. De repente, determinados e independentes que somos, vemos nossas crias determinadas em sua independência a dispensar nossa ajuda.<br /><br />Escolhemos nossos rumos com segurança, apoiados no amor familiar. Subitamente o nosso amor familiar e segurança propiciam escolhas a eles, forças para a tomada de decisão, só que as fazem, apenas e tão somente, diferentes das nossas.<br /><br />Até aí, problema algum, pois são acertadas, adequadas, inofensivas às vezes, mas ainda assim insistentemente diferentes das nossas preferidas. É o sempre bom desafio para mostrar o quanto aprenderam, quão capazes são, a tentativa de nos tornar orgulhos de seus feitos.<br /><br />Criar terminar por ser um exercício diário de acompanhamento, sem domínio, cuidado sem indevida influência, observação do desaflorar de outra versão do nosso eu. Nova versão pueril, cheia de personalidade, de ânsias próprias, desejosa de ser ela, nosso fruto.<br /><br />Aprendemos, com a vida, que nada controlamos, simplesmente colaboramos e o melhor que podemos doar é doar o melhor de nós. Ao cabo de tão árduo e gratificante processo, torcemos para descobrir que tal reflexo é um nosso reflexo aprimorado, feliz e pleno sendo si.<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-65105629718757229322010-09-29T03:45:00.000-07:002010-09-29T04:32:22.015-07:00Ópera<a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeUXp23u4vOUiRPvHzckUfPazbGAZA410-PJiUBzaKHoqT8VN6p0N_x3ajml18A4tSJNzRyJGosjsPJbvI1Gw2CNTBPLERAOziy2GADGJXgCWGf3n_sQufyg2RU2Ja680xWCVK3dyxeQ/s1600/opera.PNG"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 261px; height: 353px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeUXp23u4vOUiRPvHzckUfPazbGAZA410-PJiUBzaKHoqT8VN6p0N_x3ajml18A4tSJNzRyJGosjsPJbvI1Gw2CNTBPLERAOziy2GADGJXgCWGf3n_sQufyg2RU2Ja680xWCVK3dyxeQ/s400/opera.PNG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5522293027257080402" border="0" /></a><div style="text-align: justify;">Se Wagner pudesse ver isso...<br /><br />Aliás, Wagner, Puccini, Villa-Lobos ou Verdi, qualquer destes grandes compositores se surpreenderia com essa história de ópera no cinema.<br /><br />Elaboradas para suntuosas casas de espetáculo do passado, reservadas a seletos grupos de ouvintes, as obras destes ilustres autores hoje podem ser vistas em cinemas pelo país.<br /><br />Não apenas assistidas em eventos gravados e reproduzidos, mas ao vivo, direto do Teatro Metropolitan de Nova Iorque. Sem poupar tecnologia, com direito a imagens HD e som digital, além do conforto de salas bem projetadas e ambientadas.<br /><br />Apesar de suas linguagens artísticas possuírem toques universais, sonharem em alcançar plateias pelo mundo, seus universos certamente eram muito mais restritos aos círculos sociais de sua época, às provincianas cidades (mesmo com sonhos metropolitanos) de mais de um século atrás.<br /><br />Como será que estes senhores de outras épocas entenderiam tamanha distribuição simultânea de seus filhos. Eventos que ocorrem em 46 países, dá para imaginar a plateia total somada ao redor do planeta, sentada em suas confortáveis poltronas no mesmo momento, apreciando as pérolas destes outros mundos.<br /><br />Consolo para quem não pode se deslocar por continentes para assistir uma obra-prima deste porte, nem tem acesso aos poucos locais disponíveis para apresentação em sua cidade, quando estes existem. Penso até na questão dos inúmeros fusos horários necessitados de conciliação...<br /><br />Sem querer fazer propaganda, mas já fazendo, aqui em São Paulo teremos "O Ouro do Reno", no dia o9/10, na rede Cinemark. Primeira parte o ciclo épico "O Anel do Nibelungo", esta e outras programações podem ser encontradas no site <a href="http://www.moviemobz.com/film/profile/mid/1323">MovieMobz</a>.<br /><br />Verdadeiro movimento de globalização da cultura clássica, a transmissão destes espetáculos me causa certa estranheza, em princípio. Algo da aura, do glamour existente, parece ser perdido nesta nova versão, nova apresentação do antigo produto.<br /><br />Por outro lado, a ordem é essa mesma, reinventar. Os adventos digitais, os ventos das mudanças tecnológicas têm empurrado tudo e todos numa tempestade de inovações. Acertadas ou equivocadas, as iniciativas estão aí para experimentarmos.<br /><br />Fica a dúvida do que fazer no momento dos aplausos. Ou então, como ficarão os entusiásticos pedidos de bis? Sem falar no cheiro de madeira dos teatros, as emanações do palco, dos músicos e cantores. Espero ao menos que a emoção da audição se preserve...<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-8790056874544464622010-08-23T04:21:00.000-07:002010-09-10T09:45:28.752-07:00Googlar<a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxWHaukW7vdgu0EupWWS0HOVMmUMyMsfyH4cUC9NhaxyEN4tBcukFo6GbfP0IFW4K3BLLLwWYDqOpsIOWDEE7b09T61EOi6eYdWDDnDO_E6eYJe4ZZYUtjbBdHrlaq4fI-qTNzqS9oZg/s1600/world-wide-web-searching-293x300.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 224px; height: 231px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxWHaukW7vdgu0EupWWS0HOVMmUMyMsfyH4cUC9NhaxyEN4tBcukFo6GbfP0IFW4K3BLLLwWYDqOpsIOWDEE7b09T61EOi6eYdWDDnDO_E6eYJe4ZZYUtjbBdHrlaq4fI-qTNzqS9oZg/s400/world-wide-web-searching-293x300.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5508695273091170258" border="0" /></a><div style="text-align: justify;">"Houve um tempo em que as pessoas realizavam pesquisas..."<br /><br />Quem sabe um dia encontraremos tal citação em um livro de história, daqueles escolares, bem didáticos.<br /><br />Pesquisar, pesquisar mesmo, muitas pessoas não pesquisas já há um bom tempo. Hoje a onda mesmo é "googlar".<br /><br />Apesar de soarem semelhantes, as expressões guardam de semelhança apenas o impulso original, o germe da iniciativa: o desejo de saber, de ampliar o conhecimento.<br /><br />Pesquisa exige coleta bem focada, amparada em tema escolhido e, no mínimo, definido claramente. É ato pensado, elaborado, preparado, carente de atenção e controle, de participação de seu interlocutor. Como ato tem seu sujeito, condutor empenhado na procura de seus objetivos.<br /><br />Com o material colhido, se faz minuciosa apreciação, observação e produção de material prévio, verdadeira garimpagem de pepitas no veio aberto do pensamento. Da massa resultante é preciso extrair reflexões, ordená-las, buscar coesão, sentido e apoio. Construímos nossas estruturas, nossa rede de ideias, fundada em pilares de outrem.<br /><br />O hábito de googlar até poderia seguir os mesmos preceitos, mas vem carregado do mal da velocidade, do pragmatismo, da instantaneidade. Surge a dúvida, acessamos o oráculo digital dos tempos modernos e somos assolados por uma profusão de possibilidades.<br /><br />Comumente se sucede um exercício inglório de cliques, um tanto a esmo, apenas confiando na relevância produzida e apontada pelo mecanismo. Se acompanharmos a evolução da largura de banda, bem mais superlativa que nossa contemporânea estreiteza, passaremos pouquíssimo tempo em cada visita.<br /><br />Acabamos colhendo migalhas sobre aquele assunto, soltas pelo caminho, quando um ou outro "passarinho" ainda não a devorou inadvertidamente. Sem dúvida alguma poderia ser muito diferente. Devo confessar que faço de tudo para sê-lo e para propagar outra postura.<br /><br />Desafio moderno, conciliar as novas disposições às antigas necessidades. Condoo-me dos professores à mercê deste novo mundo, mestres mareados pelas ondas da web... Talvez seja um período inevitável de determinado processo evolutivo e, como tal, muitos dos poucos adaptados tombarão pelo caminho da infovia.<br /><br />Quem dera eu pudesse dar uma olhadela naquele tal de futuro, para ver se todo esse esforço compensa... Como não é possível, rogo aos santos de bits que nos auxiliem nessa empreitada.<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-16069168082261850202010-05-31T21:57:00.000-07:002010-05-31T21:57:00.077-07:00Ser<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzYeQC69U_601b4jA8dGWNq1y26Es3deTLPlfuDvLZSOaBqh5OL7zKtWUq77ul2Ehwmo2krjguf_ihkwRxm8g81hBEUPwJjBCR97OY7JFyai7XK5jYD0ho6nH-Mk2C71G8jwBlN0Bf0g/s1600/42.jpeg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 350px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzYeQC69U_601b4jA8dGWNq1y26Es3deTLPlfuDvLZSOaBqh5OL7zKtWUq77ul2Ehwmo2krjguf_ihkwRxm8g81hBEUPwJjBCR97OY7JFyai7XK5jYD0ho6nH-Mk2C71G8jwBlN0Bf0g/s400/42.jpeg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5477232594280533842" /></a>Hamlet<br /><span style="font-size:85%;">Ato III, Cena I<br /></span><span style="font-size:85%;">(tradução Millôr Fernandes)</span><br /><br />Ser ou não ser, eis a questão.<br />Será mais nobre sofrer na alma<br />Pedradas e flechadas do destino feroz<br />Ou pegar em armas contra o mar de angústias<br />E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;<br />Só isso. E com o sono - dizem - extinguir<br />Dores do coração e as mil mazelas naturais<br />A que a carne é sujeita; eis uma consumação<br />Ardentemente desejável. Morrer – dormir –<br />Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!<br />Os sonhos que hão de vir no sono da morte<br />Quando tivermos escapado ao tumulto vital<br />Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão<br />Que dá à desventura uma vida tão longa.<br />Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,<br />A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,<br />As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,<br />A prepotência do mando, e o achincalhe<br />Que o mérito paciente recebe dos inúteis,<br />Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso<br />Com um simples punhal? Quem agüentaria fardos,<br />Gemendo e suando numa vida servil,<br />Senão, porque o terror de alguma coisa após a morte –<br />O país não descoberto, de cujos confins<br />Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,<br />Nos faz preferir e suportar males que já temos,<br />A fugirmos para outros que desconhecemos?<br />E assim a reflexão faz todos nós covardes.<br />E assim o matiz natural da decisão<br />Se transforma no doentio pálido do pensamento.<br />E empreitadas de vigor e coragem,<br />Refletidas demais, saem de seu caminho,<br />Perdem o nome de ação.Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-63177498384218185752010-05-30T07:39:00.000-07:002010-05-30T16:48:56.951-07:00Fontes<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrfzVxpSPNEVBGJs1QXasYIBHU988mWju8P9mcbUNTMDfmmVn-vvtSaIw47qLGBRnrLXL3akKdW3TrhxQaWJesZF4Nv4zrN2eh-_wZhpOCJ494PFaXXeagYxBvDi6-CQIeZd9QrwtMNw/s1600/google-api-fonts.jpeg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 250px; height: 290px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrfzVxpSPNEVBGJs1QXasYIBHU988mWju8P9mcbUNTMDfmmVn-vvtSaIw47qLGBRnrLXL3akKdW3TrhxQaWJesZF4Nv4zrN2eh-_wZhpOCJ494PFaXXeagYxBvDi6-CQIeZd9QrwtMNw/s400/google-api-fonts.jpeg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5477206037004111474" /></a><div style="text-align: justify;">Essa provém de "fonte" segura...<br /><br />Recentemente, na Conferência Google I/O 2010, a Google lançou sua ferramenta de fontes para Web, a Google Font API.<br /><br />Além de ser um diretório de fontes para páginas, eles disponibilizam um framework bem completo para utilização e controle de tipos diversificados nas páginas.<br /><br />Desde os primórdios do mundo hiperligado, uma enorme dificuldade era adequar a concepção visual do site com o limitado conjunto de fontes universais disponíveis.<br /><br />Para quem nunca havia queimado pestanas sobre o assunto, fique sabendo que só era possível utilizar fontes disponíveis no sistema operacional do usuário. Acabávamos sempre às voltas com os mesmos tipos batidos: Arial, Times New Roman, Courier, etc.<br /><br />Alguns designers solucionaram tais questões fixando seus textos em imagens ou objetos flash. Isso criou a necessidade de alguns destes recursos aderentes ao browser, como plugins, tags para imagens ou objetos de mídia. Ainda assim a solução tem seus problemas de contorno e não representa o Santo Graal, mesmo com a quase onipresença da ferramenta da Adobe.<br /><br />O grande barato do Google Font API é permitir que sejam utilizadas fontes, ricamente trabalhadas e elaboradas, independentemente do seu navegador ou sistema operacional. É uma das maiores universalizações ocorridas em todos os tempos no mundo dos bits.<br /><br />É possível ter uma boa ideia deste grande inovação visitando o <a href="http://code.google.com/webfonts">diretório</a> de fontes já disponíveis. Certamente, muito em breve, o conjunto será expandindo e poderá contemplar todo e qualquer estilo conhecido. Vale lembrar que todas são publicadas através de licença open source.<br /><br />Quanto a codificação, um rápido exemplo de utilização da <a href="http://code.google.com/intl/pt-BR/apis/webfonts/docs/webfont_loader.html">WebFont Loader</a>, biblioteca Javascript para obter mais controle no carregamento das fontes, mostra o quanto a ferramenta é acessível a qualquer script kid. Imaginem o que pode ser feito por quem entende.<br /><br />Inegável a habilidade da gigante de Mountain View em resolver praticamente todos os problemas da vida digital, fora seu tentáculos que vêm se estendendo para o mundo real. Rezo apenas para que não estejamos presenciando o advento do Sr. Smith...</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-4791242073617394532010-05-26T19:24:00.001-07:002010-05-26T19:59:29.060-07:00Sintética<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCQY3Hl7GWAO0opfAM8g5QmNU3AkAyNxoF5zpLYERnqofr6QhU9Yj5iEYJY5sGlOreTuXtGzKKFTBzzBhBPgFq_5SRcvbqYeL40Q2hbbuHEYrKhGvA3NnjjslQ_68AzdmYP34Jy-AWiA/s1600/bacteria_sintetica1.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 255px; FLOAT: right; HEIGHT: 244px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5475770147832174498" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCQY3Hl7GWAO0opfAM8g5QmNU3AkAyNxoF5zpLYERnqofr6QhU9Yj5iEYJY5sGlOreTuXtGzKKFTBzzBhBPgFq_5SRcvbqYeL40Q2hbbuHEYrKhGvA3NnjjslQ_68AzdmYP34Jy-AWiA/s400/bacteria_sintetica1.jpg" /></a> <div align="justify">A vida é contínuo aprendizado, não muito sintético.<br /><br />Destaque na semana passada nos meios científicos, a publicação do trabalho sobre a primeira síntese de DNA artificial foi cercada de certa euforia midiática.<br /><br />Criação de vida? Brincadeira divina? Assim como a ovelha Dolly, o bebê de proveta, dentre outras façanhas, não chegamos lá ainda.<br /><br />Sem dúvida é um marco na história da pesquisa genética e uma semente para frutos muito pouco imaginados, se é que pensados.<br /><br />Porém, não é nem um pouco criação de vida. Modificaram controladamente o genoma de um tipo de bactéria e implantaram o resultado em outra (de outro tipo) sem genoma, fazendo com que ela passasse a se comportar de acordo com o novo código genético recebido.<br /><br />Craig Venter toma a dianteira novamente, depois de fazer frente ao consórcio do projeto Genoma e desafia mais uma vez todos nós a refletir sobre o efeito de suas pesquisas na humanidade. Desafeto da academia, o cientista concentra todo seu empenho (e seu estrelismo) para promover avanços significativos nas áreas em que se envolve.<br /><br />Quais os efeitos seu um exemplar destas bactérias fosse acidentalmente liberado na natureza? Poderia rapidamente morrer ou desequilibrar algum bioma. E se a tecnologia fosse usada para a programação de armas biológicas? Quais nossos direitos sobre a vida, mesmo de tão pequenos seres, assim manipulados?<br /><br />Segundo os pesquisadores, as amostras produzidas em laboratório estão muito bem controladas e sua reprodução estacionada. O ferramental para aplicar tal conhecimento levará um bom tempo até se tornar acessível e viável, seja para qual fim desejarmos.<br /><br />Por hora isso é suficiente. Por quanto tempo? Somos tão aptos ao controle e previsão que conseguimos dominar, ou vislumbrar, todas as variáveis envolvidas e desenrolares possíveis? Em nossa soberba ainda temos muito para aprender com a vida, apesar de tantas lições passadas.<br /><br />Certamente o principal interesse inserido neste contexto é a exploração comercial de tal conhecimento. O problema é se repararmos na grafia do sobrenome do condutor do projeto. Periga encanarmos de topar um dia desses com uma notícia sobre as pesquisas de Darth Venter! :)<br /><br />Brincadeiras à parte, espero que nosso aprendizado seja repleto de elementos úteis e prósperos, capazes de nos guiar por bons caminhos, sem grande desastres. E que a força possa estar conosco!</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-19489705776669505392010-05-25T23:37:00.000-07:002010-05-26T10:20:34.612-07:00PAC-MUNDO<a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTy7KIxtmc8ZUI0J8s-X0XQHeejRsQOhtlKwrhsUPaoutuFe3BUeKAzTuMI8BWWZlxvQGa8-Slyj29RwXEZAParS-JPzTToAeWGvHmkGdhpUFYInMl-DDH8Crbpk562RpRLm8w0iVdHQ/s1600/pacman-google.jpeg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 227px; height: 206px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTy7KIxtmc8ZUI0J8s-X0XQHeejRsQOhtlKwrhsUPaoutuFe3BUeKAzTuMI8BWWZlxvQGa8-Slyj29RwXEZAParS-JPzTToAeWGvHmkGdhpUFYInMl-DDH8Crbpk562RpRLm8w0iVdHQ/s400/pacman-google.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5475624580204426770" border="0" /></a>Quem não viu, perdeu.<br /><div style="text-align: justify;"><br />Em comemoração aos 30 anos do PAC-MAN, na sexta-feira passada o Google colocou no ar um Doodle em homenagem ao jogo, que ficou no ar por 48 horas.<br /><br />Não era apenas uma imagem, mas um jogo embutido em sua página, uma reprodução fiel do célebre game dos anos 80, com visual, sons e jogabilidade impecável.<br /><br />Aos mais apressados, acostumados à agilidade do buscador, pode ter passado despercebido, mas bastava um pouco de espera e a musiquinha chamava a atenção para o início da partida.<br /><br />Se percebesse a troca do botão 'I'm Feeling Lucky' por 'Insert Coin' talvez sacasse de imediato. Um clique e o jogo começava. Mais um clique permitia a participação de um segundo jogador.<br /><br />A partir daí era só diversão. Teclas direcionais para o primeiro jogador, WASD para o segundo e 254 níveis pela frente. E dá-lhe comer pontinhos, buscar energia e se fortificar para correr atrás dos fantasminhas.<br /><br />Nem flash era! Felicidade para iPodeiros e afins pelo mundo, além de excelente aval para a empreitada da Apple em refutar o mundo do SWF.<br /><br />Imagino as equipes de infra tentando bloquear a gracinha googleana. Missão impossível, afinal quem teria coragem de cercear a possibilidade de uso do mais importante mecanismo de pesquisas de nossos tempos? Certamente matariam do coração milhões de googledependentes.<br /><br />Há pouco mais de vinte anos era necessário um hardware dedicado para produzir tal diversão, através da surreal corrida de pequenas almas penadas e som irritantemente frenético. Hoje um mero browser, de qualquer espécie, é capaz de dar conta da antigamente árdua tarefa. Fico a imaginar mais algumas décadas...<br /><br />Mostras do poder de estrago a que podemos estar sujeitos, bastando capacitação e aptidão direcionada ao ponto certo (ou errado, se for o caso). Mostras também do poder do gigante web, longe de perder significância e capacidade de inovar.<br /><br />Nesta semana diversos artigos, em publicações da área como a <a href="http://pcworld.uol.com.br/games/2010/05/25/pac-man-do-google-causou-prejuizo-a-empresas-americanas/">PCWORLD</a>, tentam estimar o tamanho da brincadeira. Algo em torno de 4.819.352 horas de trabalho desperdiçadas ou cerca de 120 milhões de dólares em perdas!<br /><br />Android, Google TV e outras iniciativas justificam um apelido para essa peça importante no jogo dos negócios tecnológicos, a empresa com o bem em suas diretrizes: PAC-MUNDO.</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-17620993584269605392010-03-28T17:04:00.000-07:002010-03-28T19:50:39.589-07:00Tendências<a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin8lQrfkR3VojUFknPoorX0CnZ_XBoVSVVX8JDRbEYhzEmgGM-xQIaYl_xkB73bfxrrR47k6EfRN50cuiSub3VlzKfIlyRKutdNMEZ0vXOAJkxt45SLpzYZDXzqLZ0qGCwQQmOExEXbQ/s1600-h/google_wave_logo.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 256px; height: 256px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin8lQrfkR3VojUFknPoorX0CnZ_XBoVSVVX8JDRbEYhzEmgGM-xQIaYl_xkB73bfxrrR47k6EfRN50cuiSub3VlzKfIlyRKutdNMEZ0vXOAJkxt45SLpzYZDXzqLZ0qGCwQQmOExEXbQ/s400/google_wave_logo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5413195581421134466" border="0" /></a>Quantas dificuldades enfrentam as novas tendências!<br /><br />Já experimentou o <a href="http://www.google.com/buzz">Google Buzz</a>? Em sua estreia, a pouco mais de dois meses, muitos amigos o fizeram. Reparei na última semana que poucos continuaram a usá-lo.<br /><br /><div style="text-align: justify;">Sou suspeito para opinar, afinal gostei bastante mesmo, substituindo muitos outras ferramentas pelo seu uso. Só que nos últimos dias me sinto em um deserto de bits.<br /><br />Considero a ferramenta uma excelente resposta às necessidades recentes de comunicação ou, mais exatamente, notificação. Aliás, enxergo o recém nascido como um irmão mais novo, simplificado, do Wave.<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">O <a href="http://wave.google.com">Google Wave</a> estreou há algum tempo, mas parece que terá dificuldades para emplacar. Aliás, o mais comentado "quem sabe para que serve" dos últimos tempos. Mais um incompreendido dos softwares vanguardistas que dá as caras por aí, de vez em quando.<br /><br />Sua proposta é bem simples. Abarcar todo tipo de comunicação digital e on-line existente. Também é pretensioso, pois deseja atender todas as lacunas deixadas pelo e-mail, mensageiros instantâneos, blogs ou programas de colaboração.<br /><br />Só que a proposta do Google vai além. Eles disponibilizaram toda a especificação de uma plataforma, aberta, acessível a quem desejar implementá-la. O que isso significa exatamente? Que qualquer empresa pode criar um software baseado nesta plataforma, sem implicação financeira, apenas para promover a integração das pessoas.<br /><br />Por exemplo, mais exatamente, a Microsoft poderia transformar seu MSN para conversar através do protocolo instituído pelo Wave, mantendo o entendimento com o protocolo anterior, permitindo a migração gradativa para um mundo mais múltiplo, mais conectado.<br /><br />Isso seria só o começo... Outras empresas poderiam transformar seus servidores para trocar informações pelos novos padrões, para mensagens, mídias, algo como o TCP/IP possibilitou na conexão entre computadores em rede.<br /><br />Mas quem disse que se interessaram? Ou não se interessaram, ou não quiseram dar Ibope. Por mais que possa representar uma grande inovação, uma excelente candidata a tendência, claramente outros interesses se apresentam no milionário jogo das empresas.<br /><br />Assim ficamos à mercê de suas disputas, desapropriados da descomplicação que a plataforma poderia representar. Dificuldades ou omissões para perpetuar um pouco mais, afinal eles necessitam vendar suas outras facilidades, não é mesmo?<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-35991888405249356502010-02-21T08:18:00.001-08:002010-02-21T09:49:42.990-08:00Elogio<a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLJAhhZZD6mgUcIia-hiR0IKSLKdNWJc-Sc7QgeQQ2ceBTq53W77KL_pUGkMYmnsLAhDIMDYUWg-v9lb-oVLTveOLdH9SsrJw0Ge_G_dilkuckPCFE9prBE4vYpRrmKO6B7IurSwXlkw/s1600-h/elogiodaleitura.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 220px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLJAhhZZD6mgUcIia-hiR0IKSLKdNWJc-Sc7QgeQQ2ceBTq53W77KL_pUGkMYmnsLAhDIMDYUWg-v9lb-oVLTveOLdH9SsrJw0Ge_G_dilkuckPCFE9prBE4vYpRrmKO6B7IurSwXlkw/s400/elogiodaleitura.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440732060815047538" border="0" /></a>Tão humanos e tão distintos!<br /><br /><div style="text-align: justify;">A diversidade humana, em corpo e alma, é uma benção impagável, capaz de nos tornar o grande organismo sobrevivente no planeta.<br /><br />Por outro lado, provoca antagonismos tão reluzentes que espanta serem feitos da mesma essência, dos mesmos recursos em suas múltiplas variações.<br /><br />Recentemente li "<a href="http://compare.buscape.com.br/proc_unico?id=3482&kw=como+falar+livros+nao+lemos">Como falar de livros que não lemos</a>", de Pierre Bayard. Atraíram-me as sinopses e resenhas, e o desejo de constatar algo tão paradoxal, verdadeira singularidade no conhecimento homo sapiens.<br /><br />Como é possível o citado ato? Moeda sem circular, não é moeda. Selo não postado, não é selo, deixa de sê-lo. Livro não lido jamais será lido.<br /><br />Certamente, após termos contato com todas as suas linhas, percebemos do autor certo ranço, mas direcionado ao alvo errado. Seu problema não é com a leitura, mas com o valor inconsistente dado ao seu papel, principalmente em meios acadêmicos.<br /><br />A velha história de tentar arrotar todo seu arcabouço, sua bagagem leitoral, para soterrados em citações e sapiências se destacar, ser visto como superior, ser aceito. Ele pretende mostrar uma forma de trapacear neste dito mar de mal versados valores, um meio onde impera a superficialidade.<br /><br />Foi inevitável lembrar do "<a href="http://compare.buscape.com.br/elogio-da-leitura-gabriel-perisse-8520420745.html?pos=1">Elogio da leitura</a>", de <a href="http://www.perisse.com.br/">Gabriel Perissé</a>. Magistral contraponto para defender o maltratado prazer das letras. Lembrar foi pouco... Precisei comprá-lo e lê-lo avidamente, mais precisamente, degustá-lo.<br /><br />Vivemos lá a admiração pela prazer da leitura, em prosa e verso, e sobretudo o verso, mesmo que proseado, deslumbrante harmonia de ritmo e beleza das palavras. Transformação da vida com o traçar das ideias impressas, por criar a partir do doce colecionar de horas de tradução dos símbolos linguísticos, gramáticos, ortográficos.<br /><br />Registrei <a href="http://www.skoob.com.br/meus_livros/mostrar/39440/16871/18267/leitura">minhas impressões</a> no <a href="http://www.skoob.com.br/">Skoob</a> (aliás um recurso muito bacana de conhecer). Dos históricos de leitura mais deliciosos de fazer. Sugeri até como leitura obrigatória (obrigatoriedade do amado) para todos os participantes do site.<br /><br />O amor que escorre de suas páginas cura qualquer opinião equivocada com qualquer mal-traçada linha. Reaviva o vírus incurável presente nos tomos de todas estantes, a nos contaminar indelevelmente.<br /><br />Por outros desses tortuosos caminhos do mercado (ou nem tanto), vendeu-se muito mais do primeiro do que do segundo. Aliás, encontrar o segundo é algo difícil, pelo menos de espera mais longa. Chego a temer até sua extinção...<br /><br />Não que vendas signifiquem algo à vida, como o próprio Elogio nos mostra muito bem. Apenas entristece pensar em tanta oportunidade perdida, num mundo tão carente de bons estímulos, de paixão verdadeira, de desejo por algo elevado.<br /><br />Incoerências por incoerências, vale lembrar um pequeno detalhe que pode ter escapado ao autor francês... Mesmo para falar de livros que não lemos, ele propõe que leiamos um livro!<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-47290537116331029952010-02-12T21:09:00.000-08:002010-02-16T17:35:32.505-08:00Olhar<div style="text-align: justify;"><a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjLBY4bl58ENO9lxOHSBI1t3ukfroCtUvI2Ulvy3ZvCY5THXpu35Ki-VaQi-l_83tkNVDppTzVViWV88oX8gWjdQYuab4r_BY2EAjx3hv9kQKLKf7bo2hP8omEJ4_MKtuAfgTJ6WvjXw/s1600-h/olhar.png"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 269px; height: 173px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjLBY4bl58ENO9lxOHSBI1t3ukfroCtUvI2Ulvy3ZvCY5THXpu35Ki-VaQi-l_83tkNVDppTzVViWV88oX8gWjdQYuab4r_BY2EAjx3hv9kQKLKf7bo2hP8omEJ4_MKtuAfgTJ6WvjXw/s400/olhar.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5439013912186390290" border="0" /></a>Engana-se quem pensa que a atualmente cotidiana chuva paulistana nada traz de bom...<br /><br />Dentro do Metrô, aguardo pacientemente o torrencial e impaciente aguaceiro que despenca dos céus. Leio um pouco, penso um pouco e resolvo escrever.<br /><br />Nada de iPad ou netbook. Caneta e papel nas mãos (ainda bem que sempre os levo na mala) e um dedo de motivação provocada pelo olhar de uma criança que passa.<br /><br />Parado em frente às escadas de entrada, observo uma pequena chegando acompanhada da mãe, olhar assustado pelo tumulto climático. Pessoas pra lá e pra cá, um frenesi encharcado pelos desequilíbrios da mãe natureza.<br /><br />Passa, me olha e me fita, como só uma alma infantil sabe fazê-lo. "O que fará aquele 'moço' com instrumentos arcaicos na mão, em meio a essa confusão?". "Decifrarei-te se não me devoras!", parece dizer através da doce inocência de suas pupilas.<br /><br />Por que crescemos e perdemos essa espontaneidade no olhar? Como adquirimos a tal vergonha, ou regra social, da indelicadeza de encarar alguém, daquele jeito desinibido, olho no olho como se o mundo se congelasse no momento da conexão de horizontes?<br /><br />Frequentemente me pego assim, distraído, absorto, a encarar algo ou alguém acontecendo. Minha atenção é desviada por algum motivo e, quando me dou conta, meu foco está direcionado, sem tempo ou espaço, apenas percepção.<br /><br />Familiares e amigos brincam ou brigam muitas vezes com esse meu jeito, motivo pelo qual aprendei a me policiar. Porém, hoje novamente fui levado a refletir qual o problema.<br /><br />Quais convenções tornam desagradável o ato de olhar diretamente, sem barreiras, sem pedir permissão, apenas fitar para aprender, entender e, de certa forma, passivamente participar. Absorver a realidade.<br /><br />Desejamos ocular algo? Tentamos com isso proibir a leitura de nosso livro pessoal? Talvez não o sejamos tão abertos, apesar de acreditar que o devamos ser. De repente, em meio a nossas páginas, sobre alguma erro gráfico, frase mal escrita, linha mal contada.<br /><br />Humanos que somos aprendemos a olhar. Deveríamos prezar e preservar a sabedoria pura e pueril de sorver a existência pelas janelas de nossa alma. Exercitar o dom de perceber atentamente, pontualmente, o mundo a transcorrrer em frente a nós.<br /><br />Acaso mantivéssemos a prática, seria muito mais fácil enxergar o outro, enxergar no outro nossa semelhança, sua dignidade e nos respeitarmos. Humanos demasiadamente e irremediavelmente humanos.<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-85869937963551022322010-01-27T15:30:00.000-08:002010-01-28T03:21:13.564-08:00iPad<div align="justify"><a style="" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOWmqOOQ9anu-Xf960F0AQwbDP61UwUKFBd8_3YIyRpCbJnGWK7ordtxFjk3R9Lf7Uy3ojGOhmxMttfdcFLz21OO3Iz6W5FsNZXoQm8GK8S4qRUvDt1X-lK6LWF_vTY-976dUJJjYQmQ/s1600-h/ipad.jpeg"><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; width: 231px; float: left; height: 289px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5431564379306736130" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOWmqOOQ9anu-Xf960F0AQwbDP61UwUKFBd8_3YIyRpCbJnGWK7ordtxFjk3R9Lf7Uy3ojGOhmxMttfdcFLz21OO3Iz6W5FsNZXoQm8GK8S4qRUvDt1X-lK6LWF_vTY-976dUJJjYQmQ/s400/ipad.jpeg" border="0" /></a>Ele está entre nós!<br /><br />Há dois anos, quando fiz o primeiro contato presencial com um MacBook, a boa impressão foi inevitável. Apelidei-o de iPodão e escrevi um post sobre o assunto por <a href="http://spsoul.blogspot.com/2008/02/ipodo.html">aqui</a>. Mal sabia eu que o verdadeiro iPodão surgiria um dia...<br /><br />Ficava a impressão de que se poderia ir além... E vieram iPhone, iPod Touchs, outros iPods, mas faltava um salto, algo para desafiar a concorrência e nossas cabeças.<br /><br />Acompanhei hoje, através do blog de <a href="http://ryanblock.com/">Ryan Block</a>, o <a href="http://live.gdgt.com/2010/01/27/live-apple-come-see-our-latest-creation-tablet-event-coverage/">lançamento</a> do tão esperado tablet da Apple: o agora batizado iPad. Uma hora e meia de pura diversão e deslumbramento.<br /><br />Nenhuma visão do outro mundo, como poderia de se esperar. A Apple é craque em aprimorar os ares flutuantes nos desejos do mercado de aficcionados por tecnologia e transformá-los em um produto palpável e sob medida.<br /><br />Com cerca de 11 polegadas, sistema operacional Apple (<strike>provavelmente o MacOS</strike> variação do iPhone OS), interface multitouch e acabamento impecável como sempre, o computador completa a linha da empresa, inserindo-a no mundo dos netbooks. Ou talvez o gadget merecesse uma nova classificação...<br /><br />A bem da verdade, ele está muito além dos espartanos netbooks. Eu arriscaria dizer que presenciei a concretização do sonho do PDA. Esse é por excelência o assistente digital que qualquer um desejaria, pleno de capacidades para interagir com toda a vida de bits existente.<br /><br />Vêem também por aí mais novidades associadas, como o iBooks, uma espécie de iTunes de livros. A dona da maçã vai arranjar encrenca com, ou para, muita gente. Avalio que o equipamento fará frente para e-readers, aparelhos de GPSs, palmtops e outras traquitanas em que desejarem transformá-lo.<br /><br />Já pensou se pudermos utilizar sua conexão Wi-Fi para controlarmos outros itens de nossa vida: TVs, refrigeradores, sistemas de segurança, residências inteligentes? Materializaremos a interface humana para o mundo digital!<br /><br />E tudo isso por sabe quanto? US$ 499 o modelo básico! Para que mais? Mesmo o mais caro sairá por cerca de US$ 869. Tudo bem que por lá ainda demorará 60 dias. Imaginem por aqui... Pelo menos já temos nossa <a href="http://store.apple.com/br/">Apple Store</a>, para facilitar a vida.<br /><br />Por hora, não nos resta muito além de ansiosamente aguardar... Comecem a poupar seus dólares. Enquanto isso vamos tentando imaginar as futuras evoluções. Em breve, provavelmente minha filha poderá usá-lo no ensino fundamental como eu fazia uso de um caderno. :)</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-30536253992116696822010-01-01T05:38:00.000-08:002010-01-01T05:59:23.897-08:00Estrelas<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVGytUHCpHHHkWe4DUiEOO543hYlK_nzdjYq_AEuyreXJjh5SwccpDk0saIL7yFOVd4Y27n71xmyR_G4R1Ce2XP31OKVzo6a2caIVe_ApF6QK7d7U2FOV3t0cgYT7_zw5WccOXRO2uZQ/s1600-h/ceu-estrelado.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 264px; FLOAT: right; HEIGHT: 285px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5421765509165447682" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVGytUHCpHHHkWe4DUiEOO543hYlK_nzdjYq_AEuyreXJjh5SwccpDk0saIL7yFOVd4Y27n71xmyR_G4R1Ce2XP31OKVzo6a2caIVe_ApF6QK7d7U2FOV3t0cgYT7_zw5WccOXRO2uZQ/s400/ceu-estrelado.jpg" /></a>A vida sussurra nos mais inesperados recantos... De onde menos esperamos, até na mais singela diversão cotidiana, podemos ouvir os lembretes de sua grandiosidade.<br /><br />Quem diria, hoje no <a href="http://www.tvcultura.com.br/cocorico/index.html">Cocoricó</a>, o avô destilou todo seu lado poético e desfiou uma linda poesia. Sem referências, sem citações, apenas declamou junto de seu grande amor.<br /><br />Eu quis guardar o texto, pesquisei na Internet e fui surpreendido. O avô citou <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac">Olavo Bilac</a>! Tão sensibilizado que fiquei, não vejo alternativa a não ser fazê-lo aqui também.<br /><br /><div align="justify"><i>"“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo<br />Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,<br />Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto<br />E abro as janelas, pálido de espanto…<br /><br />E conversamos toda a noite, enquanto<br />A via-láctea, como um pálio aberto,<br />Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,<br />Inda as procuro pelo céu deserto.<br /><br />Direis agora: “Tresloucado amigo!<br />Que conversas com elas? Que sentido<br />Tem o que dizem, quando estão contigo?”<br /><br />E eu vos direi: “Amai para entendê-las!<br />Pois só quem ama pode ter ouvido<br />Capaz de ouvir e de entender estrelas.”"<br /><br />Olavo Bilac<br /><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><i><br /></i>Feliz 2010! Que a vida sempre possa nos surpreender.</span></i></div></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-12874387310884908812009-11-25T23:10:00.000-08:002009-11-26T11:33:11.765-08:00Seleção<div style="text-align: justify;"><a style="" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj77C2kfvnb2t9bDBvHmEXX3crElI7TaUBtA0XyPur8Mq4q-NnfgoZrRWjQzbBz6Ba7StzAga0rnsfTPlbdkSK5PgHj-Da8l-yUKtvuRbScqRqbMavH1CYluwwkrTmjiF2E9nYEQVtBug/s1600/DarwinArchive_1837_NotebookB_CUL-DAR121.-_038.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 238px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj77C2kfvnb2t9bDBvHmEXX3crElI7TaUBtA0XyPur8Mq4q-NnfgoZrRWjQzbBz6Ba7StzAga0rnsfTPlbdkSK5PgHj-Da8l-yUKtvuRbScqRqbMavH1CYluwwkrTmjiF2E9nYEQVtBug/s400/DarwinArchive_1837_NotebookB_CUL-DAR121.-_038.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408346210552020626" border="0" /></a>150 anos!<br /><br />Raras são as ideias ou teorias a durar, incólumes, por tanto tempo. Principalmente aquelas alvo de acaloradas discussões, contundentes afirmações, desafiadoras do <span style="font-style: italic;">status quo</span>.<br /><br />Ontem foi comemorado o aniversário da publicação de "<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Origem_das_Esp%C3%A9cies">A Origem das Espécies</a>", de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin">Darwin</a>. Um século e meio... Longo tempo de irretocável acerto na descrição da natureza.<br /><br />Se aplicarmos seus conceitos à sua própria obra, poderíamos afirmar que ele vem se consolidando como "a selecionada". Seus memes se multiplicam, demonstram quão bem adaptados são.<br /><br />Primorosa observação da ocorrência da vida, de tão forte dificulta a imaginação de alguma alternativa, de outra via para o desenvolvimento do universo conhecido.<br /><br />Para poder apreciar, ou mesmo admirar, mais de perto obra-prima de tamanha magnitude vale a visita ao site <a href="http://darwin-online.org.uk/">The Complete Work of Charles Darwin Online</a>.<br /><br />Mantido pela Biblioteca da <a href="http://www.cam.ac.uk/">Universidade de Cambridge</a>, conta com livros digitais ou digitalizados, imagens completas de manuscritos, arquivos de áudio. Aliás, um belo exemplo de adoção da mídia digital por uma instituição de 800 anos! Possivelmente outra evidência da evolução...<br /><br />Gratificantes oportunidades da globalização e acessibilidade do século XXI, quem diria um dia pudéssemos ver o gênio em toda sua caligrafia... Os <a href="http://darwin-online.org.uk/content/frameset?itemID=CUL-DAR4.%28385-605%29&viewtype=image&pageseq=1">manuscritos</a> digitalizados são de leitura difícil, afinal "letra" bonita é para poucos, mas por menos que captemos é uma divertida viagem pelas notas e observações do cientista.<br /><br />E pensar, por exemplo, que parte destes blocos de notas esteve na célebre viagem do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/HMS_Beagle">Beagle</a>. Reflexões, desenhos, registros, um legítimo blog do século XIX. Fico a imaginar como teria sido Sir Charles em nosso tempo, munido de iPods, GPS, iPhones, Wifi e outras parafernálias...<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-29668486371053714152009-11-25T00:00:00.000-08:002009-11-25T04:44:57.528-08:00Retorno<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuFYOZ14-jKQODWosNi7iYSBtqEWu38sie_JT7pOAGZM4v-Bz1kyYt5kc_6Ypol08YIbMH6YUpGX_ihgVHzNNymE0NUpX2YCQgHb4f6nlIpHqKA8rOV-7Ew1E8pXd1unBYsmeR6f6CkQ/s1600/ursopolar.png"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 261px; height: 334px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuFYOZ14-jKQODWosNi7iYSBtqEWu38sie_JT7pOAGZM4v-Bz1kyYt5kc_6Ypol08YIbMH6YUpGX_ihgVHzNNymE0NUpX2YCQgHb4f6nlIpHqKA8rOV-7Ew1E8pXd1unBYsmeR6f6CkQ/s400/ursopolar.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408008725219303282" border="0" /></a>Voltei!<br /><br />Depois deu um longo e tenebroso inverno, de caminhar pelos desertos vales do silêncio, de aproveitar os bons ventos de um sabático período de reflexão, eis-me aqui novamente.<br /><br />Sei lá se voltei para ficar, ainda ignoro se esse é mesmo meu lugar, mas foi inevitável. A coceira do teclado é mais forte, as ideias a pulular mais inquietantes, impelem inexoravelmente qualquer um.<br /><br />Certamente deixarei para trás a antiga periodicidade, religiosamente diária. Talvez seja minha única certeza. Preciso aprender a me controlar e desapegar de ciclos precisos, controlados, previstos. Espero conseguir...<br /><br />É interessante perceber como em pouco mais de seis meses (um período de hibernação completo nos polos!) tanta história acontece, tantos momentos e tesouros surgem e nos enriquecem, mudam nossas perspectivas, aumentam os elementos em nossa mochila de viagem.<br /><br />Tanto ânimo pelo retorno me fez expandir alguns horizontes, buscar certa expansão. Não fosse suficiente este espaço, para preencher os espaços possíveis do escasso tempo disponível, resolvi inaugurar outro blog, que manterei paralelamente: o <a href="http://queridofuturo.blogspot.com">Querido Futuro</a>.<br /><br />Os assuntos por lá já ocorriam por aqui, em meio a tantos outros posts. Resolvi separá-los, dar-lhes uma atenção especial, afinal descobri (<span style="font-style: italic;">I'd realize...</span>, como bem expressam nossos vizinhos de continente) um assunto que é extremamente presente em meu olhar cotidiano, em minhas vagas preocupações.<br /><br />Vejamos no que vai dar... Um pouco cá, um pouco lá, anseio por retomar a deliciosa experiência destas empreitadas. Por sinal, seus frutos, seus reflexos, continuaram e continuam mesmo após tão longa ausência. Uma chama duradoura depois de acesa.<br /><br />É isso aí! Por mais batida, manjada e pretensiosa que seja a expressão, continuarei o exercício de "<span style="font-style: italic;">ser eterno enquanto dure</span>". Nossa expressão, em suas inúmeras manifestações, sempre acaba por nos sentenciar como humanos, demasiadamente humanos.<br /></div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4686961841457211352.post-1180982428723149662009-05-03T00:00:00.000-07:002009-05-04T19:29:22.938-07:00Sabático<div align="justify"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlGFDvYtaZ0wZy5aykdaNvD-01uC_QlX2uY3cZMFGDktLYD7qd4FPFRwOMwOSE7ZNjR8LfIZd3WP6QO4QvZfsVMolBp98CHsPzuvFMZD3FE4oy1tSk6OirM0b8WHCFjzQ40h2zGSgGmQ/s1600-h/topo.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5332062575861164258" style="FLOAT: left; MARGIN: 0pt 10px 10px 0pt; WIDTH: 215px; CURSOR: pointer; HEIGHT: 290px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlGFDvYtaZ0wZy5aykdaNvD-01uC_QlX2uY3cZMFGDktLYD7qd4FPFRwOMwOSE7ZNjR8LfIZd3WP6QO4QvZfsVMolBp98CHsPzuvFMZD3FE4oy1tSk6OirM0b8WHCFjzQ40h2zGSgGmQ/s400/topo.gif" border="0" /></a>Dois anos ou 731 dias (porque um deles foi bissexto) de gratificante experiência.<br /><br />Hoje faz todo este tempo que comecei a postar neste endereço, ou seja, é aniversário do SPSoul! Depois de um início cheio de incertezas e desconhecimento, estamos aqui em ambiente bem familiar.<br /><br />Durante esse período, os textos renderam 179.078 palavras, sendo 21.359 únicas. Nada menos do que 988.921 (quase 1 milhão!) de caracteres para compor este extrato de breve existência.<br /><br />Essa semana tive ideia da proporção destas quantidades. Descobri que o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_testamento">Antigo Testamento</a> tem pouco mais de 300.000 palavras, em <a href="http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1098833-6174,00.html">reportagem</a> sobre um chip presenteado ao <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaticano">Vaticano</a>.<br /><br />Nada, nada, neste curto espaço de tempo foram escritos textos em proporção de mais da metade do clássico religioso. Jamais imaginei que chegaria a tanto... Fico curioso da possibilidade de impressão deste material. Quantas páginas seriam?<br /><br />Aproveito a data para também encerrar esse período, esse ciclo de registro diário de opiniões e reflexões. Isso mesmo, a alma paulistana que vos escreve precisa de um tempo, ou de mais tempo. É momento de um hiato sabático, de renovação e redirecionamento.<br /><br />A vida muda, as perspectivas e necessidades vão junto. No pesar de disponibilidade e prioridade, alguns outros projetos tomam a dianteira e ganham vez. Boa quantidade de ideias que também precisam ser desenvolvidas.<br /><br />Ainda é cedo para dizer quando volto, ou se volto, a postar. Talvez mude o foco, quem sabe a periodicidade. Certo apenas o fato de que será diferente. Textos começados, e ainda guardados, são a coceira de reserva, que poderá se mostrar irresistível.<br /><br />De qualquer forma, o percurso destes meses foi inesquecível, transformador. Vivência recomendável a qualquer pessoa, sem sombra de dúvida. Quem experimentar saberá do sabor viciante da expressão digital, em tão poucas linhas.<br /><br />Olhar para a fileira de posts deixados é como fazer uma fotografia do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Espaço-tempo">espaço-tempo</a>, congelar o <em>continuum</em> através de bits e bytes. Sinais digitais testemunhas de um simples existir. Auto-retrato virtual grafado nas veias da Internet.<br /><br />Como em outros momentos, agradeço a participação e colaboração de tantos amigos e desconhecidos. Comentários, correções, opiniões que enriqueceram o transcorrer deste blog até o momento. A todos deixo um abraço de fraterna gratidão.<br /><br />Inté!</div>Evandrohttp://www.blogger.com/profile/15255440786445944031noreply@blogger.com3