sábado, 30 de junho de 2007

Visões

Muitas são as visões por nós concebidas do mundo, visões físicas, ao pé da letra, ou então interpretações a respeito de nossas percepções.
Quando menos esperamos, viramos a cabeça, ou abaixamos para um alongamento e vemos a cena em nossa volta de um ângulo totalmente diferente.
Esse novo ângulo pode proporcionar um leitura completamente nova, um panorama inédito. O novo panorama pode nos levar a novas impressões, novas percepções, do local e das pessoas. Repentinamente surgem novas idéias, novas reflexões, um novo olho...
O principal é estarmos acessíveis, 'abertos', às essas novas imagens, essas novas percepções, para não tomá-las como algo corriqueiro, para não deixarmos de perceber essa nova janela para novos horizontes.
Seria interessante todos nós exercitarmos nosso olhar, nossa disponibilidade, para captarmos esses preciosos fragmentos de oportunidades e, quem sabe, numa dessas iluminações encontramos mais soluções para os problemas cotidianos.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Celular

Há certa falta de objetividade a rondar a mente das pessoas. De certa forma parece que a tecnologia aliada ao consumismo contaminaram irremediavelmente as pessoas.
Um dos assuntos da semana é o lançamento do iPhone. Mais um dos de tudo um pouco presentes na mídia.
Eu adoro traquitanas tecnológicas, cheias de novidades e capacidades, mas mais como uma obra de arte, um exercício de possibilidades. Ainda acredito que a função de um telefone é telefonar. Nada mais simples, prático e objetivo.
Se levarmos em conta o custo do aparelho então, US$ 500 a US$ 649, no mercado americano, onde as pessoas não estão dispostas a pagar mais do que US$ 100 em média por um telefone, temos muito a refletir.
A situação fica pior quando se noticia a possibilidade de no Brasil tê-lo por algo em torno de R$ 4.500,00, com uma série de gambiarras para destravá-lo, mais custos de uma operadora internacional.
É bem provável que essa falta de parâmetro seja reflexo de outras tantas faltas, de parâmetros e horizontes, perceptíveis no dia-a-dia de muitas pessoas...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Identidade

A definição da identidade de alguém excede os limites de nossos conceitos cotidianos de identificação. Como podemos garantir que a identidade de um interlocutor é a que ele próprio afirma ter?
Instantaneamente pensamos em documentos de identidade, mas estes não são garantia alguma. Podem ser falsos, ou pior, verdadeiros, mas emitidos à partir de origens falsas.
Nossa identidade somente passa a fazer sentido quando a concebemos associada às relações pessoais que possuímos. Fulano é filho de ciclano, estudou com beltrano, etc.
Essas relações constroem nossa imagem identificadora e nossa história, quem somos...
Mesmo em comunidades virtuais, na Internet, as melhores formas de identificação são baseadas na identidade comunitária, no 'networking', seja pela relação formada com o site de comércio eletrônico, seja pelo contato real precendente ao convite no Orkut, como já precognizava Ester Dyson nos anos 90.
Apesar de toda evolução tecnológica, ainda dependemos de nossas relações, como no passado mais remoto. Ainda bem, afinal um dos maiores diferenciais humanos é sua complexa estrutura social.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Jogos

Já faz tempo que os jogos eletrônicos, ou videogames, se preferir, deixaram de ser simplesmente um brinquedo, principalmente para a indústria produtora. Haja vista a própria denominação de indústria...
Muitos dos jogos garantem faturamentos maiores do que muitas outras áreas do entretenimento. Alguns são usados em atividades profissionais, como os simuladores. Sua tecnologia é fomento para desenvolvimento em muitas outras áreas.
Esse fenômeno cultural gerou ao menos duas novas atividades relacionadas, sem precedentes.
A primeira são os esportistas profissionais do videogame. Equipes formadas e patrocinadas por empresas de hardware, com rotinas de treinamento diário e campeonatos premiadíssimos mundo afora. Há muitos brasileiros se saindo muito bem nessa área.
A segunda são as bandas com repertório baseado em temas de músicas de videogame, o chamado gamerock. Já existem muitas bandas desse novo gênero e uma brasileira, a Megadriver, já é uma recordista em número de downloads, superando muitas das mais tradicionais bandas existentes no cenário.
Será essa tendência é mostra de estarmos nos tornando mais lúdicos? Ou nossa sociedade está mais infantil? Ou observamos uma grande fuga, em massa, de parte da sociedade para um mundo virtual?

terça-feira, 26 de junho de 2007

Terceiro Setor

A atuação de ONGs tem sido fundamental em diversas áreas da sociedade e se tornado de grande influência rotineiramente. Sua importância é tal que mereceu a designação de 'Terceiro Setor'.
Sua abrangência tem chegado a limites distantes. Ontem, em um reportagem na TV, foi apresentado um organização não-governamental responsável pela construção, manutenção e administração de uma creche, praticamente uma escola de educação infantil, almejando o atendimento de até 350 crianças.
Esta nova obra é o único recurso para a população carente da região e até mesmo para os não tão carentes.
Por ser a educação e cuidado infantil um direito de todo pequeno cidadão, não seria dever do estado cuidar deles prioritariamente? Estamos chegando ao ponto de delegar para uma instituição o atendimento negligenciado por nossos representantes?
Pode até ser cômodo ao governante deixar rolar e se isentar da responsabilidade, afinal a população atendida, seja por quem for, estará satisfeita.
Porém, se chegarmos ao dia onde todas as necessidades da população forem atendidas pela própria sociedade mobilizada, qual será a função do estado? Quem será mais legítimo? Afinal, quem é o estado?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Economia

Todos sabemos o quanto difícil é poupar no dia-a-dia. Priorizamos nossas necessidades e desejos, contemos alguns deles e tentamos antecipar o esforço em guardar ao prazer em gastar.
Se recebemos um extra, procuramos reservá-lo, para um eventualidade, até mesmo usando uma pequena parte para uma extravagânciazinha, muito contida diga-se de passagem.
Em suma, devemos saber o quanto recebemos e o quanto precisamos para nossa manutenção familiar mensal.
Enquanto isso, nas altas esferas do governo, segundo a revista Época (ed. 475), com a criação de novos cargos e um aumento salarial, haverá um aumento de despesas equivalente à soma de investimos de sete ministérios em 2006 (Minas e Energia, Previdência, Trabalho, Cultura, Meio Ambiente, Combate à Fome e Agricultura), tudo apoiado e mascarado pela boa maré da arrecadação batendo recordes.
Porque somente há responsabilidade de gastos em nossas pequena vida particular?
Talvez por ser mais difícil? Ao acaso por ser um valor menor? O universo de variáveis mais controlável? Ou pela percepção de que é mais NOSSO (não esqueçamos o fato de o dinheiro público ser nosso também)?

domingo, 24 de junho de 2007

Filhos

Os pais esperam o desenvolvimento homogêneo de seus filhos, afinal proporcionam educação similar a todos eles, em princípio.
Provêem a mesma educação baseados na igualdade do amor a seus mais queridos entes, frutos de sua maior doação.
No entanto, é evidente a diferença entre os resultados, talvez influenciados pela vida ou por sua personalidade. Os filhos nunca saem iguais.
Em muitos casos as diferenças são gritantes. Enquanto alguns dos filhos acolhem por toda vida seus pais, seus irmãos não se importam nem um pouco.
Há casos de irmãos disputando bens, em uma relação de alguns a desejar muito e outros não tão preocupados com a disputa. Não há critério de faixa etária, quero dizer de relação, cultura ou classe econômica. Acontece em todo canto.
Não vejo muito como determinar uma relação de causa e conseqüência, as variáveis aparentam ser muitas. Aos pais só resta lembrar a sabedoria popular: 'Os filhos são flechas na mão do valente'.
E ainda há pessoas com preconceitos relativos a adoção de filhos...

sábado, 23 de junho de 2007

Fast food

A mudança cultural da sociedade move montanhas. Até mesmo os maiores manipuladores, ou ao menos dito mainpuladores, se curvaram perante as mudanças de gosto e opinião do público.
Recentemente, uma grande cadeia de fast food distribuiu um encarte com informações e orientações nutricionais em revistas de grande circulação.
Uma impressão muito bem acabada, muita informação, a respeito de seus produtos e de alimentação em geral.
Claramente essa atitude é efeito da crescente onda light, do estilo de vida saudável reinante em muitos círculos da nossa sociedade.
O encarte acaba sendo uma confissão de mea culpa, além de uma tentativa de resgate, do tipo 'vamos ser amigos?'.
Aguardo o dia em que nossa maturidade social cheguar ao ponto de forçar a classe política e dominante publicar seus encartes...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Gravata

As crianças têm um certo toque de crueldade quando interagem entre si, quando em um grupo disputam posições, lideranças e idéias.
Talvez o ser humano seja assim mesmo, meio selvagem, um tanto animal, ou nossa cultura social imponha esse comportamento, ao meu ver até anti-social, mas que quase ninguém está isento.
Durante nosso amadurecimento passamos por vários desses momentos, até mesmo ritualísticos, iniciadores, principalmente na adolescência, apesar de não ser sempre transparente, de guardarmos em segredo.
Em muitas situações da vida adulta ainda reproduzimos esse comportamento. Para mim, um dos mais emblemáticos e constrangedores é a 'brincadeira', ou ritual, da gravata na festa de casamento.
Estamos todos a celebrar a união das pessoas, em festa, repletos de bons desejos para uma nova vida iniciante. Alguns amigos do noivo o pegam 'de surpresa', saem com uma gravata (não a usada por ele), vendendo um pedaço aos convidados.
A venda não é bem venda, afinal é praticamente obrigatória, baseada em certo constrangimento.
Não vejo problemas em brincadeiras, em confraternização, mas esta está mais para um gravata, um golpe. Como se já não bastassem as várias gravatas aplicadas pela vida...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Janela

Eu passeava por um shopping na cidade (já sei, já sei, passeio de paulistano...) quando me deparei com um contraste interessante.
O shopping possui um telhado de vidro e pude ver um belo céu azul através dele, estampado no céu da construção, de um ícone da 'concretização' da natureza. E não era um 'céuzinho minguado' não... Era um azul de encher os olhos, de nos tornar pequenos no universo.
A janela no shopping funcionou como uma escotilha para a realidade, uma fuga do universo em que somos inseridos após adentrar naquela divertida armadilha capitalista.
Um ambiente preparado para seqüestrar nossa atenção, nos fazer caminhar devagar em frente a tantas atrações de consumo.
Acaso o arquiteto desse shopping possui um quê de anarquista? Ele deixaria através desta janela para o mundo seu sinal de protesto?
É uma daquelas pequenas subversões pretensas a mudar algo?

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Boneco Amigo

Um dia desses vi, em um shopping da cidade, uma novidade interessante: um quiosque de venda de bonecos personalizados.
A marca, ou nome do quiosque, é 'Amigo'. Através de um esquema self-service, você pode escolher o tamanho do boneco, enchimento (mais, ou menos, fofinho), roupa, som emitido aos ser apertado, tudo muito organizado em etapas numeradas a volta do local.
Crianças eram abundantes, com pais dispostos a atendê-las, para experimentar a novidade. É o máximo da cultura da personalização do produto em massa. Tudo muito prático ao alcance de uma simples escolha para o atendimento de seus desejos.
Espero apenas que as crianças compreendam, ou ao menos os pais se preocupem em orientá-las, que os amigos de verdade (os de carne e osso) não são tão configuráveis. As diferenças devem ser respeitadas, aceitas e compreendidas e as pessoas não estão disponíveis ao nosso 'self-service'.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Desconexão

Hoje me conscientizei que muitas vezes utilizo a televisão apenas para não fazer nada.
O dia foi cheio, trabalho intenso, com precisão e responsabilidade, estudo em quantidade, tudo muito compromissado.
A chegada em casa pede algo descompromissado, aleatório, sem muita exigência intelectual. Nada melhor que TV, sintonizada em qualquer besteira.
Sinto que as imagens tem um poder hipnotizante, assim com o som, principalmente em programas dos mais desconexos, sem grandes preocupações.
Aquele caixinha mágica parece emanar energias especias de relaxamento, penetrantes e em sintonia com ondas específicas do cérebro, provocando reações entorpecentes, algo como uma serotonina (bem na moda, não?) tecnológica.
Pois é, muitas vezes conseguimos transformar até um das melhores ferramentas de comunicação e informação em simples banalidade... :)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Prova

Pois é... Após 18 meses de estudo, em pós-gradução, o último professor, do último curso, resolveu nos avaliar através de prova!
Amanhã terei que encarar, não tem jeito. Deve fazer ao menos uns 5 anos que não passo por algo nesse estilo.
Ainda me pergunto se não há uma maneira mais eficiente de avaliar meu aproveitamento do curso. Levo em consideração que o assunto foi tratado em apenas 8 aulas, com um volume de informações considerável, no período noturno e quase apenas com aulas expositivas.
No ambiente atual de hiperinformação, o acesso e disponibilização do conhecimento segue caminhos nem um pouco lineares.
É possível uma folha de prova não ser linear? A capacitação desenvolvida com esse método tradicional é compatível com a capacitação necessária às demandas atuais de nossa vida?

domingo, 17 de junho de 2007

Utópico

Quando o dia da paz renascer
Quando o Sol da esperança brilhar
Eu vou cantar

Quando o povo nas ruas sorrir
E a roseira de novo florir
Eu vou cantar

Quando as cercas cairem no chão
Quando as mesas se encherem de pão
Eu vou cantar

Quando os muros que cercam os jardins, destruídos
Então os jasmins
vão perfurmar

Vai ser tão bonito se ouvir a canção
Cantada de novo
no olhar da gente a certeza de irmãos
reinado do povo (2x)

Quando as armas da destruição
destruídas em cada nação
eu vou sonhar

E o decreto que encerra a opressão
assinado só no coração
vai triunfar

Quando a voz da verdade se ouvir
e a mentira não mais existir
será enfim

Tempo novo de eterna justiça
sem mais ódio sem sangue ou cobiça
vai ser assim

Vai ser tão bonito se ouvir a canção
Cantada de novo
no olhar da gente a certeza de irmãos
reinado do povo (2x)

sábado, 16 de junho de 2007

Molho

O resultado de um dia como ontem só podia ser esse: molho!
E não é molho de macarrão, mesmo porque hoje é sábado, dia de feijoada, outra iguaria que hoje não dá para encarar.
É o famoso molho em que você não sabe o que você tem, mas têm.
Dor de cabeça, enjôo, falta de apetite, febre... A famosa zica!
Nestas horas de mal-estar é que lembramos como é bom o bem-estar, ou ao menos deveríamos.
Aliás, faço questão de lembrar de agradecer quando o bem-estar vem. Todos deveríamos...
De qualquer jeito, ainda bem que passa.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Desastre

Você já acorda com o mal-estar de um resfriado, pensando na hora de voltar para casa.
Trabalha muito, mas muito mesmo.
Vai cedo para casa, planejando chegar bem cedo, até dispensou a academia.
Quando chega ao Metrô descobre que este está com problemas, ouve o anúncio na estação: "Senhores usuários, estamos com problemas nas linhas sem previsão de normalização!"
Ainda existe uma salvação, afinal você está perto de um shopping (eu sei, é coisa de paulistano) e vai até ele para procurar abrigo.
Como não consegue falar com a esposa, para uma "solicitação de resgate", entre em uma sessão de cinema, que demorá mais do que o imaginado.
Sai da sessão e pede o resgate, que demorará um pouco. Como sonho de valsa com pipoca não foi um bom jantar, vai até o Bob's comer misto-quente com milk-shake de Ovomaltine. :(
Enquanto espera o resgate da esposa, um rapaz é preso por policiais no ponto de ônibus, depois de ter quase agredido cobrador e motorista.
Finalmente é resgatado e vai para casa, onde lembra do combinado de buscar o cunhado no aeroporto de Cumbica, à meia-noite. O vôo atrasa por problemas nos aeroportos e você aguarda até às 02:30h. Ainda bem que seu cunhado é um cara consciencioso e te dispensa da tarefa.
Descanso finalmente, depois de um dia cheio de pequenos desastres...
Ainda bem que o Brasil não tem terremotos, furacões, vulcões! Será que hoje precisava? :)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Metrô

...
...
...
Não, não estou de greve como o Metrô.
Escrevo este post um dia depois, pois a greve não me permitiu chegar a tempo de escrevê-lo.
Todo tipo de atividade tem direito a sofrer uma paralisação por greve?
Questiono essa situação muito mais pelo grande transtorno causado a tantas pessoas, do que apenas ao meu desconforto de um dia.
Penso mesmo em outros tantos serviços, como postos de saúde, INSS, e outros serviços públicos, essencias a tantos que precisam.
Não haverá outras formas de protesto? As necessidades de negociação de um profissional superam sua ética?

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Matrimônio

Hoje, pela manhã, soube o motivo da veneração a Santo Antônio pelas moças à procura da alama gêmea.
Segundo o jornal SPTV, da Globo, Santo Antonio foi em vida uma grande defensor e difusor do matrimônio, principalmente ao agir contra o casamento apenas entre pessoas de mesmo dote.
Passei então a vê-lo como protetor do matrimônio.
O marimônio é como um jardim, exige muito carinho, cuidado e atenção.
Nunca estará livre de pragas, momentos de seca ou sol em excesso.
Com o cuidado dos dois jardineiros responsáveis e de outros jardineiros amigos que os ajudam, o jardim crescerá e florirá.
Por que não ainda contar com ajuda de um padroeiro, zeloso pelo amor entre as pessoas?
Apesar das dificuldades, e com toda essa ajuda, nada superará o doce aroma das manhãs de um jardim florido.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Amor

Não poderia deixar de mencionar o amor no dia de hoje.
Porém, como pretender escrever algo se, há quase 2.000 anos, São Paulo já disse tudo.
"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse o amor, seria como sino ruidoso.
Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse o amor, eu nada seria.
Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que eu entregasse meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria.
O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não é orgulhoso.
Nada faz de inconveniente, não é interesseiro, não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Toque

Tocar alguém, do ponto de vista físico, do contato físico, é algo trivial, limitado apenas pelo espaço, distância e relação cultural.
Tocar a alma de alguém é algo muito mais difícil, mas quando bem sucedido, é extremamente gratificante. O toque entre almas transfere a energia vital entre os seres, sejam eles quem forem.
Para tocar o outro há que conhecê-lo, entendê-lo e possivelmente descobrir onde sua alma está exposta. Se quisermos ser tocados, precisamos estar disponíveis, receptivos e confiar.
O contato das almas ocorre pelo amor, carinho, amizade, fé. É intenso, inédito e grandioso.
Diferentemente do contato físico, quando tocamos a alma de alguém deixamos marcas eternas, ternas recordações para uma vida inteira.
São essas marcas as lindas bagagens que carregamos pela vida...

domingo, 10 de junho de 2007

Fraqueza

Que em geral somos fracos, todos sabemos, isso é fato. Todo ser humano tem suas fraquezas.
O difícil é admitir, se assumir fraco.
Pensando bem, é necessário ser forte para se admitir fraco. Reside aí o grande problema. Como ser forte para admití-lo?
Sim, ser forte. Ninguém com uma auto-estima saudável gosta de denegrir sua auto-imagem, ou de se expor na sua fragilidade. Faz parte até mesmo da natureza, de modo geral. Talvez seja mesmo questão de sobrevivência...
Além disso, uma vez consciente da situação há o desejo de superá-la, de se tornar mais forte, o que exige força de vontade. Mais força!
Em diversos momentos eu ainda sou forte o suficiente para fazê-lo. Continuo me exercitando, para fortalecer-me...

sábado, 9 de junho de 2007

Habilidade

Às vezes, quando menos esperamos, nos damos conta de coisas que vivemos constantemente, mas nem sempre conscientizamos.
Eu me alongava na academia e uma moça puxou papo comigo. Conversa básica, de passagem... Como sempre, fui educado e simpático, respondi e tentei ser receptivo.
Devo admitir que não sei esticar uma conversa casual, principalmente com quem não conheço. Nunca fui bom nessa habilidade social.
Quando conheço a pessoa é bem bem diferente, mas quando a pessoa é desconhecida invariavelmente bate uma certa timidez.
Refleti naquele momento que a habilidade social referida é cultivada desde a infância. Lembro-me muito bem que nunca soube lidar essas situações desde aquela época. Aliás, depois de adulto melhorei muito, principalmente depois de me conscientizar sobre o fato.
Justamente essa habilidade é que acredito mais fazer falta a todos ultimamente em São Paulo. Seja no ponto de ônibus, na fila do pão ou na espera do banco.
Por algum motivo todos nesta cidade ficamos um pouco mais duros e isso desumaniza. Relacionar-se, comunicar-se é muito mais humano e necessita de exercício.
Não vou propor uma academia para exercitarmos essa habilidade, o que seria mais absurdo de nossa metrópole. Porém, conclamo a todos para se colocar a postos e se exercitar!
Exercitemos principalmente nossa hábil humanidade.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Joost

Hoje experimentei assistir a Joost, uma das mais novas sensações da Internet, no caso uma IPTV.
Há muito me perguntava qual a real diferença entre a IPTV e a TV a cabo, pois ambas podem fornecer um número enorme de opções, 24 horas por dia.
Para começar a experiência, você precisa de um convite, como no começo do GMail. Depois é necessário instalar um programa cliente e depois é só se conectar.
Logo de início, fica nítido a necessidade de banda e máquina, ou seja, é essencial excelente conexão e um computador potente, principalmente no quesito de placa de vídeo. Com minha instalação deu para experimentar, com alguma lentidão na resposta de vídeo.
O que mais se destaca é a especialização dos canais disponíveis. Por exemplo, existem opções de canais de ficção científica, dedicados a uma determinada série, com transmissão ininterrupta. Além disso, o acesso é sobre a plataforma da Internet, tornado-a disponível de qualquer lugar do mundo, apesar de algumas restrições dependendo da região onde estiver.
Em resumo, é a mais recente expressão da personalização de um serviço com alta disponibilidade. Coisas dos tempos de Web 2.0.
Na minha opinião, gostei muito e virá para ficar.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Consciência Tranqüila

Não sei bem ao que se deve, talvez a complexa e diversa formação cultural brasileira (traduzida como o jeitinho brasileiro), mas vemos atualmente uma distorção da moral das pessoas. A distorção que me refiro é certa flexibilidade dada a esta moral.
Um grande problema é que todos tem uma certa consciência tranqüila. Aliás, muitas das pessoas com quem convivemos têm a consciência tranqüila de mais. Todos são um pouco santos, não fizeram nada, não tem culpa nada.
É muito comum se isentarem de responsabilidades por que não sabiam, não participaram diretamente, não exigiram nada, apenas receberam. Refiro-me principalmente aos pequenos ilícitos do dia-a-dia. O estacionamento proibido, o furar a fila, o comprar contrabandeados, o "molhar a mão" de alguém.
Torna-se cansativo ouvir das pessoas que se não souber de onde vem, tudo bem comprar ou receber. Foi dado. O que eu tenho com isso? Não estou fazendo nada de errado.
Essa flexibilização é descabida. É uma idéia perniciosa que mina a estrutura de nossa sociedade.
Como podemos construir algo num meio onde desde que não se tenha participação direta, quase tudo é perdoado.
Quem ainda acredita que podemos dar certo deve batalhar pela correção desse absurdo. Resistamos!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Delimitação

Um dos grandes desafios da vida é reconhecer e respeitar os limites.
Nem sempre é fácil perceber quando devemos parar de falar, ou começar. Quando devemos agir ou nos omitir? Quando começar a ajudar ou parar?
Exercito cotidianamente essa habilidade e certamente não consigo acertar na maior parte do tempo. As linhas do limites são tênues, dependem das situações e pessoas envolvidas.
É claro que muitas vezes não ultrapassamos o limite por maldade, mas por entusiasmo, ansiedade, excesso de presteza.
O mais importante é estar atento, se preocupar, tentar aprimorar nossa capacidade de respeito. Sim, respeito, pois os limites são fatores determinantes na relação humana, na manutenção de seu equilíbrio e saúde.
Sem os limites incomodamos, de forma desagradável, às vezes sendo chatos ou intrometidos.
A medida certa dos limites traz leveza ao cotidiano, nos faz apreciar com mais serenidade os momentos e saber quando deliciar-se com o silêncio.
De minha parte escrevo aqui, dentro dos meus limites, delimitando-me...

terça-feira, 5 de junho de 2007

Leões

Já é antiga uma piada que conta a proposta do dono do circo a um palhaço: "Olha, você sairá correndo do leão, que o alcançará e, quando você fizer uma careta, ele sairá correndo de medo. Está tudo acertado. Entendeu direitinho?"
Ao que o palhaço responde: "Entender, entendi. Mas será que o leão entendeu?"
Quantas vezes não esquematizamos todo uma longa expectativa em nossa vida? A carreira perfeita no emprego, a conquista da namorada, a chegada no horário exato, a entrega do trabalho no tempo justo, na última hora.
Contamos com todos os ventos e fatores a nosso favor, mesmo que tudo tenha se passado apenas em nossa cabeça.
Não devemos deixar de sonhar, mas não faz mal algum se perguntar, de vez em quando, se nossos leões entenderam o combinado...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Aromas

Aromas, cheiros, perfumes, odores são tão presentes em nossa vida, mas nem sempre prestamos atenção.
Alguns são reveladores, outros memoráveis, alguns eternos e certos dispensáveis.
Do acordar, com o aroma da manhã, o cheirinho do café, o perfume da preguiça, preguiça de um novo dia, começando, galgando os primeiros degraus daquelas 24 horas.
No Metrô, todas as manhãs, um misto de odores e perfumes, cada qual ligado a seu dono, sua história, talvez relacionado a sua estilo de vida, sua cultural.
O cheiro é cultural. Perfume para uns, odor para outros, indiferente para alguns.
Há uma semana assisti um programa, desses de jornadas e exploração, em que os exploradores visitaram um dos templos de luta mais cultuados da Índia. A descrição das condições ambientes, com todo o seu fedor, fez surgir um cheiro textual, feitos de palavras, mas que atinge o olfato. Para os freqüentadores do templo, cheiro algum, para os ocidentais apresentadores, ânsias e enjôos.
É também profissão para alguns e hobby para outros.
Talvez, num mundo de tantos sentidos, o menos previlegiado seja o olfato, mas um dos que mais deixa lembranças.
Prestarei mais atenção, apreciarei mais os aromas, do pão quentinho, da comida da mãe, do perfume da amada, da brincadeiras com os amigos, dos domingos no parque e tantos outros para a coleção de memórias.

domingo, 3 de junho de 2007

Começo

Pode ser chavão, mas o primeiro passo inicia uma grande caminhada.
O mais importante no começar é o ato em si, tomar uma decisão e torná-la real.
Fiquei muito tempo planejando muita coisa, mas não realizei quase nada. Começar transforma. Tenho ainda muito a transformar, mas devia começar por alguma coisa.
Há um mês comecei a escrever aqui e não tinha a menor idéia do que aconteceria. Hoje parece que escrevo há muito tempo, apesar de ser apenas um mês. O antes parece nem existir...
Muitas são as idéias, muito se passa em minha cabeça e sempre há o gosto de recomeço.
Mudamos a cada segundo de nossa vida e cada novo segundo é um novo início.
Se não tivesse começado, não poderia observar esse registro de meus tantos inícios e fins, mais exatamente 30 deles. Não poderia ter refletido sobre tanto e ao mesmo tempo sobre tão pouco, deixando o gosto de mais e mais.
Qual o fim dessa sequência infinita? Há fim? Como será o próximo, começo ou fim?
Pode ser que um dia deseje ter feito mais, mas certamente não desejarei 'ter feito', pois ao menos um pouco fiz.

sábado, 2 de junho de 2007

Multidão

Com o passar do tempo, os lugares em São Paulo estão mais disputados.
Há vantagens numa vida de metrópole, com todo o acesso e disponibilidade aos mais diversos serviços e oportunidades.
Por outro lado, a grande quantidade de pessoas que vivem aqui faz os espaços ficarem pequenos.
Lugares badalados, interessantes, novidades recém inauguradas atraem um sem número de pessoas, principalmente em se tratando dos sábados à noite.
Ainda assim o volume de pessoas não chega a incomodar.
O incômodo começa no momento em que decidimos comer algo, descansar um pouco, depois de uma longa visita em uma livraria, por exemplo.
Os cafés estão cheios, os petiscos disputadíssimos, com filas enormes e atendentes sobrecarregados. Além disso, os lugares para sentar desaparecem.
Nesse momento, as pessoas apelam para o jeitinho de "sentar para guardar lugar", ou ficamos de pé com o alimento esperando levantar aqueles que mais parecem prontos para sair.
O fato é que quanto mais educado menos favorecido você será.
Não descobri ainda como lidar com essa situação, pois não consigo deixar minha educação de lado. Prefiro nem comer para não passar por isso.
Haverá solução?

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Esfriamento local

Em tempos de aquecimento global, sofremos em São Paulo, nos últimos dias, um verdadeiro esfriamento local! :)
O mais preocupante é ainda não estarmos nem no inverno. Como estaremos lá?
A sorte é o tempo ser muito maluco atualmente e provavelmente estamos apenas em uma fase. Como preferem os meteorologistas, é apenas uma frente fria vinda do sul.
Há tempos São Paulo não possui um clima muito regular. Conseqüência da falta de vegetação? Ou da intensa impermeabilização do solo? Ou da intensa poluição do ar? Ou serão as emissões de gases dos pombos (afinal temos mais deles do que gado...)?
Já se foi o tempo da garoa, das águas de Março e outros marcos climáticos durante o ano. Agora somos mais a São Paulo da inversão térmica, das águas de fim de tarde ou outras reviravoltas climáticas cotidianas.
Será o aquecimento global mais parecido com um enlouquecimento geral? Quem sabe até não só do clima...