terça-feira, 27 de maio de 2008

Capacidade

Capacidade digital aumenta continuamente. Qual capacidade?

Há alguns anos, nossas mídias móveis digitais armazenavam pouco mais de alguns milhares de bytes. Cenozóicos tempos dos disquetes.

Em um mundo repleto de iPods, e similares, as crianças em breve conhecerão aquela pecinha de plástico e elementos magnéticos apenas em aulas de história. História do mundo digital.

Com as dimensões atuais de memória, nossas carteiras digitais de mídia comportam confortavelmente toda a biblioteca musical de qualquer pobre mortal.

Se a evolução for mantida, a capacidade de armazenamento possibilitará, em pouco tempo, armazenarmos toda a história da música em um único gadget pessoal!

Ambição por ambição, desejemos as maiores... Quem sabe em menos de uma década, toda a história do vídeo não caberá em um destes ambicionados aparelhinhos.

Quando nosso afã por colecionar atingir estes limites, o que mais nos restará? Almejaremos mais alguma coisa? Ou será que nos desinteressaremos por coletar?

Comprar uma série de TV, em um box completo, se tornou corriqueiro. Poderemos ter todas as temporadas em uma única transição de comércio digital, mesmo que retirado em um meio físico. De repente, o meio será apenas meio, nem produto mais será.

A indústria de mídia, já em maus lençóis, como reagirá? De onde sairá seu sustento? Será grande o esforço para se tornar capaz de prover tamanha demanda. Arriscaria pensar em iPods como itens de direito para qualquer cidadão.

Se música e vídeo seguem esse caminho, por que seria diferente com livros. Que fim levarão bibliotecas e bibliotecárias? Carregaremos vastos volumes de dados em nossos bolsos, catalogados e facilmente acessíveis. Alguém terá necessidade disto?

Em meio a esse oceano de informação, com possíveis pequenas contribuições de arquivos pessoais, como poderemos nos localizar? A deriva num mar de bits, estaremos carentes de organização, método ou capacidade de compreensão.

Novos mundos. Novos volumes. Futuras capacidades viram à tona. Teremos que nos recriar?

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