quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Corredores

Lutamos e nos contentamos com pequenos sucessos.

Pequenos nas dimensões físicas, mas imensos em esforço e dedicação para conquistá-los. Testamos os limites humanos constantemente e galgamos pequenos degraus continuamente.

Os jogos olímpicos já se foram há quase dois meses. Atletas elevados ao Olimpo, alçados ao seleto grupo dos deuses. A simples conquista de classificação para participar dos jogos é sinal de superioridade esportiva.

De todas as categorias, a disputa dos 100m rasos é considerada o símbolo máximo do esporte olímpico. Tão pouco espaço, tão pouco tempo, enorme disputa.

Desde sua primeira edição, em 1896, os tempos da prova vêm sendo baixados. Recorde sobre recorde, em busca dos menores tempos possíveis.

A enorme diferença obtida, em mais de 100 anos, ainda está longe de 4 segundos! Lá no passado, a corrida era concluída em cerca de 12 segundos. Atualmente, com muito esforço, se superou a marca dos 9 segundos...

Mesmo comparada à marca da última paraolimpíada, as diferenças são bem pequenas. Recordista, o brasileiro Lucas Prado, obteve tempos próximos aos 11 segundos! Considerando sua deficiência, é uma marca muito próxima de um corredor sem restrição alguma.

Há quem se pergunte até quanto estes tempos poderão ser reduzidos... Ainda assim, estamos longe da velocidade atingida por animais na natureza. Enquanto nossos velocistas estão na faixa dos 45 km/h, uma guepardo consegue 112 km/h e um antílope 96 km/h. E nosso esforço é enorme!

Humanos, somos assim mesmo. Criamos nossos mitos, nossos objetivos e nos deliciamos em concorrer, competir, fomentar um universo de relações e desafios. Pouco importam as dimensões absolutas da conquista. Muito mais valor existe no empenho pela superação.

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