domingo, 3 de agosto de 2008

Desequilíbrio

Como entender um mundo em que há carestia e epidemia de obesidade?

Observamos através da mídia, pelo mundo, o grave problema da produção de distribuição de alimentos. Questão crescente, temos dificuldade de enxergar o fim do túnel.

Aumento de demanda? Mudanças climáticas? Concentração de renda? Possivelmente, a conjunção destes fatores leve ao desfecho assistido por todos nós.

Por outro lado, mesmo no Brasil, nem um pouco menos afetado pela fome, há um alto índice de pessoas acima do peso. Bom sinal de fartura, dos bons ventos vividos pelo país? Ou reflexo da má distribuição de elemento tão prolífero em nossa terra: comida.

Maslow, em sua proposta da hierarquia das necessidades, aponta as fisiológicas como primordiais. Quem tem fome ou sede jamais terá condições de suprir outras necessidades humanas.

Podemos dispensar muitas regalias de nosso cotidiano, mas pão e água, ao menos, são indispensáveis. Temos curtos prazos para suprir tais demandas... Como tantos conseguem sobreviver com tão pouco, por tanto tempo? Distantes de subsistência ou de sobrevivência, se assemelham muito mais detentores de sobrevida...

Injusta sensação de desequilíbrio. Causadora de verdadeira fome e sede de justiça. Atropeladas os ritmos da fisiologia do corpo, é a "fisiologia"da alma que acaba por ser atingida. A negação de preceitos essencialmente básicos desfoca a imagem do irmão presente no outro.

Com tantas soluções no planeta, muitas oriundas do farto e promissor mundo do agronegócio, há de existir alternativa para equilibrar a situação. Uma solução conciliadora das necessidades comerciais e humanas dos envolvidos, fornecedora de condições para a boa e igualitária distribuição de recursos.

No cerne de nossa natureza há o bem indispensável para enfrentar tamanho desafio. Bem duradouro e indiscriminadamente disponível. Capaz das maiores conciliações e concessões. Dom gratuito da providência: o amor humano.

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