domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pureza

Visando a perfeição, buscamos a pureza.

Para um preceito ancestral, embutido na natureza humana... Associamos uma ideia de purificação, de limpeza, a algo melhor, aprimorado, sem máculas ou imperfeições.

Culturas e civilizações inteiras almejaram a tal pureza e, para isso, elaboraram códigos de leis e condutas. Elaboradíssimos, complicados ao ponto de qualquer pessoa comum ter dificuldades para conseguir cumpri-los.

Vinculados a questões de aspecto físico, se preocupam com condições de nosso corpo. Sugerem uma fuga dos "medos" da vida, associando-os a sangue, morte... As mencionadas "imperfeições".

No dever de seu cumprimento, segregam incondicionalmente os impuros. Marginalizam quem não dispõe de condições no cumprimento das regras, ou nem ao menos consegue compreendê-las. Mecanismo desonesto para o privilégio de poucos.

Como se os elementos da vida pudessem ser separados. Como se houvesse mérito ou demérito nas casualidades do destino. Como se os ciclos naturais, os fatos da existência, fossem questão de escolha. Isso tudo sem se ater a qual pureza de fato importa.

Inevitável escolher a pureza da alma e do coração. A pureza de intenções e princípios, de escolhas a nortear o dia-a-dia. O prumo para discernir entre dois caminhos, duas alternativas, todas as vezes que nos forem apresentados.

Dom a ser preservado! Nascemos assim. Recuso-me a acreditar o contrário. Perdemos essa essência aos nos deixar levar pelas vicissitudes do cotidiano. Permitimos a corrupção do espírito humano, em troca da comodidade e conforto da condução pela corrente do rio.

Descobrir a beleza de tal pureza passa pelo encantamento com a sinceridade, a fraternidade e a simplicidade. Em meio às escolhas possíveis, vale a aposta escrita por Gonzaguinha: "Eu fico com a pureza da resposta das crianças. É a vida, é bonita e é bonita..."!

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