"A descida das ciências ocidentais do céu para a terra (da astronomia no século XVII à biologia do XIX), bem como sua concentração, nos dias de hoje, por fim, no homem (na antropologia e na psicologia do século XX), marcam o caminho de uma prodigiosa transferência do ponto focal do milagre humano. Não o mundo animal, o mundo vegetal, nem o milagre das esferas; o mistério crucial é, em nossos dias, o próprio homem".
Joseph Campbell, em "O Herói de Mil Faces", resume desta maneira magnífica a história da evolução de nossa mitologia. Descemos do céu ao cerne de nossa própria natureza.
Das esferas celestes ao genoma humano, fomos colocando por terra mitos e desvendando o mecanismo do Universo. O mundo perfeito das estrelas dos gregos deixou de nos assustar, assim como parte das manifestações da máquina homo sapiens.
Tristemente, no processo de descida, perdemos o hábito de admirar o céu. Cada vez mais, somos seres cabisbaixos, "ensimesmados", desatentos às maravilhas vindas do alto. Quantas vezes reparamos até mesmo nas visões do alto de nossa cidade?
As pipas do tempo de criança nos faziam vasculhar os céus em busca de alguma para competir. Levávamos nossos sonhos de Ícaro naqueles engenhos de papel e bambu. Fios espalhados por toda metrópole tornaram a brincadeira algo muito arriscado.
Em festas juninas, pequenos e inocentes balões levavam os desejos do povo para o alto. Coloriam as nuvens e instigavam mais um olhar acima das cabeças. A consciência dos riscos envolvidos, as gangues em torno de monstros de fogo, gigantescos balões, fizeram deste elevador de visões assunto banido do cotidiano.
Corremos para não perder o ônibus, ou aproveitar o semáforo a fechar... Deixemos de procurar passarinhos, na tentativa de identificá-los e apreciar seus lindos vôos e cantos. Nuvens de vida a enfeitar os ares! Ficamos com os pombos, uma ameaça constante, às roupas e cabeças, ou os tristes engaiolados ornamentais.
Em noites calmas de luar, parávamos muito mais para observar as diversas constelações e sonhar como seriam tantos outros mundos. As luzes da cidade se intensificaram e ofuscaram qualquer possibilidade de fácil observação.
Descemos a atenção e parece que descemos nossas aspirações. Haja visto como cuidados de nosso céu, com as altas cargas de poluição que lançamos, principalmente emitida pelos veículos. Ao cuidar do próprio umbigo estamos fadados a diminuir nossa existência. Provavelmente descemos as escadarias da evolução. E ainda nos achamos superiores e privilegiados...
Joseph Campbell, em "O Herói de Mil Faces", resume desta maneira magnífica a história da evolução de nossa mitologia. Descemos do céu ao cerne de nossa própria natureza.
Das esferas celestes ao genoma humano, fomos colocando por terra mitos e desvendando o mecanismo do Universo. O mundo perfeito das estrelas dos gregos deixou de nos assustar, assim como parte das manifestações da máquina homo sapiens.
Tristemente, no processo de descida, perdemos o hábito de admirar o céu. Cada vez mais, somos seres cabisbaixos, "ensimesmados", desatentos às maravilhas vindas do alto. Quantas vezes reparamos até mesmo nas visões do alto de nossa cidade?
As pipas do tempo de criança nos faziam vasculhar os céus em busca de alguma para competir. Levávamos nossos sonhos de Ícaro naqueles engenhos de papel e bambu. Fios espalhados por toda metrópole tornaram a brincadeira algo muito arriscado.
Em festas juninas, pequenos e inocentes balões levavam os desejos do povo para o alto. Coloriam as nuvens e instigavam mais um olhar acima das cabeças. A consciência dos riscos envolvidos, as gangues em torno de monstros de fogo, gigantescos balões, fizeram deste elevador de visões assunto banido do cotidiano.
Corremos para não perder o ônibus, ou aproveitar o semáforo a fechar... Deixemos de procurar passarinhos, na tentativa de identificá-los e apreciar seus lindos vôos e cantos. Nuvens de vida a enfeitar os ares! Ficamos com os pombos, uma ameaça constante, às roupas e cabeças, ou os tristes engaiolados ornamentais.
Em noites calmas de luar, parávamos muito mais para observar as diversas constelações e sonhar como seriam tantos outros mundos. As luzes da cidade se intensificaram e ofuscaram qualquer possibilidade de fácil observação.
Descemos a atenção e parece que descemos nossas aspirações. Haja visto como cuidados de nosso céu, com as altas cargas de poluição que lançamos, principalmente emitida pelos veículos. Ao cuidar do próprio umbigo estamos fadados a diminuir nossa existência. Provavelmente descemos as escadarias da evolução. E ainda nos achamos superiores e privilegiados...