sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Acaso

Reféns do acaso, nem imaginamos quanto lhe devemos.

Anteontem reassisti "Match Point", de Woody Allen. Oportunidade excelente para relembrar, retornar a consciência, como gostam os americanos, "realize", a influência da sorte em nossos rumos.

Sorte sinônimo de destino. Comumente as pessoas associam sorte com boa sorte. Ledo engano, pois há tanto boa como má. Depende da perspectiva dada ao nosso destino.

Pensando bem, dentre 300 milhões de semelhantes, por acaso chegamos ao óvulo, mesmo acreditando ser por nossas excelentes qualidades genéticas.

Reunidas as boas condições, o acaso ainda determinará se nos fixaremos na parede do útero materno, ou não. Ato mais improvável do que pode sonhar nossa vã filosofia. E tudo isso no ínfimo tempo de início da vida...

Sonho dos profetas apocalípticos, um grande corpo celeste pode colidir com o planeta e causar grandes estragos? Gostaríamos que não, mas pra felicidade deles o acaso pode providenciar.

Na verdade, já providenciou, em 1908. Naquele ano, um grande objeto caiu na Sibéria, destruindo 2.000 km2 de floresta. O acaso ao menos providenciou uma área desabitada para o evento, mas seus efeitos foram sentidos em regiões muito distantes.

Como mencionado no próprio filme, um grande segredo na vida e estar ciente do poder do acaso. Controlamos ligeiramente os rumos, com pequenos toques para corrigir algumas trajetórias, mas o grande motor jamais será domado.

Conscientes de nossa mísera situação, seguimos. Que mais nos resta? A maravilha ocorre com a apreciação dos presentes enviados pelo acaso. Qualquer outra ocorrência é conseqüência... Controlar o tempo, a natureza, manipular a vida habita somente na casa dos deuses. Mas aí é outro caso...

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