quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Realeza

Para que tanta sofisticação neste mundo?

À medida que criamos novos mecanismos para o cotidiano, desenvolvemos mais tecnologia e conhecimento, parecemos "empetecar" mais e mais nossa vida.

Quando nos damos conta, estamos imersos em um sem-número de necessidades não tão necessárias. Cercamo-nos de supérfluos, dos quais nos tornamos dependentes.

É o tal do apego... Sábios nossos irmãos orientais! Já há muito tempo, em muitas de suas correntes ideológicas, aprenderam os grandes benefícios provenientes do exercício do desapego.

Precisamos mesmo das últimas novidades das vitrines? Sejam elas equipamentos, roupas ou qualquer outra traquitana? Qual a essencialidade de serviços adquiridos, para uso esporádico?

Mas tentemos nos desvencilhar de qualquer um deles... Vozes múltiplas circundam nossas cabeças, recitam inúmeros motivos para justificar a manutenção de tantas futilidades.

Indo além do abrigo, alimentação e proteção, enchemos de valor pedaços de diversas coisas... Desvirtuamos e perdemos a referência de seus valores, seus custos. Mas qual é realmente seu verdadeiro e intrínseco valor? Qual a medida de sua importância?

Perdidos na avaliação, abandonamos elementos recheados de enorme valor. Pense na alegria imensa do ato de partir um bolo, comemorativo, e partilhá-lo com familiares e amigos. Simples e riquíssimo, dos mais gratificante sentimento de júbilo.

Esquecemos do simples gesto de ajudar alguém necessitado, com um prato de comida. Perdemos a chance de descobrir o imenso valor do olhar de retribuição, única moeda de troca para um faminto desesperançado, mas de alta cotação dentre todas as moedas.

Sem tantos desejos, tantas vaidades, seriam muito menos angústias, muitas menos frustrações. Objetivamente, seria mais simples. Real simplicidade elevada ao grau de realeza, digna da soberania de todo ser vivo, especialmente o ser humano.

Anunciar essa simplicidade é a grande mensagem do Natal. Sugerir a todos que há um caminho mais fraterno e humano, mais singelo. Mostrar que mesmo um menino indefeso, pobre e sem abrigo, pode ser rei e mudar o mundo!
Feliz Natal!

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