terça-feira, 30 de setembro de 2008

Vinho

"In vino veritas".

Bebida ancestral, os gregos relacionaram o vinho, aos menos seus efeitos, à desinibição e revelação da verdade. Coitada da bebida.

O consumo em excesso, e o alto "grau etílico" do bebedor, sempre foram os responsáveis. Nem sempre com tanta veracidade...

Descobri os sabores de seu mundo um tanto tarde. Apesar da ascendência lusitana, foi a nova família italiana que me aproximou do suco idílico.

Ícone em tantas culturas, mereceu do povo dos grandes filósofos um deus exclusivo: Dionísio (vulgo Baco), o deus do vinho. Tudo bem que era um deus de muito mais, mas a associação ao néctar supremo da uva é inevitável...

Tintos ou brancos, espumantes ou frisantes, varietais ou seleções, de mesa ou sobremesa, sua diversidade denota a variação de usos e influências, culturas e tecnologias envolvidas em sua produção, durante a história da humanidade.

A arte de sua elaboração nos faz admirar as capacidades de um enólogo. Conseguir conciliar as variações de safra, clima, economia, dentre outros fatores, e produzir algo equilibrado, com qualidade e identidade, é tarefa para poucos.

Com tantos milênios de história, de maior ou menor popularidade e acessibilidade, vivenciamos em nosso país um movimento por sua disseminação. E assim se gerou uma leva de novos atores, os enófilos, presentes nas mais diferentes camadas sociais.

Tão presentes que às vezes se torna maçante tomar apenas uma taça. Tantas análises, tanto discurso acerca de uma garrafa, gestos e trejeitos cerimoniais, beira do exagero da moda vinífera. Acabamos negligenciando o ato mais importante: bebê-lo.

Prefiro a inspiração nos mais velhos. Almoços familiares, o prazer à mesa, a gostosa taça brindada e o calor da reunião. Melhor da melhores combinações: boa comida, boa companhia e bom vinho! Para desencanar, abrirei uma garrafa e tomarei uma taça no jantar. Só para celebrar a vida!

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