quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Questionar

Questionar é preciso. Responder não é preciso.

Certamente ouvirei protestos de um amigo blogueiro com a minha afirmação acima, mas um pouco de sua calma será suficiente para entender a divergência e até colaborar com um comentário.

O inquieto espírito humano necessita questionar. Somos alimentados pelas dúvidas em nossa evolução. Ao perguntar, desvendamos o mundo.

Quem não questiona mais deve ficar preocupado...

Como a eletricidade funciona? De onde vêm os raios? Qual a minha missão? Por que vivemos juntos? Trabalharei a vida inteira? Por que o céu azul? Como a formiga é tão forte? O vento vem de onde? Por que tantos porquês?

Em nossa infância o espírito porqueista é mais inflamado. Não deveríamos curar essa inflamação. Quem a mantém pela vida permanece inspirado, vivo, humano.

O que não diria a pequena Sabrina-Quer-Saber? Ela sabe bem o que é viver!

Responder já é incerto, por si só. Uma resposta jamais é definitiva. Qual a graça de uma resposta precisa, a liquidar qualquer assunto? As respostas são boas quando conduzem, dão continuidade ao caminho, a busca.

Sempre buscaremos respostas, são essenciais, embora incertas. É uma relação bilateral, ancestral, indissociável: perguntas e respostas. Umas não fariam sentido sem as outras, apesar de nem sempre terem sentido entre si. Há muitas respostas para a mesma questão. Há diversas questões para a mesma resposta.

Aprendi com um arguto mestre a melhor questão para excelentes e longas respostas: E...?

Elaborar as respostas é o prato principal. Ao término, com elas bem acabadas, é o momento de maquinar novamente, principalmente apoiados nas últimas idéias desenvolvidas. Assim vamos enxergar mais longe, apoiados sobre ombros de gigantes.

De questão em questão, sempre a espera de uma nova resposta, apóio-me sobre o ombro do grande poeta Fernando Pessoa, para lembrar que: "Navegar é preciso; Viver não é preciso.". Por que?

3 comentários:

René disse...

Olá Evandro! Primeiro, continuo a dar os parabéns pelo seu blog! Os diversos assuntos tem uma riqueza de informação muito originais. Bom, quanto a "questão do questionar" sobre o meu blog, é necessário dizer que a palavra "preciso" que está no título, não tem a ver com a ação ou com o verbo "precisar". E sim, tem a ver, com o substantivo precisão. Ou seja, ser objetivo, ser certeiro. Com isso quis dizer que nossos questionamentos podem vir das dúvidas mais profundas do nosso ser que, muitas vezes, não são nada objetivas, mas nem por isso deixam de ser necessárias para ter uma vida melhor, além do mundo real que nos rodeia. Quando os navegadores portugueses diziam Navegar é preciso, viver não é preciso é justamente isso que eles queriam dizer: Sem a precisão dos cálculos marítimos e estelares, não se chega a nenhum lugar com seu barco! E viver é algo muito amplo, tão amplo que não requer nenhuma precisão e deve ser o contrário disso. Ai do homem racional e metódico que sempre deseja ser preciso em tudo! Viver é muito mais que isso. É isso o que os navagadores portugueses e o poeta queriam dizer quando deixaram essa célebre frase para a humanidade.

Evandro disse...

René,
Entendo plenamente sua colocação e quis brincar justamente com isso.
Compreendo a questão da precisão e o meu "trocadilho", com você e com os portugueses, é a mistura de necessidade com precisão.
Não me explico muito, pois deixei as respostas para cada um, se elas exisitirem...
Obrigado pela constante colaboração.
Um grande abraço!

René disse...

Então peço desculpas, Evandro! Eu não havia entendido... O motivo é que criei um título um tanto confuso e já haviam me questionado sobre ele... E eu sempre tinha que explicar...