sábado, 24 de maio de 2008

Ninho

Ninho e lar colecionam acepções diversas.

Recentemente, postei algumas linhas sobre o lar. Foram linhas motivadas por uma mudança de endereço. Mal sabia eu que se avizinhava outra mudança de vida, muito mais tocante...

Deixar uma maternidade, com todo seu contexto, é um grande alívio. O espírito do local é o melhor. A rotina é desgastante, afinal não deixa de ser um hospital.

Voltar para a toca é desejado. Depois de muita expectativa, da preparação do novo lar, chegou a hora de concretizá-lo, torná-lo ao que veio.

Saímos apenas uma casal. Voltamos uma família!

As paredes ganharão novas marcas, físicas e espirituais. Num breve futuro, serão muitas mãozinhas, rabiscos e sinais de uma infância. Por uma vida, serão os reflexos de muitos bons momentos.

No começo tudo é bem estranho. Para nós, símbolos novos são encontrados em cada recanto, nos objetos preparados e posicionados para a nova família. Ao bebê, tudo é novidade e diferença.

Como se não bastasse um novo mundo, um novo ambiente, agora é levado para novos ares, diferentes dos quais se havia acostumado. Pouco demorará aos aromas serem muito mais familiares, a intimidade completamente sua.

Bastou poucos minutos para preencher de novos sons... E que sons! Altos, muito altos, para anunciar a toda vizinhança a sua chegada. Espera ser acolhida e poder participar da nova comunidade, da própria humanidade em si.

Agora, mãe pode se recolher e "corujar". Pai pode guardar e defender. Pequenos instintos, aos poucos percebidos. Estão relidos. Ganharam novos tons, mais modernos, mas a finalidade é bem parecida.

Acima de tudo está a importância da felicidade, da completude, do grande êxtase. O passo inicial está dado. As paredes receberam novas energias e parecem nos dizer: sejam bem-vindos a sua nova vida!

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