terça-feira, 11 de novembro de 2008

Praga

Esqueçam as reclamações, o estrago está feito!

De brincadeira, com ares de desafio computacional, a mecanismo de disseminação de programas mal-intencionados, os vírus vieram para ficar e dificilmente irão embora mais cedo.

Cerca de dois meses atrás, eu expressava a preocupação reinante em tentar encontrar soluções para a batalha contra as pragas virtuais. Muitas promessas, poucos resultados efetivos.

Há pouco menos de um mês, um notícia joga nova luz sobre o problema. E inquieta bem mais... Ocorreu um dos primeiros casos noticiados de vírus de fábrica.

Lá no Japão, os clientes da ASUS, compradores do EeePC, receberam um opcional em seus computadores: um malware, identificado pela Symantec como W32/Usbalex. Isso mesmo, antes de ser ligado, pelo menos no destino final, os microorganismos de bits faziam morada nos circuitos do equipamento.

A fabricante garante ser um problema localizado, em uma região geográfica (aquele país) e em determinada linha de produto. Será mesmo? Quem garante? Serão as mesmas pessoas que garantiram a isenção no nascimento? Quais outros fabricantes poderão estar sujeitos a problemas similares?

Frente à ineficiência das propostas atuais e a velocidade do avanço das doenças virtuais, uma nova abordagem deverá surgir. Ou então sucumbiremos! Imaginem o caos se um epidemia tomasse conta de todo e qualquer equipamento pelo planeta... O mundo certamente pararia.

Continuamente mais parecidos com os vírus de verdade (como se eles não o fossem), em poderio e comportamento, precisaremos fazer nossas máquinas ganhar características de nossos organismos.

Nossos corpos não são ambientes estéreis. Convivemos com uma enormidade de microorganismos, em perfeita (ou nem sempre) harmonia. Apesar de estarem presentes, não nos afetam. Ganhamos imunidade através de nosso sistema imunológico.

Acabou a ilusão de acreditar que é possível extinguir os vírus de nossos computadores. Precisamos dar-lhes sistemas imunológicos, para que mesmo com a presença dos bichinhos virtuais estes sejam afetados minimamente.

Os programas de vacina serão mais do que simples monitores, a tentar capturar algum indivíduo invasor. Serão amostras amenizadas daqueles códigos, capazes de sensibilizar uma inteligência artificial que criará mecanismos de proteção, tal qual nossos leucócitos, células T e outros micro defensores presenteados a nós pela natureza.

PCs ganharão carteirinha de vacina e agenda controlada de imunização. Campanhas públicas de combate a determinados agentes infecciosos serão promovidas, para tentar erradicar as doenças mais preocupantes e com estratégias plausíveis de eliminação.

Tal qual os "inocentes" programinhas, as alternativas nos levarão a caminhos desconhecidos. Quem sabe até também incontroláveis... Se a evolução se aplicar neste contexto, um dia acharemos normal um computador ter flora intestinal!

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