quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Estio

Novamente às voltas com a ficção científica...

Por diversos posts reflito sobre a questão. Basta procurar por ficção, Asimov ou outro termo associado, neste blog. Natural para quem se diz aficionado?

Preocupações com o sonho humano, com sua habilidade em sonhar... Seria apenas a aspereza da contemporaneidade a nos exaurir e incapacitar, embrutecer?

Dia desses, li algumas opiniões a discutir os motivos do nosso atual estio científico ficcional. Giram em torno da tecnologia moderna, como eu já venho aventando.

Avançamos tão rápido tecnologicamente que nem temos tempo de vislumbrar o futuro? A velocidade nos dá poucas condições de entender plenamente o momento, poder conhecê-lo, para conseguir então projetar quais seriam os possíveis desenvolvimentos, ou quais desejaríamos.

Quem sabe, por outro lado, temos condições muito melhores de antecipar as inovações e os rumos a seguir, ao ponto de ficar sem graça "brincar" de adivinhar. Perdemos o lúdico em decorrência da sisuda certeza do advir.

Há quem culpe o ritmo da vida. Passamos tão rapidamente nossos dias que, quando nos damos conta, já é amanhã. Falsa sensação de viver continuamente o futuro! Para que então sonhar com ele, se está sempre tão "presente"? É questão de pouco tempo...

Também se postula a falta de conhecimento. Isaac Asimov, Carl Sagan, Júlio Verne eram, antes de mais nada, conhecedores da ciência e seus meandros. Acadêmicos profissionalizados têm hoje pouco interesse me especular sobre o mundo que deveria diverti-los?

Sem ciência ficcional ou mitologia popular sinto a humanidade um pouco menos humana. Prefiro uma outra versão, mesmo que assombrada por demônios. Mais graça e mais cor pontuavam os mistérios da vida, impulsionavam desejos de descoberta e sobrevivência.

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