domingo, 4 de janeiro de 2009

Epifania

Epifania, sinal da universalidade cristã.

A redenção é graça para todos, sem distinção de origem ou raça, cultura ou credo. Graça divina, se dispõe a acolher qualquer pessoa tocada por sua mensagem.

Os reis magos talvez nem fossem reis. Quem sabe, estariam mais para sábios do que magos, confusão entre conhecimento e magia, natural em tempos ancestrais.

Relevância maior tem sua origem estrangeira, distante. Em sociedades pequenas e tribais, como naquela época, isso certamente significava pouca simpatia e acolhimento.

Porém, o significado da esperança e humanização foram mais fortes. O emblema de simplicidade, de uma criança recém-nascida, alcançou terras longínquas, como ainda o faz.

Atravessa os séculos, as fronteiras, os mundos. Sua força reveladora impulsiona seu movimento em direção à eternidade. Força da autêntica engrenagem da vida, renovadora e essencial, mina as resistências continuamente, nos conquistando diariamente.

Uma pena as resistências serem tão grandes. Mesmo com todo seu poder, leva longos tempos para pequenas conquistas, ao menos perenes. Conquistas sensíveis em nosso cotidiano, nas acepções de direitos e deveres humanos contemporâneos.

Infelizmente, lá pelas bandas de sua terra natal, o que menos se vê é a aceitação da universalidade, das diferenças. Por pequenos e pobres pedaços de terra, milhares de vidas foram sacrificadas, sem se chegar nem a beira de uma solução plausível.

Dos presentes dos três reis, a mirra sugere ser a única condizente com a situação atual. Unguento antisséptico, quem dera pudesse curar as cicatrizes da alma daquele povo, tanto quanto pode fazê-lo com seu corpo.

A intolerância é um micro-organismo a corroer os tecidos da sociedade e da vida. Espero que um dia, a exemplo dos sábios do Oriente, aqueles povos irmãos saibam compreender e reverenciar as diferentes vertentes da fé e natureza humanas.

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