sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Caixinha

Quem nunca sacudiu uma caixinha de água de coco, que atire a primeira pedra!

Pois é, estamos tão acostumados com as embalagens de sucos "naturais", achocolatados (ou seriam "açúcarenlatados"?), iogurtes, que o ato falho é inevitável: ao pegarmos uma caixinha de água de coco, não resistimos em balançá-la, mesmo sem necessidade.

É uma boa mostra de como nosso comportamento pode ser condicionado. O condicionamento foi feito ao longo do tempo, com aquelas mensagens impressas nas caixas longa vida: "agite antes de beber".

Percebemos que depois de certo tempo, de tanta "agitação", nem lemos mais a mensagem e saímos agitando.

Menos mal quando o alvo de nosso ato mecânico é uma embalagem de alimentos. Muitas pessoas desenvolvem atos mecânicos em relacionamentos pessoais. Um bom dia automático, um como vai cotidiano, um saúde sem muito pensar.

Os desejos e cumprimentos robotizados seguem uma evolução tão vertiginosa que podem ser confundidos com retórica. Infelizmente, isoladas e retóricas as pessoas caminham para uma conexão social muito menor, bem diferente do pretendido com a tal educação "em caixinha".

Refletir sobre seus atos e sentimentos não faz mal a ninguém. É salutar o desenvolvimento de comportamentos bem educados e preocupados, mas de verdade. Seria bom refletirmos sempre sobre nossas mensagens sociais e ver se não precisamos ser mais verdadeiros.

Agitaremos mais a vida com uma atitude mais consciente, afinal as pessoas não estão embaladas para longa vida, nem disponíveis em prateleiras para consumo.

Um comentário:

Meerstempel Badist disse...

É necessário uma boa agitada no relacionamento, mesmo que ele seja feito de água de coco.