quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Superação

Cabe aos filhos superarem seus pais. Caberá mesmo?

Em uma entrevista na televisão, Luis Fernando Veríssimo mencionou o quão difícil era ter o pai que tinha, Érico Veríssimo. Por muito tempo viveu a sombra da obra de seu pai, afinal como fazer mais do que um grande mestre da literatura brasileira?

Mais do que desafiar nossos pais, queremos deixá-los orgulhosos de nós e para isso desejamos fazer mais. Há também um resquício do desafio adolescente, de se mostrar capaz.

A proximidade, por si só, já gera a comparação. Desde quando somos pequenos são comuns as frases como: "É a carinha do pai!", "Tem os olhos do meu marido." ou "As feições são da família do meu esposo". Começamos nossa história de herança pelos traços físicos, pela nossa genética.

Conta também a imagem de nosso herói, formado durante nosso amadurecimento. Há heróis da coragem, heróis da força, heróis do saber e os heróis do amor. Seja como for, algum traço, ou muitos, são modelos a nos guiar e inspirar, além de orgulho por ser seu filho.

Com o passar do tempo surge a necessidade de retribuir, de agradecer ao demonstrar o quanto somos sucesso de seu empenho. Há algum mecanismo inato nos entusiasmando quando atingimos nosso objetivo. É muito bom ouvir de nossos pais palavras de incentivo e reconhecimento.

Humanamente fazemos o mesmo com os ícones do passado. Espelhamo-nos em grandes nomes da história da humanidade para definir metas a alcançar. O problema será nos desanimarmos frente à grandiosidade dos antepassados. É essencial auto-estima e certa abertura para não se deixar levar por esse peso e prosseguir.

Acima de tudo, independentemente da superação ou não, de seguirmos como esperado ou não, devemos viver plenamente nossa relação com nossos pais. O amor em família é insubstituível!

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