quarta-feira, 2 de abril de 2008

Medo

Você tem medo de quê?[1]

Em toda a natureza, certamente somos a espécie mais medrosa. Não me refiro a receio instintivo ao perigo, ao risco de integridade ou de vida (ou de morte, como preferem os novos manuais de redação).

Somos cheios de medos, daqueles infundados, pelo menos conscientemente. Algo como um presentinho da natureza, para fins misteriosos. Sabe aquele brinde grátis, inútil para tantos coisas, mas prestativamente revelado em outras?

Nossas fobias são tantas que necessitam de catalogação. Batizadas com nomes nada simpáticos, metem medo só de pronunciá-los. Heresifobia, Aeronausifobia, Cipridofobia, Estasibasifobia, Hipopotomonstrosesquipedaliofobia: são de meter medo em qualquer um!

O mais comum que conheço é o medo de fantasma. Para alguns espíritos, entidades, almas penadas, manifestações ectoplásmicas, o nome pouco importa. Sempre vem aquela sensação de alguém nos observando, quando estamos sozinhos, principalmente à noite.

A culpa é do pequeno Haley Joel Osment, quando começou a pronunciar "I see dead people", no filme "Sexto Sentido". É só mas um dos ingredientes para fomentar nossos medos, assim como os Fredies, Jasons, Gritos, etc.

Outro medo curioso é o de pequenos insetos. Como podem proporcionalmente monstruosos seres humanos temerem pequenas vidinhas, na sua maioria invertebrados? Só mesmo algum curto-circuito em nosso sistema cerebral para justificar.

Pessoas em pânico ganham poderes sobre-humanos. Conseguem obter força e velocidade nunca antes vista. O medo alimenta alguma usina de energia atômica, que nos impulsiona, nos move bruscamente como nunca.

Medo todo mundo tem, está nas nossas entranhas humanas e em algum canto sombrio da sala. É inevitável. Coitados daqueles que tiverem medo de ter medo...

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