quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pangéia

O passado a Deus pertence, também?

Assim como o futuro, nós, de nosso hiato presente, podemos apenas sonhar. Arqueologia e suas vertentes tratam um pouco de sonho.

Bombeiro, astronauta, médico, várias destas profissões são o desejo de muitas crianças. Arqueólogo talvez o seja, depois do advento de Indiana Jones.

Esqueçamos a polêmica de seu comportamento, ao "roubar" tesouros culturais de diversos locais do mundo, para transportar a museus de países ricos. Viver aventuras, em locais distantes, cercado de mistérios e enigmas, é algo muito atraente.

Sabemos que a vida do arqueólogo é mais sisuda e trabalhosa do que isso. Muito trabalho sujo, literalmente, quando atua em campo, muita pesquisa, investigação e abstração, em sua atividade intelectual para recriar o nosso passado.

Há sempre uma dose de fé para acreditarmos em suas teorias. Parecem-nos tão distantes os fatos que, apesar de datações com Carbono 14, e outros métodos científicos reconhecidos, qualquer afirmação soa recheada de muita imaginação. Será que aquele tal povo, vivia como diziam, comia o suposto, acreditavam no descrito?

Se de nossas vidas e costumes já é surpreendente a reconstituição, como não será com o conceito do Pangéia? Supor toda a extensão de terra firme aglutinada em um único continente gera certo deslumbramento. Pensar em quanto o manto terrestre pode se mover, torna tudo menos estático...

Em matéria de sua edição deste mês, a revista Galileu traz a notícia que caminhamos para o Pangéia novamente. Segundo afirmam os cientistas, o processo é cíclico! A movimentação da crosta terrestre é contínua e tende a se ajuntar, com posterior separação e novo recomeço.

Estamos nos movendo a 15mm por ano! Quem será o indivíduo responsável por obter essa medida. Parece até piada para estagiário: vai lá e observa o deslocamento do continente. O assunto é tão sério que se analisa até mesmo a direção do movimento. Vários modelos são discutidos, tentando prever quais as possíveis configurações finais.

E seguimos na procurar do auto-entendimento, mesmo que pelos passos de nosso planeta. Curioso descobrir que tanta preocupação não terá tantas testemunhas assim. O final do processo deve ser só daqui a 250 milhões de anos. Muito tempo, para quem nem sabe se o planeta sobreviverá os próximos 100 anos, com as atuais mudanças climáticas.

Assim como o passado, o futuro só a Deus pertencerá.

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