quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Picasso

"Não procuro, encontro".

Atribuída a Pablo Picasso, a frase revela uma perspectiva interessante frente à vida. Abordagem atenciosa, sem ser manipuladora.

É comum conhecermos pessoas que tentam controlar os rumos da existência. Pretendem ajustar todos os passos e contatos, ao longo da jornada, para obter determinado destino.

Insegurança humana! Desejo ancestral de controle do futuro, cravado no DNA homo sapiens, para possivelmente compensar fraquezas tão óbvias de nossa constituição.

Terminam esgotados por tentar vencer, continuamente, o invencível: o fluxo do rio. Custam a aceitar a condição objeta de nossa pequenez.

De maneira alguma isso deve refletir uma atitude derrotista. Alertas, estamos aptos a abraçar as possíveis conduções na navegação. Conscientes de nossa condição, ficamos preparados para melhor nos adequarmos às necessidades apresentadas.

Consciência é essencial! Optamos por deixa de procurar, mas precisamos saber reconhecer o que encontraremos pelo caminho. Sem saberem o que pode ser achado, as pessoas ignoram um turbilhão de oportunidades a desfilar em sua frente.

A obtenção da consciência exige preparo. Seu grau de habilidade está intrinsecamente ligado a seu esforço em se preparar. Preparação é trabalho duro, suado, mas prazeroso quando direcionado às nossas melhores aptidões.

Equilíbrio é ponto final. Como bem sabem nossos irmãos orientais, natural é estar integrado, fazer parte do grande mecanismo do universo. Plenamente conectados, jamais brigaremos com os fios e tramas do destino. Apenas os desfrutaremos...

Talvez essa seja uma boa definição para a inspiração: um enorme encontrar, sem jamais procurar. Encontrar orientado, esforçado e harmônico. No caso do pintor espanhol, que encontro frutífero! Se sem procurar ele produziu tão importante obra... Imagine se acaso tivesse procurado.

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