sábado, 20 de setembro de 2008

Arbítrio

Ganhamos livre arbítrio, acabamos arbitrários?

Se há algo a nos distinguir dos outros seres vivos é nosso poder de decisão. Nem tanto pelo exercício de tal liberdade, mas muito mais pela consciência de sua existência.

Arroubo de grandeza, suas implicações derivam conseqüências da filosofia até a medicina. O exercício ético se intensifica e complica a luz de sua orientação.

Porém, há bom tempo vemos leis criadas para coibir fumantes de exercer seu vício em locais públicos. Ao invés de buscarmos o respeito, os obrigamos a respeitar as outras pessoas.

Em nome da saúde de todos, sancionamos o decreto de qual é o comportamento adequado. Escolhas feitas, pouco importam escolhas pessoais.

Vejamos também o conhecido problema de álcool aliado ao volante. Solução encontrada? Proibir radicalmente qualquer tipo de dosagem alcoólica aos motoristas.

Recentemente, começa a ganhar força uma corrente para proibir qualquer alimento de utilizar gordura trans. Independentemente das alternativas que a indústria utilizará, às vezes tão prejudiciais quanto, seremos proibidos de comprar alimentos tidos como prejudiciais à saúde, ao menos por uma ótica.

Buscamos um rei-filósofo, como queria Platão? Admitimos incompetência coletiva, para depositarmos nas mãos de alguém com discernimento, e poder para aplicá-lo, a autoridade na condução dos rumos da sociedade.

Só esqueceram de mencionar que as medidas sancionadas, em sua maioria, visam à redução de custos com o atendimento médico público, principalmente. Pouco importa a felicidade do indivíduo. É necessário economizar o dinheiro público. Sabe-se lá para que...

Deveríamos tomar as rédeas de nossa vida. Mostrar maturidade para decidir o melhor para todos. União de decisões particulares em benefício do bem comum. E cada um conquiste condições de escolher bem, ao menos com a pretensão de fazê-lo. Até quando precisaremos de árbitros?

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