sábado, 16 de fevereiro de 2008

Lucidez

Lucidez é um bem para cultivar eternamente.

Sabe-se lá qual o segredo... Será experiência, será atividade, será amor à vida, ou apenas predisposição genética?

Assisti a uma entrevista com Lygia Fagundes Teles. Do alto de seus 85 anos (desculpe madame Lygia, mas não é mais segredo) vemos a lucidez de alguém compreensiva com o tempo.

Imortal brasileira, com direito a fardão, ela discorreu sobre seu trabalho, sua vida e, referente a seu livro em questão naquele programa, sobre a memória. Lucidez e memória têm muito a conversar.

Ciente de seu presente, ela discorre sobre essa mágica mistura de presente e passado, sobre si e sobre seu autoconhecimento. Em suas frases se observa a firmeza da personalidade, a certeza de opiniões e a sabedoria dos anos.

No dia seguinte, fui presenteado com o livro e pude apreciar um pouquinho mais dessa grande brasileira. Conhecer a grandeza na simplicidade. Perceber como singelamente podemos refletir sobre nossa memória, sobre nossa história, sobre como construímos nosso continuum espaço-tempo.

Desejo essa lucidez, esse autoentendimento. Procurar por toda vida manter a consciência da minha própria consciência. É bela a consistência, a densidade, encontrada nesses sábios anciãos. Ciosos de sua e de nossa história, guardam o segredo da vida e o transmitem.

Há muito valor em apreciar a vida dessa forma. Aprender a ser, a realizar, a viver. Nessa grande jornada se colhe diversas alegrias, nos bons e maus momentos, e se preenche a alma com o imaterial.

Uma pequena entrevista, um pequeno livro, mas uma grande lição, sobre pessoas, sobre o amor, sobre a mente, sobre nós e, apesar de tantos "sobres", sobre como sobreviver dignamente.

Nenhum comentário: