(Atenção! Após ler o post abaixo, recomendo a leitura dos respectivos comentários, para esclarecimento de equívocos cometidos em sua argumentação.)
"Aristides é um típico garoto de 13 anos de idade..."
Dificilmente um texto começado com essa frase passaria desapercebido. A começar pelo nome do protagonista... Aristides, com 13 anos?
Somemos ao fato o assunto na sequência, referente a programas e games que promovem a onda de computação em grid, para a pesquisa de assuntos científicos.
Então, suponha a surpresa se nos deparássemos com o mesmo texto, com todas as linhas iguais, em duas publicações impressas diferentes, de editoras concorrentes...
Pois é, eis a triste constatação que fiz no dia de hoje. As publicações em questão são a revista Época desta semana, com a matéria "O novo astro pode ser você, e a revista INFO deste mês (entregue nesta semana), com a matéria "O computador é você".
Num primeiro momento cheguei a duvidar da minha sanidade, ou no mínimo da minha atenção. Seria possível que li a mesma coisa? Duas vezes? Ao conferir as primeiras linhas, ainda pensei se seriam coincidências de citações. Que nada, o texto era exatamente o mesmo, com a mudança apenas do título.
Pelo menos pude notar que o autor mencionado é o mesmo: Lewis Dartnell. Em princípio foi respeitado... Será? Saberá ele que seu texto recebeu dois títulos diferentes, com duas conotações bem diversas? Duvido muito.
Já é cansativo perceber na mídia matérias de mesmo tom, ou até conteúdo, se repetindo em diferentes canais de comunicação. Culpa da globalização, da concentração em fontes consagradas, como a BBC Brasil. Para que enviar um correspondente internacional, com todos os custos inerentes, se temos material de qualidade vindo desta agência?
Podemos até aventar a possibilidade do autor ter enviado a mesma matéria para duas demandas diferentes. É pouco provável... O autor inglês não teria enviado o texto em português e as publicações conseguirem traduções exatamente iguais é completamente inconcebível.
Eu não quero ler o mesmo texto duas vezes. Nem vou... Principalmente em publicações com linhas editorais distintas. Aprecio a diversidade, ainda mais a opinante. Posso estar equivocado, mas é questão de respeito, no mínimo. Depois nos queixamos da preguiça das pessoas pela leitura. As preguiças começam bem antes.
"Aristides é um típico garoto de 13 anos de idade..."
Dificilmente um texto começado com essa frase passaria desapercebido. A começar pelo nome do protagonista... Aristides, com 13 anos?
Somemos ao fato o assunto na sequência, referente a programas e games que promovem a onda de computação em grid, para a pesquisa de assuntos científicos.
Então, suponha a surpresa se nos deparássemos com o mesmo texto, com todas as linhas iguais, em duas publicações impressas diferentes, de editoras concorrentes...
Pois é, eis a triste constatação que fiz no dia de hoje. As publicações em questão são a revista Época desta semana, com a matéria "O novo astro pode ser você, e a revista INFO deste mês (entregue nesta semana), com a matéria "O computador é você".
Num primeiro momento cheguei a duvidar da minha sanidade, ou no mínimo da minha atenção. Seria possível que li a mesma coisa? Duas vezes? Ao conferir as primeiras linhas, ainda pensei se seriam coincidências de citações. Que nada, o texto era exatamente o mesmo, com a mudança apenas do título.
Pelo menos pude notar que o autor mencionado é o mesmo: Lewis Dartnell. Em princípio foi respeitado... Será? Saberá ele que seu texto recebeu dois títulos diferentes, com duas conotações bem diversas? Duvido muito.
Já é cansativo perceber na mídia matérias de mesmo tom, ou até conteúdo, se repetindo em diferentes canais de comunicação. Culpa da globalização, da concentração em fontes consagradas, como a BBC Brasil. Para que enviar um correspondente internacional, com todos os custos inerentes, se temos material de qualidade vindo desta agência?
Podemos até aventar a possibilidade do autor ter enviado a mesma matéria para duas demandas diferentes. É pouco provável... O autor inglês não teria enviado o texto em português e as publicações conseguirem traduções exatamente iguais é completamente inconcebível.
Eu não quero ler o mesmo texto duas vezes. Nem vou... Principalmente em publicações com linhas editorais distintas. Aprecio a diversidade, ainda mais a opinante. Posso estar equivocado, mas é questão de respeito, no mínimo. Depois nos queixamos da preguiça das pessoas pela leitura. As preguiças começam bem antes.
6 comentários:
É Evandro, isso está estranho mesmo. Tentarei checar o que acontece e volto nesse post para comentar. Por enquanto comento aqui o seguinte: imagine as notícias sobre guerras, onde toda essa manipulação e facilidade do meio online de postar notícias. Qual resultado teríamos? Creio que o pior é a mídia cair na incredibilidade.
Exemplo nesse link. Repórteres são pressionados a enviar notícias. Se não conseguem ver o que acontece, o que vão relatar?
http://tinyurl.com/gazawar1
Nem foi difícil encontrar a referência original...
Bastaram o Sr. Google e as palavras "Lewis Dartnell" e Aristides.
http://www.newscientist.com/article/mg20026811.700-how-online-games-are-solving-uncomputable-problems.html?page=3
Está com o título "How online games are solving uncomputable problems", num tal revista "New Scientist".
Pois é...
Apenas para registro e complemento, encontrei a missão da revista Época, publicado em seu próprio site.
"Nossa missão é investigar e ajudar a entender o complexo mundo contemporâneo. É antecipar as tendências e captar o espírito do nosso tempo. É perseguir, toda semana, as principais notícias para delas extrair uma agenda de construção do amanhã. É aliar a força investigativa à capacidade analítica. É jogar luz no que há de mais relevante na atualidade, converter informação em conhecimento, transformar a confusão em clareza."
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI5583-15247,00.html
Pessoal,
Motivado pelos comentários, resolvi escrever às publicações, para maiores esclarecimentos.
Ambas responderam aos meus questionamentos e faço questão de publicar tais respostas, incluindo minhas mensagens.
- Revista Época
(minha mensagem)
Caro Sr. Diretor,
Sou assinante da revista Época e tomo a liberdade de lhe escrever para um questionamento, no mínimo um alerta.
Ao ler a edição desta semana (556), fui surpreendido com a matéria "O novo astro pode ser você ".
Ocorre que também sou assinante da revista INFO, da editora Abril, e em sua edição deste mês li o mesmo texto, com todas as palavras, linhas, fotos e subtítulos, na matéria "O computador é você".
Em ambas as publicações, o conteúdo está assinado por Lewis Dartnell, um autor inglês.
Uma rápida pesquisa possibilitou-me localizar o artigo original, intitulado "How online games are solving uncomputable problems", num tal revista New Scientist, de novembro/2008!
Como devo entender tal fato? Quem copia quem neste mundo editorial? Quanto respeito é dedicado a seus leitores / assinantes, principalmente em se tratando de duas expressivas publicações? Quais as diretrizes que balizam a mídia impressa brasileira?
Devo destacar que, como registrado em seu próprio site, a missão da revista Época rege:
"Nossa missão é investigar e ajudar a entender o complexo mundo contemporâneo. É antecipar as tendências e captar o espírito do nosso tempo. É perseguir, toda semana, as principais notícias para delas extrair uma agenda de construção do amanhã. É aliar a força investigativa à capacidade analítica. É jogar luz no que há de mais relevante na atualidade, converter informação em conhecimento, transformar a confusão em clareza."
É dessa forma que sua missão se cumpre?
Grato pela atenção e aguardando retorno,
Evandro Souza
(resposta da revista)
Prezado leitor,
Não houve cópia indevida nem num caso nem no outro. ÉPOCA tem acordo com a New Scientist - uma das maiores publicações de popularização da ciência no mundo - para publicar periodicamente algumas de suas reportagens, traduzidas para o português, prática comum em revistas do mundo inteiro. Isso está indicado no rodapé da reportagem, na pág. 61: "Copyright New Scientist". Ou seja: "os direitos de reprodução pertencem à New Scientist". Tudo foi feito com pleno conhecimento da publicação americana, que é inclusive remunerada por isso.
Não podemos falar em nome da Info, mas acreditamos que também eles tenham esse acordo. Trata-se, portanto, de uma coincidência que as duas publicações tenham publicado a mesma reportagem.
Fico à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.
Cordialmente,
André Fontenelle
Editor-executivo
Época
- Revista INFO
(minha mensagem)
Caros Srs.,
Sou assinante da revista INFO e escrevo para um questionamento, no mínimo um alerta.
Ao ler a edição deste mês (janeiro / 2009), fui surpreendido com a matéria "O computador é você".
Ocorre que também sou assinante da revista Época, da editora Globo, e em sua edição desta semana (556) li o mesmo texto, com todas as palavras, linhas, fotos e subtítulos, na matéria "O novo astro pode ser você ".
Em ambas as publicações, o conteúdo está assinado por Lewis Dartnell, um autor inglês.
Uma rápida pesquisa possibilitou-me localizar o artigo original, intitulado "How online games are solving uncomputable problems", num tal revista New Scientist, de novembro/2008!
Como devo entender tal fato? Quem copia quem neste mundo editorial? Quanto respeito é dedicado a seus leitores / assinantes, principalmente em se tratando de duas expressivas publicações? Quais as diretrizes que balizam a mídia impressa brasileira?
Devo destacar que, como registrado em seu próprio site, a missão da editora Abril rege:
"A Abril está empenhada em contribuir para a difusão de informação, cultura e entretenimento, para o progresso da educação, a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento da livre iniciativa e o fortalecimento das instituições democráticas do país."
Com a escolha dos seguintes valores:
"Excelência, Integridade, Pioneirismo e Valorização das Pessoas"
É dessa forma que sua missão se cumpre? Assim seus valores são perpetuados?
Grato pela atenção e aguardando retorno,
Evandro Souza
(resposta da revista)
Evandro
Obrigado pela mensagem.
Seria inviável, para a INFO ou qualquer outra revista, enviar repórteres a todos os países do mundo. Assim, quase todas as publicações, além de elaborar suas próprias reportagens, licenciam conteúdo de fontes de outros países. Isso é benéfico para os leitores, que podem ler reportagens feitas no exterior traduzidas para o português. E a editora Abril também licencia conteúdo brasileiro para publicações estrangeiras, que pagam para republicar nossas reportagens.
Neste caso, por coincidência, a revista Época e a INFO republicaram a mesma matéria, da revista inglesa New Scientist. O contrato de licenciamento da New Scientist não prevê exclusividade. Que eu saiba, nunca havia acontecido antes de duas revistas brasileiras republicarem a mesma matéria. Mas, nesta vez, aconteceu.
Se comparar as duas traduções, você vai notar que elas não são idênticas, já que foram feitas por tradutores diferentes. E as imagens que publicamos também são nossas, já que nosso contrato com a New Scientist abrange apenas o texto. Espero que você tenha gostado de ler a matéria. Eu a achei muito interessante.
Abraço,
Maurício Grego
redator-chefe, Info
Eis o ponto de vista de cada parte...
Que cada um de nós faça sua análise.
Pessoal,
Após a rápida resposta dos responsáveis pelas revistas, não pude deixar de rever as matérias e constatar o inquestionável.
Não sei como pude confundi-las, nem quero me estender em justificativas. Seriam inválidas.
Restou-me apenas responder às pessoas, para me retratar da indiscrição.
Transcrevo abaixo as respostas enviadas às duas revistas.
- revista INFO
Maurício,
Obrigado pela sua pronta resposta.
Graças a sua gentileza, procurei novamente as duas reportagens, para compará-las.
Realmente são distintas (apesar da mesma origem) e não sei como pude confundi-las. É imperdoável. A verificação me permitiu até mais. Observei que nesta edição é a única matéria "importada".
Eu não imaginava o mecanismo de licenciamento. Achava que tudo era realizado pela equipe editorial com, no máximo, a participação de colunistas associados, como o John C. Dvorak.
Qualquer justificativa minha é insuficiente, não serve para nada. Resta-me apenas pedir desculpas pela mensagem intempestiva e inoportuna.
Quanto à matéria, gostei muito, sim. Por sinal, agrada-me em especial, pois tenho interessante há um bom tempo no assunto. Sou colaborador do SETI@Home, desde 1999, e do GalaxyZoo, desde 2007. Sou parte deste grande computador híbrido.
Novamente, desculpe-me pelo incômodo.
Fico muito grato pela atenção dispensada.
Abraço,
Evandro Souza
- revista Época
André,
Obrigado pela sua pronta resposta.
Graças a sua gentileza, procurei novamente as duas reportagens, para compará-las.
Realmente são distintas (apesar da mesma origem) e não sei como pude confundi-las. É imperdoável. A verificação me permitiu até mais. Observei que nesta edição é a única matéria "importada".
Eu não imaginava o mecanismo de licenciamento. Achava que tudo era realizado pela equipe editorial com, no máximo, a participação de colunistas associados, como Fareed Zakaria ou Christopher Hitchens.
Qualquer justificativa minha é insuficiente, não serve para nada. Resta-me apenas pedir desculpas pela mensagem intempestiva e inoportuna.
Quanto à postura da INFO, pude confirmar com seus editores a mesma situação, com a igual clareza e lisura. Uma coincidência inesperada e surpreendente.
Novamente, desculpe-me pelo incômodo.
Fico muito grato pela atenção dispensada.
Cordialmente,
Evandro Souza
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