domingo, 30 de novembro de 2008

Vigília

Em vigília, acendemos a primeira vela do advento.

Afinal, o que há de vir? O que estamos esperando? Quais são nossos anseios e expectativas? Iluminamos nosso horizonte com a coroa de velas, para recebermos a boa mensagem que chega.

Em uma humanidade que parece dividida em contínua discórdia, sentimos dificuldade em esperançar... Forças contrárias ao bem comum sugerem maior número e intensidade.

Renovamos anualmente nossas esperanças, em uma existência mais fraterna, mais humana, mais solidária. Com muita fé e convicção na superioridade do amor, aguardamos serenamente.

Os votos anuais são guias para nosso caminho cotidiano. De nada adianta apenas aguardar todos anos. Carecemos de ação, de colocar em prática todos os nossos valores, os mais sublimes, mesmo que o mundo grite o contrário em nossos ouvidos.

Precisamos nos reconciliar com a vida. Alguém que não cuida bem nem de sua morada certamente enfrentará problemas. Basta olharmos os sinais de degradação ambiental espalhados pelo planeta...

Também devemos olhar para o outro, como pessoa, como próximo. Reconhecer no semelhante os traços divinos da existência é o primeiro passo. Esforçar-se para caminhar em sua direção, em seu auxílio, é o mote para o encontro pleno de uma sociedade mais próspera.

Entre desafios e desejos seguimos... Os limites da estrada da vida definem o trajeto. Avançamos, mesmo que a pequena velocidade, rumo a consolidação dos sonhos mais antigos de nossa espécie. Paulatinamente galgamos os degraus da sublimação da realeza do espírito humano.

Devemos ficar atentos aos sinais! A atenção e a vigília são essenciais para estarmos despertos e aptos a colaborar. Cada pequena oportunidade se faz imensa chance de construir algo melhor. Em casa, na família, no trabalho, em todo lugar, façamos presente a experiência de amar.

sábado, 29 de novembro de 2008

Zero-G

Estrelas sempre nos fascinaram.

Os céus repletos de luzes, em noites remotas, já deslumbravam seres humanos pelo planeta. Deuses a olhar os pequenos e imperfeitos seres...

Quantos já não sonharam em um dia serem astronautas? Sonha infantil, como de tantas outras profissões. Porém, a idéia de ser um viajante espacial beira a ficção, mexe com nossas fantasias.

Desde as primeiras aventuras humanas fora do planeta, e lá se vão mais de quarenta anos, a possibilidade ficou mais concreta, mesmo que muitas pessoas duvidem da veracidade dos fatos.

Por exemplo, desconfiamos que meu avô faleceu tendo certeza que o homem não chegou na lua. Certeza de pessoas de outros tempos... Talvez de algumas tantas ainda hoje.

Mesmo para quem confia, sabemos das dificuldades da empreitada. O postulante ao cargo deve gozar de excelente saúde, passar por um treinamento árduo e rigoroso e ainda conseguir uma oportunidade rara para uma viagem. Poucos foram os abençoados com essa chance.

Ainda há que encarar os riscos provenientes da imersão em ambiente tão inóspito. Alterações no fluxo de sangue, pois o coração continua imprimindo a mesma força de quando precisava enfrentar a gravidade.

Sm resistência ou peso, os músculos se encolhem, perdemos massa muscular, inclusive do coração. A falta de peso também afeta a coluna vertebral, pois as vértebras de alongam com o alívio. Para finalizar, em condições especiais com aquelas, o sistema imune se reprime e fica suscetível a doenças oportunistas.

Se ainda assim o sonho for maior, a Virgin Galactic pretende providenciar a sua realização. Com aeronaves especiais, disponibilizará vôos de cerca de 2 horas fora da atmosfera. O duro é poder pagar o preço de US$ 200 mil! As inscrições estão abertas e, apesar de programarem o início da operação daqui a 3 anos, já existe fila para embarcar.

Mas há solução para os menos abastados! A Zero Gravity Corporation vende passagem para vôos de simulação de gravidade zero, os mesmos que os astronautas fazem para treinar. Em grandes aviões preparados para tanto, uma viagem cheia de "altos e baixos" propicia a sensação de falta de gravidade.

Nas subidas, a sensação pode ser de quase duas atmosferas, praticamente dobrando o peso da pessoa. Nas descidas, a gravidade é anulada e podemos "flutuar" por cerca de 40 segundos. Preço da diversão: US$ 5 mil.

É um paliativo... Quem disse que as viagens espaciais também não são? Importantes para o desenvolvimento científico e tecnológico, ficam bem aquém de nossos maiores sonhos. Sonhos de superseres, excepcionais por natureza, no mínimo semideuses.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Crochê

Revisitando velhas artes propagamos tradições.

Guardo com carinho a lembrança de minha avó tricotando, ao pé-da-letra. Talvez algumas amigas preferissem fofocar, mas o tricô dela era mesmo com agulha e .

Já minha mãe era mais do crochê. Certa vez trabalhou arduamente, dias a fio, num verdadeiro projeto. Almejava uma colcha construída com tal técnica.

Primeiro foram os miolos de flores amarelos. Em seguida, as pétalas brancas. Depois quadrados azuis em torno delas. Finalmente, a junção destes diversos quadrados numa lindíssima peça, trabalhada completamente com as mãos e agulhas.

Deve ter levado dias a fio, ou meses talvez, a minha memória já está meio gasta. Porém, lembro bem que fui um evento familiar. Uma verdadeira torcida! Eu e meus irmãos, bem pequenos, ficávamos empolgados e torcendo pelo fim. Coisas de criança.

A colcha cobriu sua cama por muitos anos. Se bobear, ainda está guardada com carinho, em algum armário, para se exposta no quarto, com toda sua utilidade, esporadicamente, e matar a saudade do trabalho feito por si.

Os administradores engajados da atualidade encarariam o empreendimento como um projeto. Provavelmente o dividiriam em etapas, com prazos e objetivos bem determinados. Acompanhariam seu desenvolvimento e, ao término, teriam uma excelente vivência para o curriculum. O feito é para poucos!

Nem sei como anda a história dos trabalhos manuais femininos atualmente. No passado, lá pela juventude da matriarca de nossa casa, eram comuns as escolas para moças, onde podiam cursar "Prendas Domésticas" e passar o resto da vida indicando a ocupação "do lar".

Pelas voltas do mundo, muita coisa mudou. Hoje legiões de senhoras usam seus conhecimentos para trabalhos sociais. Grupos de muitas delas tricotam gorrinhos para crianças carentes com câncer, em tratamento, ou então, enxovais belíssimos para bebês de famílias pobres. Sábios saberes!

De vez em quando, alguém redescobre estas artes antigas e as aplica em novos meios. Passarelas de moda já foram agraciadas com esse toque especial da vovó. O comum e singelo ganhou ares de hype, moderninho ou qualquer outro rótulo que interesse àquela indústria.

Esses dias, em algumas voltas pela Internet, encontrei uma pessoa que faz arte com crochê. Um trabalho bem diferente, esculpido com as agulhas tortas. Seu portfólio está exposto no Flickr e, no mínimo, é divertido visitar suas criações.

Por algum motivo especial, esses conhecimentos bacanas, tão aconchegantes a memória afetiva, são memes a derivar por nossas mentes. Vira e mexe aportam em alguma cabeça, para nos enternecer e trazer boas lembranças.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Picasso

"Não procuro, encontro".

Atribuída a Pablo Picasso, a frase revela uma perspectiva interessante frente à vida. Abordagem atenciosa, sem ser manipuladora.

É comum conhecermos pessoas que tentam controlar os rumos da existência. Pretendem ajustar todos os passos e contatos, ao longo da jornada, para obter determinado destino.

Insegurança humana! Desejo ancestral de controle do futuro, cravado no DNA homo sapiens, para possivelmente compensar fraquezas tão óbvias de nossa constituição.

Terminam esgotados por tentar vencer, continuamente, o invencível: o fluxo do rio. Custam a aceitar a condição objeta de nossa pequenez.

De maneira alguma isso deve refletir uma atitude derrotista. Alertas, estamos aptos a abraçar as possíveis conduções na navegação. Conscientes de nossa condição, ficamos preparados para melhor nos adequarmos às necessidades apresentadas.

Consciência é essencial! Optamos por deixa de procurar, mas precisamos saber reconhecer o que encontraremos pelo caminho. Sem saberem o que pode ser achado, as pessoas ignoram um turbilhão de oportunidades a desfilar em sua frente.

A obtenção da consciência exige preparo. Seu grau de habilidade está intrinsecamente ligado a seu esforço em se preparar. Preparação é trabalho duro, suado, mas prazeroso quando direcionado às nossas melhores aptidões.

Equilíbrio é ponto final. Como bem sabem nossos irmãos orientais, natural é estar integrado, fazer parte do grande mecanismo do universo. Plenamente conectados, jamais brigaremos com os fios e tramas do destino. Apenas os desfrutaremos...

Talvez essa seja uma boa definição para a inspiração: um enorme encontrar, sem jamais procurar. Encontrar orientado, esforçado e harmônico. No caso do pintor espanhol, que encontro frutífero! Se sem procurar ele produziu tão importante obra... Imagine se acaso tivesse procurado.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Mascote

Entusiasmo demais atrapalha.

Apóio a cultura popular e sua divulgação. Faço questão de pontuar o assunto e defender os ícones de nosso folclore, assunto de alguns posts por aqui.. A beleza de nossos mitos e lendas é indiscutível.

Daí a querer transformar o Saci no mascote da Copa do Mundo de 2014 já é exagero! Nada contra o moleque travesso, mas uma de suas principais características é ter uma perna só.

Como é que o saci vai conseguir jogar bola? Sem falar que é uma personagem fumante...

A idéia é da Sociedades dos Observadores de Saci, entidade que zela pela preservação da identidade cultural através da propagação do conteúdo do imaginário genuinamente brasileiro.

Bem legal o trabalho da entidade, mas nesse caso específico erraram um pouco na mão. Fizeram uma página no site para a campanha e sugerem que façamos um lobby para sugerir à CBF a escolha do menino de gorro vermelho.

Poderíamos apoiar o Curupira, outro carinha mítico do nosso povo. Seus pés tortos poderiam até remeter ao craque Garrincha, conhecido por suas pernas tortas. Sem vícios e tão esperto quanto seu companheiro de folclore, ainda tem cabelos de fogo, ótimos para subir na área adversária e cabecear!

E por falar em lembrar craques, de repente até o Pelezinho seria uma boa escolha. Apesar do lugar comum, o rei Pelé (seu inspirador) foi escolhido atleta do século, entre todas as modalidades. Somemos ao fato de ser obra de um desenhista extremamente brasileiro, Maurício de Sousa.

De mascotes equivocados já nos bastou o tal solzinho chamado Cauê. Nome com significado de saudação... Além do mais não somos descendentes dos Incas, estes sim povos adorados do deus Sol. Só que a votação foi popular e a maioria venceu.

Provavelmente, com a mascote da copa não será diferente... Se acontecer de realmente pleitearem o saci, e ele entrar na disputa, pode muito bem acabar como vencedor. Se bem que, vá lá, pode até representar adequadamente o futebol perneta que nossa seleção vem apresentando.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

MP11

Quanta diferença por alguns numerozinhos...

As pessoas adoram versões. No fundo, adoram possuir a última versão. Mal consumista, não importa nem a utilidade, desde que tenhamos o último lançamento.

O fenômeno já é tratado, e aproveitado, há muito tempo. O jurássico Dbase 2 nunca teve uma versão 1. Pura jogada, para fomentar a curiosidade e o anseio de não estar para trás.

No meio editorial tecnológico, a sacada também foi utilizada no livro de Esther Dyson, chamado "Release 2.0". A origem do título decorre da existência de sua coluna "Release 1.0", mas como obra impressa funciona bem o estímulo da novidade...

Vejamos só o caso da família do patriarca MP3. Dos primeiros tipos de padrão de compressão de áudio, se tornou sucesso pelo tamanho dos arquivos e sua qualidade aceitável. Não demorou para surgirem os MP3 players, logo apelido apenas como MP3. Padrão e gadget se confundiram com a mesma nomenclatura.

Aí alguém teve a feliz idéia de batizar o padrão de compressão de áudio e vídeo como MP4. Infeliz escolha para rapidamente ser associada com alguma "evolução"! Não demorou para os players portáteis de áudio e vídeo (MP4 players) serem nomeados apenas como MP4...

No final de ano passado, um colega do trabalho estava procurando MP5s para comprar para os filhos. Opa! MP5? Teriam criado algum outro padrão de compressão? Quem sabe, mesmo o baixo clero, está envolvido com o governo federal, negociando MPs! Felizmente está bem longe de ser isso.

Colocaram mais algumas funções nos players portáteis de mídia e aumentaram sua versão: MP5. É o mesmo que o MP4, mais uma câmera fotográfica e filmadora digital. Triste ilusão achar que tudo acabou no número 5...

Este mês, um outro colega foi procurar um celular para comprar. Estava difícil encontrar, apesar de ver aparelhos nas vitrines. Ao perguntar ao vendedor, recebeu o esclarecimento: "Esse não é um celular, é um MP9"! MP9??????

Pois é, caros leitores, as últimas notícias dão conta de que já chegamos ao MP11. A curiosidade pelas denominações valeu uma pesquisa da genealogia dos MPs. Cada nova função, uma nova versão, mesmo que os produtores orientais chamem todos apenas de portable media player.

Até o MP5 está desvendado. O MP6 é o MP5 com funções de celular. MP7 seu antecessor com receptor de TV. MP8 é seu irmão mais velho com tela sensível ao toque. Ao MP9 foi adicionado a capacidade de receber dois chips SIM, para utilizar telefonia GSM com duas linhas telefônicas simultâneas.

Último lançamento, o MP10 tem sensor de posicionamento e shakecontrol. Já o MP11, prometido e ainda pouco visto, virá com Wi-Fi. Chegamos ao verdadeiro iPhone "Xing-Ling"! Sem esquecer que com um preço muito mais acessível e com receptor de TV. Só é difícil garantir que não vai fritar o cérebro de alguém...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

N96

Personagens marcantes demoram a ser esquecidas.

Seja pelo que representaram, ou então por suas habilidades impressionantes, surgem, entram em voga, colecionam legiões de fãs e passam a fazer parte do imaginário.

Quem não se lembra de MacGyver e suas intricadas soluções, para os mais esdrúxulos momentos, quando precisava de alguma alternativa de fuga e contava com quase nenhum equipamento.

Bastavam dois palitos de dente, um chiclete mascado e uma agulha velha. Podia surgir uma bomba devastadora! Mas quem nunca teve um tio "faz-tudo", com tantas engenhocas assim?

Daqueles que pegava alguns pedaços de madeira, uns poucos pregos, três rolimãs velhos e construía os melhores carrinhos que podiam existir? Certeza de diversões infantis inesquecíveis!

Alguns marcaram por sua bravura ou, quem sabe, por sua violência. Ícone maior do estilo é o destemido Chuck Norris. Caso onde intérprete se misturou à personagem, ninguém ouse duvidar de suas capacidades...

Virou até mote de um grande movimento bem-humorado, transformando-o em entidade virtual, misto de assombração e protetor. Fruto de sua habilidade em lutar com batalhões de inimigos, sozinho e com as próprias mãos, é um dos mais celebrados na Desciclopedia.

Até o Google foi envolvido nas brincadeiras de seus admiradores. Há pouco tempo, ao fazer uma busca no site pelo nome "Chuck Norris", recebíamos o acesso há uma página que fazia piada com a frase terminando em "... você não procura Chuck Norris, ele encontra você".

Para minha surpresa, a semana passada descobri uma campanha que desenterra outro grande ícone do passado: Bruce Lee. Andam dizendo que a Nokia lançou o N96 Bruce Lee! Existe até um dito hilário vídeo promocional, com o célebre lutador jogando ping-pong com numchaku.



Teoricamente é o mesmo telefone lançado mundialmente, apenas com personalização e alguns gadgets associados. Isso tudo por cerca de apenas US$ 1.300! Não consegui achar referência alguma nos sites da suposta empresa do lançamento. Haja remake... Pelo menos é, no mínimo, uma associação engraçada.

Será que ainda existem tantos fãs do grande dragão assim? Seus filmes são clássicos, mas faz tempo nem aparecem na TV. Melhor seria deixá-lo em paz... Vai que ressurge como o Chuck e resolve fazer uma limpa pelos sites que resolveram incomodar seu descanso eterno. Porém, talvez seja difícil esquecê-lo...

domingo, 23 de novembro de 2008

Rei

Afinal, quem reina em nossas vidas?

Monarquias já se foram... Tudo bem, alguns países ainda sustentam seus ícones da realeza, mas bem longe de qualquer modelo absolutista. Símbolos de sua pátria, provavelmente existirão por muito tempo.

Nós já convivemos com nossos reis, príncipes e princesas. Conhecemos em aulas de história a saga dos monarcas portugueses, patriarcas de nossa nação. Aliás, estamos ainda nos 200 anos da chegada da família real.

Por muito tempo povoaram nosso imaginário, com suas aventuras, muitos cavaleiros e castelos. Fábulas, como a "Nova Roupa do Rei", usaram de sua alegoria para contar diversas morais da vida.

Mas qual daqueles modelos nos interessaria em tempos modernos? Quais de seus valores importariam para nosso discernimento contemporâneo?

Seja como for, buscamos líderes. Carecemos deles. Repletos de ideais, nos espelhamos em suas pessoas. Um grande líder reina pelo exemplo, muito mais do que pela força. Guia através da proposição. Conduz mesmo sem que percebamos...

Além de guia, sua imagem serve como elemento de coesão. Resplandece em meio ao povo, para reunir em torno de um sentimento comum. Inspira ao melhor de cada um, para o empenho na batalha pela vida.

Rei e reinos se apresentam, na procura de nos conquistar. O reino do poder econômico, com a proposta do aconchego financeiro, da boa aposentadoria. Há também o reino do poder político, recheado de meandros para garantia do melhor favor. Viabilizar a inserção social, para garantir o apoio condicional.

Desnudados assim, não parecem tão convidativos. Falta-lhes a preocupação maior em sua proposta... O interesse único e inexorável, maior do que qualquer outro motivo: o ser humano. Pedra fundamental em nossa vida, provavelmente de tão comum acaba esquecida.

Há muito tempo um reino foi proposto, por um rei desnudado. Um rei sem exércitos ou coroa. Coroa até lhe deram, na tentativa de sua nobreza retirar. Sua mensagem permanece viva, conquistando povoando confiantemente, pois sua proposta envolve a chave para uma vida melhor. Seu reino é o reino do amor!

sábado, 22 de novembro de 2008

Integração

Bem-vindas as surpresas!

Recebi uma mensagem ontem, de um amigo, com um link para determinado post, de certo blog. O post tratava sobre a entrevista de um tal filósofo, chamado Robert Happé.

Desconheço a história desse filósofo, nem encontrei muitas referências a ele, apenas um site sobre seu trabalho e projetos. Um "auto-site".

Como bom filósofo, discorre sobre a vida. Sobre seu segredo, sem fórmulas comerciais ou anúncios mágicos. Somente a simplicidade de quem tem muita experiência.

Estranhamente, parece que precisamos viver para saber como que seria fazê-lo. Ao mesmo tempo, é gratificante conhecer visões sobre a existência. Ainda mais quando se assemelham, ou traduzem muito bem, várias de nossas convicções.

Em tempos de carência de mestres, vale a propagação de tão cativante discurso.









Ao amigo, meu muito obrigado pelo presente!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dinheiro

Oh, incompreendido vil metal...

Para começo de conversa, se há algo de vilania, não está nele em si, mas no seu uso. Ou talvez no desejo insaciável de sua posse. Certamente não pelo seu valor intrínseco, um pedaço de papel.

Na minha adolescência, cursei junto com meu pai, aulas de numismática. Aprendemos um pouco de sua história, para colecioná-lo. Não para fazer fortuna, afinal juntávamos apenas aquele fora de circulação, sem valor corrente.

A grande sacada da moeda, do dinheiro, é conseguir traduzir quanto o trabalho de um lavrador equivale ao trabalho de um professor. Pelo menos procura fazê-lo...

Grande abstração antiga, poupou muito de nosso trabalho no momento de trocarmos trabalho. Perdida sua história no tempo, perdemos a noção de seu significado.

Passamos a encará-lo por si só, como entidade com valor próprio, sem tradução. Deve começar por aí a distorção em valorizar tanto algumas pessoas, em detrimento de outras. Do ponto de vista da natureza, alguém é capaz de realizar o trabalho de outras dezenas de milhares? Mas remuneramos algumas assim...

Transformamos o dinheiro em forma de comunicação. Mais outra convenção social, que para tanto precisa ser aceita de comum acordo. Que valor teria se não fosse reconhecido por todos? Se não estivesse instituído por um governo ou governante, que lhe fiasse o crédito?

Pensando assim, vejamos os últimos fatos ocorridos recentemente pelo mundo. A prosperidade da economia americana fez grande parte do mundo investir suas economias nos empreendimentos por lá. Esse dinheiro foi usado, descontroladamente, e quando se percebeu, não havia garantias para devolvê-lo. Um grande calote aconteceu.

Traduzindo mal e porcamente, podemos interpretar assim. Mais da metade do mundo trabalhou e converteu esse trabalho em um papel. Entregou seu trabalho ao povo americano, que o utilizou indiscriminadamente. Em determinado momento, decidiram responder que não retornariam trabalho algum pelo que lhes foi entregue.

Simples, não? Um economista certamente terá muito mais teoria e conceitos para expor, mas dificilmente contradirá essa idéia. Isso pode ser visto com reacionário, impensado. Foi muito mais refletida a farra de crédito por lá, não é mesmo? E é possível que ainda queiram culpar o velho dinheiro...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Humor

Um pouco de humor pode mudar tudo.

Os gregos tinham lá suas teorias... Curioso pensar que quatro elementos poderiam determinar a saúde e a doença das pessoas, principalmente com os nomes: sangue, bílis amarela, bílis negra e fleuma.

Mais maluco ainda imaginar que tal teoria conduziu o pensamento de filósofos e médicos por cerca de 21 séculos! Tempos difíceis para ficar doente...

De qualquer forma, eu me referia ao estado de espírito das pessoas. Tanto o bom quanto o mau. Ambos ecoam no ambiente quando manifestados.

Sabe aquele "nuvenzinha negra" que às vezes surge em cima da cabeça de alguém? Pois é, o sinal do mau humor traz uma névoa aos seus arredores...

É difícil se sentir confortável próximo de alguém com o humor estragado. Sentimos a emanação de sua negatividade e nos abatemos... É essencial tentar transmitir alguma alegria para tentar resgatá-lo de seu poço de escuridão. Na impossibilidade, é melhor deixar a pessoa em paz. Quem sabe em algum momento o sentimento passa.

Já o bom humor contagia com facilidade e rápida aceitação. Só mesmo o muito mau-humorado para não se contaminar com alegria esfuziante de alguém de bem com a vida. O sorriso é capaz de iluminar os lugares por onde passa, de colorir a vida.

Até nos piores momentos o bom-humor pode colaborar. Dia desses, em pleno volta para casa, com o Metrô sem caber mais uma alma que seja, houve o momento do aperto maior na estação Sé. Onde já não cabia ninguém, couberam mais 30!

Um rapaz apertado pela turba começou a gritar: "Isso, aperta mais! Eu mereço! Sou um filho da p. mesmo!" Seu tom jocoso e irônico tirou metade do pessoal da sisudez costumeira. E continuou: "Preciso mesmo, já quase não estou suado... Eu adooooro esse aperto!". O outro resto não agüentou seu tom de piada, e em pouco tempo metade estava na gargalhada. No mínimo estavam com um sorrisinho nos lábios.

Se não há solução, pelo menos que seja um momento alegre. Grande segredo é transformar nossos momentos em bons momentos. Para que viver de maneira soturna, ensimesmado a cada percalço? Ninguém duvida que o melhor é sorrir e o quanto é gostoso! Vale lembrar a pergunta de alguns pára-choques: você já sorriu hoje?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Distribuição

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

Artistas do passado sobreviviam por se apresentar, por expor sua arte. Isso quando conseguiam sobreviver. Boa parte acabava na miséria mesmo...

Alguns afortunados conseguiam o patrocínio de um mecenas, que lhes garantia o sustento. Mecenas se interessavam pela elevação da arte, do próprio conhecimento humano. Possuíam claramente condições financeiras para desempenhar o papel.

Capitalismo, modernidade e vieram os produtores ou agentes, a indústria do entertrenimento. E ficou mais difícil o acesso aos artistas, o interesse econômico em torno de sua atividade cresceu.

As tecnologias trouxeram o acesso mundial abrangente, a Internet conectou as pessoas e filmes, músicas, obras em geral se espalharam pelo mundo digital.

Uma guerra vem sendo travada, na tentativa de conter a distribuição irrestrita de conteúdo artístico. Desde ações judiciais a criação de ferramentas tecnológicas de proteção, tudo em prol da garantia do retorno financeiro proporcionado.

Porém a força da distribuição é maior. O desejo por compartilhar contaminou a todos. Talvez esteja por trás o mote maior da participação... Já ficou claro que quem troca conteúdo acaba por até comprar mais mídia. Mesmo assim a indústria não cede. E lá se foram Napster, Kazaa...

Sucesso total, principalmente para os artistas, a iniciativa do Radiohead mostrou o quanto pode ser interessante o uso da rede. Mais bandas disponibilizaram partes de seu conteúdo, ou vêm fazendo sucesso no mercado de música para celulares, outra forma de distribuição incontrolável.

A gravadora Trama e seu projeto Trama Virtual parece também frutífero e promissor. Através dos seus sites, trabalhos completos estão disponível para download. Parte deles patrocinados por grandes empresas, com artistas como Ed Motta e a banda Cansei de Ser Sexy.

Agora foi a vez da turma do Monty Python. Ícones do humor nas últimas décadas, patronos de tantos conceitos e idéias do mundo da ironia e comédia. Chegou ao fim a necessidade de vermos pedaços de seus trabalhos em vídeos de péssima qualidade no Youtube. A própria trupe criou seu canal no site e disponibilizou vasta quantidade de material.

Novos tempos, novos mecenas, e aos poucos a pedra vai sendo furada. De alguma forma inédita, alguém vai bancando a diversão das pessoas. Resta descobrir quais as razões e os interesses do novo mecenato...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Crowdsourcing

Neologismos e seu poder de persuasão...

Um dia a reengenharia surgiu, como expressão e como onda. A ação poderia já ocorrer, há mais tempo que o imaginado, mas batizada ganhou novos ares e impulsos.

Concomitantemente, o outsourcing ganhou força. Terceirizar era a ordem, seja por conseqüência das descobertas, seja pelo novo nome.

Uma vez entendidos suas vantagens e desvantagens, claro que pela ocorrência de problemas, o ciclo da vez foi o insourcing. Voltemos ao início, de acordo com as condições existentes...

Ninguém discute o poder oferecido pela união das massas em torno de um objetivo comum. Com a difusão da Internet, velocidade e abrangência se ampliaram infinitamente.

Softwares de grande sucesso como Firefox e Linux são frutos desse esforço. Subverteram a ordem vigente e conseguem escala e agilidade para competir em mercados de influente valor econômico.

Pois esse movimento ganhou nome de batismo, no mundo de "fontes", crowdsourcing. O poder das multidões! A expressão coloca a idéia no balaio das alternativas a disposição da produção para empresas. E aí reside o incômodo...

Assunto para diversos livros, em especial o de Jeff Howe, tem movimentado o mercado, atraído por tão interessante alternativa. É lícita sua utilização por empresas a procura de lucro? Levemos em conta que os colaboradores passam longe de qualquer remuneração.

Há o discurso dos retornos indiretos... Por seu trabalho as pessoas recebem benefícios, serviços ou apenas notoriedade. Essa relação parece um tanto escusa, sem ser necessariamente explícita. As massas estão sendo conduzidas mais uma vez?

Movidos pela colaboração, é difícil imaginar que alguém concorde com tal emprego. Principalmente um emprego que implique em acordos comerciais, direitos autorais e disputas econômicas de mercado. O poder das massas deveria agir pela manutenção da livre e irrestrita colaboração, pela simples vontade de participar, resistindo a qualquer outro tipo de persuasão!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Viewzi

Hegemonia nos encurta a visão.

Olhem só o caso do Google... É tão onipresente em nossas buscas pela Internet que nem sempre pensamos em outra alternativa, nem mesmo refletimos se elas existem.

Algumas alternativas aparecem por aqui, em posts anteriores, como o Cuil e o Searchme. Pois é, elas existem e possuem recursos muito interessantes, bem diferentes das espartanas páginas de Mountain View.

É nessa hora que muitos companheiros, e outros tantos detratores, estão se rejubilando: ele falou visitou algo além do Google! Nunca fui exclusivista ou fundamentalista, só preciso de um bom motivo.

Nem é preciso uma espada de Thundera para ter a "visão além do alcance". Acreditem ou não, para encontrar outros buscadores (meio pleonástico, não?) basta o bom e velho Google! :)

Dos últimos "achados" (hoje é dia...) foi o Viewzi. Despretensioso e sorrateiro, ele está ativo há algum tempo, fornecendo respostas rápidas e com diversas interfaces elegantes, mais ou menos como as buscas específicas oferecidas pelo ator principal das pesquisas.

Com 19 tipos de visualizações diferentes, podemos receber desde uma lista textual com o resultado até uma galeria de screenshots das páginas encontradas. Interessante duas delas direcionadas a assuntos de celebridades, algo bem específico.

Há também duas dedicadas ao mundo das músicas, sendo uma por álbum e a outra por composição. Vídeos e fotos também foram lembrados, ganhando três das interfaces. O site conta até como uma para compras de maneira geral e outra específica para livros na Amazon.

Uma abundância inesperada de opções. Boa sacada uma delas que mistura os resultados dos quatro principais concorrentes: Google, Yahoo, Live e Ask. E por falar no desafio aos concorrentes, usa também o recurso do Google Timelime em mais uma visualização.

Fácil, fácil gastamos um considerável tempo explorando as alternativas e os resultados, é claro. Excelente segmentação para tentar dar conta da imensidão de dados presente na rede. Crítica feita àqueles presentes hegemônicos do establishment...

Paira certa dúvida sem resposta em toda a história... Será tão auspicioso o retorno obtido na produção de mecanismos de busca? Vale o investimento em desafiar os gigantes? Como bem pontuou um amigo, não estarão apenas mostrando curriculum para tentar uma futura aquisição?

domingo, 16 de novembro de 2008

Graça

Somos todos cheios de graça.

Graciosos ou engraçados, tanto faz, pois me refiro a possuirmos dons, capacidades, concedidas a cada um de nós pela vida.

Nem sempre as reconhecemos, por vezes nos menosprezamos, nos sentindo incapazes de realizar qualquer coisa que seja. Um problema de auto-estima.

A Teoria das Inteligências Múltiplas procura responder o anseio por encontrar qual a especialidade, a habilidade, de cada pessoa, sem exceção.

Divididas em 7 inteligências, percebemos que o senso-comum da inteligência se concentra em apenas uma, mais adequada aos mecanismos sociais da vida moderna.

Recebemos da natureza aparato similar, com mais ou menos destaque em alguma qualidade. Seja como for, dificilmente alguém é 10 vezes mais capaz do que outra pessoa.

Deuses servem apenas para panteões! Idealizações para inspiração, desafio ou exemplo. Intimidados por modelos superlativos nos obliteramos, injustamente. Temor pela aceitação, mecanismo primal, nos condenando ao ostracismo.

Conscientes, ou ao menos avisados, de nossas potencialidades, nos sentimos responsáveis em lhes fazer jus. Independentemente de com quanto fomos agraciados, podemos produzir bons frutos com seu exercício. Universalmente, estamos aptos a contribuir com nossa participação.

Omissão é caminho destinado ao insucesso... De nada adianta guardar para si seus talentos, enterrá-los em algum lugar improdutivo. Cumprindo sua função, eles se multiplicarão. Escondidos, estagnados, terminarão motivo de cobrança da própria doadora...

sábado, 15 de novembro de 2008

Sinais

Não estamos sós?

Pergunta residente no pensamento de considerável número de pessoas... Conseqüência da curiosidade humana pelo desconhecido. Em princípio, já contatamos todo mundo em nosso planeta, faz tempo buscamos pelo universo.

Há anos colaboro com o projeto SETI, uma grande rede de processamento de sinais de telescópio, a procura de evidências da existência de vida inteligente extraterrestre.

Bem além da ficção científica, o projeto acadêmico, conduzido na Universidade Berkeley, se motivou com a obtenção de um sinal a cerca de 30 anos.

Em outra instância, grandiosos e intrigantes, sinais produzidos pelo corte de vegetação, em diversos locais do planeta, sugerem mensagens criptográficas deixadas por alguma outra civilização ou ser extraterrestre.

O assunto foi tema do filme "Sinais", estrelado por Mel Gibson e Joaquin Phoenix. A aventura com o toque de mistério espacial semeia perguntas e provoca curiosidade. Pena a trama procurar explicar, dar uma resposta definitiva, as causas do fenômeno.

Sua ocorrência pelo mundo coloca a discussão num espectro distante. Porém, nesta semana foi a vez de uma região brasileira, em Ipuaçu, Santa Catarina. Os tais desenhos apareceram em meio a uma fazenda, fazendo com que seu proprietário considerasse se tratar de alguma molecagem.

Molecagem um tanto dispendiosa... O porte do trabalho é o bastante para dificilmente passar despercebido. Devem ser necessárias máquinas, tempo e experiência suficientes para realizá-lo. Além do fato de ser assemelhado com as outras ocorrências mundiais.

Já se foi o tempo de nosso ET de Varginha... O caso com ares de Área 51 tupiniquim provocou alarde há 12 anos, mas esteve aquém de apresentar alguma evidência mais concreta. Muita especulação e teoria da conspiração... Agora o mistério é inegável!

Brincadeira bem bolada? Conspiração mundial de ufólogos? Fogos de artifício de governos? Tentativa de contato de civilizações mais avançadas? Especulações, apenas especulações... Só que num planeta tão vigiado por satélites, tão registrado pelas mais diversas tecnologias, é bem provável que alguém já saiba a resposta.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Parentesco

Longe dos olhos, mas perto do coração.

Se considerarmos válida a Teoria da Evolução, há cerca de 10 milhões de anos, uma ancestral comum deu origem a 5 grandes primatas: gorila, orangotango, homem, chimpanzé e bonobo.

Gorilas conquistas suas áreas e as defendem com grande agressividade. É comum o infanticídio quando dominam um novo grupo. Ainda bem que não nasci gorilinha, tendo que me defender de tamanha brutalidade ou ser seu agente.

Orangotangos passam a vida nas árvores, solitários, encontrando fêmeas para acasalar e nunca ver seus filhos. Viver nas alturas ajuda a se proteger dos grandes felinos que coabitam suas paragens. Uma vida nessas alturas faria o gênero de poucas pessoas.

Chimpanzés fêmeas, em seus períodos férteis, ficam com suas órgãos sexuais inchados a ponto de precisarem sentar de lado. Certamente nenhuma representante da espécie humana gostaria de passar alguns dias no mesmo com imenso volume entre as pernas. Já lhes basta a TPM!

Bonobos, de tão pacatos, comumente acabam dominados por grupos de fêmeas mandonas. Crescem em grupos harmônicas, com organizações claramente matriarcais. Inúmeros machos humanos morreriam loucos em situação igual.

Nós desenvolvemos uma complexa linguagem. Produzimos cultura e a comunicamos através de gerações. Conseguimos nos adaptar, superar nossas fraquezas biológicas através deste vínculo diferenciado e especial. Por isso nos sentimos privilegiados...

Ilusão do próprio umbigo! Nossos poucos milhões de anos de existência são um átimo na natureza. Os dinossauros dominaram o planeta por dezenas de milhões de anos e se extinguiram. Quem pode garantir nossa soberania e continuidade?

Compartilhamos 96,3% (como se os décimos fizessem diferença...) do DNA com orangotangos. Somos irmanados geneticamente em 98% com chimpanzés e bonobos, ou seja, praticamente irmãos. Se um cientista alienígena nos estudasse, provavelmente nos agruparia e diferenciaria pelas roupas e quantidade de pelos!

Olhando bem, a agressividade presente no transporte público em final de dia, o desrespeito de diversas pessoas pelas crianças e os mais velhos, as fugas que alguns encontram para os desafios da vida e a relação conturbada existente entre casais problemáticos, bem lá no fundo do coração vivemos a fazer macaquices.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ASCII

Poucos recursos, muita criatividade.

Aviso de antemão que este é um post jurássico, ou sobre história, ou sobre coisas que os mais jovens nem imagina que existiu. No caso, brincadeiras com ASCII.

No remoto passado, mesmo que seja a pouco mais de uma década, os computadores possuíam uma interface mais rústica, quase áspera, baseada apenas em texto.

A representação das letras (caracteres) neste mundo foi codificada em uma tabela, chamada tabela ASCII. Letras e símbolos recebem um código, o conjunto de bits que os representam no computador.

Isso não foi empecilho para que seu uso mais criativo fosse feito. As formas deste conjunto poderiam ser compostas e representar mais do que símbolos fonéticos. Aproveitando apenas suas linhas, ou sua sobreposição para obter tons e contrastes, surgiu a ASCII Art.

Tal emaranhado de símbolos formava imagens, de simples grafismos a reproduções de fotografia. Para os casos mais complexos, há programas que realizam a conversão de uma imagem numa arte baseada em texto.

Quantas vezes vi essas imagens serem produzidas em impressoras matriciais, vagarosa e dispendiosamente. Sinfonia de marteladas e guinchos de cabeças de impressão. Por todos os cantos, usuários se fascinavam com os resultados obtidos! Algo chamado atualmente de 'viral'.

Pegue uma seqüência de imagens deste tipo, reproduza-as continuamente e teremos um ASCIImation. Um pequeno filme feito do intricado quebra-cabeça. Lembro-me bem de um dos primeiros... Um episódio inteiro de Star Wars!

Naquele tempo tínhamos que conectar em um servidor, através de telnet, para podermos assistir o filme completo. E dá-lhe esperança da conexão estar boa... Facilitando nossa vida, hoje é possível assistir a animação através de um site, com um pé nas costas com as velocidades atuais.

Ainda são feitas produções nessa área. Nostálgicos desafiadores ou novos descobridores da antiga arte. Até a banda AC/DC lançou um videoclipe baseado na 'tecnologia'. Apesar do inconveniente de ser distribuído em uma planilha de cálculos, pode-se ficar tranqüilo, baixá-lo e assisti-lo.

Pois é, o espírito da abstração e da criação continuam vivos através dos tempos. Se bem que, as sagas nos domínios Império Galáctico e os shows da banda dos irmãos Young não são grandes exemplos de modernidade. Combinam bem mais com o modo texto mesmo... :)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Stone

Estreito limite separa a informação da desinformação.

Durante a minha leitura mensal da revista Galileu, neste mês, me deparei com a seção de notícias 10+ sobre atividades nudistas.

A seção traz mensalmente dez rápidas notícias sobre determinado tema, ou algum ranking comparativo de algum fenômeno, característica da natureza, ou qualquer outra idéia que se passe pela cabeça do jornalista.

Resolveram então listar atividades possíveis sem roupa nenhuma, além de tomar banho e sexo, é claro. De programa de TV a abobrinhas para desocupados, de ativismo a lugares inusitados para práticas naturistas.

De todas as opções, me chamou mais a atenção um mencionado grupo americano de escaladores sem roupa. Se já é difícil vestido, imaginem sem nada. Batizado de "Stone Nudes", uma expressão que pode adquirir também o sentido de "totalmente nu", gera no mínimo a dúvida da viabilidade de tal prática.

Resolvi investigar um pouco mais... Será possível? Encontrei a divulgação da notícia também no Digg, conhecido site de difusão de informação, baseado na colaboração dos usuários. Pude encontrar fotos similares às da reportagem da revista, de uma tal publicação Mail Online. Também consegui identificar o nome do autor das fotos: Dean Fidelman.

Ao pesquisar nome do fotógrafo e nome do grupo, qual não foi minha surpresa em descobrir que não se trata de nada disso. Stone Nudes é um projeto fotográfico pretendente a celebrar a forma do corpo humano e a arte de escalar!

O site promove um calendário, no estilo do calendário Pirelli. As modelos são pessoas praticantes da escalada, mas que foram registradas em sessões fotográficas específicas para o trabalho. Os calendários podem ser adquiridos através do próprio site.

Posso estar ficando louco, mas não encontrei qualquer referência à outra informação, do tal grupo aficionado em se esfregar em pedras como vieram ao mundo. Espero que alguém me corrija, se eu estiver errado, mas me parece mais um hoax para promover o trabalho fotográfico.

No mínimo fica a dúvida... Espantoso é uma revista de grande circulação, produto de uma grande editora, publicar algo nebuloso assim. Incomoda um site como o Digg, dependente da confiabilidade gerada pela comunidade, escorregar dessa maneira.

Idade Mídia! Não basta googlar, tem que no mínimo confirmar, com tato e discernimento. Nas turbulências da infovia digital, perdido nas águas de tanta informação, temos que aprender a nadar, para não nos afogarmos com facilidade. Ainda assim o desafio é enorme... Parece que nem os grandes escapam.

E ainda há quem discuta, ou queira questionar, a validade da informação na Wikipedia, ou a difundida em blogs. A confiabilidade não está no agente em si, mas na demonstração de sua capacidade em zelar pelas referências e relevância dos dados.

Novos tempos, novos volumes de informação, cada vez mais difícil obter a verdade nua e crua.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Praga

Esqueçam as reclamações, o estrago está feito!

De brincadeira, com ares de desafio computacional, a mecanismo de disseminação de programas mal-intencionados, os vírus vieram para ficar e dificilmente irão embora mais cedo.

Cerca de dois meses atrás, eu expressava a preocupação reinante em tentar encontrar soluções para a batalha contra as pragas virtuais. Muitas promessas, poucos resultados efetivos.

Há pouco menos de um mês, um notícia joga nova luz sobre o problema. E inquieta bem mais... Ocorreu um dos primeiros casos noticiados de vírus de fábrica.

Lá no Japão, os clientes da ASUS, compradores do EeePC, receberam um opcional em seus computadores: um malware, identificado pela Symantec como W32/Usbalex. Isso mesmo, antes de ser ligado, pelo menos no destino final, os microorganismos de bits faziam morada nos circuitos do equipamento.

A fabricante garante ser um problema localizado, em uma região geográfica (aquele país) e em determinada linha de produto. Será mesmo? Quem garante? Serão as mesmas pessoas que garantiram a isenção no nascimento? Quais outros fabricantes poderão estar sujeitos a problemas similares?

Frente à ineficiência das propostas atuais e a velocidade do avanço das doenças virtuais, uma nova abordagem deverá surgir. Ou então sucumbiremos! Imaginem o caos se um epidemia tomasse conta de todo e qualquer equipamento pelo planeta... O mundo certamente pararia.

Continuamente mais parecidos com os vírus de verdade (como se eles não o fossem), em poderio e comportamento, precisaremos fazer nossas máquinas ganhar características de nossos organismos.

Nossos corpos não são ambientes estéreis. Convivemos com uma enormidade de microorganismos, em perfeita (ou nem sempre) harmonia. Apesar de estarem presentes, não nos afetam. Ganhamos imunidade através de nosso sistema imunológico.

Acabou a ilusão de acreditar que é possível extinguir os vírus de nossos computadores. Precisamos dar-lhes sistemas imunológicos, para que mesmo com a presença dos bichinhos virtuais estes sejam afetados minimamente.

Os programas de vacina serão mais do que simples monitores, a tentar capturar algum indivíduo invasor. Serão amostras amenizadas daqueles códigos, capazes de sensibilizar uma inteligência artificial que criará mecanismos de proteção, tal qual nossos leucócitos, células T e outros micro defensores presenteados a nós pela natureza.

PCs ganharão carteirinha de vacina e agenda controlada de imunização. Campanhas públicas de combate a determinados agentes infecciosos serão promovidas, para tentar erradicar as doenças mais preocupantes e com estratégias plausíveis de eliminação.

Tal qual os "inocentes" programinhas, as alternativas nos levarão a caminhos desconhecidos. Quem sabe até também incontroláveis... Se a evolução se aplicar neste contexto, um dia acharemos normal um computador ter flora intestinal!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Pergoletta

Delícias do paladar merecem menção.

Poucas são as vezes que opino sobre um restaurante, mas quando acontece é porque agradou tanto que fica impossível deixar para lá.

Também não gosto de gerar expectativas. Cada um tem sua própria impressão. A história da influência pode pesar de qualquer lado, para o bem ou para o mal. Mas...

Cozinha italiana, ambiente agradabilíssimo, local de fácil acesso, são apenas alguns dos quesitos para um convite ao La Pergoletta.

Estive ontem lá, pela primeira vez. Para começar, bruschettas! As tradicionais, com mussarela e tomate, vêm com o queijo crocante, derretido. Outra opção, com queijo fresco e pesto de hortelã, nos presenteiam com um frescor adocicado na boca. São individuais, servidas numa pequena travessa rasa de barro.

Para a salada, a própria Pergoletta. Mais italiana impossível! Rúcula, tomate e mussarela. Também acompanham duas torradas com parmesão gratinado, pepinos, tomate seco, carciofini e palmito.

O prato principal celebra uma união italo-portuguesa: Risotto de Bacalhau. Um arroz perfeito, graúdo e aldente, molho com sabores de camarão e generosas, mas generosas mesmo, lascas de bacalhau. Servido em uma linda travessa de cerâmica decorada, acaricia os olhos como faz, em seguida, com o estômago.

Oferecidos em decanter, com preços acessíveis, quantidades de 250ml e 500ml, há vinhos diversos para acompanhar. O Alandra, velho conhecido de outros passeios, foi a combinação perfeita para realçar todos os sabores.

Para o grand finale, torta de limão, receita da nonna! Acompanhada de geléia de frutas vermelhas, é irresistível mesmo aos mais empanturrados. Não pode faltar o cafezinho, trazido na própria cafeteira italiana e assessorado por alguns cantuccinis. Hummmmmmmmmmmm!

Apesar de mencionarem que os pratos servem 2 pessoas, tranqüilamente servem até 4, dos menos afoitos. O serviço é preciso e faz a refeição fluir maravilhosamente. Tempos adequados, calma para apreciação e muita discrição.

Excelente opção para um almoço de Domingo! Na verdade, ótima para tantos outros momentos e principalmente em dias de celebração. Bem ao estilo do que melhor sabem fazer os italianos: desfrutar o prazer à mesa.

domingo, 9 de novembro de 2008

Templos

Templos da vida, moradas do amor!

Humanos que somos, carregamos o germe da energia vital presente no Universo. Sem nossa existência, o amor nunca existiria, somos sua premissa.

Em toda nossa história, construímos templos para buscarmos nossa reconexão com o divino. Erigimos palácios, enfeitamos suas paredes, marcamos um lugar para lembrar.

Comumente confundidos o local com o valor. Esquecemos onde habita o valor imutável, eterno, indiscutível de nossa veneração: o outro, nosso próximo e em nós mesmos.

Investimos pesado para em surpreendentes edificações conquistarmos a divindade. Almejamos o céu! Repetimos as mobilizações, reconstruímos diversas vezes outra nova Torre de Babel.

Em São Paulo, teremos brevemente novos templos gigantescos. De distintas orientações religiosas (católicos, evangélicos e judeus), todos são suntuosas construções para ganhar destaque e brilho, chamar a atenção em meio a nossa cidade.

Contados aos milhares, os lugares disponíveis para o culto impressionam. Em um dos locais, haverá 100 mil deles! Haja fiéis para preencher o espaço e para suportar o tumulto... Fé ou algum outro tipo de impulso, que provoca nossa compreensão.

Outro exemplar será uma réplica do Templo de Salomão. Curiosamente, foi naquele templo que Jesus, de chicote em mãos, expulsos ferozmente os mercadores da fé. Mais do que simplesmente expulsar, ele clamou pela atenção aos verdadeiros templos.

Tais esforços de construção representam maior presença de amor e fé? Nossa metrópole se tornará mais humana com estas estruturas de cimento e pedra? Somente quando cuidarmos dos verdadeiros templos conquistaremos uma comunidade mais fraterna e divina.

sábado, 8 de novembro de 2008

Carsharing

Se não pode vencê-los, junte-se a eles!

Mais do que um aluguel tradicional de veículos, muito menos do que a propriedade de um carro, o carsharing surge como uma solução para o transporte nas grandes cidades.

Seguro, manutenção, impostos, estacionamento. Os custos adicionais de um veículo fazem muita diferença, principalmente em metrópoles.

A utilização é esporádica, muitas vezes apenas para o deslocamento de casa ao trabalho. Quem usa o transporte público, às vezes precisa para um passei no fim de semana.

O sistema de carsharing prevê a associação de pessoas para que possam utilizar veículos de uma frota, sem necessidade de reserva, em diversos pontos de uma cidade. Descomplicado e acessível, é parecido com o sistema de aluguel de bicicletas, implantado em alguns lugares do mundo.

Na Suíça, um dos lugares onde o sistema existe, desde 1987, mais de 400 cidades já possuem locais de retirada. As assinaturas são quadrimestrais, anuais ou a pessoa pode se tornar uma cooperada. O pagamento é feito por hora, por trecho percorrido ou quilômetro rodado, com combustível incluso.

Bacana que os pontos de retirada e entrega ficam próximos a estações de metrô e ônibus, para facilitar o acesso ao serviço público de transporte. Podemos retirar um carro para ir até o local mais próximo de transporte, de lá até outro canto da cidade, e então retirar um carro no destino para ir até o local de trabalho.

Ainda assim, enfrentar os congestionamentos de São Paulo não é para qualquer um. Trafegar a 20 Km/h em média exige paciência e perseverança. É fácil perceber que a grande maioria está longe de possuí-las. Preferem uma sinfonia de buzinas e xingamentos.

Com a restrição da circulação de veículos, como o rodízio por placa, exclusão do tráfego de caminhões ou, quem sabe, pedágio em regiões centrais, novas alternativas serão inventadas. Difícil será quebrar o paradigma do automóvel para o brasileiro, afinal infelizmente são todos apaixonados por carro.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Wiimote

Há mais coisas entre o céu e a Nintendo do que pode sonhar sua wiifilosofia!

Quando mencionamos o sucesso do Wii, se pensarmos bem, estamos elogiando o grande acerto na concepção de seu gamepad. Afinal, é ele uma das principais causas da sua boa aceitação.

Tudo bem. Os gráficos sempre melhoram, os títulos disponíveis revolucionam constantemente, mas não há nada comparado ao Bombril virtual que é o Wiimote.

As coreografias proporcionadas por seu uso, com pessoas desafiando os limites do ar, são no mínimo engraçadas. Um balé misto de imaginação e concretude.

Tamanho potencial jamais ficaria restrito ao mundo do game, ou de seu console progenitor. Em 2007, o americano Johnny Chung Lee, da Universidade Carnegie Mellom, desbloqueou o gadget para poder ser usado em outras plataformas, como no controle de computadores no lugar do mouse.

As perspectivas se expandiram, as cabeças se agitaram e inúmeras funções foram criadas para o dispositivo. Questões éticas e legais a parte, a empresa produtora nem pode reclamar muito do fenômeno. Devido às novas possibilidades, dezenas de milhões de controle avulsos foram vendidos desde junho deste ano.

Dentre os mais divertidos usos está a utilização para produzir música! Isso mesmo, programas transformam o bastão branco em instrumentos virtuais. Muito além de um air guitar, podemos ter um air bass, air drum ou qualquer outro que um sintetizador possa simular.

Dois pioneiros neste novo mundo são as bandas Lens Kraftone e The Wiitles. A primeira, brasileira, vai do jazz à música eletrônica, usando sons de cavaquinho a saxofone. Já a segunda, americana, faz de seu nome um trocadilho com os Beatles, mas está muito mais para um Kraftwerk, com seu aventais brancos e performances tecnológicas.

Vale a pena conferir e estar atento. A mistura de tecnologia e arte pode frutificar em novos meios de expressão. Imagino até na clássica cena do teatro shakesperiano, Hamlet olhando para o seu gamepad e pronunciando: "to wii or not to wii, that is the question"!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Plantável

Vivemos atolados num mar de papel!

Mesmo com todo meu esforço, ainda convivo com montanhas de papel, seja de documentos de trabalho, malas diretas por correio, ou qualquer outro vínculo ao mundo da celulose.

Aliás, as pessoas ainda são muito ligadas ao velho meio de transporte de informação, apesar das mais diversas e inovadoras formas que a tecnologia já nos presenteou.

Tudo bem, em grande parte será reciclado. Pelo menos conheço muitas pessoas preocupadas em separa o lixo, para disponibilizá-lo adequadamente à coleta seletiva.

Mas sabemos que reciclar gasta energia, o papel resultante não tem as mesmas características do original, ou seja, acaba por ser uma alternativa paliativa.

Infelizmente, seja por que foi dispensado diretamente no lixo orgânico, seja por que o pessoal do reciclável decidiu que não valia a pena o trabalho, muito destes resíduos acabam é na terra, enterrados, em lixões ou onde conseguirem 'abrigo'.

Já que é para enterrar, pelo menos que frutifique. Com essa idéia na cabeça, foi desenvolvido na Inglaterra o papel plantável. Preparado com sementes de algum vegetal, depois de perder sua função primeira, servirá de base para a germinação de uma plantinha.

A oficina de papel reciclado do Projeto Tear foi pioneira, aqui no Brasil, em lançar um produto com essa tecnologia. Desde março, comercializa papel composto com sementes de grama São Carlos. É 100% ecológico, sendo reciclado e não passando por nenhum processo químico.

Pensou em gramar o seu jardim? Adquira algumas resmas deste produto e depois de algum tempo tenha um lindo tapete verde em seu terreno! Mais inovações vêm por aí... Já estão sendo testadas sementes de salsinha, flores e árvores.

Parece uma boa solução e viável. Assim, aquele que servia de base para plantar e germinar idéias, passará a dar sustento a algo mais concreto. Quem dera bastasse enterrar para surtir o mesmo efeito no mundo das palavras.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Holograma

Obi-Wan... Obi-Wan...

Mais ou menos por aí começava a mensagem holográfica da princesa Léia, em Star Wars. Quem não lembra do R2D2 reproduzindo-a para Luke?

A técnica da holografia procura reproduzir imagens tridimensionais. Em nossos mais distantes sonhos, poderíamos observar a imagem de uma figura como se estivesse realmente a nossa frente.

Ficções à parte, visitei certa vez uma exposição de imagens holográficas. Sem todas as firulas da fantasia, e bem estáticas por sinal, impressionavam na representação.

Esverdeadas, devido a uso de lasers desta cor para sua materialização, elas eram uma experiência inédita, intrigante, embora dessem um tom de Cidade das Esmeraldas ao local da exposição.

Ontem, na rede americana de televisão CNN, durante a transmissão dos resultados da eleição naquele país, uma mostra das tecnologias atuais para holografia foi apresentada ao vivo, por dois de seus âncoras.

Jessica Yelin surgiu, de corpo inteiro, transmitida holograficamente direto de Chicago, onde ela estava. Imagem capturada através de 35 câmeras de alta definição, pode ser vista em vídeo no Youtube, com todo seu realismo e o halo azul, como uma aura a circundar sua imagem.

Idéia amada por uns, odiada por outros. Há quem considerou o tal halo muito tosco. Tendo em vista a inovação, é querer ser muito exigente. Acho que o mais desagradável foi Jessica se comparar a Léia... Uma verdadeira blasfêmia, heresia!

De qualquer maneira, inegável a surpresa causada. As possíveis perspectivas de utilização, o aproveitamento com criatividade em fórmulas certamente inusitadas de apresentação de notícias, cobertura de eventos, exposição de aulas, treinamento em empresas.

Tudo bem que estamos bem longe da experiência vivida em Tatooine. Prefiro assim, pois apesar de toda aquela tecnologia, digamos que o ambiente era meio árido. Não custa nada sonhar, com o desenvolvimento das tecnologias contemporâneas. Quem sabe, em breve, posso mandar um pendrive com uma mensagem "Ô manhê... Manhê!".

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Batalha

Todos à batalha!

Primeira investida, colunas formadas, mas não me arrisco a avançar. Os oponentes formam fileiras cerradas, dificilmente conseguiria avançar para o outro lado.

Alguns minutos depois, nova oportunidade. Espero o momento certo, encontrar uma brecha na trincheira. Inesperadamente, um companheiro afoito se lança primeiro e consegue entrar.

Volto à leitura. Em breve, poucos instantes, terei outra chance para tentar. Deixo a confusão à minha volta e me entrego à voz interior, a alguma reflexão.

Naqueles curtos instantes para a próxima investida, fico a perguntar o motivo desta rotina, quase diária. Valerá a pena? O que perderemos, além do tempo, enquanto estamos aqui?

O momento se aproxima para novo avanço. Algumas fileiras a minha frente já caíram. Conseguiram transpor as colunas à frente e prosseguiram. Procuro me aprumar, estar posicionado para a melhor atuação.

Dura essa vida de batalha. É preciso certo desprendimento com o outro. A melhor adaptação não é a que preserva o semelhante, mas a que ignora sua condição, mesmo em pequena escala, mesmo por aqueles breves momentos.

Chegado ao ponto do conflito, me acovardo, em parte pelos volumes que carrego. O espaço nas trincheiras é exíguo, mal eu conseguiria ultrapassar, minhas bolsas ficariam para trás, possivelmente presas na porta, a atrapalhar o bom fluxo da contenda.

Tudo bem... Em menos de dois minutos poderei me redimir. Estou em campo a cerca de 10 minutos e minhas chances se extinguem rapidamente. O passar dos minutos avoluma os batalhões. Corro o risco de me atrasar!

Conto com boas condições no momento. Frente da coluna, posicionamento ideal pelos corredores e, no momento do confronto, uma dádiva de espaço considerável para manobra. Com agilidade adquirida nos anos de experiência, adentro as linhas opositoras e me posiciono.

Agora basta suportar a estação Brás e sua horda de invasores. A descida na é quase garantida, apesar de sofrida. Desce quem deseja e quem também não. Dia após dia seguimos essa batalha, no caminho matutino e diário para a labuta.

Um viva a todos os bravos guerreiros da disputa cotidiana!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mando

Quem é o manda-chuva da política no Brasil?

Que se digladiem petistas e psdbistas. Podem sonhar democratas de todo país. De nada adiantará, pois o controle está nas mãos do PMDB velho de guerra.

De acordo com os dados publicados pela revista Época, em reportagem desta semana, a distribuição de prefeituras conquistadas na última eleição deixa poucas dúvidas.

Aos visitantes mais novinhos (em idade) há que se esclarecer um pouco de história... Num passado não muito distante, em tempos mais cinzas do país, podíamos escolher entre dois partidos.

Versão brasiliana da distribuição partidária norte-americana, o Arena e o MDB eram as únicas legendas existentes. O primeiro representava a situação, o segundo a oposição, apesar de a representatividade precisar de certa autorização naquele período...

Com a abertura política, a antiga oposição ganhou nova nomenclatura e condição de partido (PMDB). Viveu fazer áurea e, com o passar do tempo, frutificou em algumas dissidências, formando outro partido (PSDB) ou núcleos regionais com força e direcionamento próprios.

Os anos se passaram, mas o ente permaneceu. Em 2008, o antigo combatente conquistou 1.201 prefeituras em todo território nacional. É mais do que o dobro do segundo colocado, quase o mesmo que a soma do terceiro e segundo!

Governará 40,2 milhões de pessoas, ou seja, 1/4 da população do país. Contará com uma verba de R$ 40 bilhões par realizar seus planos de governo, a maior receita entre todos os outros. Números expressivos para quem já está esquecido há algum tempo.

E quem é esse gigante da política? Poucos sabem dizer... Dividido em regionalismo e seus caciques, é um grupo com energias dedicadas para diversas direções. Culpa talvez de seu tamanho e sua extensa história.

Expressão provam que têm. Misteriosos são os caminhos escolhidos. Componente significativo da história brasileira, perpetuam-se continuamente nos pleitos. Como ficaram suas posições ideológicas com os anos? Qual seu papel na sociedade?

Apesar de sua expressividade, dificilmente vemos faces expostas em primeiro plano. Preferem a atuação como coadjuvantes no expressivo cenário político nacional. Alguma vantagem deve existir nesta posição, ou não conseguem se unir em projeto comum. Vai entender essa cabeça de político...