quinta-feira, 16 de abril de 2009

Privada

"Água mole em pedra dura..."

No caso da prefeitura de Salvador, seria mais adequado na expressão a substituição de água por urina. Isso mesmo, Scooby-Doo, xixi! Segundo as notícias, uns xixis custarão R$ 500 mil.

Esse é o custo para recuperação das estruturas de um viaduto, prestes a cair, corroídas pela acidez do desafogar de inúmeros soteropolitanos transeuntes.

Meu tio possuía um caminhão que vivia com o metal da roda dianteira oxidado. Pinturas e reformas não conseguiam vencer a corrosão.

Intrigado com a situação capciosa, do mágico retorno da ferrugem, tentou descobrir sua causa. Espantado verificou que a culpa era da existência de um ponto de táxi, em frente ao local de estacionamento do mencionado caminhão.

Pois é, a roda era o banheiro daqueles motoristas. Haja acidez! Porém, o alerta feito, algumas reclamações (e um pitbull plantado do lado do veículo) deram cabo do problema. Uma economia considerável de tinta e manutenção.

De fato, fiquei impressionado com o desprendimento das pessoas, em fazer de mictório público paredes e postes na capital baiana, pelas vezes que visitei a cidade. A falta de cerimônia não distingue rua ou avenida, ocorre até em lugares bem movimentados.

Em por aqui, discutimos as necessidades fisiológicas de nossos pets. Madames carregam sacolinhas plásticas e garrafinhas d'água, para higienizar possíveis locais atingidos pelas necessidades básicas e naturais dos bichinhos.

Por outro lado, pilares de um viaduto não são feitos de açúcar... Concreto armado, em grande volume, de boa qualidade, deve precisar de rios de urina para corroer. São muitos os desinibidos baianos, mas não deve ser a cidade inteira.

Talvez o assunto envolva a melhor conservação de patrimônio público. A boa e velha prática de preservar o bem comum, responsabilidade do poder governamental, nem sempre tão valorizada. Ainda temos o costume de confundir propriedade pública com privada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Apenas para adicionar...

Ouvi dizer que no Rio de Janeiro ocorre o mesmo em alguns túneis da cidade.

Se não me falha a memória, desde pequenos (os meninos na maioria), somos incentivados a aliviar o xixi em algum canto pela rua, "coisa de moleque".

Na Amazônia, algumas tribos sofrem de "mal saneamento" porque para essas tribos é comum fazer xixi em qualquer canto e a falta de espaço por causa de restrições territoriais vem fazendo com que as "caquinhas" fiquem cada vez mais próximas da ocas.

Na Índia é comum o mictório público aberto pelas ruas. Uma espécie de "muro do xixi", somente os homens o utilizam.

...

Fica uma sugestão: Observarmos o comportamento das mulheres. Elas têm uma necessidade superior a dos homens de fazer xixi e nem por isso o fazem em qualquer canto (embora algumas desejassem isso).