A filosofia vai onde o povo está!
De todos os lugares, quer melhor lugar do que um cemitério? Confrontar o destino final de todos, de vez em quando, supre nossos estímulos à reflexão.
Imaginem o confronto diário, então... É o caso do coveiro Osmayr, no Cemitério do Araçá. Adivinhem qual sua formação... Bacharel em Filosofia, pela Universidade Mackenzie.
Entre as minhas atualizações de leitura, do acúmulo pelo período de férias e pós-natal, encontrei a matéria sobre o inusitado personagem na revista Época São Paulo, do mês de julho.
Escolha acadêmica oportuna. Louvável seu esforço em procurar formação. Feliz a escolha, mesmo sem abandonar a profissão anterior. Aliás, abandoná-la para que? Provocaria a perda irreparável de material de estudo.
Cotidianamente ele é compelido a observar a natureza humana em seus momentos mais difíceis. Quem sabe por isso possa se tornar mais insensível. Talvez isso o transformou num cético, feito o alemão Kant, como ele mesmo afirma.
Ciente de sua condição, aprimorada por seus exercícios, revela notável profissionalismo em sua atuação. Em suas próprias palavras, "não pode estar tão presente de modo que a atenção se volte para ele. Também não posso se mostrar tão ausente de modo que não se perceba o que está fazendo. Pois o ato de sepultar, no Ocidente, é um ato importante, é um ato de misericórdia. Como diz a Bíblia, é necessário devolver o corpo ao Senhor".
Humano, não deixa de citar Machado de Assis para confirmar a opinião popular: "basta morrer para ficar bonzinho". Mais humano ainda, confessa a emoção do dia em que uma criança lhe pediu de volta o pai a ser sepultado. As lágrimas da pequena molharam as costas de sua camisa e encharcaram de comiseração sua alma. Chorou alto naquele dia.
Caldo da cultura de uma metrópole, o coveiro filósofo expressa e convive com as angústias mundanas. Conduz corpos ao sepulcro e almas ao reino do pensamento. Manipula o concreto e o imaterial no mesmo instante. Produz o movimento no manto do fluxo etéreo da existência. Ah, dona filosofia...
De todos os lugares, quer melhor lugar do que um cemitério? Confrontar o destino final de todos, de vez em quando, supre nossos estímulos à reflexão.
Imaginem o confronto diário, então... É o caso do coveiro Osmayr, no Cemitério do Araçá. Adivinhem qual sua formação... Bacharel em Filosofia, pela Universidade Mackenzie.
Entre as minhas atualizações de leitura, do acúmulo pelo período de férias e pós-natal, encontrei a matéria sobre o inusitado personagem na revista Época São Paulo, do mês de julho.
Escolha acadêmica oportuna. Louvável seu esforço em procurar formação. Feliz a escolha, mesmo sem abandonar a profissão anterior. Aliás, abandoná-la para que? Provocaria a perda irreparável de material de estudo.
Cotidianamente ele é compelido a observar a natureza humana em seus momentos mais difíceis. Quem sabe por isso possa se tornar mais insensível. Talvez isso o transformou num cético, feito o alemão Kant, como ele mesmo afirma.
Ciente de sua condição, aprimorada por seus exercícios, revela notável profissionalismo em sua atuação. Em suas próprias palavras, "não pode estar tão presente de modo que a atenção se volte para ele. Também não posso se mostrar tão ausente de modo que não se perceba o que está fazendo. Pois o ato de sepultar, no Ocidente, é um ato importante, é um ato de misericórdia. Como diz a Bíblia, é necessário devolver o corpo ao Senhor".
Humano, não deixa de citar Machado de Assis para confirmar a opinião popular: "basta morrer para ficar bonzinho". Mais humano ainda, confessa a emoção do dia em que uma criança lhe pediu de volta o pai a ser sepultado. As lágrimas da pequena molharam as costas de sua camisa e encharcaram de comiseração sua alma. Chorou alto naquele dia.
Caldo da cultura de uma metrópole, o coveiro filósofo expressa e convive com as angústias mundanas. Conduz corpos ao sepulcro e almas ao reino do pensamento. Manipula o concreto e o imaterial no mesmo instante. Produz o movimento no manto do fluxo etéreo da existência. Ah, dona filosofia...
2 comentários:
Cara, eu nem sei o que procurava quando achei seu blog. Mas gostei muito do teu texto e abordagem.
Agora, por favor, me diz quem é o autor daquela genial charge do Coveiro Lívido. Coisa fina!
Shoutin,
Ao clicar nas imagens dos posts, você será direcionado ao site que as hospeda.
É a única pista conhecida das imagens...
Grato pelos comentários!
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