sábado, 10 de maio de 2008

Colaboração

Colaboração implica em voluntariado?

Opinião formada até então, após o início da leitura de "Wikinomics: Como a colaboração em massa...", algumas novas questões podem modificar minha visão.

Título embalado no sucesso de "Freakonomics: O lado oculto...", o primeiro contato remeteu ao conceito das ferramentas wiki, ícones do sucesso da colaboração na Internet.

Inocência em demasia ou ledo engano, o primeiro exemplo apresentado no livro contradiz qualquer iniciativa voluntária, feita com gratuidade.

É apresentado o caso de uma empresa de exploração de minérios, que lançou um desafio para solução de questão de prospecção, com um prêmio em dinheiro a quem o resolvesse.

Solução conseguida, propositor premiado, os autores elogiam o poder da colaboração na Internet. Constatação imediata: a grande rede foi apenas difusora de uma oferta de dinheiro. O importante foi seu alcance. A promoção de colaboração inexistiu.

Os autores fundamentam sua tese defendendo que qualquer atividade possui algum interesse, alguma compensação. Difícil discordar, mas a motivação exposta é sempre relacionada ao benefício próprio do agente.

Onde se encaixará o altruísmo em nossa história? Teremos criado um intrincado conceito, um mecanismo mental infundado, para justificar nossas ações sempre interesseiras? Para que? Em toda e qualquer atitude há o auto-interesse?

Arriscaria redefinir a "colaboração", mencionada no livro, por "ação em grupo massivo". Mais comprido, porém mais adequado. O tempo propiciaria substantivo mais conciso, mas a distinção deve ser frisada imediatamente.

Até a metade do livro nada demove a afirmação realizada. Continuo a leitura, procuro uma mudança de rumo, uma adequação maior ao espírito colaborativo altruísta que insisto em existir em grandes iniciativas, como o Linux, a Wikipedia ou a Craigslist.

Empresa se envolveram (e envolverão) com tais iniciativas, conseqüência inevitável de sua atual influência na tecnologia e nas melhores soluções disponíveis. O germe do movimento deve ser valorizado. Algumas ações, sem razões tão premeditadas, sempre existirão, como parte de nossa natureza, como a persistência em conhecer um livro até o fim, mesmo discordando logo de cara.

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