quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Starbucks

Boa idéia essa de quebrar alguns paradigmas.

Eufemismo para me referir a certo preconceito... Verdade seja dita, algumas opiniões formadas não passam de pré-julgamentos, sem muito fundamento.

Aprecio café. Herança familiar. Dificilmente dispenso um golinho após as refeições. Depois de um café da manhã, para arrematar, então...

Coado, expresso, francês, solúvel, orgânico, arábica, gourmet: sendo café, com bom paladar, pode me oferecer. Nos melhores, podemos sentir seu sabor adocicado, além de variações suaves da acidez. Uma delícia!

Sublimação mesmo ocorre quando acostumamos a deixar de lado açúcar e adoçantes. Verdade revelada, impossível aceitar qualquer água suja a partir deste ponto.

Vendo filmes americanos, diversas vezes reparamos nos enormes copos de café, diversas vezes acompanhados de donuts. Servido a vontade em lanchonetes cenográficas, diziam ser um verdadeiro "chafé".

Entre a curiosidade e o desprezo, ficava uma pontinha de dúvida. Porém, certo dia, a rede Starbucks aportou em terras tupiniquins. Seria o momento para por à prova o fatídico composto de cafeína, bem aos moldes cinematográficos.

Por algum motivo, provavelmente relacionado ao preconceito, nunca tinha chegado perto de uma loja da rede. Aguado demais não deve ser bom... Fico com nossas receitas bem familiares e os aromas e sabores do país que um dia foi líder mundial na produção da iguaria.

Num passeio sem pretensão, em dias próximos ao final do ano passado, me deparei com uma das lojas da rede, em um shopping de São Paulo. Após alguma hesitação, resolvi provar o mistério, um tanto quanto com a intenção de reprová-lo.

Avistei a tabuleta de preços e pedi o primeiro da lista, que julguei o mais simples e puro. Com algumas perguntas de um script ininteligível para mim, o prestativo atendente demorou um tempo para descobrir (e eu para me explicar) que eu desejava apenas café, puro e no copo. Só não quis arriscar dizer que queria provar aquele aguado... :)

Pagamento feio, copo em mãos, hora da verdade. Em uma mesinha simpática, temperei o café com um pouco de canela. Sei lá, era o café do dia, segundo eles com tons cítricos... Provei no copo com tapa e tudo, como manda o figurino e... adorei!

Quebradas as barreiras, comecei a apreciar os outros elementos presentes na loja, sem contar a deliciosa bebida em meu poder. Canecas, grãos especiais, literatura sobre a bebida, cafeteiras e acessórios. Outra pedida excelente foi experimentar os petiscos de acompanhamento. Só comendo para entender.

No final das contas, eu e família aprovamos. Percebemos que a grande parte das pessoas nem tomava café puro. Estavam embalados em cappuccinos, macchiatos, frappuccinos e outras misturas com base em café. Ainda bem que enfrentei as pré-concepções e arrisquei. Duro será manter financeiramente a nova forma de saciar o paladar...

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