terça-feira, 23 de setembro de 2008

Evolução

Incompreendida e polemizada, eis a Teoria da Evolução.

Escolher palavras uma tradução nem sempre é uma tarefa grata. No caso, talvez o melhor seria "desenvolvimento", removendo a carga de superioridade.

Etimologias à parte, Darwin se preocupou em seu trabalho na descrição de como a vida seguiu seu caminho para culminar na diversidade imensa que observamos.

A beleza de sua teoria está na percepção do poder do caos em gerar uma ordem observável! A perfeição mora na capacidade de causar imperfeições.

Atribuímos essa influência, essa intervenção, a causas naturais, espúrias e sem motivação específica. No jogo de dados da vida, ganha quem tiver a sorte de receber as melhores condições para sobreviver. Não há sina.

O desenvolvimento humano atingiu a condição de influenciar no processo. Certamente, muitos indivíduos fadados ao insucesso conseguem sobreviver graças a perversão da ordem natural provocada pelo homo sapiens.

Intervimos, acima de tudo! Tanto para o bem, quanto para o mal. Poluímos e curamos doenças. Extinguimos animais e criamos vida em tubos de ensaio. Brincamos com o destino do universo como deuses imberbes, inaptos a sua função final.

Diante deste fato, fico a duvidar de nosso futuro. Estaremos bloqueando o curso natural da evolução? Comprometemos assim nossa capacidade futura de desenvolvimento e adequação às condições da natureza? E então me vejo laçado no mesmo erro conceitual, autor da dita incompreensão...

Quem disse que nossa complexa estrutura social não é produto e motor da máquina da evolução? As adaptações podem nem ser mais de ordem física / fisiológica, mas a predisposição a certas condições continuarão determinando nossa transmissão de legado. Ou, de repente, são determinadas por alguma genética incompreendida.

No romance "A máquina do tempo", de H. G. Wells, o autor prevê um futuro onde desaguaríamos em diversas espécies derivadas do homem moderno, conectadas numa estranha cadeia alimentar. Triste e bizarro fim para uma espécie metida à divindade...

Ao observar as condições e valores dominantes de nossa época atual, facilmente nos preocupamos com o futuro de nossos descendentes. Ânsia plantada em todo ser vivo, o cuidado com a prole é mais uma das tais molas desse teatro genético. Fazer o quê, né?

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