quarta-feira, 25 de junho de 2008

Gratuito

"De graça até injeção na testa".

Se as pessoas aceitam até algo doloroso, somente por ser gratuito, imagine se o item em questão for um iPhone... Seus concorrentes terão muito para se incomodar.

Caso os rumores se confirmem, Steve Jobs está a ponto de causar esse incômodo para muita gente. Tamanha bondade em troca de parte do faturamento das operadoras.

A recente redução de preços já complicou a situação. Mesmo com valores mais altos, e bloqueio de operadores, facilmente transposto, ele é sucesso no mercado brasileiro, antes até de seu lançamento oficial.

Pelo mundo, inúmeras unidades vendidas, num sucesso estrondoso, jamais visto. Até o Blackberry, imbatível para o uso de e-mail, tem cedido as pressões do forte concorrente. A potencialização de funções, do produto da Apple, desequilibra qualquer disputa.

Chegando a custo zero, qual motivo teríamos para adquirir qualquer outro modelo, de qualquer outro fabricante? Na hipótese de outros fornecedores adotarem a mesma estratégia, ainda assim qual seria a nossa escolha?

Os artistas da computação contemporânea não atuavam originalmente na área de telefonia celular. Seu êxito é devido a toda sua inovação e inventividade, com a ajuda de seu porte e suporte financeiro, conquistados em outras paragens. Como ficam as questões éticas e leais?

Companhias de telefonia celular só se sujeitarão a tal situação pela força de venda do aparelho. Ganham todos em princípio: a Apple com a participação, a operadora com o aumento do número de usuários e o consumidor com um primor tecnológico de graça.

Tanta gratuidade concede novos significados para "massificação". Ao invés de transformar os consumidores em uma grande massa, são as grandes massas que estão alterando a relação entre os fornecedores.

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