sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Halloween

Soltaram as bruxas...

Sempre fui meio avesso a essa festa importada, o Halloween. Tanta riqueza em nossa cultura tupiniquim, normalmente negligenciada, para que adotar outro paralelo de crenças e rituais?

Sinto como se preteríssemos o Saci, a Cuca, a Mula-sem-cabeça, o Curupira, até mesmo o Lobisomen, teste também presente em outros panteões míticos, de outras culturas.

O duro é que ninguém está isento. Hoje, pouco antes de chegar em casa, liguei para lá e ouvi, ao fundo, vozes infantis aos borbotões.

Certo de que não seria minha pequena, afinal falta um longo aprendizado para a tagarelice total, perguntei o motivo e fiquei sabendo que hordas de pequenos humanos batiam à porta.

Pediam doces, com ameaças de travessuras. Justo onde foram aportar... Numa casa muito doce, mas sem o açúcar refinado. Em breve provavelmente o cenário irá mudar, mas havia pouco doce para oferecer. Ainda bem que as travessuras eram só ameaça.

De repente, surpreendi-me com minha reação, preocupado em abastecer com alguma guloseima meu lar, apenas para poder oferecer às crianças. Apesar do meu costumeiro nariz torto a essas importações, a alegria e inocência dos pequenos visitantes me envolveu, antes mesmo sem eu estar presente.

Em meio a trapalhadas do caminho, não consegui "caçar" nenhum composto com altas doses de glicose. Felizmente, em uma escavação nos armários da cozinha, descobrimos uma mina de petiscos, oriundos da última festa. Doces bem brasileiros, como goiabinhas, bem-casados, mantecais, cocadas, pé-de-moleque, bananinhas, dentre outros, para dar um gosto brasileiro ao evento.

Embalamos em pacotinhos bem apresentados e coloridos e aguardamos o próximo ataque. Após as primeiras entregas, a notícia pareceu se espalhar, e a campanhia ganhou um ritmo mais frenético.

Até que foram poucas visitas, mas todas com rostinhos sorridentes e sacolas repletas de aromas. Pouco depois podíamos ouvi-los, no playground, lá pelo andar térreo, contabilizando e dividindo a pilhagem. Vozezinhas agudas em total euforia com a perspectiva de dias abastecidos. Bem, nem tantos assim, levadas em conta a vontade de consumir suas conquistas.

No final das contas, foram algumas horas divertidas, de convivência e apreciação. A felicidade infantil, por tão pequena conquista, é revigorante contribuição para um final de sexta-feira. Importada ou não, a soltura das bruxas ganhou significado maior do que qualquer regionalismo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Calçada

Passarelas do cotidiano, tão pouco lembradas.

Desfilamos nossa vida diária por sobre elas, talvez por isso raramente reparamos em sua existência. A menos que pisemos em algum buraco...

Em São Paulo, é lugar comum (no sentido concreto e figurado) a reclamação das péssimas condições de conservação das calçadas. Buracos, irregularidades, pisos inadequados, conseqüências de conturbada rotina.

Ontem, na volta para casa, reparei na reforma do calçamento nas proximidades da estação do Metrô, mais um benefício da implantação do bicicletário nas imediações do local.

Só então reparei na cobertura antiga, feita daquelas pedrinhas (conhecido como mosaico português), magicamente encaixadas, formando imenso arranjo, quebra-cabeça para poucos. Foram substituídas por bloquinhos de concreto, com desenho bem específico, mas igualmente combinados, apenas de maneira mais fácil.

Notei, principalmente, a imensidão destes elementos empilhados, esperando sua colocação no destino final, para servir aos nossos passos rotineiros. E o sem-número de verdadeiros "mestres" na obra, posicionando um a um para construir esquecido trabalho. De maneira tão extensa e tão rápida.

Em poucos dias, algo entre 2 ou 3, estava tudo disposto, perfeitamente ajustado. Depois de pronto, dificilmente avaliaríamos o grau de destreza para fazê-lo. E eles o fazem, displicentemente, entre um olhar vago e outro, entre uma ou outra cara de mau-humor.

Célebres alguns calçamentos, como o da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, ganharam um pouco mais de admiração. Pouco fosse o trabalho em concebê-lo, com seu desenho singular e iconográfico, qual não terá sido o esforço em transformá-lo em realidade?

Na Avenida Paulista, a ilustre esquecida foi alvo de acirrada discussão. Sua reforma consumiria alguns milhões de reais. Era necessário tanto dinheiro? Afinal é uma "singela" calçada... Como se fosse, em sua extensão de poucos quilômetros, aprendi que certamente o trabalho é mais pesado e caro do que parece.

Sigo assim, passos mais zelosos e contemplativos. A floresta de calçadas paulistanas oferece safári rico em diversidade. Reformas, melhorias e adequações são extremamente necessárias. Urbanistas e administradores públicos bem o sabem. Batalha epopéica com louros dignos de César para o vencedor.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Livro

Livros lidos, amigos conquistados.

Principalmente aqueles que mais gostamos! A leitura de um bom livro nos presenteia com um novo amigo, um ente conhecido e muitas vezes admirado.

Dia Nacional do Livro. Basta a comemoração de uma data para melhorar a relação com os livros em nosso país? O hábito e o prazer das leitura podem ser considerados difundidos em terras tupiniquins?

Conheço muitas pessoas que gostam de ler e cultivam avidamente a arte de decifrar o código escrito, mas confesso que estão longe ser a maioria.

Sempre há o discurso do custo financeiro. Nem sempre, devemos admitir, um exemplar é acessível para qualquer faixa econômica da população. Exagero no valor ou desigualdade social?

De qualquer forma, ao menos em São Paulo, é um motivo insuficiente. Temos bibliotecas, em variedade e número, suficientes para atender que desejar encontrar um bom título para apreciar. Mesmo assim os leitores fogem...

Poderia sugerir, para iniciar, uma visita à Biblioteca Sérgio Milliet, do Centro Cultural de São Paulo. Além de poder se divertir em meio a mais de uma centena de milhares de títulos, seu setor circulante permite a retirada de um exemplar. Para tanto, basta documento de identidade e comprovante de residência.

Segundo dados da ANL, contamos com 2.600 no território nacional. Uma relação de cerca de uma para cada 70.000 habitantes. A título de exemplo, a Argentina possui metade do número de livrarias, mas uma relação por habitante que representa o dobro da nossa.

A situação fica pior quando verificamos que 68% das livrarias estão na região Sul e Sudeste. Além disso, há muitas papelarias e afins cadastradas como comerciantes de livros, ou seja, não são espaços exclusivos para o mundo da literatura.

Questão de economia de mercado ou economia de incentivo? Ou as duas, aliada a falta de foco no negócio. Depois do advento das megastores, muitas das alternativas se assemelham a grandes supermercados de livros, com atendente que poderiam estar repondo batatas na prateleira que daria na mesma.

Tudo isso fosse insuficiente, o bom e velho livro de papel enfrenta os desafios das novas tecnologias e abordagens. Livros eletrônicos, para os mais digitais, e os audiolivros, para os com pouco tempo ou muita preguiça. Sem contar a distribuição de conteúdo pela Internet ou as mega digitalizações promovidas pela Google...

Nesta guerra, entre mortos e feridos, o consolo vem do fato de ele resistir bravamente, impávido consolo em berço não tão esplêndido. De alguma maneira, vai sendo transmitido e perpetuado pelos tempos. Das mais deliciosas mídias para guardarmos conhecimento, histórias, diversão.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Passeio

Se quiser aproveitar, passeie!

Assim poderia ser definido o mote da turma do Slow Travel. Mais do que devagar, o ato de viajar para aproveitar deve ser calmo, curtido, apreciado. Um legítimo passeio.

Engajado no mais amplo movimento Slow, como o Slow Food, a proposta é dispensar os roteiros frenéticos oferecidos por agências e agentes de viagem pelo mundo afora.

A idéia é vivenciar períodos mais longos e num clima de imersão da cultura local. Conhecer, como diria Ricardo Freire, é bem difícil mesmo para quem nasceu no local, mas visitar pode ser uma experiência mais rica e profunda.

Em muitas viagens perdemos mais tempo em fotografar e videografar os recantos e lugares do que apreciando a paisagem. Por que não procurar saborear mais o panorama, os aromas de diferentes ares, a energia de outra terra?

No mundo do tudo rápido, é mais um movimento lento, sugerindo o contra-senso. Ao menos parece para um grande número de pessoas. Obviamente a opinião variará de acordo com o objetivo de viajar... Para quem e para que viajamos?

Engajamento no movimento pressupõe mais caminhadas. Gastar um pouco a sola do sapato, para o ritmo ser mais favorável à observação. Interesse pelos costumes e hábitos regionais é importante. Para tanto, certa quantidade de pesquisa prévia se torna indispensável.

Há quem acredite também ser mais saudável e ecológico. Acabaremos por usar meios de transporte menos poluentes, como bicicletas e o tradicional Vulcabrás. Como conseqüência, usamos também nosso bem natural, o próprio corpo, e ganhamos mais condicionamento, além de queimar algumas calorias.

Assim acabamos mais contemplativos. Ou começamos... a mudar o ângulo de visão, a postura frente às nossas opções, escolhas, até nos passeios. Daí é só escolher o destino e... viajar! Literal ou figurativamente.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vacina

Só uma picadinha não dói.

Isso quando não é conosco! Em tempos pós-natais, uma rotina marcante é o acompanhamento da vacinação da criança.

De suma importância, é inevitável o cumprimento do calendário. Um imenso rol de nomes e seqüências! Coleção de carimbos, numa sopa de letrinhas.

Quando eu era pequeno havia a Tríplice. Depois virou a Tetra. Minha filha recebeu a Penta. Eles devem acompanhar os títulos da Seleção Brasileira... :)

Apesar das mazelas de nosso país, se há um serviço, além dos Correios, que funciona muito bem é a vacinação em postos públicos.

Responsáveis pela erradicação de diversas doenças e pela eficiente proteção da população contra tantas outras, são um bem merecedor de zelo e utilização. Se não fossem eles, e suas gotinhas, ainda conviveríamos com a poliomielite e a coqueluche.

Infelizmente, há algumas vacinas não disponíveis. Nestes casos, só mesmo pagando em clínicas particulares de vacinação, se a pessoa tiver condições. Então vem a dúvida de sua necessidade, das tais extras. Mas qual pai, por qualquer dúvida que seja, se tiver condições financeiras, irá negligenciar um cuidado a mais?

De um jeito ou de outro, público ou particular, o choro é certeza. E vai piorando, pois vão aprendendo a rotina, o significado do lugar e o papel da responsável pela aplicação. Nem a gotinha se salva!

Também não é para menos. Descobri surpreso que as injeções atualmente são aplicadas na coxa, bem em cima da perninha e não mais no bumbum. A informação é que o acompanhamento estatístico mostrou ser uma via de administração mais eficiente. Vai saber...

A persistência em cumprir a tabela é apoiada na confiança da necessidade. É para o seu bem! Até agora tive a sorte de minha filha não apresentar nenhum sintoma adverso. De mais a mais, no futuro, como quase todos nós, ela nem vai lembrar como foi.

domingo, 26 de outubro de 2008

Guia

Em que verdadeiramente acreditamos?

Pergunta das mais difíceis, a definição de nossa ronda o mundo do mistério, dos nebulosos céus das mais diferentes idéias e conceitos, mar revolto de valores e preceitos.

Somos guiados pelas nossas convicções, sejam elas admitidas ou não, reveladas ou veladas, conscientes ou inerentes aos nossos atos. Sem perceber, cada passo se conduz sobre a calçada de nossa ideologia.

Mundo mutante, vida agitada, revoluções diárias e as pedras do calçamento parecem oscilar sob os efeitos das mudanças de temperatura do universo social.

Ficamos perdidos se fiamos nosso acreditar em um conjunto de regras, ou na interpretação fundamentalista delas. Deslumbrados com o embrulho, negligenciamos a apreciação de seu conteúdo.

Quem sabe a chave não está na simplicidade? Em filtrar os inúmeros objetivos e desejos, as satisfações pessoais, para encontrar resumidamente o que mais nos apraz. O que podemos considerar realmente essencial, indispensável?

Inevitável acorrer ao outro. Buscar a união entre as pessoas. A sincera preocupação com o próximo transcende a mera preocupação. Realmente se importar, ou melhor, dar devida importância às vidas presentes pela vida.

Inegáveis são as mudanças comportamentais em nossa sociedade relativas ao cuidado com o próximo, mas há muito mais a fazer. Principalmente a sincera conversão de nosso ímpeto para o auxílio. Sem dúvida, hoje "pega mal" agir de maneira politicamente incorreta, porém isso é insuficiente...

Um dia irmanados, de corações unidos, poderemos esperançar mais justiça e fraternidade. Menos desavenças, menos mesquinhez, menos sofrimento... Utopia? Contravenção à ordem natural? Pago para ver! É mais fácil do que podemos imaginar.

sábado, 25 de outubro de 2008

Yanko

Imagem não é nada, sede é tudo?

O antigo slogan da Sprite fez história, marcou o produto e deixou uma pergunta permanente. Qual a influência da imagem em nossas escolhas?

Vejamos as belas linhas da inovadora versão de iPod, o iBangle. Formatado como pulseira, associa funcionalidade com beleza. Nada melhor para um gadget tão presente nos tempos de Idade Mídia.

Com controles deslizantes e sensíveis a toque, disponíveis em torno do braço, seu uso é prático e facilitado. Seu design fino e elegante o torna um atrativo objeto de uso pessoal.

Para ajustá-lo às mais diversas espessuras de pulso, ele conta com um revolucionário sistema inflável para perfeita adaptação e conforto.

O único senão dessa mais nova obra de arte é que ela não é da Apple e nem existe! É apenas um produto conceito criado pelo designer indiano Gopinath Prasana e exposto no site Yanko Design.

Misto de blog e portal de design, o Yanko divulga projetos de design inovadores, nas mais diversas áreas. Como o próprio site diz, suas divulgações envolvem trabalhos muito além da função. Encantam pela imagem!

Ao fazer um trocadilho com a idéia de ajuste inflável, o post sobre o iBangle diz que "este iPod é repleto de ar"... Mesmo os outros iPods, do que são majoritariamente feitos? Quais as revoluções causadas por esse equipamento que expliquem seu sucesso?

Há muitos projetos interessantes para conhecer no site e deixar a imaginação fluir. A imagem pode não ser tudo, mas certamente direciona boa parte do desenvolvimento. Só não dá para matar a sede apenas com cores e formas...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Associação

Ah, como adoramos nos associar!

Nicholas Carr, em seu último livro - "A Grande Mudança", relata sua preocupação em como a tecnologia na Internet promove o atendimento contínuo de nossos gostos pessoais.

Estaríamos assim, com a personalização on-line, nos fechando em nossas preferências, em nossos gostos por livros, músicas, assuntos. Acabaríamos fechados em pequenas comunidades com interesses comuns e bem particulares.

Mas não é disso que são feitas as redes sociais? E não digo apenas na grande rede, mas na vida concreta de carne e osso. Tanto lá, como cá, não será a imposição de comportamento que mudará essa tendência humana de associação.

Comumente, algumas pessoas até exageram no afã pelo agregar. Uma pessoa próxima, certa vez foi convidada a participar de um grupo de estudos do Budismo. Após algumas visitas e outros persistentes "re-convites descompromissados", sentiu que conhecera a Igreja Universal do Reino de Buda.

Um amigo do trabalho recentemente procurou uma instituição para prática de yôga. Gostou bastante da recepção e acolhida, mas chegou a comentar certo entusiasmo destoante. Chegou a incomodar o ímpeto até doutrinário presente no ar.

Acaba sendo engraçado... Coincidentemente, hoje, eu lia um livro sobre o Swásthya Yôga, no Metrô. Pratiquei um pouquinho há algum tempo e ainda tenho a curiosidade sobre o assunto. O livro da Universidade do Yôga, "Tudo o que Você Nunca quis Saber...", é material farto e bem direcionado.

Perto da minha estação de descida, uma moça me perguntou se eu desceria na próxima, o que ainda não era o caso. Ao me virar, ela me disse poder aguardar a parada do trem, para então eu dar passagem. Voltei a minha posição e continuei lendo...

De repente, ouvi uma exclamação, meio interrogação, atrás de mim: "Swásthya!?". Quase respondi: "Saúde!". Considerei ter relação com a minha leitura, mas não me manifestei, pois eu não havia sido inquirido, nem física, nem verbalmente.

Quando chegamos à estação da moça, e eu dei passagem, ela me perguntou, com um sorriso, de passagem: "Você pratica Swásthya?". Com minha rápida negativa, mas com a afirmação de simpatia, ela agradeceu a passagem e se despediu com outro sorriso.

Praticante de passagem? Simpatizante permanente? Desconheço qual a relação dela com o assunto, mas sua simpatia me lembrou a mencionada acolhida, a agregação. De certa forma, fico feliz em ser alvo de tal manifestação. Em um meio embrutecido, como no transporte público em final de dia, nossa mania de agregação nos torna mais humanos, sensibilizados pelas outras pessoas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Implicação

Passado afortunado, futuro acertado?

Teimamos em buscar motivos para os eventos, construir implicação para os fatos, formar uma teia de causas e efeitos para contar o mundo.

Mais do que contar, queremos ganhar a visão além do alcance, descortinar a janela do futuro para entrevê-lo, baseados na racional e lógica visão dos fatos.

Empresas usam do artifício para se promover. Buscam apresentar como foram importantes para seus clientes, "provando" serem o sucesso garantido para os próximos na fila.

A Oracle edita e distribui a revista Oracle Magazine. Discussões sobre tecnologia, apresentação de tendências, tutorias de produtos e, claro, muita propaganda embutida ou entre linhas...

Na edição do último bimestre, apresenta um cliente, de nome conhecido no mercado, usuário de grande variedade de sua tecnologia no auxílio da condução de seu negócio. Qual o nome do feliz empreendimento de sucesso? Merrill Lynch!

A crise financeira mundial e a tecnologia foram os algozes da vez. Mesmo com toda automação, virtualização da informação e da distribuição, quem poderia imaginar as alterações do cenário mundial em tão poucos meses.

Se estavam com tanto domínio do negócio, providos de tantas informações disponíveis pelas miríades de maravilhas tecnológicas possuídas, teriam chegada à situação irreversível de aquisição pelo Bank of America?

Talvez sim, talvez não. Alguns afirmarão que a venda foi possível por esse motivo, salvando-o de uma falência. Ou que as dimensões dos fatos atuais os tornarão inevitáveis, independentemente dos recursos dispensados à condução da empresa...

Seja qual for a conclusão, eu não gostaria de dar uma escorregada dessas, mostrando o caso de sucesso de alguém em maus lençóis, que envolvesse as minhas ferramentas. Em tempos de idade mídia, é uma imagem que "não pega bem".

Se não há culpa, não deveria existir o mérito. Percebemos a nossa ilusão em encadear fenômenos apenas quando o destino teima em provar o contrário. E ficamos desarmados, desanuviados, destituídos de toda nossa pretensa sapiência.

De repente, nada implica em nada. Nem muito menos observações sobre o ocorrido. De qualquer jeito, é interessante constatar um novo sentido para o "furo" de uma reportagem. :)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Bicicleta

Belas e velhas magrelas, por onde andarão elas?

No caótico trânsito de São Paulo é incomum observarmos algum ciclista ousado em transporte. Salvo algum atleta corajoso, ou sem outra opção para treinar...

De brinquedo a transporte peculiar, sempre esteve presente em nosso meio. Quem nunca deu uma volta, mesmo naquela emprestada de um amigo?

Há lugares no mundo que se transformou em meio de locomoção primordial. Grande parte da população, sem maiores condições financeiras, transporta a vida em cima de suas duas rodas.

É bem comum em cidades do interior de São Paulo, ou no litoral paulista, encontrar uma considerável frota ocupando seu devido espaço. Muitos municípios destinam a devida atenção, se preocupando com a construção de ciclovias, fiscalização e educação dos motoristas.

Mais do que permitir "furar" o trânsito, ela proporciona outra relação com o caminho, com a rua, com o asfalto. Mais contemplativa, mais participativa, diria até com muito mais qualidade, nessa combinação perfeitamente integrada de homem e máquina.

As distâncias paulistanas são um tanto maiores, provavelmente dificultam seu uso para os longos trajetos que muitos de nós precisamos percorrer até o trabalho. Afinal, é meio difícil ter de chegar de paletó e suado, depois de mais de uma hora de pedaladas.

Já faz um bom tempo, utilizo minha companheira para trajetos no meu bairro, na ida a academia, por exemplo. Curto a paisagem, aprecio o vento no rosto e, de quebra, chego aquecido para treinar. De repente, poderia voltar para casa, afinal já me exercitei, não?

Nos últimos tempos, o Metrô tem colaborado para a retomada desse saudável companheirismo. Em determinados horários do final de semana, as magrelas são bem-vindas nos vagões, para ajudar a encurtar alguns espaços e dar um carona às nossas possantes.

Em parceria com a Porto Seguro, mês passado foram inaugurados os Bicicletários, nas dependências de algumas estações pela cidade. Lá podemos alugar uma bicicleta, facilmente, bastando apenas ter um cartão de crédito à mão, para facilitar o depósito em caução.

Dificilmente seremos uma Xangai no futuro, com sua folclórica profusão em duas rodas. Nem talvez haverá uma disputa aguerrida pela locação promovida pelo Metrô. Espero apenas que seja o suficiente para a iniciativa continuar. Uma forma mais humana e saudável de passear pela cidade.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Photosynth

Tecnologias mudam nossa forma de expressão.

Quase 200 anos atrás, as primeiras experiências fotográficas certamente não passavam de borrões monocromáticos em uma folha de papel branco.

Uma boa dose de imaginação era necessária para interpretar aquelas impressões como representações de algum objeto real.

Com o aumento do domínio da química necessária, aliado ao desenvolvimento de materiais, sua qualidade melhorou sensivelmente.

Um dia surgiu a fotografia em cores. É bem verdade que novas cores, novas necessidades. E a qualidade se perdia com o tempo... Quem nunca teve um álbum de fotos roxas (depois de algum tempo de envelhecimento, é claro)?

Os equipamentos também mudarão muito desde a simples câmara escura para sofisticadas câmeras reflex, com objetivas repletas de elementos óticos e filtros variados. Filmes com especificações diversas, para cada aplicação, de luz, tema ou ambiente.

Célebres fabricantes fizeram história e deixaram seus nomes no panteão da fotografia. Leica, Rolleiflex, Kodak, Canon e Nikon. E um dia tudo se digitalizou! Desmaterializaram a fotografia mais um pouco. Afinal, qual o elemento de trabalho do fotógrafo?

Entre puristas, saudosistas, early adopters e amadores de plantão, pouco concordância impera. Num mar de tecnologias e ferramentas disponíveis, cada qual se agarra naquelas que mais lhe satisfazem os desejos de realização de um grande trabalho.

No mundo dos softwares de manipulação de imagens, surgiu uma experiência on-line interessantíssima. Fruto da parceria entre a Microsoft e a Universidade de Washington, o Live Labs apresenta o Photosynth.

Misto de tecnologia e site para rede social, ele permite que enviemos diversas fotos do mesmo ambiente, objeto, monumento, ou qualquer outro tema desejado e possamos visualizar como um conjunto único, quase como uma viagem em 3D na imagem.

Na fase inicial, uma das restrições é que qualquer trabalho enviado é público. Há diversos exemplos para conhecer e a experiência de navegação é muito divertida. Lembra visões futuristas, como no filme Minority Report ou um tanto psicológicas, como em Amnésia.

É a Microsoft correndo atrás do prejuízo no mundo virtual. Pelo jeito, se depender deles, em breve poderemos acessar hologramas, como os enviados pela Princesa Léia e Obi-Wan, em Star Wars. Pena que neste prodigioso futuro ainda dependamos do velho Windows...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Horário

Horário de Verão começa na Primavera?

Segundo consta, e ainda não temos jurisdição sobre sua ocorrência, a estação das flores começou há pouco menos de um mês. Ainda falta muito tempo para o Verão...

Esse é o inconveniente causado por não adotarmos sua sigla original DST, passível de ser confundida com as doenças sexualmente transmissíveis. Ninguém quer ficar doente por causa do relógio.

DST ou não, Primavera ou Verão, é tempo de um rosário de reclamações, das mais diversas partes. Maus-humores, rostos de sono, bocejos por todo canto. Culpa do novo horário!

Afetou pouco a mim. Talvez seja conseqüência dos já desregrados horários do período pós-natal. Se bem que nunca foi problema em anos anteriores...

Por sinal, se alguém não vê problema com a mudança de horário é a pequena gentinha lá em casa. Continua mamando como sempre, dormindo com a mesma freqüência, chorando de vez em quando. Só não entende muito bem a insistência dos pais em tentar fazê-la dormir uma hora antes do horário habitual. Quem entende gente grande, não é?

Quanto ao resto da população, parece que 180 milhões de brasileiros foram submetidos a um jet lag quase instantâneo. Porém, nesse caso, não foram eles que voaram por um fuso, mas o fuso que sobrevoou suas vidas. De repente, uma hora completa sumiu dos relógios.

E haja ciclo circadiano! Não deveria ser tão ruim assim. Pelo que soube, para cada 3 horas de fuso alterado, é necessário 1 dia de adaptação. Sendo que foi apenas 1 hora de diferença, o final de semana deveria dar conta do pequeno estrago.

Nítido mesmo é o começo do dia mais escurinho e os finais de dia sempre mais prolongados, com mais claridade. Dá até para entender a história de Daylight Savings Time! Assim como é que se torna possível economizar alguma energia.

Conhecendo o hábito de algumas pessoas, fico desconfiado da efetividade da medida. Só mesmo a medição de algumas "Itaipus" para confirmar seu efeito, na ponta do lápis. Pela sua adoção continuada, somos levados a acreditar que a coisa funciona.

Seguimos assim brincando de controlar o tempo, como se fosse possível. Hábito incurável dessa humanidade. Sacal mesmo é ter de bagunçar todos os relógios da casa para, daqui a alguns meses, voltar tudo ao dantes, como se nada tivesse acontecido.

domingo, 19 de outubro de 2008

Coríntios

Imensos desafios a vida nos apresenta.

Numa semana repleta de eventos desafiadores a nossa compreensão, talvez devamos lembrar a força maior, capaz de transformar plenamente a existência de todo ser humano.

Baseada na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, há uma conhecida canção, entoada para nos lembrar da importância de amar. Que ela possa hoje fomentar nosso espírito de esperança...

Se eu não tiver amor,

eu nada sou, Senhor!
Se eu não tiver amor,
eu nada sou, Senhor!

O amor é compassivo,
o amor é serviçal,
o amor não tem inveja,
o amor não busca o mal.

REFRÃO

O amor nunca se irrita,
não é nunca descortês,
o amor não é egoísta,
o amor nunca é dobrez.

REFRÃO

O amor desculpa tudo,
o amor é caridade,
não se alegra na injustiça,
é feliz, só na verdade.

REFRÃO

O amor suporta tudo,
o amor em tudo crê,
o amor guarda a esperança,
o amor sempre é fiel

sábado, 18 de outubro de 2008

Benefício

Googlar faz bem para o cérebro?

Controverso? Talvez... A começar pela divulgação da notícia, na semana passada. Pesquisa referente a realizar buscas na Internet, acabou associada ao ícone da área no momento.

De qualquer forma, a idéia é que vasculhar a grande rede, em busca de informações, proporciona atividade cerebral saudável, importante para pessoas na terceira idade.

Segundo o estudo, a atividade é até maior do que na leitura, fruto de uma utilização de mais áreas cognitivas, com maior estímulo e intensidade.

Um bom assunto para exposição da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, do "O Cérebro Nosso de Cada Dia", livro e site homônimos, sobre os mecanismos de nossos computador biológico pessoal e as formas de sua boa manutenção, batizadas por ela de neuróbica.

Em princípio, lembro da "síndrome da calculadora". Na época do colégio, o pequeno e inofensivo equipamento era excomungado das atividades estudantis, com o pretexto de poder causar problemas no desenvolvimento. Não aprenderíamos a fazer contas...

O problema estava na calculadora? Ou na sua insensata e indiscriminada utilização? Adquirida comprovadamente a habilidade e o pleno entendimento, o bichinho bisavô do computador, apenas facilitaria e agilizaria o trabalho.

Buscar informações na Web segue o mesmo princípio. O acesso inadvertido, a qualquer tipo de informação, em qualquer fonte desconhecida, pode ser fruto de inconvenientes e desinformação. Conscientes das condições e apoiados em referências confiáveis, renderá frutos valiosos.

Quanto a exercitar a condição neurológica, tenho certas dúvidas. A agilidade compreensão e consolidação de diversas fontes certamente são exigidas. Já a memória, principalmente de longo prazo parece um tanto comprometida.

Fico com a sensação de que transferimo-la para as redes digitais. Para que lse embrar de algo, se basta uma pesquisa rápida para encontrarmos? E vai ficando mais difícil lembrar o nome do fulano que fez tal filme, o lugar onde compramos tal tipo de artigo, o melhor caminho para tal endereço...

Quem sabe seja a tendência natural de procurar concentração nas melhores habilidades, as mais importantes, relegando as mais rotineiras, automáticas ou repetitivas aos nossos instrumentos criados. Incomoda saber que não dominamos, nem possuímos, totalmente esse grande instrumento digital.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Resiliência

Gigantes se movem devagar, mas se movem.

Em matéria de resiliência, é inegável a capacidade da Microsoft em enfrentar as mudanças, seja pelo seu poder financeiro, seja pela abnegação de seus líderes.

Como gosta de proferir um ex-colega de trabalho, resiliência, segundo o Aurélio (no meu caso o Houaiss), é capacidade de se recobrar ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.

A empresa de Redmond pode demorar, mas dificilmente deixou da pegar o bonde da história, pelo menos até o momento. Recria algo existente, adquire um participante do mercado, dá um jeito de entrar nas novas ondas.

Por exemplo, na área de servidores, sempre foi muito criticada e surgiu em desvantagem. O tempo passou, ela conquistou espaço e lançará em breve servidores muito bem cotados pelos especialistas.

No enfrentamento do seu maior adversário atual, a Google, procura desenvolver sua nova face no mundo das aplicações como serviço.

Sua iniciativa Live procura fazer frente ao conjunto de soluções da concorrente. Embora ainda não pareça tão azeitada quanto a turma colorida de Mountain View, suas aplicações forma um conjunto com muito potencial e grandes promessas.

Sou assinante do Hotmail muito antes de ele pertencer à Microsoft. É isso mesmo, jovens internautas! Muito antes de ganhar as cores azuis, seus tons azuis vinham de outras fontes. Uma vez incorporado, fez mais efeito do que a iniciativa do MSN (não o Messenger), em terras tupiniquins.

Outras tantas ferramentas surgiram. A agenda e o calendário, por exemplo, insinuam ser mais parrudos que os outros do mercado. O serviço de mapas tem acabamento diferenciado e opções distintas do que acreditamos ser padrão, oferecendo alternativas interessantes. Tantas vantagens e isso sem contar, é claro, com as idéias do Office Live.

"Parafraseando" o Google Labs, há o Live Labs, com a mesma proposta: apresentar os "pães no forno". O primeiro tem muito mais fornadas para sair, mas o segundo mostra delícias muito atraentes, para futuros bem próximos.

Todo esse jogo lembra muito a fábula de Esopo do "Carvalho e o Junco". Ainda não sabemos o quanto o carvalho poderá resistir. Só o futuro dirá... Para ajudá-lo, bem que ele poderia pensar em soltar um pouco suas raízes do velho terreno do Windows...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mochileiro

Grande o mundo, caberá num celular?

Recentes apostas das empresas de tecnologia têm procurado fazê-lo caber. Ao menos o portentoso conteúdo do mundo virtual.

Apresentado a pouquíssimo tempo, o G1, telefone da T-Mobile com a plataforma Google, é o primeiro a fazer frente para o imponente iPhone, da Apple.

Particularmente, avalio o iPhone ainda alguns passos à frente. O G1 com todos os seus "abre e fecha" mecânicos, teclado minúsculo e tamanho portentoso, carece de aprimoramento em design.

Na página de apresentação, é possível conhecer um pouco do novo gadget, num web vídeo produzido pela empresa. Inegável a ótima idéia do Street View do Maps.

Com o recurso, qualquer pessoa um pouco mais "lesada", pode facilmente para em meio à rua, apontar para o local que procura entender e comparar o trajeto através de sua janela virtual. Simplesmente demais! Benesses da associação com o fornecedor do programa.

Certa vez comparei nossos amiguinhos tecnológicos com o Tricoder, sonho exacerbado da ficção científica de Star Trek. Depois dos últimos lançamentos, e suas pretensões, passei a achá-los mais parecidos com o Guia, do Guia do Mochileiro das Galáxias.

Na triologia de "4" livros, de Douglas Adams, os personagens contam com seu gadget, repleto de informações coletadas de todos os cantos do Universo, acessíveis em qualquer lugar, a qualquer hora, com velocidade impressionante. Semelhança impressionante, não? :)

Se os celulares ainda não chegaram a esse nível de excelência foi apenas por falta de tempo. Imagino, se um dia esses equipamentos estiverem difundidos profusamente, como ficarão as redes celulares? Suportarão a demanda por tanta informação? A difusão da tecnologia será em ritmo suficiente para permitir o acompanhamento das estruturas de TI?

Complicado descobrir, antever, se tamanho mundão caberá... Nesse caso, prefiro ficar com Drummond e o mundo que cabe no coração.

O mundo é grande
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O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Professor

Salve, mestre!

Talvez devêssemos gritar: "Salvem os mestres"! Há mais de um ano eu refletia, em meio a essas linhas, sobre a valorização dos professores em nossa sociedade.

No dia celebrado em sua homenagem, a sensação é de pouco mudança. Algumas conversas com crianças, outras com universitários, nos últimos tempos, mostram um cenário desolador...

"Escolinhas" difundidas por toda parte, certamente deixam a margem os mais bem vocacionados lecionadores de nosso meio.

Nos anos 60, em "Ao Mestre com Carinho", Sidney Poitier encarnou o tal mestre, a enfrentar as agruras de seu tempo e sua sociedade.

O tempo passou, os contextos são diferentes, mas o drama do educador só se acentua, pelo mais diversos motivos. Estaremos fadados a um fim inglório de ausência de alguém a admirar?

Na quinta série (será que ainda é assim?), minha professora de História nos acompanhava com maestria pelo corredores do acontecimentos da humanidade. Impossível esquecer os Etruscos e Bretões, Hunos e outros bárbaros, num desenrolar fascinante de acontecimentos.

Como negligenciar, em meio ao Bacharelado em Física, as belas pinturas apresentadas pelo professor de Física Matemática? Enroscados em imensas equações diferenciais, o guia estava sempre presente, a nos ensinar a aprender!

Lá pelas tantas, no primórdios do bacharelado em Ciência da Computação, lembro a luz daquele que ensinava Língua Portuguesa, sem precisar falar de gramática ou sintaxe diretamente. Vivíamos o idioma através de envolventes redações.

Minha tia (e madrinha) foi professora primária por toda vida. Professora rural, trabalhava nas escolinhas do interior, de sua cidade, sendo a dedicada "fessora". Doação de uma vida na educação de classes mistas, com diversas matérias e idades, muita dificuldade, mas imenso amor ao ensino. Uma multi-professora!

Devem existir outros por aí. Precisam ser encontrados e resgatados. Ser regra e não exceção. Sem mestres, não há discípulos. Sem discípulos, sem futuros mestres. Resta o nó na garganta, do grito de apelo: Socorro! Salvem-nos!

Hoje é dia de celebração. Vale deixar os assuntos espinhosos para perseguir nos restantes 364 dias. Com sincero carinho, aos mestres eternamente presentes em minha vida, deixo um enternecido "Muito Obrigado"!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Participação

Participar é fácil.

Muitas vezes, mais do que se possa imaginar. Vejamos o exemplo do meio ambiente, com todos os seus problemas de degradação ambiental, desmatamento e poluição.

Em geral, atitudes cotidianas, mesmo em pequena escala, contribuem para formação de um significativo contingente de efeitos. Verdadeira "salvação em escala", a colaboração individual ganha características multiplicadoras.

Porém, quando o assunto é reflorestamento, por exemplo, nos sentimos inaptos a contribuir. As dimensões da tarefa parecem escapar de nosso alcance.

Lembramos de ONGs internacionais, atuantes em diversos nichos, com poder político e social para grandes mobilizações. Estruturas e financiamentos de porte para projetos proporcionalmente grandes.

Também está em voga a contribuição de celebridades, como modelos, cantores internacionais ou atores hollywoodianos, a dispender um pequeno pedacinho de seu quinhão pelo bem da floresta. Sua singela contribuição financeira, ou de imagem, move montanhas.

Mas nem tudo ocorre somente assim. Pobres mortais também contam com alternativas plausíveis. Organizações como o Instituto Educa apóiam cidadãos interessados em participar de programas de reflorestamento.

Se a pessoa possuir uma área em seu sítio, um casa de final de semana com terreno disponível, poderá obter mudas e orientação para se engajar na recuperação da Mata Atlântica. Engenheiros florestais indicados não cobrarão pelo serviço, ficando apenas a seu cargo a contratação de mão-de-obra para o plantio.

Uma possível empresa para prestar esse serviço á Coopflora. O trabalho para poucos milhares de mudas ficará em torno de R$ 5.000. Se considerado como investimento em sua propriedade, ecologicamente engajada e saudavelmente enfeitada e preservada a partir de então, não é algo surreal.

Caso as condições financeiras, ou territoriais, forem mais modestas, há a iniciativa do Click Árvore. Com o esforço de um dedo e um mouse você pode colaborar. Pequenos ou megalomaníacas, oportunidades de engajamento não faltam. Falta só escolher uma.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

AdSense

Começaram a exagerar...

Cerne da estratégia da Google, o AdSense é a cereja do bolo de seu sucesso. O serviço de apresentação de anúncios permite o compartilhamento de receitas entre a gigante das buscas e empresas de todos os portes.

Os pequenos banners apresentados em resultados de busca, ou páginas de associados, viabilizam a miríade de serviços gratuitos oferecidos pela empresa a qualquer pessoa no mundo.

Dentre os diversos diferenciais do serviço, o acerto em se adequar às visitações ocorridas, com relação ao assunto a apresentar, é de deixar qualquer um pasmado.

No final das contas, ninguém se incomoda em ser exposto a algumas mensagens publicitárias, em troca de serviços de qualidade e rapidez comprovadas. Esse "não incômodo", produzido em larga escala, prove dezenas de bilhões de dólares de receita a eles.

Paulatinamente, a intenção certamente é espalhar os textos comerciais nos mais diversos recantos do universo googleano. Vez ou outra, percebemos a possibilidade em algum lugar do Orkut, Youtube ou Maps.

Acontece que agora resolveram aportar em outras praias, mais inusitadas. Lançam o serviço de propaganda em games on-line, o Google In-Game Advertising. Isso mesmo, em meio a jogos disponíveis na rede podemos topar com alguma propagandinha marota.

Em sua página de apresentação, há um vídeo para demonstrar um pouco dos novos recursos disponíveis. A divulgação conta também com uma lista de renomadas empresas que já embarcaram na nova onda, como a Playfish, a Konami e outras.

Já pensou, em meio a uma acirrada disputa, no momento de saltar de nível, surge uma propaganda qualquer! Ou então, quase no momento de bater um recorde, e deixar seu nome nos anais da história :), oferecem a venda de algum produto.

Sei que não será bem assim. Bem menos intrusivo, a proposta procurar colocá-las em momentos de acesso ou definição de configurações. Apenas avalio que em lugar tão lúdico, dedicado a jogar fora um pouco de tempo, um certo "spam" visual é um pouco de exagero. Veremos...

domingo, 12 de outubro de 2008

Crianças

Feliz Dia das Crianças!

Sejam da idade que forem... Todas as crianças sintam-se abraçadas! Que estejam repletas do amor e da proteção merecidas.

Celebrar as crianças em um dia do ano é celebrar novamente a vida. Vida tão relegada em tempos agitados, turbulentos, globalizados e um tanto quanto loucos.

Há ícone mais perfeito da energia vital presente no universo do que as crianças? Como gostam nossos amigos lusitanos, os "miúdos" são a expressão máxima do carpe diem.

Sem preocupação com o amanhã, seu desafio cotidiano é desbravar o mundo. Bem pequenos, através de suas mãozinhas e bocas, olhares atentos a tudo em seu redor. Aqui em casa brincamos que nossa pequenina está fazendo "download" da vida com suas janelinhas da alma.

Já um pouco maiores, enfrentam a vida com a experimentação, com a ousadia, de quem procura descobrir os meandros da existência através da tentativa e erro. Testam todos os limites, até o limite do enfrentamento paterno, lá pela adolescência.

De qualquer forma, é inegável que enfeitam e alegram o jardim de nosso cotidiano. Exalam o perfume da alegria, da jovialidade, do espírito supremo do universo, mesmo nos momentos mais "ranhetas".

Perco-me até no chavão, mas ninguém deveria esquecer seu espírito infantil. Toda essa profusão de ímpeto pelo ser. Defendo a ferro e fogo essa idéia... Meu afilhado, hoje com quase 14 anos, ainda ganhou presente neste dia.

Pode ser um pacote de guloseimas, mesmo porque seria o "maior mico" o padrinho aparecer com um brinquedinho, mas a intenção é lembrar. Celebrar o ser criança e não sentir vergonha. Crescer sem colocar a alegria e o amor de lado.

Em tempos de pânico econômico mundial, vemos as apostas feitas pelo mundo. Fiaram seu futuro apenas na ganância e no acúmulo. Talvez devamos lembrar, com o exemplo dos homenageados de hoje, melhores valores para confiarmos em nosso futuro, como a amizade e a fraternidade.

sábado, 11 de outubro de 2008

Sapere

Sapere aude!

Com toda razão, Kant nos conclamou a ousar saber. Termos coragem e sermos atrevidos no uso de nossa compreensão, de nosso entendimento.

Certamente não somos feitos de razão pura, mas se algo nos distingue de outros seres, é a capacidade (ou possibilidade) de racionalizarmos o mundo!

Dom supremo, forte tentação à soberba, precisamos aprender a possuí-lo. Sem medo e sem ufanismos, precisamos valorizá-lo e ousar.

Se há algo difícil de justificar é a omissão em seu uso. Como se isentar de seu exercício? De que forma poderíamos abdicar de tão sublime condição?

Há quem diga ser melhor a ignorância. Mais felizes seriam aqueles alheios à reflexiva e incessante sina humana... Seriam mesmo?

O saber, o conhecimento, é caminho árduo e revelador. Arrasta-nos à maturidade. Promove o nosso resgate da inocência pueril. Entender melhor o mundo e realidade muitas vezes é sofrido, angustiante, amedrontador!

Coragem! Garantem muito que lá estão, ser gratificante o carinho do saber com quem o procura. A instigante saga de sua busca e a saciedade com seu encontro. Alma repleta, espírito elevado, uma vez experimentado o gosto, dificilmente desejaremos esquecê-los.

Cypher, em Matrix, prefere a ilusão de um delicioso e suculento filé sensorial. Covardia de quem se sente sem forças para saborear a vida, com seus temperos, doces ou amargos. Têm lá seus motivos... O banquete bem servido tem um lema no cardápio: ouse saber!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Costumes

Certo hoje, amanhã quem saberá?

Hábitos e costumes se transformam constantemente na sociedade. Mesmo inovações, por um momento, em outro podem ser mostrar ultrapassadas.

Houve um tempo em que era comum a comunicação por cartas. Lembro de minha avó, a esperar notícias em papel, vindas de Portugal.

Se não estou enganado, as cartas chegavam a demorar 15 dias para percorrer mares e terras distantes. Uma espera que presenteava com diferentes contornos a troca de mensagens.

Eu também me correspondia, com papel e tinta, com minha tia no interior do estado de São Paulo. Pelo menos anualmente, escrevia para uma amiga, moradora da cidade litorânea de Santos.

Terras tão distantes, não? Bem próximas, na verdade. E as cartas aproximavam ainda mais nossos corações. Até para meu primo, residindo em Paris, os serviços dos correios foram valorosos por um longo tempo.

E um dia aconteceu o e-mail! Rapidamente mostrou sua eficácia e dominou o mundo de ponta a ponta. Nem os mais ágeis serviços postais seriam capazes de superá-lo em sua rapidez. Praticamente instantâneas, as mensagens eletrônicas singram o planeta chegando aos locais mais recônditos.

O volume de troca de mensagens explodiu exponencialmente. É crescente a dificuldade de administrar o número delas recebido. Os serviços precisaram ampliar sua capacidade armazenamento e transferência.

Junto com a facilidade veio a dificuldade... Num piscar de olhos éramos assolados por spams, vírus, trojans e e-mail marketing. O correio eletrônico ganhou tantas atribuições que até podemos nos perguntar o quanto restou de correio...

Independentemente de alegrias e tristezas, a solução soava como a mais promissora e possivelmente eterna para nossa comunicação. Equivocada avaliação... Foi assim para talvez até uma geração após a minha. A galerinha de hoje já não está nem aí para o e-mail.

Sua preferência recai para o Orkut, Twitter, MSN e afins. Preguiça de escrever? Maior agilidade na troca de mensagens? Necessidade de menos formalismo? Difícil resposta! Se quisermos acompanhar, nos resta acostumar com as novas tendências. A nova geração levará seus costumes para o futuro, se é que esses costumes perdurarão...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Túnel

Quem viveu, viu.

Clichê antigo do programa Vídeo Show, da Rede Globo, o túnel do tempo é evocado para lembrar de passagens antigas da TV. Diga-se, de passagem, da TV do Sr. Roberto Marinho.

Salpicam alguns flashbacks, em anos anteriores, ocorridos na mesma data daquela edição do programa, a contar curiosidades. A frase derradeira, de encerramento, é: "direto do túnel do tempo"!

Isso me faz lembrar também do seriado "O Túnel do Tempo". Com ares e visual típicos dos anos 60, um equipe de cientistas controlava uma máquina para viagens no tempo.

Aventuras pelas dobras do tecido do espaço-tempo os jogavam nas mais intrigantes situações. Perdidos no passado ou no futuro, testemunhavam a história ocorrida ou vindoura, na tentativa de voltar ao seu tempo. Desencaixe, ou desencontro, familiar ao homem contemporâneo.

Em mais uma das comemorações do aniversário do Google, a empresa entra na brincadeira da máquina do tempo... Disponibilizaram uma página com a reprodução do mecanismo de pesquisa no ano de 2001.

Com visual mais clean do que nunca, só assim lembramos quantas mudanças visuais, sutis é verdade, o serviço já sofreu. A página de resultados, sem nenhum link patrocinado, é uma surpresa! E pensar que um dia fora assim...

Outros tempos, outra Web, outras pesquisas. Época de evangelizadores da Internet. Voluntários, nem tão voluntariosos assim, pois eram profissionais pagos, divulgam as maravilhas de pesquisar informações na grande rede.

Pré-história da hegemonia googliana, outros mecanismos de busca e catálogos de site faziam grande sucesso. Nomes como Altavista, Cadê, Yahoo (sim, ele já foi só um catálogo de páginas) estavam por aí, a nos guiar em nossa navegação, cada qual com sua particularidade.

Agora estamos à mercê do inquestionável monopólio do maior sucesso das empresas digitais. Com todo seu poder de fogo, vem abarcando novos mercados e serviços, aumentando sua hegemonia, já incomparável. Quais serão as visões do túnel do tempo daqui a 10 anos? Quem viver, verá!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cotidiano

Mudanças culturais, cotidiano inéditos.

A evolução tecnologia mexeu com nosso dia-a-dia, comportamento e saúde. Tecnologias em todas as áreas, em todos os ramos do conhecimento, muito avanço. Vida modificada.

Ganhamos novos hábitos, novos ritmos. Padrões de comportamento foram alterados. Tabus derrubados. Igualdades conquistadas.

Alguns ícones de nossa música soarão estranhos para futuras gerações. Como viviam as pessoas naquele tempo de tais composições? Qual era o sentido daquelas idéias?

Sem muito motivo, encasquetei com a célebre música "Cotidiano". Algumas partes numa versão de um mundo digital chegarão em tom de paródia. Uma adaptação à nova realidade. O Chico que me desculpe pelos infames versos, mas não resisti à brincadeira... :)


Cotidiano
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Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Se conecta
Às seis horas da manhã
Faz download do e-mail matinal
E me acorda gritando
Com o spam...

Todo dia ela diz
Que é p'ra eu me cuidar
Eu achava que era
Com malware
Ela estava espiando
Noutro lugar
No Orkut um scrap
de outra mulher...

Todo dia eu só penso
Em poder olhar
Meio-dia seu post
Com paixão
No seu blog eu
Vejo estar
Encaixados pedaços
Do coração...

Seis da tarde
Começa músicas baixar
Ela pega
Sharea comigo então
Diz que está muito louca
Prá dançar
Ouvindo seu iPod
Quinta
geração...

Toda noite ela diz
Pr'eu a ajudar
Meia-noite socorro seu computador
E me enche pr'eu o consertar
E me morde se assim não me dispo
r...

Todo dia ela faz...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Freecycle

Sabe aquela torradeira encostada? Freecycle nela!

Quem nunca teve um item em casa sem destino, inútil, apenas ocupando espaço. Inútil somente para quem não mais o usa. Certamente ainda útil para muita gente.

Roupas
e afins normalmente são doados a alguma instituição de caridade. Desde que em bom estado, farão a alegria de muitas pessoas!

Agora, um brinquedo antigo ou eletrodoméstico meio ultrapassado, nem sempre é passível de fácil e adequada destinação.

Fazendo jus a sua fama de 1.001 utilidades, a Internet propiciou o surgimento de um grupo especializado em dar e receber objetos usados: o Freecycle.

Nos idos de 2003, por causa de uma cama velha, Deron Beal acabou arranjando uma interessante forma de incentivar um dos 3 Rs da conservação ambiental, a reutilização.

Espalhada por todo o mundo, já temos representantes em terras verde-amarelas, há cerca de 2 anos. Com alguns milhares de usuários, está presente em uma dezena de cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Porto Alegre, dentre outras.

A finalidade do serviço é reduzir a quantidade de resíduos pelo mundo, promovendo a reutilização de objetos o maior número de vezes possível. Os objetos disponíveis vão de livros a computadores, geladeiras a material de construção.

Para participar, basta se inscrever no site e procurar um grupo em sua região. Então é só pedir! Cuidado com exageros, pois a moderadores para prevenir a formação de uma imensa rede de pedintes. Quem pede é convidado a doar também.

O foco não é caridade. Seus participantes fazem parte de um público variado, sem restrição. Estudantes, donos de pequenos negócios, empregados privados, todo e qualquer ser humano disposto a participar deste "mercado das pulgas", sem preço, sem lucro.

Lucram apenas o ambiente e a colaboração, bem ao gosto das vertentes de redes sociais atuais. Além disso, sempre é bom dar uma revisada em nossas casas. Às vezes só percebemos o problema em épocas de mudança residencial. E, então, já encontrou algo para doar?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

HTML5

E haja planejamento...

Brasileiros que somos, nem sempre estamos acostumados a planejar, principalmente a longo prazo. O pragmatismo penetrou em nossa cultura, nosso modo de ser.

Herança da colonização? Ou de tempos mais difíceis, de futuro incerto? A praga pragmática destrói nossa capacidade de conduzir projetos por longo tempo, com gerenciamento e critério.

Levados pelo fluxo do tempo, só vemos passar, não antevemos. Sem visão à frente como frear, ou acelerar, de acordo com as condições do caminho?

Olha só o caso do HTML, linguagem de hipertexto utilizada na Web... Sua versão 5 tem previsão de aprovação para 2012 e a formalização da atualização final para 2022!

Em se tratando de tecnologia digital, podemos afirmar que projetamos para eras de existência. Principalmente de um artigo já "antigo" e carente de renovação, para atender as demandas dos novos tempos.

A adição de novas tags virá suprir um sem-número de funções resolvidas por outras tecnologias, como o Ajax. Com o passar do tempo, "acessórios" do navegador assumiram funcionalidades para atender as demandas, mas nada como a solução nativa.

Outras tantas tags irão substituir acertos feitos, nos últimos tempos, dentro de tags genéricas como a embed. Claramente uma ajeitada para, temporariamente, prorrogar a criação de uma nova estrutura. O verdadeiro "puxadinho" da programação...

Em tempos de Web fosforescente, novidade bem-vinda é a tag canvas. Com ela correm risco tecnologias como o Flash e o Silverlight. Outra implementação nativa em busca da pureza do código das páginas.

Preciosas necessidades, alguns navegadores e frameworks já suportam a novidade do futuro. Firefox, Safari e Google Gears antecipam a tendência para marcar presença e começar a adaptação. Motivo importante para mais uma concorrida corrida!

Também não é para menos... Com tamanha distância no tempo, quando o novo padrão for lançado, provavelmente já estaremos projetando o HTML25!

domingo, 5 de outubro de 2008

Domingo

Abençoado Domingo!

"Dies Domenica", Dia do Senhor, fácil compreender sua essencialidade, sua necessidade. Dia do descanso. Dia de deixar a rotina pra lá, recarregar as baterias, vivenciar.

Preguiça esquecida. Mas como? Alguém havia falado em descansar?!... Repouso da rotina, da atribulação. Tempo a dispor para a família, para o encontro.

Dispor com disposição. Celebrado! Dedicação ao cerne da união humana, escola primal de nossa natureza. Lustrar os vínculos para os fortalecer.

Lembro ternamente das manhãs de domingo. Acordar cedinho, meu pai já desperto, lendo jornal. Momento contemplativo, sem pressa... Até as notícias pareciam calmas.

Ao nos ver, eu e meus irmãos, largava tais afazeres menores para nos atender, nos acompanhar. Idas a padaria, com algum papo. Observação da rua, no portão da casa de minha avó.

Dia único e de todos. Visitas a parentes, passeios no parque, piqueniques também. As horas cheiravam a domingo. Às vezes um bate-bola, daqueles que pai faz de conta jogar e filho se esforça e esmera em brilhar!

Almoço de reunião. Poucos ou muitos, muito bate-papo e descontração. Macarrão essencial, ou para os que preferem "massa"! Molho de mãe, ou de vó, inigualável. Esqueça de comparar, cada qual faz o melhor, o preferido de sua prole. Insubstituível!

Sobremesas de montão, de todo canto veio uma. Café para os mais velhos e a criançada muita diversão. De preferência com o cachorro, no quintal. Bicicleta e um pouco de pipa, ou então apenas um sentar ao sol, por nada.

E o dia vai passando, sem muita vontade de passar. Saboreamos cada minuto, em mais um jeito de amar. De cada um sentimos saudades. Em todos enchemos a alma de cintilante harmonia. E, ao seu final, começo ou término de uma semana, agradecemos a vida a caminhar.

sábado, 4 de outubro de 2008

Geotagging

Privacidade, sei... Sorrateiramente se esvai!

Alie telefonia celular abrangente, tecnologia GPS acessível, Internet em qualquer canto e teremos uma mistura potente para brincar com localização em tempo real.

Geotagging é uma dessas manias do momento. Etiquetar tudo com sua posição geográfica. Brincar de Deus, com jeitão humano, meio criança, de colocar plaquinhas pelo planeta.

Etiquetar coisas, fotos, lugares se tornou insuficiente. Saciar a ânsia do carimbador maluco só mesmo etiquetando pessoas ou a si mesmo!

Diversos serviços Web 2.0 provêem os mecanismos. À distância de um clique e um pouco de vontade. Vai saber se por necessidade de exposição, popularidade em alta ou necessidade profissional extrema.

No Plazes, você pode compartilhar sua localização atual. Integrado com vários outros serviços como Facebook, Blogger e Wordpress, contatos de sua confiança pode saber onde você está.

Um dos principais exemplos da nova tendência, o site tem apoio da Nokia (continuamente conectando pessoas!) e já foi notícia no New York Times. Com ele sabemos que está por perto e quais eventos ocorrem próximos a nós.

Deseja ilustrar suas andanças com fotos e vídeos, acompanhados de seu posicionamento? O GyPSii oferece uma solução. Acessível por celular, propõe o registro de sua vida através de seu pequeno avatar tecnológico. Um registro incessante e autobiográfico. :)

A solução brazuca vem com motes de Twitter. Batizado de "Onde Estou", promete os mesmos recursos de registro e rastreamento. Cadastro simplificado, integração com o Orkut, componentes bem a gosto dos fregueses tupiniquins.

Aplicações variadas podem ser imaginadas para tais tipos de informação. Que tal dicas de alguém que já conhece um lugar? Será bom para trabalhar? Um encontro ocasional facilitado com um amigo? E propaganda direcionada geograficamente?

Passear pelos sites semeia idéias mil. Há vários que merecem menção: Pelago, BrightKite, Whereyougonnabe, Wayn, TripAdvisor. Difícil é conseguir tempo para se cadastrar em todos, experimentar e escolher! Ou usar todos?

Ares de Grande Irmão voluntário! Quem diria, por qual motivo seja, iríamos nos dispor a tanta exposição, a tanto controle, de certa forma. E existem tantas organizações no mundo preocupadas com a privacidade... Revoluções culturais e comportamentais. Quais os limites entre o público e o privado?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mônica

Ai, meu Deus! A Mônica cresceu!

Se há algo na minha memória pueril, das primeiras leituras que fiz, foram os quadrinhos da turma da Mônica. Do apreciar figuras até a tradução das letras, parte do meu desenvolvimento se apoiou nestas singelas leituras.

Criação de Maurício de Sousa, inspirada em sua filha e coleguinhas, com mais de 40 anos de existência. Obviamente, diversas gerações se divertiram com suas histórias.

Sinal dos novos tempos, o criador decidiu repaginar a menininha de outros tempos. Hoje é a sessão de autógrafos da nova linha de quadrinhos, Mônica Jovem.

Para sua sorte, se passaram quarenta anos, mas ela está, no ano de 2008, com apenas 16 anos... Coisa de menina. Compatível com algumas das modas juvenis, os quadrinhos chegam num estilo meio mangá.

Como estarão os outros personagens? O Cebolinha fez fono e corrigiu a fala? Será que agora, interessado nas garotas, o Cascão passou a tomar banho? E a Magali, preocupada com a silhueta, reduziu a voracidade por comida?

Pior, acaso o Chico Bento se tornou um agro-boy? E o Franjinha, se transformou em um nerd, meio geek? Papa-capim foi para faculdade e defende a causa indígena no Brasil?

Tudo bem que o Batman envelheceu, ficou ranzinza e praticamente destruiu sua cidade. O Super-Homem então, morreu, reviveu, ganhou vários clones e deve estar com uma crise de identidade danada, principalmente com o fim da Guerra Fria. Mudanças demais para qualquer super-herói.

Já a Mônica e sua turminha ficarão eternamente em nossas memórias, como crianças a brincar na rua, com preocupações e necessidades bem infantis. A nova versão é uma nova seleção, outro período, uma nova história.

Felizmente as duas séries continuarão paralelamente. Quem sabe, daqui a alguns 40 anos mais, venha uma série de adultos, algo como um "Friends" do gibi. Talvez um futuro divertido, para toda a turminha da Rua do Limoeiro.

Para garantir, continuarei comprando as historinhas tradicionais. Quero ter certeza que minha filha possa ter acesso a qualquer um deles. Ela escolherá a de sua preferência. Não sei por que, mas desconfio que ela preferirá a original...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Corredores

Lutamos e nos contentamos com pequenos sucessos.

Pequenos nas dimensões físicas, mas imensos em esforço e dedicação para conquistá-los. Testamos os limites humanos constantemente e galgamos pequenos degraus continuamente.

Os jogos olímpicos já se foram há quase dois meses. Atletas elevados ao Olimpo, alçados ao seleto grupo dos deuses. A simples conquista de classificação para participar dos jogos é sinal de superioridade esportiva.

De todas as categorias, a disputa dos 100m rasos é considerada o símbolo máximo do esporte olímpico. Tão pouco espaço, tão pouco tempo, enorme disputa.

Desde sua primeira edição, em 1896, os tempos da prova vêm sendo baixados. Recorde sobre recorde, em busca dos menores tempos possíveis.

A enorme diferença obtida, em mais de 100 anos, ainda está longe de 4 segundos! Lá no passado, a corrida era concluída em cerca de 12 segundos. Atualmente, com muito esforço, se superou a marca dos 9 segundos...

Mesmo comparada à marca da última paraolimpíada, as diferenças são bem pequenas. Recordista, o brasileiro Lucas Prado, obteve tempos próximos aos 11 segundos! Considerando sua deficiência, é uma marca muito próxima de um corredor sem restrição alguma.

Há quem se pergunte até quanto estes tempos poderão ser reduzidos... Ainda assim, estamos longe da velocidade atingida por animais na natureza. Enquanto nossos velocistas estão na faixa dos 45 km/h, uma guepardo consegue 112 km/h e um antílope 96 km/h. E nosso esforço é enorme!

Humanos, somos assim mesmo. Criamos nossos mitos, nossos objetivos e nos deliciamos em concorrer, competir, fomentar um universo de relações e desafios. Pouco importam as dimensões absolutas da conquista. Muito mais valor existe no empenho pela superação.