segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Depois

A cada ano, outro marco.

Todo ano tem seu momento, sua distinção especial, a fonte de sua unicidade. Marcados por bons ou maus acontecimentos, farão parte de nossa memória para sempre.

Se me perguntarem o meu marco deste ano, não demorarei um segundo para tê-lo na ponta da língua. Nem preciso justificar tanto, afinal a paternidade recente dificulta esconder as escolhas.

Na vida amadurecemos e vamos ganhando novos olhares, diferentes ângulos de visão. As prioridades mudam, as perspectivas mudam, as preocupações então...

Maravilhosa descoberta de mundos desconhecidos, repletos do mais autêntico júbilo de emoção. Tudo muda tão repentinamente que nem percebemos! Só depois de algum tempo, olhando para trás, nos damos conta.

Ontem, acompanhado da minha "mudancinha", do meu marco deste ano, ouvi uma música que também ganhou nova perspectiva. Provavelmente foi composta com outro fim, mas se encaixou perfeitamente em meus sentimentos recentes.

Deve ter relação com a arte, desconhecer o alcance e o significado que pode ganhar. Releitura constante a cada intérprete, tal qual a arte de viver. Na falta de melhores palavras, mais uma vez faço minhas as palavras da compositora.

Cantada [1]
(Adriana Calcanhoto)

Depois de ter você
Pra que querer saber
Que horas são?

Se é noite ou faz calor
Se estamos no verão
Se o sol virá ou não
Ou pra que é que serve
Uma canção como esta?

Depois de ter você
Poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas
Pra que amendoeiras pelas ruas?
Pra que servem as ruas?
Depois de ter você...

Nenhum comentário: