quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ficção

"Nós somos feitos do tecido de que são feitos os sonhos."

William Shakespeare cunhou a frase acima, com propriedade de grande poeta, para nos deixar um aviso.

A ficção serve de exercício de nossos sonhos, de campo fértil para cultivarmos os anseios motores de nosso destino. Sem ela somos terreno árido, onde pouco pode crescer.

Por toda nossa história, grandes sonhadores semearam em nossas cabeças viçosas raízes das plantas da criatividade. Para mim, especialmente nos dois últimos séculos, apoiados nos avanços da ciência, os principais ícones dessa seara surgiram: Isaac Asimov, Júlio Verne, H. G. Wells, para ficarmos nos mais conhecidos.

Em tempos atuais, em pleno século XXI, sinto falta dos grandes ficcionistas. Fica a sensação destes não surgirem mais, como se a semente morresse na pedra.

No passado, os sonhadores viam o futuro e, apesar de nem sempre acertarem, acabaram por nortear o desenvolvimento de grande parte de nossa ciência. Hoje parecemos viver apenas para o presente, pragmático, presos em nosso dia-a-dia conturbado, sem ouvir o passado e nem enxergar o futuro.

Precisamos resgatar nossos sonhos, semear mais sonhadores, desmontar nossos grilhões do imediatismo, para que nossa vida não acabe em sono...

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