sexta-feira, 9 de maio de 2008

Pavão

Pavões são orgulhosos de suas portentosas caudas.

Inflam-nas com graça e majestade para impressionar as fêmeas. Preciso confirmar se isso é verdade ou mito. Parece coerente com outros exemplos da natureza...

Na maioria das aves, as plumagens mais exuberantes são privilégio dos machos. Não seria diferente com os "caudosos emplumados", pertencentes à família dos faisões.

Outras espécies talvez utilizem estratégias similares...

Garotões recém-licenciados adoram se exibir em carros possantes. Habilidade em condução e coragem de imprimir velocidade são supervalorizadas. Sucesso mundial, o tuning de veículos é conseqüência deste comportamento.

Adeptos do fitness, freqüentadores de academias, adoram expor seus músculos arduamente cultivados. Falta apenas lustrarem braços e pernas para intensificar seu brilho e destaque.

Intelectuais variados disputam o número de livros lidos, ou artigos escritos. Alguns discutem a quantidade, outros a qualidade, de seus conteúdos e produções. Há sempre algo a mais que sabe, ouviu ou escreveu.

Gamers disputam freneticamente os topos dos rankings. Em seu caso a competição é maior, pois o fenômeno é mundial, compartilhando informações na mesma escala. Discorrem uma coleção de fases conquistadas, itens coletados e inimigos mortos. Guerreiros ou esportistas virtuais em constante competição.

Programadores também têm suas manifestações. No vasto mundo das linguagens, conhecê-las em grande número é obrigatório, mesmo que isso não seja muito funcional. Um algoritmo bem escrito, um objeto magnificamente estruturado ou patterns utilizados com competência são motivos de orgulho e exposição.

Médicos comparam horas de plantão, façanhas em diagnósticos ou número de pacientes. Instituições de especialização, locais de residência ou passagem por centros de referência fazem uma grande diferença. Alguns gostariam de ser Hipócrates.

Geeks não sobreviveriam sem ter o último gadget lançado. Macbook Air, iPhone, iPod, 3G e outro tanto de traquitanas tecnológicas estão à disposição. Conhecê-los é insuficiente. Necessário é tê-los, utilizá-los e desfilá-los.

Pois é... Pobres pavões, escravos de seus impulsos instintivos, tentando cumprir seu destino natural na perpetuação da espécie.

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