quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Samba

"Quem não gosta de samba,
bom sujeito não é,
é ruim da cabeça,
ou doente do pé"


É comum a magia do samba tocar as pessoas. Mesmo os mais avessos ao gênero, quando fazem contato com os melhores representantes da música, se deixam levar e apreciam.

O gênero guarda grande intimidade com nossas raízes culturais. A proximidade é tanta que arrisco supor uma intensa e intrínseca conexão com o ritmo, existente em todo brasileiro.

Comprei e ouvi essa semana o último CD de Maria Rita, "Samba Meu". Neste trabalho, a cantora interpreta sambas inéditos de grandes compositores, contando ainda com a participação especial da velha guarda da Mangueira.

De maneira geral, o trabalho é bom, nos conduz em suas escolhas, como os outros anteriores da intérprete. Talvez pela certa falta de novidade, é meio arrastado no começo, um pouco monótono, repetitivo. A mudança ocorre após a faixa "Tá Perdoado", uma de suas músicas de trabalho.

A partir deste ponto, a variedade de interpretações e ritmos, bem ao estilo da cantora, agrada bastante.

Além da boa música, o CD motivou o conhecimento de um pouco mais sobre o estilo musical. Revelou-me um samba que, apesar de familiar, surpreendeu como um desconhecido inusitado e complexo de maneira interessante.

Aquilo chamado 'samba' se estende por diversas nuances, demonstração clara da diversidade de influências e contribuições das mais diversas culturas em sua formação. Lembra-se até o fato de a Bossa Nova ser um estilo de samba, de um jeito novo.

É interessante que, de certa forma, a cantora sempre flertou com o ritmo, afinal seu estilo musical tem a assinatura da Bossa Nova, por herança ou opção.

De desagravo só mesmo a escolha do nome do CD. 'Samba Meu' possui um tom individualista, um tanto egoísta, sobre um tema tão difundido entre nós. A escolha pode ter seus motivos, mas me agradaria muito mais um 'Samba Nosso'.

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