quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Professor

Salve, mestre!

Talvez devêssemos gritar: "Salvem os mestres"! Há mais de um ano eu refletia, em meio a essas linhas, sobre a valorização dos professores em nossa sociedade.

No dia celebrado em sua homenagem, a sensação é de pouco mudança. Algumas conversas com crianças, outras com universitários, nos últimos tempos, mostram um cenário desolador...

"Escolinhas" difundidas por toda parte, certamente deixam a margem os mais bem vocacionados lecionadores de nosso meio.

Nos anos 60, em "Ao Mestre com Carinho", Sidney Poitier encarnou o tal mestre, a enfrentar as agruras de seu tempo e sua sociedade.

O tempo passou, os contextos são diferentes, mas o drama do educador só se acentua, pelo mais diversos motivos. Estaremos fadados a um fim inglório de ausência de alguém a admirar?

Na quinta série (será que ainda é assim?), minha professora de História nos acompanhava com maestria pelo corredores do acontecimentos da humanidade. Impossível esquecer os Etruscos e Bretões, Hunos e outros bárbaros, num desenrolar fascinante de acontecimentos.

Como negligenciar, em meio ao Bacharelado em Física, as belas pinturas apresentadas pelo professor de Física Matemática? Enroscados em imensas equações diferenciais, o guia estava sempre presente, a nos ensinar a aprender!

Lá pelas tantas, no primórdios do bacharelado em Ciência da Computação, lembro a luz daquele que ensinava Língua Portuguesa, sem precisar falar de gramática ou sintaxe diretamente. Vivíamos o idioma através de envolventes redações.

Minha tia (e madrinha) foi professora primária por toda vida. Professora rural, trabalhava nas escolinhas do interior, de sua cidade, sendo a dedicada "fessora". Doação de uma vida na educação de classes mistas, com diversas matérias e idades, muita dificuldade, mas imenso amor ao ensino. Uma multi-professora!

Devem existir outros por aí. Precisam ser encontrados e resgatados. Ser regra e não exceção. Sem mestres, não há discípulos. Sem discípulos, sem futuros mestres. Resta o nó na garganta, do grito de apelo: Socorro! Salvem-nos!

Hoje é dia de celebração. Vale deixar os assuntos espinhosos para perseguir nos restantes 364 dias. Com sincero carinho, aos mestres eternamente presentes em minha vida, deixo um enternecido "Muito Obrigado"!

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