domingo, 14 de setembro de 2008

Cruz

Cada um carrega sua cruz.

Carregar uma cruz ganhou significado muito diferente há 2.000 anos atrás. Novo significado, novas implicações, novos rumos. Mudou o destino de gerações!

Ícone máximo de todo cristão, atravessou os séculos como símbolo de inspiração e proteção. Presente em suas residências ou carregada nos mais diversas formas, acompanha sua trajetória.

No princípio, punição para os piores criminosos ou agressão violenta a inimigos derrotados. Estigma de dor e sofrimento, imposto sempre de forma brutal.

Crucificar Jesus transformou sua imagem. Causou efeito inverso ao sufocamento de uma causa. Proporcionou a prova de coerência e integridade à mensagem.

Duas traves de madeira cruzadas, unidas. União de pessoas em torno da nova ordem. Ordem da solidariedade e fraternidade, de coesão da humanidade em sua plenitude. Integrada e compassiva, volta ao outro, ao comum.

Exigência primordial da nova ordem é o compromisso, a fidelidade. Árduo caminho para se cumprir, requer a persistência, a firmeza na fé. Em toda sua extensão diversos são os percalços, as barreiras à sua continuidade.

Trabalho que culmina em doação, em entrega ao próximo, sem restrições. Desafio à dicotomia humana entre o próprio e o comunitário, entre o meu e o nosso. A mensagem embutida no episódio da cruz é a demonstração maior deste princípio de despojamento.

Carregarmos nossa cruz fica assim isenta de apenas dor e sofrimento. Provoca-nos a lembrança das escolhas feitas, do ideário a seguir. Presenteia-nos com um estandarte de alegria e esperança em um mundo melhor e muito mais humano.

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