quinta-feira, 22 de maio de 2008

Choro

Existe expressão mais verdadeira do que o choro?

Experiências novas, novo entendimento. Chorar pode representar múltiplos sentimentos, compreensíveis na maioria das vezes. Só na maioria...

Ver uma adulto chorar, dentro de seu contexto, nos dá uma pista dos motivos. Choramos de alegria. Choramos de tristeza. Choramos até mesmo sem saber por quê.

Uma torrente de emoção comumente deságua em lágrimas abundantes de nossos olhos. Em certas intensidades, até nos parece serem pequenas nossas vias para dar vazão.

Já um recém-nascido é uma aura de mistério em seu choro. Suas expressões não podem ser pistas do motivo. Seu contexto é simples demais para grandes interpretações.

Chora por ser uma das suas poucas formas de expressão. Com poucos dias de vida arrisco dizer que não há outra. Sorrisos só depois, com novos aprendizados, novos entendimentos, nova comunicação.

Porém, nossa experiência nos leva a procurar um motivo. É instintivo. Completamente humano. Acabamos completa e totalmente condoídos. Gostaríamos de um toque divino, um poder sobre humano, que ao simples toque eliminação toda causa. Conhecendo a história do rei Midas, melhor não arriscar.

Ainda bem que somos adaptáveis. O insistente som, continuamente evocado pelos primeiros dias, nos crava alguma "vacina" contra sua intensidade e tom. Ganhamos calma para agir, para procurar uma forma de acalanto.

Glória maior de todas: encontrar uma chave. Transformar a estridente falta de fôlego em um pequeno ronronar de satisfação. Ronronar da paz, da calma, do seu próprio sossego. Nosso desassossego continua. E se na próxima vez a técnica não funcionar?

Melhor nem pensar... Confiemos no instinto futuro. Exercício perfeito de aproveitamento do presente. Suspirar e se deixar babar pela pequena face, em profundo relaxamento, pousada nas mãos da fada do sono!

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