sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Cartões

Chega o fim de ano e uma preocupação comum chega também: os cartões.

Contudo, engana-se quem pensou em cartões de crédito. Refiro-me a um item bem menos consumista, muito mais próximo do espírito natalino: os cartões de Natal.

Por mais tecnologias que surjam, essa tradição faço questão de manter. Sair para escolher as estampas do ano, o tipo de cartão, comprá-los e levá-los para casa e então passar algum tempo os escrevendo.

Muitas das pessoas mais novas talvez nem façam idéia do que se trata...

Aprendi esse costume desde muito cedo, com meu pai. Ficava o observando, ele a redigir, preparar e escolher cuidadosamente a mensagem para cada pessoa querida. Endereçava-os calmamente, com todo cuidado. Suas mensagens, como poeta que era, tinham sempre o som de uma obra de arte.

Esforço-me para fazer meu melhor, mesmo sabendo estar longe de chegar aos seus pés. Mas mantenho o espírito das mensagens vivo. Envio desejos sinceros, um momento de reflexão, uma partilha do sopro de esperança existente à época.

Escrever para alguém nos faz lembrá-lo. Passar por bons instantes resgatando sua imagem, sua personalidade, para lhe transmitir as emoções natalinas daquele momento. Recebê-los também é um prazer, complementar, de troca, de comunicação.

Duro mesmo é o esforço para escrever a mão, hábito tão pouco exigido nos dias atuais, principalmente para um engenheiro de software.

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