quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Rondon

Heróis épicos são personagens escassos, dadas as dimensões de suas histórias.

Em tempos modernos, eles parecem escassear mais ainda. Contamos em nossa história recente com ao menos um: Marechal Cândido Rondon.

Nascer no século XIX, descendente de índios de várias etnias, órfão precocemente, é um desafio digno para a biografia de um valente personagem nacional. As primeiras barreiras a desbravar são as do preconceito e falta de oportunidade.

Sua epopéia continua com uma formação militar e plural, mesmo que alguns considerem os dois adjetivos incompatíveis. A formação lhe garantiu condições de desenvolvimento e sustento, através de sua gratuidade e o rendimento de um soldo.

Durante sua vida recebeu, e realizou, missões árduas e gigantescas. Lançou linhas telegráficas pelo interior do país (só no período de 1907 a 1909, percorreu 5.666 quilômetros). Demarcou fronteiras longínquas. Contatou e protegeu tribos indígenas desconhecidas e distantes. Realizou expedições de exploração da Amazônia. Defendeu e combateu governos.

Devido a sua importante e extensa folha de serviços, foi homenageado das mais diversas formas. Medalhas, títulos militares, batismo de ruas, rodovias, cidades e até mesmo de um estado. Próximo do fim de sua caminhada, chegou a ser indicado ao prêmio Nobel da Paz.

A integração nacional e a evolução do país deve muito a colaboração desse brasileiro, autêntico em sangue e alma. Como destaque especial, buscou suas origens ao conhecer e proteger os povos indígenas, sem nunca usar de violência.

Resultado da crença no positivismo ou do amor mais profundo a seu povo, seu exemplo é ícone dos heróis esquecidos em nosso país. Esquecidos não apenas pelo pouco contato com sua biografia, mas pela pouca importância dada por seus valores de unidade, fraternidade, avanço e patriotismo.

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