quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Urgência

Sabemos discernir corretamente o urgente do importante?

Imersos no pragmatismo contemporâneo, sobrevalorizamos as urgências em detrimento das importâncias. Sufocamos com as pressões da necessidade imediata.

A inevitabilidade do atendimento jamais deveria pautar nosso foco, nosso dispêndio de energia. Se urge, deve ser resolvido, o mais breve possível e pronto.

Devemos contar com ferramentas suficientes para realizar a tempo a intervenção. Mecanismos previamente preparados para impedir que negligenciemos tais demandas imediatas.

Justamente por isso mantemos o foco no planejamento, nas diretrizes de longo prazo, eficientes na condução equilibrada de nossos atos, naquilo que importa.

Comportamento útil em todas as esferas da vida, profissional ou pessoal, acadêmica ou esportiva. Sem a consciência das concretas importâncias, vagamos de pressa em pressa, sem tempo para nada.

Sintoma resultante: a comum resposta à pergunta "Como vai?". "Tudo bem, na correria!". Brinca certo amigo, ao ouvir tal resposta, "Para onde?". Normalmente, as pessoas estão correndo, sem muita perspectiva de seu destino, do porto de chegada, das metas a atingir.

Ninguém deseja aqui desacreditar a necessidade de socorrer, acudir, sanar em situações emergentes. Por outro lado, o desejo é reforçar, destacar, a necessidade de cuidar, valorizar, atender, acompanhar. Os valores importantes se cultivam paulatinamente, nos atemos continuamente.

Qual maior importância do que atenção e carinho aos filhos, à família? Insuperável. Como imaginar maior cuidado com o próximo caído, enfraquecido, esquecido? Impossível ocultar a suma importância da humanização e do amor.

Mesmo no âmbito profissional, o cuidado com suas responsabilidades e incumbências requer carinho e dedicação. Temos de nos preparar para remover as urgências do caminho, com controle e eficiência. Caso contrário viver em função da urgência pode nos colocar em situação de emergência.

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