Scanners e OCR, copistas do século XXI.
Dos mosteiros da idade média para as empresas de tecnologia, a tomada de controle dos rumos da preservação do conhecimento escrito transforma nossa relação com os livros.
Guardiães do conhecimento em celulose, os bibliotecários vêem seu trabalho revirado. A biblioteconomia, ciência das mais antigas, ganhou novas incumbências para lidar com as mídias modernas.
Bibliotecas se preocupam em obter, catalogar e preservar os livros, em seus mais diversos títulos e edições, contando sua história e evolução. São muitos mais do que simples depósitos de livros. Sem contar sua função de encontro, reunião de pessoas, local de descobertas e confraternização.
Há poucos anos atrás, após uma revisão em minha biblioteca pessoal, separei um lote de livros, em sua maioria infanto-juvenis e resolvi doá-los a biblioteca do bairro. Pequena colaboração e certa retribuição a um espaço que muito utilizei na adolescência.
Inaugurada em 1956, a biblioteca Professor Arnaldo Magalhães de Giácomo foi lugar muitas pesquisas escolares, tardes de leituras divertidas, com muitos colegas. Simples e pequena, proporcionou a mim, e a muitos colegas, tempos sem fim de contato lúdico com o conhecimento.
Surpreendente perceber que pouco havia mudado. O ambiente, o clima, ainda pareciam o mesmo de mais de 20 anos atrás. Recebido com muita cordialidade e alegria, alegrei-me em encontrar o singelo espaço ainda vivo, em meio a uma metrópole em contínua transformação.
Algumas modernidades surgiram, como controle através de sistemas computacional. Livros modernos, atuais, mesmo escassos, chegam esporadicamente, fruto das pequenas verbas municipais destinadas a sua compra. Se tivesse mais tempo, a bibliotecária se dispôs a procurar minha antiga ficha de papel-cartão, possivelmente ainda presente nos arquivos existentes.
O advento dos livros digitais cria novos desafios. Tantos os digitalizados, como os já nascidos digitais, carregam propriedades inéditas. Como distinguir as diferentes "impressões"? De que maneira podemos garantir suas origens? É possível verificar sua história? Quais os cuidados para sua preservação?
Iniciativas como da Google, digitalizando o acervo mundial existente, provocam questionamentos. Eles parecem mais preocupados em criar um gigantesco banco de dados e não uma grande biblioteca. Menos do que um Biblioteca de Alexandria, criam uma vórtice para atração de pesquisas.
Talvez questionemos os antigos copistas, com suas intervenções e interesses. Discussão antiga, rendeu até o filme "O Nome da Rosa". Em meio à disputa de tantos interesses, ancestrais ou modernos, espero que se preserve pelo menos o interesse pela leitura...
Dos mosteiros da idade média para as empresas de tecnologia, a tomada de controle dos rumos da preservação do conhecimento escrito transforma nossa relação com os livros.
Guardiães do conhecimento em celulose, os bibliotecários vêem seu trabalho revirado. A biblioteconomia, ciência das mais antigas, ganhou novas incumbências para lidar com as mídias modernas.
Bibliotecas se preocupam em obter, catalogar e preservar os livros, em seus mais diversos títulos e edições, contando sua história e evolução. São muitos mais do que simples depósitos de livros. Sem contar sua função de encontro, reunião de pessoas, local de descobertas e confraternização.
Há poucos anos atrás, após uma revisão em minha biblioteca pessoal, separei um lote de livros, em sua maioria infanto-juvenis e resolvi doá-los a biblioteca do bairro. Pequena colaboração e certa retribuição a um espaço que muito utilizei na adolescência.
Inaugurada em 1956, a biblioteca Professor Arnaldo Magalhães de Giácomo foi lugar muitas pesquisas escolares, tardes de leituras divertidas, com muitos colegas. Simples e pequena, proporcionou a mim, e a muitos colegas, tempos sem fim de contato lúdico com o conhecimento.
Surpreendente perceber que pouco havia mudado. O ambiente, o clima, ainda pareciam o mesmo de mais de 20 anos atrás. Recebido com muita cordialidade e alegria, alegrei-me em encontrar o singelo espaço ainda vivo, em meio a uma metrópole em contínua transformação.
Algumas modernidades surgiram, como controle através de sistemas computacional. Livros modernos, atuais, mesmo escassos, chegam esporadicamente, fruto das pequenas verbas municipais destinadas a sua compra. Se tivesse mais tempo, a bibliotecária se dispôs a procurar minha antiga ficha de papel-cartão, possivelmente ainda presente nos arquivos existentes.
O advento dos livros digitais cria novos desafios. Tantos os digitalizados, como os já nascidos digitais, carregam propriedades inéditas. Como distinguir as diferentes "impressões"? De que maneira podemos garantir suas origens? É possível verificar sua história? Quais os cuidados para sua preservação?
Iniciativas como da Google, digitalizando o acervo mundial existente, provocam questionamentos. Eles parecem mais preocupados em criar um gigantesco banco de dados e não uma grande biblioteca. Menos do que um Biblioteca de Alexandria, criam uma vórtice para atração de pesquisas.
Talvez questionemos os antigos copistas, com suas intervenções e interesses. Discussão antiga, rendeu até o filme "O Nome da Rosa". Em meio à disputa de tantos interesses, ancestrais ou modernos, espero que se preserve pelo menos o interesse pela leitura...
Nenhum comentário:
Postar um comentário