Provavelmente, todos os anos parabenizarei a cidade de São Paulo, esfuziantemente. Inevitável a um paulistano apaixonado por sua cidade.
Digam o que quiserem, mesmo com seu frenesi, seus congestionamentos, esse gigante de concreto e almas tem muita beleza e vida para mostrar.
Inegável potencial, sem dúvida há muito para melhorar. Cidadãos por todos os cantos, com suas necessidades, suas carências, terminam esquecidos no agitado turbilhão metropolitano.
Quem sabe a cidade não guarda algum paralelo com seu patrono: São Paulo? De repente, ela vive uma história que culminará em grande transformação...
Um belo dia, com suas engrenagens a todo vapor, ela ouvirá uma voz vinda dos céus: "Paulo, Paulo, por que me ignoras?". E ela responderá: "Quem és Senhor?".
Ao ouvir a resposta, se defenderá dizendo que jamais o ignorou. Em pouco tempo descobrirá. Cada vez que esqueceu, abandonou, cada um dos pequeninos irmãos indefesos espalhados pelas noites frias de suas ruas, foi a ele que esqueceu.
Nós somos essa cidade. Sem nossa presença, resta apenas concreto imóvel, inerte, incapaz de mudar qualquer cenário. Toda vez que achamos normal uma criança faminta pedindo no farol, ou pior, quando ficamos com medo, somos nós a ignorar o chamado da vida.
Como exemplo, como guia, poderíamos ouvir muitas das célebres palavras do apóstolo. Inspirados por ele, trilharíamos caminhos melhores e mais humanos. Assumiríamos como lema sua frase: "Se eu não tiver amor, eu nada sou senhor!". Talvez isso esteja mais próximo da cidadania.
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