terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Freada

Ahhhhhh! São Paulo em férias!

Passado o período natalino, as loucuras das compras de fim de ano, esse hiato pré-fim-de-ano traz à nossa cidade ares muito diferentes.

Estamos longe de a cidade parar, ela realmente nunca para, mas dá uma bela desacelerada. Transporte público, ruas e avenidas, todas as veias um pouco mornas em movimento.

Chega a ser surreal aportar às sete e pouco da manhã, numa estação de Metrô da linha vermelha (a mais lotada, sem dúvida) e encontrar composições à disposição, sem fila, sem aperto, sem ser os tais "vazios".

Não vou comparar aos cenários de "Ensaio sobre a Cegueira", ou aos apocalípticos "Eu sou a Lenda" e "Resident Evil: Extinção".

Mesmo no fim dos tempos a cidade terá um burburinho considerável, ainda que seja de almas perambulando por céus e recantos de concreto. A intensidade da vida nestas terras tem inércia para alguns milênios, certamente.

Só que nestes dias de final de ano a coisa muda de figura. Levar 30 minutos para chegar ao trabalho, outros 35 para voltar para casa, dá um gostinho de como seria a vida com mais qualidade nestas paragens. Até o ar para mais limpo, menos carregado.

É só curtir a caminhada entre a estação e o prédio da empresa... Os passarinhos estavam especialmente afinados e animados nas árvores. Conseqüentemente até os passos estavam mais preguiçosos. Caminhar no almoço foi puro aperitivo. Trabalhar ganhou um ânimo especial pelo agrado da contemporaneidade.

Haveria algo, ao alcance do poder público, para proporcionar clima semelhante em outros períodos da semana? Quais lições podem ser obtidas das condições ambientais destes mirrados poucos dias? Vale a reflexão, só não vale dar como solução eliminar alguns milhões de habitantes. Melhor ter cuidado com as idéias... :)

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