quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Compras

Comprar on-line me assusta um pouco...

Indiscutível a praticidade oferecida pela compra através de meios eletrônicos. Já perdi noção de há quanto tempo faço uso destes mecanismos.

Do conforto de sua casa, em poucos minutos, desde que haja disponibilidade financeira e de estoque, você consegue encomendar praticamente qualquer item, de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora.

Sem falar da utilidade dos serviços de comparação de preços. Em poucos cliques, pesquisa pronta. Tudo bem que ficamos restritos há fornecedores cadastrados, mas quem não deseja boas referências?

Às vezes, vale até a pena pesquisar on-line, conhecer ao vivo e voltar para comprar na Internet. Porém já estão providenciando formas de aprimorar o contato com o produto, através de imagens 3D, opiniões de clientes, comparativos técnicos e simuladores virtuais.

Os prazos de entrega se encurtam constantemente. Se bem que, para que prazos mais curtos? Por exemplo, a Livraria Cultura oferece para parte de seu catálogo a entrega no mesmo dia, até às 21:00h, desde que o pedido seja feito até às 15:00h!

Compra feita, ansiedade formada. Pelo recebimento. Os sistemas de rastreamento de remessa minimizam os efeitos. Nos Correios visualizamos a trajetória de uma encomenda, posto a posto, por cada cidade que ela passar. Dependendo das distâncias, conhecemos os caminhos mais inusitados pelo país.

Quem mora em condomínios tem a facilidade de uma portaria 24 horas. Ao chegarmos em casa, lá está o porteiro com o item esperado. Dependendo do volume remetido e frequência de compras, a pessoa deve ficar imaginando o morador sentado no computador e não fazendo outra coisa, além de digitar constantemente o número de seu cartão.

Até abrir as encomendas gera um certo deleite. Na maioria dos casos, intricadas embalagens, preparadas para o bom acondicionamento e proteção. Tem relação até com o sentimento de posse, de conquista... Consumismo.

Reside aí o temor! Como as melhores teorias da conspiração, todo o engenho parece moldado a nos induzir ao consumo e nos consumir... Se as formas tradicionais já eram o terror dos consumistas compulsivos, imaginem com tantos atrativos tecnológicos e firulas.

Fácil, fácil, se bobearmos, estamos perdidos em meio a virtualidade. Sem o contato concreto, com dinheiro virtual e coisa que tais, há um esforço maior em manter a percepção, o senso, o equilíbrio. Sem demonizar aquilo que pode trazer bons frutos, estamos desafiados a nos manter conscientes. O susto inicial pode evitar consequências aterrorizantes.

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