Dá um trabalho, mas é bom demais!
Falando em aprendizado, de períodos bem pós-natais, uma hora chegam as papinhas. Pois é, não conseguimos viver eternamente de leite.
Em algum momento, temos que provar outros alimentos. Novos sabores, novas texturas, uma viagem rumo ao desconhecido. Imagino como seria no passado remoto...
Começa com as papinhas mais simples, com poucos elementos, para identificar se algum deles pode gerar um piriri. É melhor não arriscar.
Continua com elementos cozidos, beeeemmmm cozidos, para passar pela peneira e não restar nada sólido. Alguém imaginaria que fosse possível passar um pedaço de carne pelos furinhos da peneira? Haja cozimento...
Pouco tempo depois, as papinhas passam a ser apenas amassadas. Às vezes até ganham alguns fiapos, como de carne de frango ou verduras, ou umas pelotinhas maiores de batata ou cará.
Seja como for, em qualquer das fases, tudo tem de sempre ser fresquinho, feito no dia, senão na hora antecedente ao evento. Legumes e verduras frescas também. Sal quase nada e um pouquinho de azeite para incrementar. Descascar, cozer, amassar, descascar, cozer, amassar...
Aliás, põe evento nisso... Senta no cadeirão, ou em cima da mesa. Põe babador. Conquista a atenção. Vigia as mãozinhas. E vai, pacientemente, colherzinha por colherzinha, esperando a boquinha se abrir e degustar a bela refeição.
Esqueça de ter pressa. Ponha de lado nossa relação com nossa alimentação diária, ou com a tal história dos fast-foods. É um legítimo exemplar da onda slow food. Apreciar cada micro engolida, cada suspirar e cada tomada de fôlego, por menor que seja a quantidade.
Isso se ficarmos apenas no "céu de brigadeiro". De vez em quando, uma tossidinha, ou uma vontade de brincar, e lá vem uma chuva de gotículas alimentares. Babador nessa hora pouco adianta. Difícil conter sorrisos, ainda que necessário.
Pode demorar uma hora inteira, mesmo que seja apenas uma tacinha dessas de sobremesa. Tudo é aprendizado. Para um, a nova experiência de fonte de vida. Para outro, a contemplação da simplicidade e fragilidade da nova existência, carente de dedicação e atenção total.
Só aí percebemos como andamos distorcendo a noção de tempo. Nesta hora da papinha (hora mesmo) vivemos a eternidade. A troca de olhares e colheradas. Sorrisos, gracinhas e muita conversa. Pode dar o maior trabalho, do preparo à refeição, mas é inesgotável troca de carinho e amor filial.
Falando em aprendizado, de períodos bem pós-natais, uma hora chegam as papinhas. Pois é, não conseguimos viver eternamente de leite.
Em algum momento, temos que provar outros alimentos. Novos sabores, novas texturas, uma viagem rumo ao desconhecido. Imagino como seria no passado remoto...
Começa com as papinhas mais simples, com poucos elementos, para identificar se algum deles pode gerar um piriri. É melhor não arriscar.
Continua com elementos cozidos, beeeemmmm cozidos, para passar pela peneira e não restar nada sólido. Alguém imaginaria que fosse possível passar um pedaço de carne pelos furinhos da peneira? Haja cozimento...
Pouco tempo depois, as papinhas passam a ser apenas amassadas. Às vezes até ganham alguns fiapos, como de carne de frango ou verduras, ou umas pelotinhas maiores de batata ou cará.
Seja como for, em qualquer das fases, tudo tem de sempre ser fresquinho, feito no dia, senão na hora antecedente ao evento. Legumes e verduras frescas também. Sal quase nada e um pouquinho de azeite para incrementar. Descascar, cozer, amassar, descascar, cozer, amassar...
Aliás, põe evento nisso... Senta no cadeirão, ou em cima da mesa. Põe babador. Conquista a atenção. Vigia as mãozinhas. E vai, pacientemente, colherzinha por colherzinha, esperando a boquinha se abrir e degustar a bela refeição.
Esqueça de ter pressa. Ponha de lado nossa relação com nossa alimentação diária, ou com a tal história dos fast-foods. É um legítimo exemplar da onda slow food. Apreciar cada micro engolida, cada suspirar e cada tomada de fôlego, por menor que seja a quantidade.
Isso se ficarmos apenas no "céu de brigadeiro". De vez em quando, uma tossidinha, ou uma vontade de brincar, e lá vem uma chuva de gotículas alimentares. Babador nessa hora pouco adianta. Difícil conter sorrisos, ainda que necessário.
Pode demorar uma hora inteira, mesmo que seja apenas uma tacinha dessas de sobremesa. Tudo é aprendizado. Para um, a nova experiência de fonte de vida. Para outro, a contemplação da simplicidade e fragilidade da nova existência, carente de dedicação e atenção total.
Só aí percebemos como andamos distorcendo a noção de tempo. Nesta hora da papinha (hora mesmo) vivemos a eternidade. A troca de olhares e colheradas. Sorrisos, gracinhas e muita conversa. Pode dar o maior trabalho, do preparo à refeição, mas é inesgotável troca de carinho e amor filial.
Um comentário:
Melhor ainda deve ser perceber que nessa fase as crianças não torcem o nariz para as verduras e legumes.
A fase da papinha devia ser para toda a vida!
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