domingo, 15 de junho de 2008

Colheita

Se há trabalho no campo, por que há escassez de trabalhadores [1]?

É inegável o tamanho da messe, tal qual é a falta de pessoas vocacionadas a servir para seus cuidados. Há anos a busca por renovação no grupo de operários é perseguida, mas o passar do tempo não revela a evolução necessária.

Será que o trabalho é tão duro, para afastar o desejo de se engajar? Mesmo que pesado fosse, a recusa demonstraria a fraqueza de nosso grupo em formar pessoas com valores para enfrentar a labuta.

A desesperança poderia ser outro fator a influenciar. Quando a safra parece desandar, é preciso persistência para fazê-la render. Seria compreensível o desânimo... Só não seria humano. Somos resilientes!

Comumente é necessário um líder, para conduzir os grandes grupos, inspirá-los. Faltam líderes? Em princípio, não. Com pouco esforço poderemos encontrar diversos deles, lutando por sua plantação.

Divulgação é importante. Se não soubermos da oferta, não haverá procura. Novamente basta viver e ter contato com as mais diversas oportunidades para o trabalho. Só estando em outro mundo, em outra realidade, estaríamos alienados de sua existência.

Eventos passados, com maus resultados, despertariam a desconfiança. Com o insucesso certo, que motivos teriam para se arriscar? Idealistas suficientes há para não faltar mãos que acreditem, apesar de qualquer histórico, qualquer adversidade.

Sua gratuidade acaso atrapalha? Estaríamos nos esforçando para não receber nada? Em verdade, talvez falte perceber o valor verdadeiro, o prêmio real. Um prêmio certamente muito maior, acima das necessidades individuais de qualquer, suficiente para toda a comunidade.

Difícil entender, então, a raridade de candidatos a semeador ou colheiteiro. A reflexão nos mostrará alternativas e revelará nossas inconsistências, nosso manto sobre a visão. Deve apenas faltar aprender a refletir e assumir com coragem nossa vocação.

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